quinta-feira, 21 de março de 2013

Batendo nas portas certas




Diariamente estamos diante de muitos desafios. Temos que lidar com outras pessoas para nos aproximarmos dos nossos objetivos. José teve que falar com o faraó para conseguir libertação de sua  prisão,  Moisés precisou falar com faraó e com o povo para conseguir o êxodo judaico do Egito, Ester teve que falar com o rei para conseguir liberação para seu povo, Daniel precisou falar com o chefe dos eunucos da casa real para conseguir liberação de sua dieta e assim sucessivamente. Saber colocar-se e influenciar uma comunicação positivamente é fundamental.

Observe esta estória...
Da Europa em guerra, conta-se que uma família foi forçada a sair de sua casa quando tropas inimigas invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.
Se conseguissem êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia. O problema era o avô.
Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura.
- "Deixem-me", falou ele. "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu."
Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam.
Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas. A caminhada era feita em silêncio.
Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.
Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou:
- "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos."
- "De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir", falou com entusiasmo o filho.
- "Não", insistiu o avô, "deixem-me aqui."
O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:
- "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê."
O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo. O avô se levantou.
- "Claro", falou, "é a minha vez. Passem-me o bebê."
Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele.
- "Vamos", disse, com determinação. "Já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando." O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.

O amor é o argumento mais forte de todos porque responde no fundo do coração de quem ouve. O amor não coage, mas constrange. Impulsiona sem forçar, mas dando força. O amor nos esvazia do egoísmo e do interesse próprio, que nos levam a intermináveis disputas sem sentido.

O amor busca a verdade, que valida e dá poder e razão aos argumentos. A verdade de que o avô da história que utilizamos como ilustração era necessário a todas as gerações futuras, que ele tinha um papel na família e que era necessário foi um argumento mais forte do que simplesmente a conservação da própria vida do velho senhor.

Quem quer influenciar outra pessoa argumentando tem duas possibilidades de interesse: pode desejar um resultado, uma ação ou uma palavra; ou pode desejar uma compreensão e uma mudança interior. Jesus não procurava aparência, procurava corações transformados. Observe que duas pessoas podem ir ao templo por duas razões completamente diferentes e Deus conhecerá a intenção de seus corações:

Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lucas 18:10-14)

Observe que ambos argumentavam com Deus sobre seu relacionamento com Ele. Ambos foram sinceros (nenhum dos dois achava que sua forma de aproximar-se estava errada). Mas um deles levava o argumento que move o coração de Deus, o amor a Ele. Diante do Senhor, não importa apenas o que fazemos, mas porque fazemos e o que queremos fazer. Qual os argumentos válidos? Os que carregam o amor a Deus.

Debates ou discussões?



É impossível que todos nós possamos ter opiniões iguais o tempo todo. Porque até a bíblia é interpretada por nossas vidas e vivências acumuladas, interesses e recursos individuais. Só conhecemos em parte. Mas, Deus nos dá um norte, um centro na revelação do seu Espírito e, enquanto a revelação não se esclarece, no Amor.

Há uma diferença entre debater um tema e ter uma discussão sobre um assunto. Tudo dependerá de quanto queremos realmente receber instrução de Deus e estamos dispostos a abrir mão de nosso querer e da nossa sabedoria cultural humana para alcançar a revelação do Senhor. A bíblia diz que Deus não nos ensina “[...] em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.” (1 Coríntios 2:13). Mas também que há um tipo de pessoa que é capaz de discernir as coisas de Deus e outro que não.

Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. (1 Coríntios 2:14-15)

A discussão é característica da carne: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: [...] inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,” (Gálatas 5:19-20). Observe que inimizades, falar insistentemente (porfia), irar-se, discórdia, dissensões, partidarismos são todos obras da carne. Significa que não haverá nunca entendimento se a disposição das pessoas for esta. Se as pessoas não estão comprometidas com a paz, alegria e justiça antes de que com seus próprios interesses e vontades, não haverá consenso e nem decisão pacífica do caso.

