quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Leões são oportunidades



Vivemos numa sociedade de muitos automatismos, isto é, do imediatismo e da facilitação. Máquina de refrigerante: uma cédula, pedido atendido. É quase a versão do gênio de Aladim para matar a sede. Elevadores ao toque de um botão. Portas se abrem até sem tocar botões. O carro nos carrega a todo lugar. Sem ar-condicionado, nem pensar. As compras nos entregam em domicílio... Então, um dia, a vida mostra sua face real. Ela não é fácil, imediata ou automática. Não está em promoção no shopping com entrega em domicílio. Não vem nem com ar-condicionado de fábrica, muito menos com direção hidráulica. Cada dia tem o seu calor e cada manobra o seu peso direto. Então, como reagir às coisas que demandam tempo, perseverança, amor, que são de difícil acesso e não são automáticas, ou mais, as que não são compradas no shopping ou pela internet?... Estamos preparados para isso? 

Essa experiência narrada por Pierre Schurmann, membro da família Schurmann, que passou anos navegando em um veleiro pelo mundo, e que, hoje, é empresário, ilustra bem a reflexão que quero fazer sobre isso:

Outro dia, tive o privilégio de fazer algo que adoro: fui almoçar com um amigo, hoje, chegando perto de seus 70 anos. Gosto disso. São raras as chances que temos de escutar suas histórias e absorver um pouco de sabedoria das pessoas, que já passaram por grandes experiências nesta vida. 
Depois de um almoço longo, no qual falamos bem pouco de negócios, mas muito sobre a vida, ele me perguntou sobre meus negócios. Contei um pouco do que estava fazendo e, meio sem querer, disse a ele: 
-Pois é. Empresário, hoje, tem de matar um leão por dia. 
Sua resposta, rápida e afiada, foi: 
-Não mate seu leão. Você deveria mesmo era cuidar dele. 
Fiquei surpreso com a resposta e ele provavelmente deve ter notado minha surpresa, pois me disse: 
- Deixe-me lhe contar uma história que quero compartilhar com você. 
Segue, mais ou menos, o que consegui lembrar da conversa: 
- Existe um ditado popular antigo que diz que temos de "matar um leão por dia". E por muitos anos, eu acreditei nisso, e acordava todos os dias querendo encontrar o tal leão. A vida foi passando e muitas vezes me vi repetindo essa frase. Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já tinham crescido e precisava trabalhar um pouco menos, mas sempre me lembrava do tal leão. Afinal, quem não se preocupa, quando tem de matar um deles por dia? 
Pois bem. Cheguei aos meus 60 e decidi que era hora de meus filhos começarem a tocar a firma. Mas qual não foi minha surpresa ao ver que nenhum dos três estava preparado! A cada desafio que enfrentavam, parecia que iam desmoronar emocionalmente. Para minha tristeza, tive de voltar à frente dos negócios, até conseguir contratar alguém, que hoje é nosso diretor-geral. Este "fracasso" me fez pensar muito. O que fiz de errado no meu plano de sucessão? Hoje, do alto dos meus quase 70 anos, eu tenho uma suspeita: a culpa foi do leão. 
Novamente, eu fiz cara de surpreso. O que o leão tinha a ver com a história? Ele, olhando para o horizonte, como que tentando buscar um passado distante, me disse: 
- É. Pode ser que a culpa não seja cem por cento do leão, mas fica mais fácil justificar dessa forma. Porque, desde quando meus filhos eram pequenos, dei tudo para eles: Uma educação excelente, oportunidade de morar no exterior, estágio em empresas de amigos. Mas, ao dar tudo a eles, esqueci de dar um leão para cada, que era o mais importante. Meu jovem, eu aprendi que somos o resultado de nossos desafios. Com grandes desafios, nos tornamos grandes. Com pequenos desafios, nos tornamos pequenos. Aprendi que, quanto mais bravo o leão, mais gratos temos de ser. 
Por isso, aprendi não só a respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar dele. Que a metáfora é importante, mas errônea: não devemos matar um leão por dia, mas sim cuidar do nosso. Porque o dia em que o leão, em nossas vidas morre, começamos a morrer junto com ele.” 
Depois daquele dia, decidi aprender a amar o meu leão. E o que eram desafios se tornaram oportunidades para crescer, ser mais forte, e "me virar" nesta selva em que vivemos. A capacidade de luta que há em você, precisa de adversidades para revelar-se. 

