Às vezes, estamos diante da tempestade e precisamos nos enrijecer.
Quando o vento é contrário, o carvalho fica firme e engrossa a casca,
registrando o rigor do inverno. Mas, há momentos em que o carvalho cai e o
junco, que é uma planta de hastes flexíveis, sobrevive porque se dobra ao vento.
Em que situação devemos nos dobrar e em que situação devemos enrijecer? Essa é
uma pergunta que vai nos fazer diferenciar a teimosia da perseverança e a
covardia da humildade.
Posso responder que, é preciso saber com que tipo de
vento você está lidando. Se o vento é contra aquilo que é vontade de Deus na
sua vida, enrijeça ao máximo, pois “Considerai, pois,
atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si
mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. Ora, na vossa luta
contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue.” (Hebreus 12:3-4). Se é contra o diabo, a ordem é resistir, mas,
se é a vontade de Deus, precisamos ceder: “sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7).
Se você está sendo roubado, com a vida ameaçada, a
destruição está assolando, resista, lute, bata o pé, repreenda o diabo e
coloque-o para fora, pois “o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu [Jesus]
vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10). E
Jesus disse que: “estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão
demônios; falarão novas línguas;” (Marcos 16:17) e “eis aí vos dei
autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.” (Lucas 10:19). Não
espere que Jesus venha para repreender ou resistir a nada, porque Ele já delegou
a nós essa missão.
Mas, e quando está na hora de entregar algo a Deus?
Sujeitar-se... A vitória de Jesus foi conseguida sobre um princípio infalível. Ele
se opunha às obras das trevas porque vivia sobre um princípio ao qual somos
convocados a viver. A leitura da Bíblia Amplificada (não traduzida para
português ainda, infelizmente), traz uma tradução do texto original, que não
reduz os significados apenas a um dos mais prováveis das palavras no texto, mas
os amplia à dimensão, que teriam na língua original, recuperando a ideia do conceito
por trás das palavras. Assim, quero
lhe convidar a fazer algumas reflexões sobre o texto de Filipenses 2: 5-9 na
Bíblia Amplificada, que fala exatamente desse princípio pelo qual Jesus
constituiu-se autoridade sobre todo o mal e como tornou-se nosso modelo de
vitória:
5 Que a mesma
atitude, propósito e humildade que estavam em Cristo estejam em vocês, que Ele
seja o seu exemplo de humildade: 6 Quem, embora sendo essencialmente um
com Deus e tendo a forma de Deus, possuindo a plenitude dos atributos que fazem
de Deus, Deus, não considerou essa igualdade com Deus como algo para se agarrar
ou reter avidamente, 7 mas despiu-se a Si mesmo de todos os
privilégios e da honra que Lhe era devida por direito, para assumir a posição
de servo (escravo), se tornou homem e nasceu como ser humano. 8 E depois
que Ele apareceu em forma humana, Ele se rebaixou e humilhou a si mesmo ainda
mais e levou a cabo a sua obediência ao extremo da morte, até ao ponto da morte
na cruz. 9 Então, porque Ele desceu tão baixo, Deus o exaltou altamente e o
agraciou com o nome, que está acima de todo o nome. 10 Para que ao nome de Jesus todo joelho deve se curvar, no
céu, na terra e debaixo da terra. 11 e toda língua
franca e abertamente confesse e reconheça que Jesus Cristo é o Senhor, para a
glória do Pai. (Filipenses 2:5-11).
Não haveria
trono, reino ou vitória se Jesus não houvesse obedecido humildemente ao Pai. A
obediência o exaltou onde nada poderia fazê-lo, ainda que o levou ao lugar mais
baixo da terra, levou Jesus ao lugar mais alto e honrado de toda a criação.
Humildade, para Deus, é obediência. Não tem relação com riqueza ou pobreza,
classe social, donativos, vestes, ou qualquer outra coisa aparente. Humildade é
ser capaz de compreender que a vontade de Deus deve ter a primazia sobre todo e
qualquer desejo, pensamento ou situação porque Ele é digno de toda honra e toda
a glória e toda a obediência. O amor e o cuidado de Deus nos leva a amá-Lo e o
amor nos leva à obediência:
Ninguém tem maior amor do que este: de
dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se
fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o
que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de
meu Pai vos tenho dado a conhecer. (João 15:13-15).
Por outro lado,
Jesus não reconhece a amizade de quem não o obedece: “O homem bom do
bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a
boca fala do que está cheio o coração. Por que me chamais Senhor, Senhor, e não
fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:45-46).
