quarta-feira, 23 de outubro de 2013

João e a nossa missão



Hoje, meus olhos encontraram João Batista. Parecia um personagem novo. Um exemplo de serviço. De todos os que lutaram pela vinda do Messias, foi o único apontado por Jesus como o maior. Suas roupas simples e desconfortáveis, sua moradia inusitada e sem luxo, deixavam apenas espaço para que ele fosse o anunciador do reino. Ele apontou a porta do céu e lustrou os ferrolhos para que Jesus abrisse a entrada ao Pai.

Três características de João Saltaram aos meus olhos, certamente dentre tantas: a visão, o coração e a vida de servo. Seguindo-o encontraremos a desmistificação de uma fé que não se resume a receber o que queremos, mas certamente nos dará o que precisamos. Esse é o convite à reflexão de hoje.

 

João, visão de servo


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Faróis na tempestade



O Senhor me deu a seguinte estória hoje, para ilustrar um conhecimento poderoso e precioso.

Numa aldeia em uma terra muito seca moravam três homens. Um dia, acabou toda a água. Eles tiveram notícia de que havia uma fonte no deserto e decidiram seguir até ela para conseguirem o líquido precioso que lhe garantiria a vida.
A certa altura, estavam no deserto os três homens sedentos e famintos. Quando chegaram a uma aldeia de nômades, quase deserta, e encontraram um poço. Correram para ele e o encontraram  seco. Ao seu lado, um velhinho sentado à sombra de uma coberta improvisada.
- Ah, esse poço secou faz tempo. Meus filhos caminham todo dia para buscar água cinco quilômetros à frente.
Os três homens ficaram irritados e quase desesperados. Um dizia:
- Será possível? Esse poço serve pra quê se não dá água? - E começou a chutá-lo até machucar o pé. Machucou tanto que não pôde seguir viagem em busca da água.
Os outros dois, se controlaram e disseram:
- Vamos lá, aguentamos até aqui. Vamos aguentar mais cinco quilômetros.
Seguiram a viagem e, ao chegarem no lugar indicado, encontraram outro poço. Desta vez, havia um homem de meia idade cansado, sentado ao pé do poço, a ponto de ter uma insolação. Perguntaram-lhe ou dois viajantes:
- O que houve?
- Acabou a água nesse poço também. Agora, só mais dois quilômetros à frente... E eu já faço esse caminho todo dia. Não aguento mais.
Ao ouvir esse relato um dos viajantes desesperou-se:
- Isso é o fim. Agora, vamos todos morrer. Já andamos todo o deserto, mais cinco quilômetros e agora mais dois? Eu não vou a lugar nenhum. Se é para morrer, morro aqui mesmo. Não dou mais nenhum passo. Aquele velho infeliz deu a informação errada. Esse outro aqui não tem coragem de buscar água, agora eu não vou mais pra lugar nenhum atrás da conversa de ninguém. Vou morrer aqui mesmo.
O terceiro homem disse: o caminho que fizemos não foi para encontrar o velho no poço, não foi por causa da conversa do velho e nem pela desistência desse homem aí sentado. Nós não caminhamos nem sequer pela água, mas pela nossa vida. Se nós pararmos agora, tudo aquilo pelo que lutamos terá sido em vão. A única coisa que dá sentido a tudo o que houve até agora é continuarmos em frente. Este homem seguiu em frente, cansado, sedento, mais dois quilômetros e conseguiu sobreviver ao deserto.

Que deserto esse texto representa? O deserto das dores da vida, dos obstáculos que enfrentamos em busca de Paz e Alegria, que dão sentido e sustentam a vida. Afinal, fomos colocados aqui para viver e viver com abundância, foi essa a missão de Jesus: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10).

Partimos em busca de paz e alegria e não podemos nos deter pelo caminho. Vamos encontrar pessoas de quem deveríamos receber amor, mas que não vão estar cheias desse amor para matar a nossa sede. Se nos conflitarmos com elas, como quem chuta um poço seco, só vamos conseguir feridas que nos impedirão de prosseguir. Assim como o primeiro homem ficou para trás, sem água e cheio de dor e machucados.

A mulher de Ló (Gênesis 19:26) é um bom exemplo de alguém que ficou com os olhos naquilo que já não era, já não tinha. Só permita que o passado se reapresente se for para lhe dar forças e ânimo. Se for para lhe sugar a alegria ou a Paz, vire-se e parta, deixando-o para trás. É preciso deixarmos livres a nós mesmos, perdoando quem nos magoou, ou melhor, não amou. Veja o que disse Jesus: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.” (João 20:22-23). Você pode pensar que os grandes dramas da humanidade são os romances, os amores não correspondidos entre homens e mulheres, mas o grande drama da vida de qualquer pessoa é o amor não correspondido em qualquer relacionamento: entre quem respeitou e não foi respeitado; quem se deu e não recebeu; quem ajudou e não foi ajudado; etc. Se você quer chegar ao fim da jornada e encontrar Paz, deixe o poço vazio para trás e siga em frente.

