segunda-feira, 18 de março de 2013

Amor e beleza




Um exercício muito rico é colocar-se no lugar do outro. Será um impedimento a muita crueldade e injustiças. Observe essa estória:

Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia. Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não frequentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria.
A diretora ouviu e chegou à seguinte conclusão: não poderia tirar o menino do colégio, mas conversaria com ele e ele passaria a ser o último a entrar em sala de aula e o primeiro a sair, desta forma, nenhum aluno veria o rosto do menino, a não ser que olhasse para trás. O professor achou magnífica a ideia da diretora, sabia que os alunos não olhariam para trás.

Levado ao conhecimento do menino a decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição: que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o porquê daquela CICATRIZ. A turma concordou e, no dia, o menino entrou em sala, dirigiu-se a frente e começou a relatar:
— Sabe, turma, eu entendo vocês, na realidade, esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri: minha mãe era muito pobre e, para ajudar na alimentação de casa, minha mãe passava roupa para fora. Eu tinha 7 ou 8 anos de idade... - a turma estava em silêncio atenta a tudo.
O menino continuou:
- Além de mim, havia mais 3 irmãozinhos: um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida. - silêncio total em sala.
- Um dia, não sei como, a nossa casa, que era muito simples, feita de madeira, começou a pegar fogo. E minha mãe correu até o quarto em que estávamos, pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos, e nos levou para fora, havia muita fumaça, e estava muito quente... Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa.
Só que, quando minha mãe tentou entrar na casa, as pessoas que estavam ali não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha. Eu via minha mãe gritar: "Minha filhinha esta lá dentro!" Vi no rosto de minha mãe o desespero, tanto medo... E ela gritava muito alto, mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...
Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e coloquei ele no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse que não saísse dali até eu voltar. Saí no meio das pessoas e, quando perceberam, eu já tinha entrado na casa. Tinha muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei lá, ela estava enrolada em um lençol e chorava muito...
Neste momento, vi caindo alguma coisa, então me joguei em cima dela e aquela coisa quente encostou em meu rosto...
A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada, então o menino continuou:
Vocês podem achar esta cicatriz feia, mas tem alguém lá em casa, que acha linda e, todo dia, quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha, a beija, porque sabe que é marca de amor.

Jesus podia ter mãos, pés e o lado do peito restaurados depois da ressurreição, mas Ele preferiu manter as marcas do seu amor, ainda que fosse para que alguém pudesse compreender quando as tocasse o que é ser amado até a última gota de vida. Quando somos marcados pelo amor, vale à pena. O que realmente deforma o a nossa vida é ser marcado pela vaidade, pelo egoísmo, pelo orgulho, pela luxúria, pela inveja. Essas marcas podem até ser esteticamente belas, mas aos olhos de Deus são vergonhosas. O nosso primeiro olhar e os nossos derradeiros esforços devem ser para formar e buscar o conteúdo e não para a embalagem, pois Jesus ensina: Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça.” (João 7:24). Há lições sobre ser e parecer que são preciosas na Palavra e sobre isso escrevo hoje..


O reino e o espelho




Você pode tentar encontrar o reino de Deus no seu espelho, no retrovisor do seu carro, na sua tela plana de 40”, na tela do cinema, em qualquer lugar, mas está procurando no endereço errado. Veja o que Jesus diz sobre o reino e a aparência quando ele curou 10 leprosos e apenas um veio agradecer-lhe e servi-lo:

17  Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? 18  Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? 19  E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou. 20 Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. 21  Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós. (Lucas 17:17-21).

O reino de Deus é construído dentro de nós por reconhecermos o reino de Jesus sobre a nossa vida como fez esse ex-leproso, que não buscou apenas receber a sua bênção e ir embora, mas voltou para agradecer e reconhecer a bondade de quem o sarou e mudou sua vida. Recebendo o rei, recebe-se o reino. E o reino de Deus “[...] não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17).

A nossa relação com o que é belo

Sabe, existem coisas e pessoas muito agradáveis à vista. Mas, nem por isso elas provocam paz, alegria e justiça. Um dia podem dar tudo isso e no outro já não estarem mais lá. Não há nenhuma proibição de que desfrutemos do melhor dessa terra, mas sempre mantendo a convicção de tudo isso é passageiro: “e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa.” (1 Coríntios 7:31).  Os vaidosos que me perdoem, mas beleza exterior é passageira. Beleza interior é  celestial.

As pessoas têm esse conceito de cultuar o que é externo e visível que queremos utilizar esse modelo para o relacionamento com Deus. Paulo encontrou vários problemas com as pessoas que queriam utilizar rituais e costumes legalizantes e obrigar os não judeus aos rituais da tradição hebraica como condição da salvação. Observe como ele os adverte que ele mesmo tinha sido uma bênção para os coríntios pelo que ele era e não pelo que aparentava e isso o diferenciava dos falsos mestres: “Não nos recomendamos novamente a vós outros; pelo contrário, damo-vos ensejo de vos gloriardes por nossa causa, para que tenhais o que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração.” (2 Coríntios 5:12).
   
Aos colossenses, Paulo advertiu novamente que prestassem atenção no comportamento e nos frutos da vida das pessoas, na conduta e não na aparência delas: “tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.” (Colossenses 2:23).

O espelho verdadeiro


O Senhor nos deu um espelho onde vemos nossa beleza e o que não está bem. Observe como ele o apresenta:
   
22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23  Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; 24  pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. 25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar. (Tiago 1:22-25)

Estamos praticando a palavra? Ela nos faz ver quem somos em relação ao padrão de Cristo. Ela nos faz olhar para os outros e ver as marcas de Jesus em cada uma das suas cicatrizes sobre ele, olhar para nós e nos ver como frutos de um sacrifício sem tamanho que tirou a vida e marcou o Filho de Deus. Se nós assumimos a Palavra como princípio de vida, conseguimos ver o que realmente é belo e terno através dos olhos de Deus.

Não será somente uma aparência passageira ou superficial, mas profunda e permanente como uma cicatriz de conquista levada por um guerreiro que defende os que ama. E veja o versículo acima e observe que há uma promessa para quem vive sob esse princípio: “mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”. (Tiago 1:25).

Você pode orar assim:

Senhor, abre os meus olhos, preciso ver a realidade de quem eu sou, criado em ti, a tua semelhança. Senhor, o teu passado teu sangue apagou. Uma nova vida me entregou. O teu poder transforma meu ser de glória em glória! Faz-me ver todos os que estão ao meu redor como possibilidades das maravilhas de Deus, em nome de Jesus!

Propositalmente, o começo dessa oração é parte de uma música do ministério de louvor Diante do Trono, que se chama “Eu nasci de novo”. Procure ouvi-la. Segue o vídeo.




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