A bíblia diz que “bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” (Tiago 1:12). Os leões fortaleceram grandes homens:

·         Sansão mostrou sua força e a transformou em sabedoria a partir do ataque de um leão (Juízes 14:5-20);
·        Davi encontrou forças para derrotar Golias, com 3,20m de altura, por ter enfrentado um leão (1 Samuel 17:34-38);
·         Daniel mostrou a glória de Deus ao enfrentar uma cova cheia de leões famintos (Daniel 6:16-27);
·         Benaia foi colocado entre os valentes de Davi por ter vencido um leão em meio à neve (2 Samuel 23:20);

Quem seriam esses homens sem os seus leões? Que histórias se contam daqueles que fugiram dos seus leões e dos que nunca os enfrentaram? Na realidade, o leão ensina ousadia: "o leão, o mais forte entre os animais, que não foge de nada;"  (Provérbios 30: 30); "os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão."  (Provérbios 28 : 1). E também ensinam respeito: "rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor DEUS, quem não profetizará?"  (Amós 3 : 8).


A base da ousadia


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Libere os sonhos de Deus para você! Remova a Pedra!




Nenhum milagre depende de nosso poder de solucionar os problemas, senão não seria necessário um milagre. Milagre vem do departamento de Deus, Ele é o chefe e os anjos são os funcionários encarregados. Mas, a expedição tem funcionários humanos, a logística vai depender de algumas condições fundamentais.

A medida dos milagres é uma coisa complicada, porque é óbvio que o maior milagre é aquele que você precisa e recebe. Só quem está de fora da necessidade do milagre é que pode comparar vários milagres. Multiplicar os pães, poderá ser comparável para os famintos, ressuscitar o filho da viúva para a mãe; ou curar o paralítico de nascença para o coxo curado? Certamente, cada um diria que o seu foi a maior manifestação do poder de Deus já visto. Estamos sempre presos aos limites de nossos olhos. Mas, um dos milagres de Cristo me fascina: A ressurreição de Lázaro.

Um morto de quatro dias, cheirando mal, sai do túmulo enrolado em faixas e é devolvido à família e à multidão de  amigos em plena luz do dia... Maravilhoso! Estupendo! Fantástico! O Deus que transforma o luto em alegria! A angústia em louvor e exaltação! Esse é meu Deus. Mas houve uma parte nessa história que veio da funcionária Marta, do setor de expedição de milagres. Quatro coisas ela precisou fazer para receber o seu milagre e a última, foi mandar tirar a pedra de uma tumba, onde, pela lógica, só haveria podridão e o fim de toda a esperança. Mas, contra a esperança humana, ela pôde receber a promessa de Jesus:

39  Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. 40  Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? 41  Tiraram, então, a pedra. [...] Lázaro, vem para fora! 44  Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir. (João 11:39-44).

Qual foi a parte de Marta nesse milagre? Será a nossa também...

Começa por chamar Jesus quando a situação está difícil e manter a esperança


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tirando as máscaras para ver a Deus





Nessas mais de duas décadas de ministério tenho visto pessoas evitando ser cristãs autênticas por muitas razões, todas com algum ganho. Todo desvio dos princípios de vida que Deus propõe têm um ganho para o que o mantém: o cigarro vicia, traz câncer e “n” problemas, mas dá prazer; a bebida desenfreada, da mesma forma; sempre termina na morte, o problema é que o caminho é longo o suficiente para entorpecer os caminhantes até que chega ao final, em um precipício, e o viajante, nesse ponto, geralmente não tem mais forças para voltar ou vem numa velocidade tão alta que não consegue parar. Com a mágoa, a raiva a ira e o ódio é da mesma forma.

