Diariamente estamos diante de muitos desafios. Temos que
lidar com outras pessoas para nos aproximarmos dos nossos objetivos. José teve
que falar com o faraó para conseguir libertação de sua prisão, Moisés precisou falar com faraó e com o povo
para conseguir o êxodo judaico do Egito, Ester teve que falar com o rei para
conseguir liberação para seu povo, Daniel precisou falar com o chefe dos
eunucos da casa real para conseguir liberação de sua dieta e assim sucessivamente.
Saber colocar-se e influenciar uma comunicação positivamente é fundamental.
Observe esta estória...
Da Europa em guerra, conta-se
que uma família foi forçada a sair de sua casa quando tropas inimigas invadiram
a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua
única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.
Se
conseguissem êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo.
A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e
planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil
travessia. O problema era o avô.
Com
muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura.
-
"Deixem-me", falou ele. "Serei um empecilho para o êxito de
vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um
homem velho como eu."
Entretanto,
os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não
fosse, eles também ali permaneceriam.
Vencido
pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de
montanhas. A caminhada era feita em silêncio.
Todo
esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de
apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria
carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.
Depois
de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender
a cabeça e quase em desespero, suplicou:
-
"Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos."
-
"De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir",
falou com entusiasmo o filho.
-
"Não", insistiu o avô, "deixem-me aqui."
O
filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:
-
"Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê."
O
homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê
enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos. O garoto era tão
magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o
pesado fardo. O avô se levantou.
-
"Claro", falou, "é a minha vez. Passem-me o bebê."
Ajeitou
a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força
renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em
que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele.
-
"Vamos", disse, com determinação. "Já estou bem. Só precisava
descansar um pouco. Vamos andando." O grupo prosseguiu, com o avô
carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a
salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo.
Inclusive o avô.
O amor é o argumento mais forte de todos porque responde no
fundo do coração de quem ouve. O amor não coage, mas constrange. Impulsiona sem
forçar, mas dando força. O amor nos esvazia do egoísmo e do interesse próprio,
que nos levam a intermináveis disputas sem sentido.
O amor busca a verdade, que valida e dá poder e razão aos
argumentos. A verdade de que o avô da história que utilizamos como ilustração era
necessário a todas as gerações futuras, que ele tinha um papel na família e que
era necessário foi um argumento mais forte do que simplesmente a conservação da
própria vida do velho senhor.
Quem quer influenciar outra pessoa argumentando tem duas
possibilidades de interesse: pode desejar um resultado, uma ação ou uma
palavra; ou pode desejar uma compreensão e uma mudança interior. Jesus não
procurava aparência, procurava corações transformados. Observe que duas pessoas
podem ir ao templo por duas razões completamente diferentes e Deus conhecerá a
intenção de seus corações:
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um,
fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si
mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas
vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em
pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito,
dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu
justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será
humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lucas 18:10-14)
Observe que ambos argumentavam com Deus sobre seu
relacionamento com Ele. Ambos foram sinceros (nenhum dos dois achava que sua
forma de aproximar-se estava errada). Mas um deles levava o argumento que move
o coração de Deus, o amor a Ele. Diante do Senhor, não importa apenas o que
fazemos, mas porque fazemos e o que queremos fazer. Qual os argumentos válidos?
Os que carregam o amor a Deus.
Debates ou discussões?
É impossível que todos nós possamos ter opiniões iguais o
tempo todo. Porque até a bíblia é interpretada por nossas vidas e vivências
acumuladas, interesses e recursos individuais. Só conhecemos em parte. Mas,
Deus nos dá um norte, um centro na revelação do seu Espírito e, enquanto a
revelação não se esclarece, no Amor.
Há uma diferença entre debater um tema e ter uma
discussão sobre um assunto. Tudo dependerá de quanto queremos realmente receber
instrução de Deus e estamos dispostos a abrir mão de nosso querer e da nossa
sabedoria cultural humana para alcançar a revelação do Senhor. A bíblia diz que
Deus não nos ensina “[...] em palavras ensinadas pela
sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais
com espirituais.” (1 Coríntios 2:13). Mas também que há um tipo de pessoa que é capaz de discernir as coisas
de Deus e outro que não.
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo
não é julgado por ninguém. (1 Coríntios 2:14-15)
A discussão é característica da carne: “Ora, as obras
da carne são conhecidas e são: [...] inimizades, porfias, ciúmes, iras,
discórdias, dissensões, facções,” (Gálatas 5:19-20). Observe que
inimizades, falar insistentemente (porfia), irar-se, discórdia, dissensões,
partidarismos são todos obras da carne. Significa que não haverá nunca
entendimento se a disposição das pessoas for esta. Se as pessoas não estão
comprometidas com a paz, alegria e justiça antes de que com seus próprios
interesses e vontades, não haverá consenso e nem decisão pacífica do caso.