Mantendo o foco na Vida


sábado, 31 de agosto de 2013

A escolha de Maria



Tenho sido muito movida sobre a história narrada na Bíblia sobre Maria, irmã de Lázaro. Uma mulher que é apresentada em três momentos importantíssimos na vida de um cristão: o encontro com o poder do amor de Deus, a sua entrega pessoal ao Amor de Deus e  a sua escolha pelo caminho do Amor de Deus. A narrativa da última experiência está em Lucas 10:38-42, como segue:

Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa.  (39)  Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.  (40)  Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse:
- Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.  (41) 
Respondeu-lhe o Senhor:
- Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.  (42)  Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10:38-42)

Observe as três pessoas nessa cena: todas estão convencidas de que estão fazendo o que Deus quer, mas uma delas está enganada. Marta está tão certa de que tem a razão, que chega a dar ordens ao próprio Senhor Jesus. Mas, Jesus não concorda com Marta. Marta é a dona da casa, mas não é dona do hóspede. Você pode até ter controle de bens materiais de que a igreja necessita, mas o Senhor da igreja é o Senhor Jesus. Ele tem a última palavra sobre seus servos. O que leva uma pessoa a tentar dar ordens a Deus feito homem? Uma visão distorcida do que é servir a Deus. Jesus não veio para que corrêssemos de um lado para o outro fazendo coisas para Ele, mas para que ouvíssemos e fôssemos transformados pela sua Palavra.

Um problema comum de família


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A entrega de Maria


Não conheço ninguém que procure enfrentar uma situação difícil, onde a provisão seja escassa, a saúde esteja ameaçada, os conflitos sejam maximizados, etc. Deve ser por isso que fazem seriados de tevê sobre o tema. Mas, as dificuldades que enfrentamos esculpem em nós quem nós somos e como nós enfrentaremos as próximas chuvas, neve e trovoadas. Quem escapou do Titanic não tem medo de garoa. Certamente valorizou muito o curso de natação que fez ou deixou de fazer. Os temporais mudam até os desertos, inclusive os desertos da alma. Golias forjou Davi, dando-lhe a oportunidade de mostrar quem ele era por dentro. Golias também mostrou que Saul já não reinava mais. Jericó mostrou a fidelidade de Josué, assim como a fé de Raabe. O mar Vermelho fechado à frente de Moisés mostrou que Ele cria no Deus que abre o mar. As dificuldades nos dão oportunidade de mostrarmos de que realmente somos feitos. O caráter se mostra na dificuldade. Se você pediu forças a Deus, só vai conhece-la em meio à adversidade: “Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena.” (Provérbios 24:10). Portanto, não tema o tempo ruim, maior que ele é quem criou o tempo.

As perdas, as dores e as dificuldades podem nos tornar duros e impermeáveis com a amargura ou moles e desanimados, com a tristeza e a depressão, mas podem e devem nos tornar mais compassivos, empáticos (capazes de nos colocarmos no lugar do outro) e mais tolerantes com as dificuldades alheias. Somos chamados a distribuir a compaixão que recebemos de Deus desde as nossas expectativas e compreensão do outro, até os nossos atos. É esse tipo de entrega que Jesus busca. É esse tipo de caráter e bondade que o fogo da provação quer forjar em nós. A bíblia diz que tudo o que Jesus sofreu foi para aprender e ensinar obediência a Deus:

Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, (Hebreus 5:7-9)

E os dois mandamentos que fundamentam toda a mensagem de Deus para nós são:

Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mateus 22:37-40)

Muitas pessoas passam pelo momento de lançar-se aos pés dAquele que pode todas as coisas, quando está em necessidade, mas compreender que mais importante do que aquilo que Jesus pode fazer é estar com Ele é uma revelação que realmente muda a vida de alguém continuamente. Nada que Jesus faça para nós é mais importante do que estar na sua presença amorosa e cuidadora. 

A entrega de Maria


sábado, 24 de agosto de 2013

Observe bem o exemplo de Maria!



A bíblia fala muito de Marias no Novo Testamento. A Maria, mãe de Jesus, bastante conhecida; a Maria Madalena, que foi liberta de demônios e o seguiu até mesmo depois de morto; a Maria, mãe de João Marcos, que abrigava os que intercediam por Pedro, a despeito do risco que isso representava; Maria que trabalhava na igreja em Roma; e Maria, irmã de Lázaro, que ressuscitou e que teve episódios profundos e marcantes no seu aproximar-se de Deus.

É como se o próprio Jesus tivesse dito: Observem bem o exemplo de Maria! Jesus era conhecido na casa de Maria. Era amigo dos três irmãos: Lázaro, Marta e Maria. Maria teve o encontro com Jesus mais transformador moralmente dentre os três. Foram três grandes momentos de Maria: antes de conhecer Jesus como Deus encarnado; o grande momento da entrega da sua vida a Jesus e como ela passou a viver depois desse encontro.