Muitas vezes, esquecemos que o cristianismo só existe por causa do princípio do perdão. A missão de Jesus focava esse ponto: trazer o perdão dos pecados para que pudéssemos nos chegar a Deus. Esse texto é uma tentativa de colocar um cartaz na estrada e ver se conseguimos frear os motoristas, antes de caírem no penhasco, com o seguinte letreiro: “ATENÇÃO: ESTA PONTE ESTÁ QUEBRADA!!!”

O diabo é como um bom jogador de dama: ele arma a estratégia para nos deixar comer uma pedra, enquanto ele ganha o jogo, comendo várias peças e ainda fazendo a dama. Aqui estão pelo menos dez razões, que utilizamos para não perdoar e seus ganhos e prejuízos (o segundo sempre é o maior, mas geralmente é a longo prazo). Enumeramos dez formas de não perdoar que encontramos nos encontros no gabinete:

1. A rádio vítima: “Você sabe o que “Fulano” fez comigo?”      

Aqui,  não se perdoa porque, se você contar a mais uma pessoa, vai receber dó e atenção. Quando se tem disposição real de perdoar, não se repete o caso mais dez vezes a cem pessoas. Retira-se a força da mágoa pelo silêncio e oração. É assim que queremos que Deus nos perdoe.

Está no Pai Nosso ensinado por Jesus “perdoa-nos assim como temos perdoado nossos inimigos”. Mas, você pode obter um enorme suprimento de “Coitadinho(a)...”, “Como é que pode...”, “Hoje em dia, é assim...” e etc., que massagearão seu ego e lhe darão atenção, mas não trarão cura, forças ou comunhão com Deus.  

Jesus foi tentando a ter dó de si mesmo. Quando o Senhor anunciou o sofrimento da cruz, Pedro foi usado por Satanás e disse? "[...] Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens." (Mateus 16:32-33). Reaja da mesma forma e rejeite a auto-comiseração, em nome de Jesus ou ela o(a) destruirá.


2.   O(a) herói(heroína) da fé

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Andando na graça...




Deus está em todos os lugares. Seus princípios construíram o Universo e o regem. As suas leis são perfeitas, mas quantos têm temido essas leis como se houvessem sido criadas para nos fazer mal? Mas, a intenção de Deus em estabelecer princípios não é a de um tirano, um sádico ou de um cientista louco testando limites além da ética. A função da lei do Senhor é dar vida, manter o equilíbrio dos relacionamentos, fazer com que compreendamos e sejamos guiados pelos princípios de vida, que ela nos proporciona: “a lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.” (Salmos 19:7).

A Lei de Deus mostra o caminho da vida de Deus. Ela é perfeita e mostra o caminho do sucesso e da liberdade: “mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tiago 1:25).

Só que Lei não pode atender apenas um lado dos interesses envolvidos em cada caso e você mesmo, nem sempre estará sempre de um lado das questões legais. Vamos tomar o caso da pena de morte. Muitas pessoas são a favor da pena de morte. Mas, para haver uma justiça limpa, é preciso dizer que crime é punível com a morte, que recursos são cabíveis. O mais terrível criminoso pode não ter cometido o crime do qual é acusado, quando se pede a pena de morte; o mais terrível juiz pode atribuir pena de morte de forma indiscriminada; um executor da lei pode aplicar a pena de morte sem os devidos trâmites; uma pessoa pode ter provas contra ela forjadas e pagar com a vida algo que não fez. E todas essas alternativas podem ser verdadeiras. Lembre-se: você pode ser aquele que está no banco dos réus, ainda que não tenha feito nada, mas alguém pode acusá-lo injustamente e então, a lei terá que proteger a sua inocência também...

A morte é irrevogável, sem arrependimento, e o homem falho. Quando condenamos, pensamos que sempre vamos estar do lado que acusa, mas a lei que criamos para a morte pode se tornar na nossa morte também. Todas as leis de Deus encaminham para a guarda da vida pela graça e pela misericórdia, porque Ele é perfeito e onisciente.