Há pontos de discordância que são suportáveis. Já outros pontos
podem se tornar ameaças aos princípios que conhecemos. É preciso saber
colocar-se frente às escolhas de outras pessoas com a firmeza e a doçura de
Cristo. Utilizar uma cor ou outra pode ficar mais elegante, mas romper com os
fundamentos bíblicos já exige uma outra posição, que também não pode ser
descuidada ou desrespeitosa.
Você optou por viver uma vida sobre os valores cristãos, aleluia!
Ninguém é obrigado a viver como você, pois o Espírito de Deus trabalha com o
convencimento e não com a coerção ou persuasão. Mas ninguém pode lhe obrigar a ou
exigir que você viva fora desses padrões. É preciso respeitar e se fazer
respeitar. Precisamos estar convencidos pela Palavra, para que saibamos estar “[...] sempre
preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há
em vós,” (1 Pedro 3:15).
Persuadir e convencer
O Espírito convence: “quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o
mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da
justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado.” (João 16:8-11). Uma criança pode
ser impedida de colocar o dedo na tomada, mas se crescer sem ser convencida do
perigo, assim que tiver oportunidade o colocará lá quando não tiver alguém
vigiando.
Enquanto somos crianças ou imaturos na fé, carnais, podemos
ser limitados pelos medos e regras à vista dos demais, mas o que realmente
confia no Senhor, nasceu de novo e confia no Pai, sabe que seus mandamentos são
vida e os segue porque crê que são o melhor caminho porque é onde o Pai estabeleceu
a bênção.
Se você está numa posição de liderança, cuide para que seus
liderados ajam por convencimento e não por persuasão, senão você vai ter
problemas quando virar as costas. Perceba a diferença entre pessoas que possuem
os princípios dentro delas e as pessoas que apenas fazem o que é dito por medo
da sanção. Enquanto uma pessoa não tem os princípios dentro do coração não está
pronto para usufruir de muitas coisas. Observe Paulo explicando esse princípio
de maturação aos gálatas:
Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor,
em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores
e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando
éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo,
porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a
adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o
Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não és escravo,
porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus. (Gálatas 4:1-7)
Nós temos acesso à plenitude da filiação divina. O nosso
acesso a Deus é como filhos. Filhos obedecem ao Pai porque o amam e confiam na
sua bondade, sabedoria e poder. Enquanto não conseguem compreender esse
relacionamento, são tratados como quem precisa de limites externos. Você não
confia determinadas tarefas a crianças, não espera que elas obedeçam quando
você não supervisiona, não espera da criança o que espera de um adulto. O
adulto deveria ter internalizado os princípios do que é certo e errado, do que
é necessário, etc. Se você não estiver convencido, vai estar sendo limitado
como uma criança até que se convença e passe a viver como um adulto. A
responsabilidade precede a liberdade.
A pessoa que fala
Cada pessoa que fala tem seu peso no discurso para quem
ouve. Imagine que seu professor chama seu nome completo... Ele está fazendo a
chamada. Se sua mãe chamar seu nome completo... É melhor correr e toda a sua
vida passará diante de seus olhos rsrsrs.
É uma habilidade de uma ovelha conhecer a voz do seu pastor.
Observe:
Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta
no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador.
Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o
porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias
ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem,
vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; (João 10:1-4)
A ovelha tem um relacionamento com o Pastor. Ela não confia
nele ou o assume como seu pastor automaticamente. Ela o assume como seu Pastor
por causa do cuidado que ele tem com elas. Nós precisamos aprender a distinguir quem
cuida de nós e quem quer no prato do jantar. Não é possível que você seja amigo
de uma pessoa por trinta anos, tenha dividido muitas vitórias e lutas com a
pessoa e, de repente, essa pessoa perca todo o valor para você. É preciso
considerar os fatos, além das palavras, principalmente quando alguém quiser
separar você daquilo ou de quem sempre lhe fez bem. Julgue segundo a reta
justiça. Julgue pela Palavra.
O que a pessoa fala
Tudo o que dizemos, dizemos para alguém. Jesus considerava
a capacidade de cada pessoa compreender sua mensagem: “E com muitas parábolas semelhantes
lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes.” (Marcos
4:33). Observe que Jesus sempre era respeitado quando falava. Ele
discutia com os doutores da lei, pregava às prostitutas, aos publicanos, nunca
tiveram condições de refutar seus argumentos. Isso irritava bastante os
fariseus. Porque a verdade é irrefutável. Não se pode contestar. Contra fatos
não há argumentos. Mesmo não sendo visível, a Palavra de Deus é firme como uma
Rocha.