No primeiro momento, em meio à dor, ela viu Aquele que cura o incurável, consola o inconsolável e faz a morte se transformar em vida. Lázaro, irmão de Maria havia morrido. Mesmo que tivessem chamado Jesus, o amigo da família que tinha um bom relacionamento com Deus, aquele que eles viram fazendo milagres, Lázaro havia morrido e sido sepultado. Perder o irmão para Maria era entrar num turbilhão de sentimentos e pensamentos. Maria não era o tipo bem comportado de irmã. Não era uma irmã de que Lázaro pudesse se orgulhar. Isso já lhe traria um sentimento de culpa terrível após sua morte. Ela também não era um exemplo de judia. O que não lhe daria muita segurança na aproximação espiritual de Jesus. Ela não tinha com que barganhar atenção da justiça de Deus. Ela estava mais só do que nunca diante daquela morte. Não havia onde se amparar mentalmente. Como as mulheres não eram preparadas para assumir negócios, não costumavam estudar e sequer tinham direito de herança, a base de sustento também estava abalada, além da liderança da família que, contando-se que não tinha marido, pertencia ao irmão, agora morto.

Maria estava sem chão, sem esperança e sem uma linha de compreensão da sua própria vida. Além disso, estava diante da inexorável morte. Nada nos deixa mais perplexos do que ela. Ela não admite discussão e nem argumento. Está lá e nós impotentes a assistimos. Ou era isso que Maria conhecia. E foi assim que Maria estava desolada, em meio a muitas pessoas que tentavam consolá-la, mas em vão e recebeu uma notícia maravilhosa, que a levou a derramar toda a sua dor aos pés do Senhor:

(28) Tendo dito isto, [Marta] retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama.  (29)  Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele,  (30)  pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele.  (31)  Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar.  (32)  Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.  (João 11:28-33)

Maria estava completamente desnorteada, mas sabia que havia um lugar para se atirar. Havia ainda um lugar de segurança para o incompreensível e de conforto para o inaceitável, os pés do Senhor. Ela desprezou a multidão que a seguia, abriu mão de seu próprio desânimo, e jogou-se na presença do Senhor. A única frase que parecia ter sentido era uma mistura de dor e fé que Jesus recebeu com carinho e respeito. Assim Jesus a recebeu:

(33) Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se.  (34)  E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê!  (35)  Jesus chorou.  (João 11:33-35)

No original, onde se traduz para “comoveu-se” a palavra designa moveu-se em suas entranhas, tremendo convulsivamente. Jesus sentiu a morte de Lázaro, mas sentiu mais ainda a dor de Maria. Maria, perdida em sua vida sem sentido... Maria, que nunca mais teria chance de dizer que amava Lázaro,... Maria, que não sabia o que fazer da vida,... Maria, que não tinha respostas, mas que reuniu forças para buscá-las porque sabia onde fazê-lo. Alguém que chorasse com ela, mas que a levantasse do pranto para a Paz.

Jesus já conhecia a solução e encaminhou-se para providenciá-la...  


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Esperando no Senhor



Você já observou que existem várias maneiras de esperar? Quem espera um ônibus não espera da mesma forma de quem espera a gestação de uma criança. Nós estamos envolvidos em esperar inúmeras vezes no dia, na semana, na vida. Mas há uma diferença entre esperar e ter esperança. No hebreu do velho testamento, a palavra esperança está ligada ao sentido de ter uma expectativa, no grego do novo testamento, está ligada a ter confiança e sempre ligada à confiança em Jesus e no que Ele prometeu e cumpriu.
Muitas vezes, esperamos com expectativa, mas sem a confiança a expectativa se transforma em ansiedade, medo, pavor, lamentação, etc. Essas são expectativas, são formas de esperar-se, mas sem esperança. Na realidade, a palavra é desespero mesmo. Ficar sem esperança, sem confiança no melhor resultado da espera é entrar em desespero.
Entretanto, a esperança, o esperar com fé na providência do Senhor, é renovadora, como descreve o profeta Isaías:
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam. (Isaías 40:28-31)
Deus está fazendo e refazendo a Vida e as suas promessas. Há um dinamismo nEle. É isto que a esperança vê: Deus está agindo, longe dos meus olhos, ouvidos, boca e mãos, mas está agindo! Eu não posso compreender como Ele fará, mas está aqui, comigo, me fortalecendo para continuar. O cansaço não diz meu limite, não é a juventude que me dá forças, mas é o Senhor quem me renova. Eu subo às alturas de Deus nos céus, como as águias onde somente Ele reina e domina sobre tudo; eu corro para providenciar todas as coisas que me estão ao alcance porque eu tenho certeza, eu confio que aquilo que eu necessito virá; e eu caminho tranquilamente carregando os meus feixes plantados com lágrimas, mas os carrego com alegria.

A esperança no Senhor é dinâmica



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Receba a bênção de Abraão



Não sei se você já ouviu falar ou tem ideia do que seja a bênção de Abraão. Mas, a maioria das pessoas que eu conheço tem a ideia errada até do que seja uma “bênção”. Bênção não é um objeto, um acontecimento ou algo que você conseguiu e que é agradável. Bênção é a manifestação da presença de Deus em alguma área de sua vida. A bênção é o resultado da aprovação de Deus sobre a vida de alguém, que se manifesta de alguma forma. A mesma palavra no grego significa piscina ou reservatório. A presença do Senhor acumulada e em ação. É disso que estamos falando. Na presença do Senhor e sob sua aprovação, todas as coisas são transformadas.