Imagine o seguinte: Você acha que o assassino de uma pessoa muito querida deve morrer. Diante de Deus, você se tornou assassino porque desejou sua morte: “todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1 João 3:15). Isso não justifica o assassino e nem salva você. Só nos coloca a todos no mesmo patamar diante de Deus. Além disso, não existe diferença de pena para o pecado na Lei de Deus. O salário do pecado é a morte para qualquer pecado (Romanos 3:23). Tiago ainda explica mais dessa dinâmica legal que objetiva nos levar à misericórdia:

Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade. Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo. (Tiago 2:10-13)

Observe como é impossível estar quites com a lei exceto pelo gracioso perdão de Deus. Você pode fazer tudo certo, mas basta errar uma vez e está condenado. Deus nos mostra a nossa fragilidade através da dinâmica da sua lei. Você não se prostitui ou fornica, não bebe, mas amaldiçoa e odeia quem se prostitui ou bebe... a pena é a mesma. Você vai a todos os cultos e se acha superior aos que faltam... Você pecou pelo orgulho, a pena é a mesma. Qualquer pecado que você condene, condena a si mesmo, porque só Deus é perfeito o suficiente para julgar. E Ele enviou seu filho para resgatar ao invés de condenar.

Ninguém precisa de condenação, pois nós já nascemos na condenação. O mal que fazemos e que nos cerca nos atormenta e assusta. As suas consequências já devastam a nossa vida. Quando Deus fala ao pecador sofrido, fala de arrependimento, como ele falou à mulher adúltera: Vá e não peques mais. Mas, àquele que se põe no seu trono de Juiz, Deus fala com ira da sua hipocrisia, como falava aos fariseus: Hipócritas! Raça de víboras, acham que não vão receber a ira de Deus?!

A condenação só fortalece o mal, tanto quanto a crítica só fortalece os defeitos. A acusação é trabalho do diabo e será vencida para sempre por Jesus:

Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. (Apocalipse 12:10-11)

Você precisa escolher entre a postura da graça e a misericórdia e a da acusação porque esses dois grupos de princípios não coexistem, um anula o outro. E não somente anulam para o outro, anulam imediatamente para você. Se você quiser apagar a condenação de sobre a sua vida, apague também de sobre a vida do outro, se quiser a graça e a misericórdia, estenda-as sobre a vida dos que lhe cercam. Todos, inclusive você, já conhecem a morte e o pecado, faça uma coisa nova, escolha o caminho da vida e do bem e viva com integridade essa lei perfeita da liberdade do pecado que Deus oferece a toda a humanidade, inclusive a você. Deus nos faz o convite a andar no caminho da fé na graça concedida por Deus a todos os que quiserem ficar livres do pecado. Não adie seu retorno a Deus:

Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação. (Hebreus 3:14-15)

  Você pode orar assim:

Querido Deus, perdoa-me por dar glória a mim mesmo(a) do bem que faço. Perdoa-me por considerar-me capaz de ocupar a Tua cadeira de Juiz, quando não tenho misericórdia ou graça, ou nenhum dos prerrequesitos para isso. Ajuda-me a ter a humildade de reconhecer em ti todo o bem que puder fazer e a buscar em ti toda a restauração que precisa ser feita, em nome de Jesus.





sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Recebendo a graça transbordante





Há muito tempo atrás, eu li essa história a respeito de um grande evangelista, George Müller, ele trabalhava com órfãos. Dizia que ele chegou em casa com uma gaiola com dois passarinhos machucados. Quando lhe perguntaram o que significava aquilo, ele disse:

- Encontrei dois meninos na rua que os machucavam e riam. Então perguntei porque faziam aquilo. Eles responderam que era porque eles eram deles. Então, ofereci tudo o que tinha no bolso por esses dois passarinhos feridos e os trouxe, na esperança de cuidar deles e levar para algum lugar onde tenham saúde e liberdade.

