terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O Natal que Jesus sonhou para você




Dia 25 de dezembro anuncia o final de um ano e, ao mesmo tempo, a proximidade do início de outro. Nós costumamos ser marcados pelos acontecimentos mais importantes. Então, que a comemoração da vinda de Jesus à terra seja realmente o momento mais importante. Podemos associar Natal às consequências: festa, troca de presentes, mas o efeito não pode ser mais importante do que a causa. O Natal é a chegada de Jesus para nós. Hoje, vejo Natais sem Cristo, como se pudesse haver Natal, nascimento, sem Vida. Então, o ciclo anual, que deveria ser de renovação, se torna apenas mais uma repetição de velhas tradições vazias. Sem o aniversariante, a festa e os presentes não fazem sentido. Há, entretanto, nesse ciclo de início e fim, algo que se repete. Eu quero ressaltar três coincidências no nascimento e no cumprimento da missão de Cristo: o exílio, a madeira e o Amor.

O exílio é estar afastado de seu lugar de origem, é não pertencer, é não fazer parte, é não ter lugar. Jesus nasceu sem lugar em sua própria cidade de origem. Seus pais precisaram voltar para a sua cidade Natal para fazer o recenseamento romano obrigatório. Mas não havia lugar para Ele. Belém era uma cidade pequena, faltavam hospedarias apesar de Maria estar grávida. E, talvez até por isso, ela ainda tenha conseguido um estábulo para pousar naquela noite estrelada. Mas o exílio de Jesus foi muito mais profundo do que você imagina. A falta de lugar na estalagem foi apenas o início da sua rejeição: “o Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:10-11). Qualquer pessoa que lhe rejeite é uma dor difícil de suportar, mas, quando os seus lhe rejeitam, a dor é maior. Jesus conheceu essa dor. Ele a conheceu no grau máximo, pois a bíblia diz que Jesus foi [...] desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.” (Isaías 53:3).

Você se sente sem lugar nesse período? Parece que não cabe em lugar nenhum, não pertence a lugar nenhum? Foi exatamente assim que Jesus nasceu, mas havia um propósito nesse isolamento. A conclusão do propósito de Deus foi também diante do máximo exílio possível. No seus últimos momentos, Jesus bradou:

À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Vede, chama por Elias! E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo! Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus. (Marcos 15:34-39)

O exílio final tornou-se o mais doloroso e cruel. Jesus separou-se dAquele que mais amava, mas por um propósito que fez valer a pena. O véu do templo se rasgou. O véu do templo simbolizava  a separação entre Deus e os homens pelo pecado. O pecado rasgado nas mãos, nos pés e no lado de Cristo nos abriu o céu e a presença diante do Pai. Jesus finalizou sua jornada de rejeição e exílio para nos livrar daquilo nos impedia de estar na presença de Deus. Tudo o que nos fazia não pertencer à Vida de Deus foi destruído no abandono, no exílio de Jesus na cruz. Quando Deus virou as costas para Cristo, abriu os braços para nós. O exílio de Cristo foi a nossa chegada aos braços do Pai. Jesus veio como um exilado para resgatar os exilados. Jesus veio como alguém que não tinha lugar para estar, para aconchegar aqueles que queriam pertencer ao lugar da presença de Deus.

A madeira e a missão

 


Jesus veio à terra com uma missão. Ele foi entregue aos homens no madeiro, desde o início. Um cocho para um príncipe era uma ideia grosseira, mas anunciava a madeira que coroaria o Príncipe da Paz, Pai da Eternidade. Imagine como os reis sábios do oriente devem ter se chocado com Jesus: ao invés de encontrarem um rei na riqueza de seu palácio, cercado por súditos desvelados correndo de um lado para o outro para servir o herdeiro, encontraram um casal simples, trabalhadores, numa estrebaria, sobre um cocho de madeira comum, cercado por animais de serviço e sob a luz de uma estrela e não dos candelabros riquíssimos. O rei servo não estava envolvido em colchas de cetim e púrpura. Eram panos comuns, uma manjedoura bruta, um casal do povo, mas no céu era uma explosão incomum. Anjos cantavam e anunciavam, estrelas especiais reluziam, sinais maravilhosos, reis e pessoas do povo, fiéis seguidores, eram atraídos à grandeza daquele presente que chegava á terra. O céu estava em festa!

Entretanto, aquela madeira simples do início apontava o final vitorioso escrito antes, onde Jesus “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.” (1 Pedro 2:24). Na cruz, Jesus se fez tudo o que nós éramos para que nós fôssemos tudo o que Ele é. “Aquele que não conheceu pecado, Ele [Deus] o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21). Na manjedoura repousava sereno o Soberano da criação. Jesus não precisava de um berço de ouro, pois Ele é a glória do Pai, mais maravilhosa do que o mais precioso metal. E a estrela no céu mostrou isso. E mais tarde, na cruz, foi entregue, coroado de espinhos, o Príncipe, que nos traz a Paz com Deus, através perdão dos nossos pecados. A madeira do início anunciava a madeira do cumprimento de todas as promessas no final de sua carreira na terra.