Quando Ezequiel foi levado em visão até o trono de Deus, ele seguiu as águas que fluíam do trono até que elas deram em um rio. Observe como esse rio transformava o que tocava:

Toda criatura vivente que vive em enxames viverá por onde quer que passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e, aonde chegarem estas águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que passe este rio. Junto a ele se acharão pescadores; desde En-Gedi até En-Eglaim haverá lugar para se estenderem redes; o seu peixe, segundo as suas espécies, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva. (Ezequiel 47:9-10 ARA1993)

A presença de Deus trazida aos seres da criação traz vida, a vida de Deus traz suprimento e cura e faz a vida se multiplicar. A figura da palavra bênção como uma piscina é como alguém que retém essa água que vem do trono. Essa permanência da presença de Deus ou essa permanência na presença de Deus faz com que a Vida de Deus se manifeste em todas as áreas. Mas nós só temos considerado bênção o final da corrente, o resultado da bênção. Mas, quando Deus fala em bênção fala em estar presente e não entregar alguma coisa para que você faça o que quiser, mesmo fora da presença dEle. Você quer ser abençoado? Então, você precisa estar na presença do Senhor porque bênção é a manifestação da presença de Deus e não somente o resultante dela.

Quando nós encaramos como bênção somente o resultado dela, nós corremos o risco de cair no perigo que Paulo alertou ao Romanos: “pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Romanos 1:25). Tudo o que temos de bom é consequência da presença de Deus nas nossas vidas porque nada, em si mesmo é positivo. Um carro pode ser uma maravilha ou um instrumento de morte e dor, da mesma forma um casamento, um emprego, qualquer coisa que deixe de ser usufruída sem a presença do Senhor é uma maldição. Aliás, esse é o sentido da palavra maldição: ausência da presença de Deus. A Vida sai, a morte entra.

Então, neste texto, estamos falando da presença de Deus manifesta na vida de Abraão, que pode ser manifesta também na sua. Já que se trata da presença de Deus, não depende da descendência física de Abraão para herdá-la, mas da natureza da espiritualidade e relacionamento com Deus que Abraão tinha. Observe como Jesus a descreve para os discípulos judeus, eles estavam indignados de serem indagados sobre sua vida espiritual, achando que só a descendência física era suficiente:

Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não está em vós. ¶ Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai. Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. (João 8:33-40 ARA1993)

Podemos perceber que enquanto o pecado persistir como estilo de vida, estaremos presos distantes da presença de Deus, ou seja, distante da bênção. A Palavra é a solução de Deus para nos aproximar dEle. Logo, a Palavra que nos leva a Deus é a ponte da bênção. Mas não se vai a Deus somente ouvindo ou decorando a Palavra, ela precisa “estar em nós”. Tornar-se viva em nós, precisa ser acompanhada de atos de fé, assim como foi com Abraão. Abraão deixou tudo o que lhe dava segurança e conforto para seguir a Palavra da promessa que Deus lhe deu.

Abraão abriu mão de sua vida e de sua herança, da sua cultura e da sua terra; viveu como nômade; deixou ruas calçadas por estradas de terra; deixou casas com água quente para nunca mais morar em uma casa; deixou centros culturais avançados pelos cuidadores de gado; passou pelos campos que seriam de seus descendentes, mas não os possuiu; viveu com pessoas que não entendia a língua, enfrentando costumes que não aceitava. Mas, Abraão manteve-se firme naquilo que Deus prometera, até que creu que, de apenas um menino, Deus lhe daria uma descendência como as estrelas e como a areia da praia do mar. Você pode pensar que Abraão mesmo quando recebeu o filho, ainda cria na promessa. Você já imaginou deixar tudo para trás para ser bênção para todas as famílias da terra e receber um único filho para cumprir esse propósito? Se Abraão tivesse uma compreensão carnal, teria ficado furioso, achado muito pouco, mas ele era um homem espiritual e compreendia que existem milhares e milhões de árvores em uma semente.

Abrão abandonou seus parentes, sua terra como elemento de identidade, levando consigo somente o que se pode carregar, mas ele tinha o essencial: Abraão tinha a presença do Senhor com ele. Em tudo o que Abraão empreendia, havia frutificação, havia abundância e a Paz de Deus se estabelecia. Depois de um tempo dessa viagem, ao invés de ser roubado nas suas esperanças ou bens, Abraão havia prosperado tanto, que houve problemas entre seus homens e os de Ló, seu sobrinho (Gênesis 13:6-9). Estabelecida a Paz, Abraão seguiu sua vida de trabalho e produtividade na presença de Deus, até que teve que resgatar Ló, cativo em um saque a Sodoma. Para fazer isso, ele uniu-se a três aliados e levou 318 homens, que nasceram em sua casa. Você já imaginou que ele teve condições de pedir a esses trezentos homens que o acompanhassem numa batalha contra cinco reis? Que ele teve sucesso no seu treinamento? E que, mesmo depois de vencida a batalha, esses homens educados por Abraão não tomaram sua parte nos melhores despojos (aquilo que foi tomado dos inimigos), antes que Abraão oferecesse o dízimo a Deus? Isso é manifestação pura da presença de Deus na vida de Abraão. Respeito, força, poder, reconhecimento, vitória, paz e tudo o que Deus faz manifestar nas nossas vidas pela sua presença. Esse é o objetivo da vinda de Jesus, não somente retirar a maldição do pecado, mas trazer a manifestação da vida de Deus assim como Ele prometeu a Abraão:

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido. (Gálatas 3:13-14)

O que é a bênção de Abraão exatamente?...