Há pontos de discordância que são suportáveis. Já outros pontos podem se tornar ameaças aos princípios que conhecemos. É preciso saber colocar-se frente às escolhas de outras pessoas com a firmeza e a doçura de Cristo. Utilizar uma cor ou outra pode ficar mais elegante, mas romper com os fundamentos bíblicos já exige uma outra posição, que também não pode ser descuidada ou desrespeitosa.

Você optou por viver uma vida sobre os valores cristãos, aleluia! Ninguém é obrigado a viver como você, pois o Espírito de Deus trabalha com o convencimento e não com a coerção ou persuasão. Mas ninguém pode lhe obrigar a ou exigir que você viva fora desses padrões. É preciso respeitar e se fazer respeitar. Precisamos estar convencidos pela Palavra, para que saibamos estar “[...] sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,” (1 Pedro 3:15).


Persuadir e convencer


O Espírito convence: “quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.” (João 16:8-11). Uma criança pode ser impedida de colocar o dedo na tomada, mas se crescer sem ser convencida do perigo, assim que tiver oportunidade o colocará lá quando não tiver alguém vigiando.

Enquanto somos crianças ou imaturos na fé, carnais, podemos ser limitados pelos medos e regras à vista dos demais, mas o que realmente confia no Senhor, nasceu de novo e confia no Pai, sabe que seus mandamentos são vida e os segue porque crê que são o melhor caminho porque é onde o Pai estabeleceu a bênção.

Se você está numa posição de liderança, cuide para que seus liderados ajam por convencimento e não por persuasão, senão você vai ter problemas quando virar as costas. Perceba a diferença entre pessoas que possuem os princípios dentro delas e as pessoas que apenas fazem o que é dito por medo da sanção. Enquanto uma pessoa não tem os princípios dentro do coração não está pronto para usufruir de muitas coisas. Observe Paulo explicando esse princípio de maturação aos gálatas:

Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus. (Gálatas 4:1-7)

Nós temos acesso à plenitude da filiação divina. O nosso acesso a Deus é como filhos. Filhos obedecem ao Pai porque o amam e confiam na sua bondade, sabedoria e poder. Enquanto não conseguem compreender esse relacionamento, são tratados como quem precisa de limites externos. Você não confia determinadas tarefas a crianças, não espera que elas obedeçam quando você não supervisiona, não espera da criança o que espera de um adulto. O adulto deveria ter internalizado os princípios do que é certo e errado, do que é necessário, etc. Se você não estiver convencido, vai estar sendo limitado como uma criança até que se convença e passe a viver como um adulto. A responsabilidade precede a liberdade.

A pessoa que fala


Cada pessoa que fala tem seu peso no discurso para quem ouve. Imagine que seu professor chama seu nome completo... Ele está fazendo a chamada. Se sua mãe chamar seu nome completo... É melhor correr e toda a sua vida passará diante de seus olhos rsrsrs.

É uma habilidade de uma ovelha conhecer a voz do seu pastor. Observe:

Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; (João 10:1-4)

A ovelha tem um relacionamento com o Pastor. Ela não confia nele ou o assume como seu pastor automaticamente. Ela o assume como seu Pastor por causa do cuidado que ele tem com elas.  Nós precisamos aprender a distinguir quem cuida de nós e quem quer no prato do jantar. Não é possível que você seja amigo de uma pessoa por trinta anos, tenha dividido muitas vitórias e lutas com a pessoa e, de repente, essa pessoa perca todo o valor para você. É preciso considerar os fatos, além das palavras, principalmente quando alguém quiser separar você daquilo ou de quem sempre lhe fez bem. Julgue segundo a reta justiça. Julgue pela Palavra.


O que a pessoa fala


Tudo o que dizemos, dizemos para alguém. Jesus considerava a capacidade de cada pessoa compreender sua mensagem: “E com muitas parábolas semelhantes lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes.” (Marcos 4:33). Observe que Jesus sempre era respeitado quando falava. Ele discutia com os doutores da lei, pregava às prostitutas, aos publicanos, nunca tiveram condições de refutar seus argumentos. Isso irritava bastante os fariseus. Porque a verdade é irrefutável. Não se pode contestar. Contra fatos não há argumentos. Mesmo não sendo visível, a Palavra de Deus é firme como uma Rocha.