O amor vence a rejeição


Jesus viveu sem ser aceito por muitos de seu tempo. Apesar de ter uma casa (Marcos 2:1), não a desfrutava muito por causa do seu ministério (Mateus 8:19-20). Ao chegar no mundo, não achou lugar também. O Amor de Deus para nós, pequenino enrolado em faixas e colocado naquele cocho era guardado por anjos, cuidado pelos pais, adorado por reis e rodeado por criaturas de serviço. Havia uma atmosfera de amor à sua volta. Tudo recendia ao perfume do amor. Reis vieram de lugares distantes para adorá-lo e presenteá-lo. Ele atraía amor devotado, mesmo de estranhos e estrangeiros. Os reis e os pastores foram atraídos a Ele para adoração. Adoração é o mais profundo ato de amor. Adorar é amar acima de tudo e de todos. Adoração é entrega total. Assim era Jesus no seu nascimento, sob a Luz do seu sinal no céu e na presença dos anjos, a manifestação do Amor e a oportunidade de Amar.

Na cruz, no final, Ele amou manifestando da forma mais profunda o amor de Deus. Amou mais do que a própria vida. Amou mais do que a si mesmo. Amou entregando-se quando só tinha razão para odiar; entregou-se em ações de amor, quando só tinha motivos para revidar; sarou e salvou, quando só tinha motivos para ferir. O amor atraído do começo naquele estábulo mostrou sua verdadeira dimensão, quando se derramou no fim no Calvário.

Aos que disputavam suas vestes e o crucificavam deixou o perdão; ao rapaz sem o melhor amigo deixou o carinho de sua própria mãe; à sua mãe, deixou o abrigo do seu filho mais carinhoso e achegado; ao arrependido, a casa do pai; ao descrente, o silêncio da sua própria dúvida; ao Pai, a obediência mais amorosa e confiante que jamais se verá; ao mundo, uma chance de salvação se derramava até a última gota de sangue. Jesus derramou na cruz a prova de amor mais concreta, visível, a chance palpável de começar de novo, como um dia o filho de Deus começou naquele estábulo: “dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:7-8).

Na simplicidade do começo está o mistério da glória eterna concedida através  dEle. Naquele estábulo, Deus escondeu a glória; naquele cocho, o Pai escondeu a cruz, e naquela cruz, que veio lá de um lugar obscuro do interior da Judéia estava exposto e disponível para os quatro cantos da terra o mais sublime Amor. O amor que ninguém poderá pagar ou reproduzir. O amor que é Deus. O mesmo Amor que Deus enviou Jesus não só para proclamar, mas SER, pois:

“[...] Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.” (1 João 4:16)

“nestes últimos dias, nos falou [na pessoa de um] Filho, a quem constituiu herdeiro {e} proprietário legal de todas as coisas, pelo qual e através de quem criou os mundos {e} alcançou do espaço {e} as era do tempo [Ele fez, produziu, construiu, operou e os ordenou na sua ordem]. Ele é a expressão única da glória de Deus [o Ser-luminescente, o resplendor ou a irradiação do divino], e Ele é a perfeita impressão e a própria imagem da natureza de Deus, sustentando, mantendo, guiando e impulsionando o universo por sua poderosa palavra de poder. Quando ele cumpriu por oferecer a si mesmo a purificação dos nossos pecados e que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados e liberação de culpa, Ele assentou-se à direita da mão direita da divina Majestade, nas alturas, [Assumindo uma posição pela qual] Ele próprio tornou-se tão superior aos anjos como o glorioso Nome (título) que Ele herdou é diferente e mais excelente do que os deles.” (Hebreus 1:2-4 – Bíblia amplificada)

Esse é o Natal. É a lembrança do começo de uma vitória gloriosa, onde Deus vem do céu para abraçar a terra na pessoa do seu Filho Amado, e ao nos tocar, nos transforma também em filhos amados, fazendo nascer em nós tudo aquilo que Ele sempre sonhou para a nossa Vida. Feliz é aquele que vive o Natal de Jesus Cristo.


Você pode orar assim:

Querido Deus, eu quero experimentar o teu Natal. Quero sair desse exílio em que me encontro, que me faz olhar para mim como alguém que não tem lugar. Quero provar a simplicidade e a força do madeiro em que Jesus veio para me aproximar de Ti e principalmente, Senhor, quero provar do teu amor sarando, aconchegando e suprindo a minha vida.

 Essa é a oração de um feliz natal! Faça-a de coração e será assim.









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente a mensagem ou faça sua pergunta.

Web Analytics