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Vencendo os mitos do sucesso



Estamos em uma época de muitos mitos sobre sucesso. Esse tal sucesso falado que é como uma folha caindo num filme 3D, você a vê lá, como se estivesse na sua frente, mas não tem como tocá-la. Sempre colocado como algo que vai chegar, mas que nunca chega, por mais que se atinjam metas. Sinto a necessidade de falar sobre o que o sucesso não é e o que Deus diz na sua palavra que realmente é.

Primeiramente, o sucesso não é quantidade acumulada de bens, metas ou qualquer tipo de quantidade que você imaginar na linha do “quanto mais, melhor”. Observe o ministério de Noé. Ele tinha toda a raça humana para conquistar e conseguiu ganhar oito pessoas da sua família. Noé só conquistou oito almas para Deus em 120 anos de ministério, falando, trabalhando e testemunhando todos os dias. Mas, se alguém podia ser mais dificilmente por Noé, foram aqueles que acordavam e dormiam próximos a Noé todos os dias. Noé conseguiu o sucesso da coerência, do amor, da unidade com a sua família. Coisa que nenhum número nem numerário são capazes de fazer. Sem seu sucesso, não estaríamos aqui.

Quantas pessoas você conhece que tenham entendido esse tipo de sucesso? O tipo de sucesso que torna uma pessoa tão confiável que coloca uma família inteira para se dedicar a construir um barco no deserto com medo da chuva, depois entrar no barco cheio  de animais domésticos e selvagens e fechar-se, impermeabilizar as entradas em pleno dia, debaixo do calor do sol e ficar lá dentro, no escuro, cercado de animais esperando um dilúvio. Nenhum filho de Noé o abandonou. Sua esposa creu com ele. Esse homem era um homem de sucesso antes de entrar na arca. Mas um tipo de sucesso que é permanente, que não depende de quantidade e sim de qualidade, depende de caráter e não de aparência.

O sucesso verdadeiro não é mágica


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A idade e a maturidade em Cristo




A idade é uma colega de apartamento, que muda de roupa todo ano. A maturidade é uma escolha que se faz de tornar-se parecido ou não com Cristo, cada momento do dia. O produto da idade é a velhice. O produto da maturidade é o equilíbrio dinâmico. A idade tem data. A maturidade tem resultados a cada oportunidade.  A medida da idade é em anos. A medida da maturidade em atos.

O caminho de Cristo nos chama a amadurecer:

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Efésios 4:11-16)

A igreja foi estruturada em função de proporcionar um ambiente de desenvolvimento da maturidade cristã. Funções de sustentação da estrutura fortalecem e nutrem um organismo único e direcionado a alvos comuns, com um propósito e ideal comum, sob um líder, Jesus, que direciona a contribuição de cada parte.

Há algo essencial na maturidade, que é a escolha. A idade não é escolhida. A escolha da maturidade implicará em decisões de qualidade. Decisões provocam resultados conforme a sua semente. A idade pode lhe surpreender, chegando de repente, mas a amizade da maturidade lhe acompanhará a cada dia, tornando-se uma íntima conhecida, a ponto de fazer a idade uma estranha completa. A idade, em si, não traz lição, mas a maturidade faz aprender a aprender. Não há alegria e nem tristeza na idade, mas a maturidade traz serenidade e contentamento, sem acomodação.
 
A maturidade vem da prática da palavra:  “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” (Hebreus 5:14). E a prática é um exercício de disciplina: Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.” (Hebreus 12:11). A disciplina produz frutos. Logo, a maturidade é frutífera. A idade não depende de frutos, assim como o tempo não depende de resultados.
  
Jesus morreu e ressuscitou por uma igreja que não acumula apenas passado e tradição, mas prática da Palavra, em uma ação unida, contínua e disciplinada, direcionada pela cabeça, e coordenada por aqueles que Ele escolheu para este fim na terra. A igreja que acorda todos os dias para ser como Jesus, à sua imagem, deixando para trás o juízo de criança (1 Coríntios 14:20), que deixa que qualquer empecilho a desanime, e assumindo a missão que o Senhor nos deu aqui na terra, com firmeza e destemor.

Crianças não recebem cargos na embaixada


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Deus constrói até com sonhos



Uma das perguntas mais tolas que fazemos é: como Deus vai resolver isso? E pior é que completamos com um “se” com um check list de impossibilidades. Para Deus, até os sonhos são matéria-prima. Observe na história de José. José soube o que Deus tinha para ele em sonho Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais.” (Gênesis 37:5). José assumiu o sonho de Deus para a sua vida e foi o sonho que incomodou seu pai (Gênesis 37:9-10) e a seus irmãos a ponto de pensarem e se prepararem para matá-lo :

E viram-no de longe [José] e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele, para o matarem. E disseram uns aos outros: Eis lá vem o sonhador-mor! Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. (Gênesis 37:18-20)

Terminaram por desistir do assassinato direto e o mataram (pensavam eles) pelas mãos de mercadores de escravos, vendendo-o. Você imagina que José via seu sonho ser guiado como escravo numa caravana sombria, acompanhado de pessoas que perderam tudo o que tinham, levados para um mercado, para serem vendidos? Sim, ele via, e foi isso que o manteve. Imagine que ele ficasse pensando: Que chance terei eu agora, sou um escravo... Nunca vou estar em posição de autoridade como sonhei um dia. Mas, a situação em que ele estava preso não lhe roubou o seu sonho porque José nunca atribuiu a homens as suas possibilidades de ascensão.