Daí, alguém perguntou:

- Porque você gastou seu dinheiro nisso se eles não fazem a menor diferença na sua vida? Você tem muitas coisas importantes para se preocupar...

George Müller respondeu com a serenidade que um homem cheio do amor de Deus pode ter:

- Porque um dia eu não faria a menor diferença e Deus pagou com a vida seu filho para me salvar e eu não seria digno disso se me permitisse não ser instrumento da mesma graça.

Alguém já disse: “a grandiosidade de uma pessoa se vê em pequenos gestos.” A bíblia diz que “quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.” (Lucas 16:10). Se nós realmente vivemos o amor de Deus, sabemos que precisamos reagir a ele com a dignidade de nos tornarmos cheios de graça e de seu amor incondicional que merece tudo o que Ele deu vida, seja pessoa, seja animal. A crueldade é uma força que só muda de objeto, mas tem a mesma raiz, a falta de amor. Quem é cruel não é cruel somente com animais, apenas não tem poder ou liberação moral suficiente para ser cruel com pessoas. A pessoa que tem a graça de Deus é chamada a fazê-la transbordar, transformando os lugares por onde passa em testemunhos do poder vivificador e salvador da graça de Deus.

Você conhece a graça?


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ficar firme ou ser flexível?




Se há algo desafiador são as dores nossas de cada dia. Como ir adiante se estamos feridos? E se fomos traídos nas nossas expectativas? Se não podemos mais confiar em uma pessoa como antes? se promessas foram quebradas? Se alguém não é o que esperávamos ou não reagiu como esperávamos? Quando o bem esperado se transforma em mal recebido, precisamos nos recuperar rápido senão o nosso coração se fecha para amar. E sem amor a nossa vida perde o sentido.

Uma estória que ouvi há algum tempo sempre me vem à mente quando escuto sobre a capacidade de adaptar-se a tormentas na vida.

Conta-se que um velho pai recebeu o filho angustiado em casa com problemas no trabalho e casamento que o deixavam profundamente revoltado. A sua esposa estava decidida a fazer algumas coisas que ele não concordava e em seu trabalho, seu chefe tomava atitudes que ele sabia que iriam dar em problemas.
O velho pai escutou o filho pacientemente, com a paciência  da sabedoria e, no fim, disse:
- Meu filho, você sabe que houve uma tempestade terrível ontem?
O filho, quase que respondendo asperamente, como quem diz “e o que é que isso tem a ver?”, respondeu:
- Todo mundo viu a tempestade, pai.
O pai, então, disse:
- Venha comigo ver o que ela trouxe. – o filho o seguiu meio irritado e resignado...
Ao chegarem às margens do rio, se depararam com um carvalho em cujos ramos poderosos estivera atacado o balanço em que se divertira toda a infância, mas agora, a árvore de 30 metros de altura, que ele conhecia desde que soubera seu nome, estava no chão, de raízes para fora. O vendaval o havia desarraigado.
Por muito tempo, ele resistira imóvel e bravo às viradas do clima, sua casca enrijecera a cada batida de vento frio e do gelo, trocava as suas folhas a cada estação, sem medo, mas o vendaval da noite passada o havia arrancado pelas raízes. O pai quebrou a nostalgia e a perplexidade, do filho chamando-lhe atenção para a beira do rio.
- Olhe ali, filho!
- Onde – perguntou confuso...
- Lá na beira do rio – respondeu o pai apontado na direção da margem.
- Não vejo mudança nenhuma, pai, tem até um passarinho sentado no caule do junco... 
- É exatamente isso, filho – respondeu o senhor na sabedoria dos cabelos brancos – não há mudança nenhuma, para o junco, mesmo tendo sofrido o mesmo temporal. A diferença é que ele se dobrou até o chão, foi flexível, deixou a tempestade passar, e agora, continua a vida dele. Inteiro e vivo. É preciso aprender a hora de ser como o carvalho e de ser como o junco, filho. Quando você puder mudar a situação, mude; quando for a hora de você deixá-la passar, aprenda a deixá-la passar. Escolha em que luta você investirá suas forças, para que não se desgaste em vão.