Entretanto, o desinteresse em dobrar-se ao senhorio de
Cristo fechava os ouvidos de muitos. Todos os que achavam mais importante
permanecer como estavam e com o que tinham através daquilo que era contrário à
Palavra, se voltaram contra Jesus. Não será diferente conosco, mas a Palavra
promete que “assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis
de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir,
nem contradizer todos quantos se vos opuserem.” (Lucas 21:14-15). Não se
preocupe, Jesus vai lhe dar argumentos como os que Ele usou para calar a
multidão que queria apedrejar a mulher adúltera, para responder aos fariseus, a
Pilatos, aos pequeninos, à mulher que vivia em pecado e lavou seus pés com
lágrimas. A bíblia diz que ele “ [...] me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer
boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido
para que eu ouça como os eruditos.” (Isaías 50:4).
Como ouvimos
Nós corremos dois riscos ao ouvir alguém: não dar ouvidos
ao que deve receber atenção; e dar ouvidos ao que não a merece. Não devemos fechar
os ouvidos e nem escancará-los, a solução é colocar um filtro da boa vontade
atenta. As pessoas às vezes enganam a si mesmas. Mas não há nada melhor do que
perceber resultados das ações. O que é bom gera bons retornos. O que não gera a
vontade de Deus, o que gera pecado, não é uma boa semente.
Observe bem para não ser enganado com o engano com que o
outro se engana ou com o que todos se enganam. Observe as ações. O princípio “quem é fiel no
pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no
muito.” (Lucas 16:10). E também o “amados, não deis crédito a qualquer espírito;
antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas
têm saído pelo mundo fora.” (1 João 4:1).
Por exemplo, não é porque uma pessoa é simpática e gentil
que ela é boa ou sincera. Não é porque uma pessoa é mau humorada ou ríspida que
ela é má ou indisposta para ajudar. Popularidade e carisma não significam nada,
atitudes, isso sim. Hittler era um líder extremamente carismático, assim como
Martin Luther King. Ambos arrebatavam multidões. Mas a diferença estava no
resultado das suas influências. Eu conheço uma pessoa altamente simpática e
carismática que impediu uma pessoa de ir a uma consulta marcada há dois meses
num médico do SUS, enquanto passava mal com pressão alta por algo que poderia
ser feito no dia seguinte.
Você poderia pensar que foi erro de gestão, não é, pois
ela é simpática e gentil com quem está no mesmo nível dela e acima. Mas, a
mesma pessoa perseguiu alguém que era sua amiga assim que assumiu uma posição
de gerência. Isso não é bondade ou gentileza é maldade sem oportunidade. Quando
a oportunidade aparece, a maldade a acompanha. Cuidado com pessoas que têm dois
tipos de tratamentos de justiça. Elas não estão convencidas da justiça elas
estão persuadidas dos riscos de tentar injustiçar. Assim que tiverem uma chance
irão mostrar sua verdadeira natureza.
A justiça é uma valor consistente e persistente se está
realmente dentro do coração e não uma obrigação. Da mesma forma a bondade é um
compromisso e não uma falta de oportunidade de fazer o mal ou tirar proveito.
Se você quer conhecer alguém, observe as coisas pequenas e simples. É nelas e
através da continuidade que a pessoa mostrará de que é feito.
Assim, precisamos nos fundamentar no amor para podermos
falar e ouvir de forma a que todos possam ser bênçãos e abençoados. Seguiremos
o conselho de Jesus: “Eis que eu vos envio como ovelhas
para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices
como as pombas.” (Mateus 10:16).
Assim como Paulo explicou depois: “Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por
isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e
símplices para o mal.” (Romanos 16:19). E lembre-se, nenhum mal se
justifica, mas todo bem se recompensa em si mesmo e em Deus.
Você pode orar
assim:
Querido Deus, hábil para me
comunicar, que eu fale a Palavra certa, na hora certa, para trazer a paz, a
alegria e a justiça. Faz-me prudente como a serpente e simples como as pombas,
eu te peço em nome de Jesus.
Pastora, gostaria de saber como adiquirir todas as revistas publicadas c/as msg semanais. E aproveitando, quero parabenizá-la por este blog, que tem sido uma ferramenta em meus estudos da palavra. Desde já, muito agradecida.
ResponderExcluirSabrina.
Você pode solicitar os números que deseja pelo e-mail blopra.anavirgínia@gmail.com. Cada número custa R$ 2,00 e acrescenta-se o frete. Então, para envio ou orçamento preciso do seu endereço completo.
ExcluirFeliz que esteja sendo abençoada, Glória a Deus!