Com tantos anos e tanta distância cultural entre nós e a Páscoa que Jesus viveu, a frase "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" tem pouco sentido para nós brasileiros, em 2012. Poucas pessoas deixaram de ouvir essa frase. Mas o número das que a compreenderam é, pelo que tenho visto, bem menor. Eu não tinha ideia de que relação tem um cordeiro com o pecado do mundo. Mas agora eu sei... E como foi maravilhosa essa compreensão. A conexão dela com a Páscoa talvez ainda seja mais dispersa.
A Páscoa no tempo de Cristo apontava para a comemoração da saída do povo judeu da escravidão no Egito. Sair da escravidão é um tema atemporal. Nós podemos ser escravos de sentimentos, vontades, pensamentos, pessoas, situações, práticas, dívidas, de praticamente qualquer coisa má e destruidora. Deus chama tudo o que nos prende por dentro de "pecado". A maior prisão é dentro de nós. Presos por dentro, não adianta conseguir a liberdade fora. Páscoa é o momento em que isso se resolve. Assim como no Egito, isso é fruto de grande poder e manifestação de Deus pela nossa liberdade. A ressurreição de Cristo é o nosso equivalente à saída do povo judeu do Egito. Vejamos porque e quais as implicações.
João reconheceu Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Jesus é aquele que quebra as cadeias e abre as portas das prisões. Jesus foi morto exatamente no dia em que o Cordeiro pascal era sacrificado (Marcos 14:12). Como o Cordeiro de Deus, Jesus foi oferecido para o povo como rei pela boca de Pôncio Pilatos: "E era a parasceve pascal, cerca da hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei." (João 19:).
E o Rei perfeito, sem pecado, foi oferecido por nós. Já se perguntou: Por quê tinha que ser assim? Por quê isso funciona? Deus não tinha outro jeito? Ou pensou: Isso foi muita injustiça... Precisamos entender a razão de nossa fé, queridos e queridas. Tudo começa na substituição e termina na ressurreição.
Quando o homem e a mulher desobedeceram a Deus, desligaram-se da vida de Deus. Passaram a dever a vida por causa da desobediência. O preço do pecado é a morte. Essa falta de vida, esse desligamento da fonte que é Deus, foi a herança de todos os seus descendentes: "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram." (Romanos 5 : 12).
A dívida de vida precisava ser paga. A justiça precisava ser cumprida, mas Deus nos deu uma solução intermediária no Velho Testamento. Como para Deus a vida física está no sangue, ele aceitou a substituição da vida humana pela vida de animais, desde que a pessoa que quisesse se reaproximar dEle estivesse na condição do arrependimento: "Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma." (Levítico 17: 11).
Aquele que estivesse arrependido durante o período do Velho Testamento, levaria um animal, um cordeiro, perfeito, e confessaria a Deus seus pecados, mas ao invés de derramar sua vida, a do Cordeiro seria derramada em substituição à vida do pecador arrependido. Assim, no Velho Testamento, os cordeiros dos homens se multiplicavam a cada pecado confessado. E, por isso, a missão de Jesus foi declarada por João Batista: "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." (João 1 : 29).
O sacrifício e os esforços humanos, mesmo os melhores, ainda são imperfeitos, pois os homens são imperfeitos. Então, Deus mesmo, enviou Aquele homem, Filho de Deus, sem pecado, para pagar o pecado dos homens, substituindo-os na morte. Deus tinha algo melhor em mente do que rituais e substituições passageiras:
22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão [pagamento de preço para libertação]. [...] 24 Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; 25 Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; 26 [...] Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. (Hebreus 9:24-26)
Para garantir o direito de substituir os homens Jesus assentou-se à mesa com os discípulos e levantou o cálice celebrando uma aliança com eles: "Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós." (Lucas 22 : 20).
Aliança para os judeus e povos orientais significa "minha vida é sua vida; tudo o que é meu é seu, tudo o que é seu é meu". Por isso, assim que a ceia foi tomada, Jesus foi preso e, logo em seguida, morto. Pois o Cordeiro de Deus precisava morrer para pagar e retirar o pecado do mundo no lugar daqueles com quem tinha aliança. Mas, após a dívida paga, a justiça cumprida, Jesus não devia nada por Si mesmo e pôde ser RESSUSCITADO POR DEUS. Com crédito pelos nossos pecados e Vida de Deus para oferecer na Sua natureza ATRAVÉS DA ALIANÇA que oferecia a todos os homens.
Aqui os portões do Egito se abrem e nós passamos para a Vida. Acabou-se a escravidão da dívida pelo perdão; acabou-se o pecado pela retirada dele na cruz; acabou-se a injustiça pela aplicação da pena sobre Jesus, nosso Cordeiro Pascal; abre-se um caminho de liberdade sob um novo poder e um novo destino que jamais poderá ser comparado. Uma nova vida surge porque o juízo passou e o povo julgado e condenado em Cristo ficou livre da condenação, recebendo na ressurreição liberdade para um novo caminho em triunfo: "Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento." (2 Coríntios 2:14).
Você já imaginou a alegria daquelas pessoas após 430 anos de escravidão saindo vencedoras da sua masmorra? Já imaginou o que é derrotar o maior exército da terra? Liberdade é a palavra chave na revelação da Páscoa. Estamos livres do juízo em Cristo: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida." (João 5:24)
O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo nos dá a Paz. Não traz realmente paz sabermos que Deus está esperando que tentemos o melhor que pudermos e que vai nos ajudar com as nossas fraquezas?
Deus não é o que procura defeitos, mas Aquele que fortalece as qualidades: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16).
Você pode fazer uma aliança com Jesus e gozar de todo o poder do Cordeiro de Deus e receber Paz. Só é necessário crer que Ele é quem a Palavra diz que é e dizer isso com fé, pois está escrito "9 A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação." (Romanos 10: 9-10)
O Cordeiro de Deus, por ter pago os nossos pecados e haver cumprido a justiça, nos dá a Paz com Deus. "Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo." (Romanos 5:17)
E como fica a nossa disposição para o pecado?
2 [...] Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? 3 Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? 4 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. (Romanos 6: 2 - 4)
E se pecarmos, ainda assim? "8 Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. 9 Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça." (1 João 1:8-9).
Somos chamados a uma vida possível, dentro das nossas limitações e do poder de Deus para superá-las. Foi para isso que Jesus se entregou, para que andássemos livres do pecado: "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado." (1 Coríntios 5:7).
Você pode orar assim:
"Querido Deus, eu creio que o Seu Filho Jesus é aquele que tira o pecado do mundo. Perdoa os meus pecados e me dê a sua paz, seja o meu Senhor e Mestre, ensine-me todos os dias a viver uma vida que o agrade, eu lhe peço em nome de Jesus."
Bom saber, não é? se gostou, envie para alguém. Abraço e até à próxima postagem!
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