Como diz Hebreus 12:15: "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. " Toda a sua vida pode ser envolvida e consumida pela amargura e decepção, se elas dominarem seu coração. No meio de tantas decepções, enfrentamos o constante desafio de vencer as emoções negativas e destrutivas para não sermos vencidos por elas. Se a mágoa permanece em nós, nos arranca do solo do amor e nos mata, se a deixamos passar, ela leva consigo seu poder tóxico e destrutivo. 

Mas posso te dar sete dicas para você desenvolver habilidades de lidar com as dificuldades emocionais e tornar-se mais resistente a elas, fazendo com que elas lhe abalem cada vez menos.





quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pensamentos que conquistam





Nós costumamos falar que nosso coração é o centro de nosso íntimo. Mas depende do que seja  entendido como coração. No novo testamento, o coração é o espírito (Romanos 2:26). O espírito é a dimensão, que nos conecta ao mundo sobrenatural. As pessoas não se relacionam entre si no mundo sobrenatural, o nosso dia-a-dia acontece no mundo natural e, nessa dimensão, usamos a alma. A alma é composta de mente, vontade e emoções e depende de nossas decisões.

A mente é algo tão importante que nos diz quem somos: “porque, como imagina em sua alma, assim ele é [...]” (Provérbios 23:7). Mas, há uma batalha a ser travada nessa dimensão também, pois quando Deus nos deu armas, foram para lidar com a mente:

Porque as armas da nossa milícia não são carnais [armas de carne e sangue], e sim poderosas em Deus, para destruir [derrotar] fortalezas, anulando sofismas, [Visto que refutamos argumentos, teorias e questionamentos ] e toda a altivez [e superioridade] que se levante contra o [verdadeiro] conhecimento de Deus e levando cativo todo pensamento [e propósito] à obediência de Cristo (o Messias, o Ungido). (2 Coríntios 10:4-5 - Bíblia Amplificada)

Fica ainda mais claro que a mente decide quem somos e o que vamos fazer, no trecho seguinte:

Porque os que se inclinam para a carne [e são controlados por seus desejos ímpios] cogitam das coisas da carne [colocam suas mentes e buscam aquelas coisas que gratificam a carne]; mas os que se inclinam para o Espírito [e são controlados pelo Espírito] cogitam das coisas do Espírito [colocam suas mentes e buscam aquelas coisas que gratificam o Espírito Santo]. (Romanos 8:5 - Bíblia Amplificada).

O maior exemplo na Bíblia de uma mentalidade destrutiva é a do povo de Deus no deserto, ao sair do Egito e ir para a terra, que lhes estava prometida. O primeiro e principal problema é que eles não  sabiam ver a si mesmos com os olhos da fé. Eles pensavam em si mesmos como derrotados e perdidos no deserto, apesar de que o próprio Deus era presente de modo físico, como uma nuvem, que os protegia de dia e como uma coluna de fogo, que os aquecia e guiava à noite (Êxodo 13:21).

Não são as coisas visíveis e materiais que vão lhe dar oportunidade de mudar a sua vida. Não são sequer os seus esforços, porque vai haver a hora que você não vai ter forças para fazer nada ou eles não serão suficientes. Assim como a bênção da salvação vem pela visão de que seus pecados estão pregados na cruz de Cristo, todas as outras soluções vêm também da fé.  

A fé que propulsiona obras é eficiente, mas as obras sem fé não têm eficiência nenhuma. Veja o que diz o Salmo 127:2: “inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem.” 

Isso quer dizer que você não trabalhe? Não. Pois também está escrito: “porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. ” (2 Tessalonicences 3:10). Significa que é preciso reconhecer onde está a fonte. Você pode se mortificar, pensando que pelos seus esforços você conseguirá arrancar alguma coisa boa da vida, mas o que é bom vem de Deus (Tiago 1:17) e de Deus só se recebe pela fé na bondade e disposição de prover dEle. Se trabalhamos e temos capacidades é porque aplicamos o que Deus nos deu; se portas se abrem é porque Ele as abriu (Daniel 9:13; Salmo 89:17). Toda glória seja dada a Ele. Se não abriram é porque não chegou o tempo ainda.