Entretanto, o desinteresse em dobrar-se ao senhorio de Cristo fechava os ouvidos de muitos. Todos os que achavam mais importante permanecer como estavam e com o que tinham através daquilo que era contrário à Palavra, se voltaram contra Jesus. Não será diferente conosco, mas a Palavra promete que “assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem.” (Lucas 21:14-15). Não se preocupe, Jesus vai lhe dar argumentos como os que Ele usou para calar a multidão que queria apedrejar a mulher adúltera, para responder aos fariseus, a Pilatos, aos pequeninos, à mulher que vivia em pecado e lavou seus pés com lágrimas. A bíblia diz que ele “ [...] me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os eruditos.” (Isaías 50:4).

Como ouvimos


Nós corremos dois riscos ao ouvir alguém: não dar ouvidos ao que deve receber atenção; e dar ouvidos ao que não a merece. Não devemos fechar os ouvidos e nem escancará-los, a solução é colocar um filtro da boa vontade atenta. As pessoas às vezes enganam a si mesmas. Mas não há nada melhor do que perceber resultados das ações. O que é bom gera bons retornos. O que não gera a vontade de Deus, o que gera pecado, não é uma boa semente.

Observe bem para não ser enganado com o engano com que o outro se engana ou com o que todos se enganam. Observe as ações. O princípio “quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.” (Lucas 16:10). E também o “amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.” (1 João 4:1).

Por exemplo, não é porque uma pessoa é simpática e gentil que ela é boa ou sincera. Não é porque uma pessoa é mau humorada ou ríspida que ela é má ou indisposta para ajudar. Popularidade e carisma não significam nada, atitudes, isso sim. Hittler era um líder extremamente carismático, assim como Martin Luther King. Ambos arrebatavam multidões. Mas a diferença estava no resultado das suas influências. Eu conheço uma pessoa altamente simpática e carismática que impediu uma pessoa de ir a uma consulta marcada há dois meses num médico do SUS, enquanto passava mal com pressão alta por algo que poderia ser feito no dia seguinte.

Você poderia pensar que foi erro de gestão, não é, pois ela é simpática e gentil com quem está no mesmo nível dela e acima. Mas, a mesma pessoa perseguiu alguém que era sua amiga assim que assumiu uma posição de gerência. Isso não é bondade ou gentileza é maldade sem oportunidade. Quando a oportunidade aparece, a maldade a acompanha. Cuidado com pessoas que têm dois tipos de tratamentos de justiça. Elas não estão convencidas da justiça elas estão persuadidas dos riscos de tentar injustiçar. Assim que tiverem uma chance irão mostrar sua verdadeira natureza.

A justiça é uma valor consistente e persistente se está realmente dentro do coração e não uma obrigação. Da mesma forma a bondade é um compromisso e não uma falta de oportunidade de fazer o mal ou tirar proveito. Se você quer conhecer alguém, observe as coisas pequenas e simples. É nelas e através da continuidade que a pessoa mostrará de que é feito.

Assim, precisamos nos fundamentar no amor para podermos falar e ouvir de forma a que todos possam ser bênçãos e abençoados. Seguiremos o conselho de Jesus: “Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.” (Mateus 10:16). Assim como Paulo explicou depois: “Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal.” (Romanos 16:19). E lembre-se, nenhum mal se justifica, mas todo bem se recompensa em si mesmo e em Deus.

Você pode orar assim:

Querido Deus, hábil para me comunicar, que eu fale a Palavra certa, na hora certa, para trazer a paz, a alegria e a justiça. Faz-me prudente como a serpente e simples como as pombas, eu te peço em nome de Jesus.


2 comentários:

  1. Pastora, gostaria de saber como adiquirir todas as revistas publicadas c/as msg semanais. E aproveitando, quero parabenizá-la por este blog, que tem sido uma ferramenta em meus estudos da palavra. Desde já, muito agradecida.
    Sabrina.

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    1. Você pode solicitar os números que deseja pelo e-mail blopra.anavirgínia@gmail.com. Cada número custa R$ 2,00 e acrescenta-se o frete. Então, para envio ou orçamento preciso do seu endereço completo.

      Feliz que esteja sendo abençoada, Glória a Deus!

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