Todos nós precisamos e precisaremos de conexões para chegarmos a posições de autoridade. As autoridades são constituídas por pessoas. José havia perdido todo o apoio humano a que estava acostumado, o do seu pai. Mas, o seu apoio e seu gerador de ascensão jamais o abandonou. A bíblia registra em cada momento da vida de José:

José não estava sozinho na casa de Potifar, nem quando teve sucesso e prosperou e mesmo quando foi difamado e acusado falsamente: Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão,” (Gênesis 39:3);

José também não estava sozinho na prisão de Faraó: E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o SENHOR estava com ele; e tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava.” (Gênesis 39:23).

Você não precisa comprar nenhum tipo de adesão, bajular, abrir mão de princípios para progredir em nenhuma situação, Deus abre portas que ninguém fecha e fecha portas que ninguém abre. Que essa palavra seja para você: “Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.” (Apocalipse 3:8). José era um homem íntegro e reto, temente a Deus. Deus gerou as suas conexões até faraó através do seu mover espiritual, independente de QUALQUER PESSOA. José não poderia sequer saber que seria interessante conhecer um padeiro e um copeiro condenados na prisão... Na casa do seu pai, ele nem imaginaria isso, na casa de Potifar, ele jamais desejaria isso, mas Deus abriu essa porta de promoção e ascensão, onde só existiam portas de prisão. É assim que Ele fará com você para cumprir as suas promessas. Deus não precisa do que existe. Ele é o Deus que [...] vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.” (Romanos 4:17).
  
Se você não conhece a história de José, ele foi levado como escravo para a casa de Potifar, oficial do rei. Lá, Deus fez Potifar prosperar. Mas a esposa de seu amo o desejou e, como ele a recusou, ela o acusou de estupro, causando a prisão de José. Injustiçado, José foi para a prisão vitalícia do rei do Egito. Não havia expectativa de saída para um escravo estrangeiro acusado de estupro da mulher de seu amo. Não havia portas para José. Mas, havia um sonho de Deus para ele. Não importa que não haja portas na sua vida onde você está, o que importa é o sonho que Deus tem para realizar na sua vida. As portas da prisão não sustentaram o sonho de Deus para José e as portas do inferno não impedirão a igreja de Jesus de viver o sonho de Deus para ela! (Mateus 16:18).

Deus começou a incomodar... Começou a se mover sobre a vida de quem José jamais imaginara. Dois presos foram a porta da saída de José daquela prisão, a que os homens haviam condenado perpetuamente José: um era o padeiro chefe do rei e outro era o provador de comida do rei. Cada um teve um sonho e José os interpretou. Veio a interpretação de Deus. Veio o sonho de Deus. E estes sonhos se tornaram a porta que Deus abriria, quando dois anos adiante, outra pessoa foi incomodada por sonhos e este, sim, estava em posição não só de libertar José, mas de colocá-lo exatamente no lugar onde Deus sonhara. O sonho é de Deus, o plano é de Deus, a oportunidade é de Deus, nos resta estar aptos a aproveitá-los e vivê-los o mais intensa e confiantemente possível.

Deus não precisa de bajuladores. Deus não precisa de medrosos. Deus não precisa de arrogantes. Deus precisa de servos operantes, fiéis ao sonho que Ele sonhou. Nós não precisamos de usar as portas do diabo. Nós não estamos presos pelas oportunidades não concedidas ainda. Não há porta que possa reter o nosso prêmio ou impedir o nosso sucesso porque o Senhor dos Exércitos é o dono dos sonhos e o seu provedor em cada detalhe.  Procure a porta aberta. Aproveite a porta que Deus abre. Não fique embirrado porque não foi como você desejava. Siga para a plenitude do sonho de Deus. Pois Ele é “[...] poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Efésios 3:20).

O favor do Senhor é a fonte da promoção


segunda-feira, 1 de julho de 2013

O que constrói Vida


Muitas vezes, estamos enfrentando um momento difícil e cada vez que tentamos levantar somos novamente atingidos por outra dificuldade. Mas, imagine se: Seus negócios de toda a vida fossem à falência e você vendesse o que sobrou e mudasse do campo para a cidade. Então, ao chegar, fosse assaltado e ficasse sem dinheiro e sem documentos, virando morador de rua. Sua mulher e filhos levariam um tempo para encontrá-lo, mas finalmente conseguem. Mas, ao virem lhe encontrar na rua, morressem todos num acidente de carro. Desesperado tentando telefonar para saber informações sobre eles, não conseguisse porque ao tentar dar um telefonema, você foi fosse impedido de entrar em um prédio público? Além de ficar revoltado, o que faria? Pois saiba que essa história tem um presente feliz... Então, querido leitor e leitora, há esperança.