O seu passado não determina o seu futuro, a sua fé sim.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Recebendo o fluir da Vida de Deus






Da mesma forma que estar acordado não quer dizer estar consciente, possuir não quer dizer ter se apropriado. Há muitas vezes em que temos as mãos cheias e o coração vazio, outras, em que temos o coração cheio, ainda que as mãos estejam vazias. Esta narrativa ilustra algo importante, que veio ao meu coração, para hoje:

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua: 
- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu.
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".
Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio. 
- Nem penso mais nisso - disse-lhe o homem - quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha! 

Muitas vezes, a forma como descrevemos as coisas é injusta diante do que Deus nos deu e logo passamos a desprezá-las e torná-las descartáveis. Pode ser uma coisa, uma pessoa ou a nós mesmos. Tudo dependerá da visão que assumirmos diante do que somos, temos e podemos. A visão de Deus sobre sua vida ainda é maior do que a de Bilac sobre o pequeno sítio porque Ele é o criador da beleza e da poesia. A Palavra de Deus enche de graça e glória a bênção que descreve, mais do que qualquer poeta ou poesia. O que nós somos  e temos deve ser visto pelo ponto de vista de Deus, que percebe todas as coisas de maneira perfeita.

Uma carta de Deus não pode ser menos bela que nenhuma poesia criada por homens e "vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração."   (II Coríntios 3 : 2-3).

Não há nada mais chocante para mim do que alguém que se gaba de matar um animal belíssimo como uma onça, um leão, ou qualquer animal, principalmente se for para empalhar e colocar como enfeite na parede. Essas pessoas tiram a vida para admirar a forma morta de um cadáver como se a morte fosse mais bela ou preciosa do que a vida. A vida livre e em movimento se transforma para eles em prova de poder e perícia para matar, como se isso fosse belo e mais belo do que a vida. Entretanto, não são apenas os caçadores e colecionadores que fazem isso, todos aqueles que passam a vida colecionando coisas e trocando vida por matéria inanimada fazem o mesmo.

Pessoas que trocam a convivência com a família pela carreira; trocam amigos por oportunidades; saúde por uma comida, bebida ou droga; amor e família por sexo, fazem a troca do ter pelo viver.  A vida é contínua, segue, cresce, morre, renasce, provoca mais vida e sustenta outras. É um espetáculo de cor e movimento e não um armazém de estocagem, que nos aprisiona e escraviza para guardá-lo e retê-lo, enganando-nos como se as coisas, que não se movem, não se criam ou se reproduzem fossem a vida.

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? (Mateus 6:24-25)

A vida é mais do que coisas, que temos e usamos. A vida está relacionada à quem nos devotamos, a quem se assenhoreia de nossos esforços, a vida é para quem e porque vivemos e ela flui, gerando mais vida. O que apenas parece vida será, na realidade, a morte estanque, petrificada, do acúmulo de troféus mortos nas paredes de uma casa vazia, que não poderemos chamar de lar.

Para que tenha vida


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Entre o caminho e o caminhar




A vida é feita de negociações. Sempre que seguimos em frente, deixamos algo para trás. O segredo é saber escolher bem para onde vamos e qual a nossa bagagem. Essa ilustração vai nos ajudar a meditar sobre isso:

Um velho ia andando pela estrada e, de repente, encontrou com um menino. O menino perguntou se podia seguir com ele e ele consentiu. Seguiram juntos e, mais à  frente, o menino percebeu que o velho homem não levava mais do que uma pequena sacola de viagem. O menino prosseguiu a viagem sem tocar no assunto, pois se orgulhava de sua bagagem grande e pesada. “Deve ser porque ele é velho”, pensou consigo mesmo. Até que chegaram perto de um rio. Então, o senhor pegou um pequeno caneco na sua bagagem e tomou água. O menino percebeu que não tinha como tirá-la, apesar de toda a sua bagagem. Então, pediu emprestado o caneco do idoso, que prontamente o emprestou. Ali, atravessaram o rio, pois só havia margem no lado oposto.
A noite chegou e o idoso pegou uma pedra de pederneira, fez uma fogueira com gravetos,  arrumou o seu saco, puxou sua túnica e ajeitou-se para dormir bem aquecido perto da fogueira. Então, o menino percebeu que uma pedra de pederneira resolvia mais do que todas as suas caixas de fósforo, que haviam se molhado ao atravessar o rio.
Na manhã do dia seguinte, chegaram aos pés de uma macieira muito alta. Eles estavam com fome e os frutos eram lindos. O menino pensou que não tinha nada para subir, enquanto o velho tomou uma corda dentro da sacola, amarrou numa pedra e jogou por cima de um galho criando o suporte perfeito para trazer os ramos até eles.
Após comerem as maçãs, o menino finalmente disse:
- Eu trouxe a maior bagagem, mas você trouxe a melhor. Minhas costas estão cansadas para nada.
Então, o velho respondeu:
- Eu conheço a estrada e a viagem. Você só conhece, até agora, a vontade de viajar, mas começou a aprender que a bagagem é parte da viajem. E isso é muito bom. Muitos chegam à minha idade sem aprender isso. A sede só necessita de um caneco se você anda ao lado do rio. O calor do fogo só precisa de uma faísca e gravetos e isso há no caminho. E nem sempre temos que ir até onde o alimento está, podemos atrai-lo a nós se estamos no caminho das fruteiras. A bagagem, o caminho e o destino se completam. Nós precisamos entender isso para viajarmos bem.

Não é assim também com a vida? Muitas vezes, queremos levar uma bagagem que não condiz com a viagem e só temos atropelos. Jesus é “[...] o caminho, e a verdade, e a vida; [...]. (João 14:6). Precisamos analisar e pensar se a bagagem que levamos faz jus ao caminho ou são apenas pesos mortos e inúteis, que nos pesam, cansam e não nos suprem a sede, a fome e a necessidade de calor.

Nessa ilustração, a companhia também foi essencial. Andar com alguém que conheça bem a estrada e esteja preparado para ela é muito importante. Andar na companhia certa pode ser a diferença entre paz e aflição. Afinal, se você precisa abrir mão da vontade de Deus por uma pessoa, essa pessoa não quer seu bem, porque Deus quer. Pode ter certeza de que quem lhe aproxima de Deus lhe torna mais semelhante a Ele. Caso contrário, essa não é uma boa companhia na jornada. Ainda que lhe prometam toda a riqueza, prestígio, popularidade, aceitação e exaltação possíveis, não adianta possuir aquilo que nos tira da presença de Deus, porque quando nos afastamos dEle, a Vida e a alegria ficam para trás. O amigo leal lhe fere o rosto para lhe guardar o coração; o desleal beija seu rosto, enquanto apunhala seu coração. Qualquer pessoa que lhe afasta da Vida atenta contra a sua vida.

Chegando ao destino


Cada passo que você dá é o que constrói a sua caminhada. Cada instante, cada decisão, cada investimento definirá aonde você vai realmente chegar. Deus coloca diante de nós escolhas que temos que fazer a diferença entre escolher um momento ou a eternidade é a mesma entre desobedecer e crer na Palavra de Deus: “se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:19).

Por isso, o Pai envia o Espírito Santo para ensinar o caminho e construir em nós uma postura que nos mantenha no caminho dEle para que Ele possa manifestar a sua presença e sua bondade:

Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele. E terás por contaminados a prata que recobre as imagens esculpidas e o ouro que reveste as tuas imagens de fundição; lançá-las-ás fora como coisa imunda e a cada uma dirás: Fora daqui! Então, o Senhor te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão como produto da terra, o qual será farto e nutritivo; naquele dia, o teu gado pastará em lugares espaçosos. (Isaías 30:21-23)

Andando no caminho


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