Leia o relato de Robson Mendonça, ex-agropecuarista de Alegrete (RS) publicado na Revista Época (CZECH, 2004, p. 1):

Eu era agropecuarista em Alegrete (RS) e, há dez anos, decidi vender tudo e vir para São Paulo. Logo que cheguei, fui assaltado. Sem dinheiro ou documentos, virei morador de rua. Minha mulher e filhos vieram pouco depois, mas morreram num acidente de carro. Por causa da emergência, pedi para dar um telefonema num prédio público e fui proibido de entrar. Fiquei revoltado, juntei um pessoal de albergues e formamos um grupo para lutar pelos nossos direitos. Surgiu o Movimento Estadual da População em Situação de Rua, que ajuda a encaminhar os sem-teto a cursos e empregos. Só em 2011 tiramos 242 pessoas da rua.


Robson Mendonça
Robson Mendonça descobriu algumas verdades que pessoas em melhores situações não se dão conta:

1a. Lição preciosa: O valor do investimento em sabedoria

No meio da adversidade, procurando uma saída, ele encontrou o conhecimento como aliado dos que nada possuem de material, nem um teto sobre a cabeça ou comida para suas necessidades diárias:

Descobri que não conseguiria nada sem estudo. Tentava pegar livros em bibliotecas, mas não podia, porque não tinha comprovante de residência. Decidi que um dia criaria uma biblioteca itinerante que não exigisse nenhum cadastro. Quando conheci o Lincoln Paiva, presidente do Instituto Mobilidade Verde, enviei o projeto e eles viabilizaram a “bicicloteca”. Levo até 200 quilos de livros pelo Centro todos os dias, quase 300 obras! Temos cerca de 18 mil livros para ser emprestados e 90% dos leitores são moradores de rua. (CZECH, 2011, p. 1)

Esse abençoado, em meio ao seu sofrimento, descobriu o que todo pai quer que seu filho adolescente em escola particular entenda, e o que a Bíblia diz a três mil anos:  


13 Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; 14  porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. 15  Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela. (Provérbios 3:13-15).

As bases de um investimento fundamental

Mas, ainda que o conhecimento seja muito precioso, é o fato de ele levar à sabedoria que o tornará realmente precioso. A sabedoria é preciosa pois é a aplicação do conhecimento para a solução dos problemas. Entretanto, a sabedoria de Deus possui uma base e características especiais que valem à pena serem conhecidas. Porque não basta resolver os problemas, é preciso que os frutos dessa solução sejam bons, pois a sabedoria se reconhece pelos seus frutos (Mateus 11:19): Observe quais são as características da sabedoria de Deus: "A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento." (Tiago 3:17). Por isso, precisamos buscar um tipo de conhecimento que nos leve a ações em concordância com esses princípios de sabedoria, pois de conhecimento e informação, o mundo está abarrotado: "Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras." (Tiago 3:13).

 

sábado, 29 de junho de 2013

Quanto pesa uma palavra?



Moisés foi um homem bem sucedido nos empreendimentos que Deus lhe concedeu fazer, mas teve que vencer um grande obstáculo. Observe o que ele conversou com Deus quando foi chamado:
Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua. Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar. (Êxodo 4:10-12)

Você pode chamar de incredulidade, de covardia, de alguma outra coisa, mas havia algo que deixava Moisés inseguro para realizar a sua missão. Ele tinha dificuldade de articular as palavras (não era eloquente) assim como tinha dificuldade de escolhê-las de forma mais adequada às situações (era pesado de boca e de língua). Você pode pensar que isso era algo simples, mas não era. Observe que quando Deus chamou Moisés ele era um ex-príncipe e general, que tornou-se um assassino fugitivo e que havia se disfarçado como pastor durante quarenta anos no deserto. Toda a sua derrota deu-se por causa da sua inabilidade para se comunicar e resolver uma situação com argumentos. A bíblia relata o problema assim:
Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia. Saiu no dia seguinte, e eis que dois hebreus estavam brigando; e disse ao culpado: Por que espancas o teu próximo? O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram. Informado desse caso, procurou Faraó matar a Moisés; porém Moisés fugiu da presença de Faraó e se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço. (Êxodo 2:11-15)

Observe que Moisés tinha uma motivação justa, que era resolver o problema da aflição sobre o povo hebreu. Ele estava indignado com a injustiça de faraó, ainda que fosse seu avô adotivo e lhe desse tudo o que tinha. Mas, ele resolveu uma questão altamente complexa com o uso de força direta sobre um ponto específico e não foi feliz. Ele só viu a ponta do iceberg: uma briga entre um judeu e um egípcio), mas ele estava na realidade lidando com uma sociedade opressora, escravagista, cruel, sustentada economicamente no motor da exploração da escravidão de três milhões de judeus.
Como Moisés não lidou com raiz do problema, os próprios hebreus não deram legitimidade a ele. Ele não tinha autoridade nem estava em posição de condenar à morte os inimigos dos hebreus. Imagine que falta de habilidade argumentativa essa: sua primeira discussão e ele resolve com um assassinato. Não era para menos que ele se achava “pesado de boca e de língua”. Moisés só conhecia o argumento de faraó e errou ao usá-lo contra faraó e seu reino em uma questão particular. Ele tinha uma visão errada do problema e da solução e, além disso, tinha poucos instrumentos intelectuais para resolver a questão. Deus precisava aquietá-lo e ensiná-lo. Seu treinamento levou 40 anos como pastor no deserto.
Imagine que para vencer essa língua pesada foram necessários 40 anos de pastoreio. Deus trocou a truculência pelo cuidado e o risco da guarda. No pastoreio, Moisés não tinha muito com quem conversar. Enfrentou muitos momentos de solidão no deserto, vigiando e guardando, alimentando e guiando as ovelhas, que substituíram os treinamentos militares que recebera e as festas da corte de faraó. Moisés achou que suas habilidades de trato social tinham atrofiado, mas, na realidade, tinham sido reorientadas.

É preciso perder para ganhar



quinta-feira, 27 de junho de 2013

A solidez da coragem de ser diferente




Uma estória chamou-me a atenção hoje e serve para nos ajudar a compreender a importância da “solidez” à qual me refiro no título:...

Mesmo sem jeans rasgados, sua figura aos dez anos de idade era desleixada. Nenhum dos seus colegas da quinta série conhecia alguém mais mal vestido e sem educação do que Marco. Era seu quinto dia de escola numa tradicional cidade de famílias ricas da Nova Inglaterra. Os pais de Marco eram imigrantes que trabalhavam na colheita de frutas e os colegas o olhavam com desconfiança. Apesar de cochicharem e rirem de suas roupas, ele parecia não notar.
Então veio a hora do recreio e do beisebol. Marco fez o primeiro ponto, o que lhe valeu um pouco de respeito por parte dos críticos dos seus trajes. O próximo a rebater era Richard, o menos atlético e mais obeso da turma. Depois da segunda tentativa frustrada de Richard (recebida com reclamações da torcida), Marco cochichou em seu ouvido:
– Esquece eles, garoto. Vai lá e bate.
Richard bateu e acertou. Nesse preciso momento, alguma coisa mudou na atitude da classe. Nos meses seguintes, Marco ensinou muitas coisas aos colegas. Coisas como saber se uma fruta estava madura, como chamar o peru selvagem e, principalmente, como tratar as pessoas.
Quando os pais de Marco terminaram seu trabalho naquela região, a classe já estava em clima de Natal. Enquanto os outros alunos traziam echarpes finas, perfumes e sabonetes, Marco chegou à mesa da professora com um presente especial. Era uma pedra, que ele entregou, dizendo:
– Dei um polimento especial.
Anos mais tarde, a professora ainda conservava a pedra de Marco em sua mesa. No começo de cada ano letivo, ela contava à nova classe a história do garoto que ensinou a ela e aos colegas a não julgar o conteúdo pela aparência.

“Esquecer” algumas coisas e pessoas, às vezes, é o mais importante e a solução mais eficaz, mas nem por isso é fácil. “Esquecer” a falta de aprovação de alguém relevante ou de todo um grupo; “esquecer” que sua roupa não está na última moda; “esquecer” a sua origem social; “esquecer” o tamanho do desafio. Pessoas com esse tipo de problema de memória têm mudado o mundo para melhor há muito tempo.

Na realidade, são as pessoas que se firmam em algo mais sólido do que as aparências e convenções, que têm conquistado o impossível. Essas pessoas têm mantido um:

moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez; [uma] firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil; [...] [uma] qualidade de quem tem grandeza de alma, nobreza de caráter, hombridade; [...] [uma] determinação no desempenho de uma atividade necessária; [...] [e um] zelo, perseverança, tenacidade. (MARINHO, 2009).

Isto é, essas pessoas têm desenvolvido a sua coragem. São essas pessoas que vão usufruir do versículo abaixo:

10  No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. 11  Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. 12  Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13  Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. (Efésios 6:10-13)

Esses versículos mostram que precisamos seguir uma sequência de passos até ficarmos firmes. Na realidade, este trecho aponta um ciclo que se renova e repete a cada nova circunstância desafiadora:

1º. Fortalecer-se no Senhor e na força do poder dEle;
2º. Revestir-se de toda a armadura de Deus com um fim específico;
3º. Não lutar contra a carne e sangue;
4º. Lutar contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais;
5º. Resistir no dia mau, tomando toda a armadura de Deus;
6º. Fazer tudo o que há para fazer; e
7º. Ficar firmes.

É porque estamos fortes na força do Senhor e não na nossa, que podemos nos revestir da armadura de Deus. Ela nos dá condição de nos posicionarmos. Posicionados, não seremos desviados dos verdadeiros inimigos. Então, avançaremos contra o que realmente é mau. Não é uma luta em que conquistaremos, mas é uma luta em que implantaremos o que já está conquistado por Cristo. É uma luta de resistência contra o mau, onde as armas são sobrenaturais, dadas por Deus. Exige-se diligência para terminar toda a tarefa de conquistar e ainda manter o que foi conquistado sob vigilância constante.

Vamos tratar um pouco de cada um destes pontos do desenvolvimento da coragem e da conquista da vitória de Deus nas nossas vidas nessa postagem de hoje. Siga-me, então,...




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