O padrão de humildade/obediência é Cristo
Vamos ler mais um
pouco do trecho de Filipenses:
“5 Que a mesma atitude, propósito e
humildade que estavam em Cristo estejam em vocês, que Ele seja o seu exemplo de
humildade:” (Filipenses 2:5)
O trecho começa
na indicação de que precisamos
aprender o que é ser humildes e o padrão é Jesus. No restante do
texto, podemos perceber que há três
bases nessa humildade: a atitude, o propósito e a ação de humildade de
Jesus. Podemos perceber que a humildade se mostra em pelo menos três aspectos
da vida de Jesus:
Jesus abriu mão dos seus direitos de Filho de Deus, desde
o nascimento. Ele abandonou seu próprio
corpo celestial, isento de
necessidades, glorioso e se tornou humano. Jesus passou a ter necessidades como as nossas: fome, sede, frio, etc. Mesmo
quando isso foi retirado dEle, Ele não deixou fazer a vontade do Pai. Conheço
poucas pessoas que podem “sobreviver” à perda de conforto ou de regalias, um
cargo na igreja, ainda que fosse somente pretendido, um elogio não recebido,
uma repreensão. Muito menos que o trono da glória do qual o Senhor Jesus abriu
mão, ainda que fosse dono e merecedor do mesmo. Se não formos capazes de abrir
mão para dar, nunca a teremos aberta para receber. O primeiro princípio da
humildade de Cristo é abrir mão para Deus do que lhe for solicitado. Jesus
abriu mão da posição, mas não da natureza de Deus. O que tornou sua tarefa mais
difícil ainda.
Encurvando-se ao máximo
E o texto de
Filipenses continua...
6 Quem, embora sendo essencialmente
um com Deus e tendo a forma de Deus, possuindo a plenitude dos atributos que
fazem de Deus, Deus, não considerou essa igualdade com Deus como algo para se
agarrar ou reter avidamente, 7 mas despiu-se a Si mesmo de todos os
privilégios e da honra que Lhe era devida por direito, para assumir a posição
de servo (escravo), pelo que se tornou homem e nasceu como ser humano. (Filipenses
2:6-7)
O rebaixamento de
Jesus o levou à condição de servo. Ele, que morava na glória com os anjos, passou a morar na Jerusalém de
dois mil anos atrás, com uma família de imperfeitos, numa comunidade de
pecadores, governada por injustos e como cidadão de segunda classe. Mas, o
propósito valia à pena e Jesus o cumpriu.
A forma humana é
algo normal para nós, mas não para uma mente que não tinha necessidade de
aprender e passou a ter, um corpo que não estava preso ao tempo e ao espaço, não
sentia nenhuma necessidade e passou senti-las todas e ir ao mais extremo da dor
que um ser humano pode suportar, a Jesus só restou a natureza de Deus, mas esse
foi o motor da sua vitória. Isso nos ensina que a natureza de Deus é mais
preciosa e poderosa do que qualquer manifestação de poder que ela possa mover
de outra forma. É a natureza de Deus quem direciona e move o seu poder. Ela estava
em Cristo quando Ele foi até o fim da entrega em sua missão, que ia além da
morte.
A virada
Veja como a bíblia faz o relato da descrição de humildade
de Cristo: “8 E depois que Ele apareceu em forma humana, Ele
se rebaixou e humilhou a si mesmo ainda mais e levou a cabo a sua obediência ao
extremo da morte, até ao ponto da morte na cruz.” (Filipenses 2:8).
A morte na cruz
foi a entrega total, sem reservas. Essa era a pior
morte, que existia na época. O sofrimento físico era
tão intenso que pessoas, que chegaram a ser retiradas da cruz depois de uma
hora de afixadas não resistiram e morreram, segundo o historiador Josefo. Era humilhante do ponto de vista social e vergonha para a família, o condenado era
tratado como a escória da humanidade. Além da dor física e psicológica, aquele
que era pregado no madeiro, era maldito, cortado da presença de Deus (Gálatas 3:14-16). Por isso, Jesus disse:
Pai, porque me abandonasse? Ele se tornou pecado naquele momento para cumprir a
sua missão em obediência.
Jesus poderia ter
simplesmente levantado e saído como fizera outras vezes do meio da multidão,
mas não o fez. Ele tinha uma missão e um propósito maiores que sua vida.
A confiança e o amor que Ele tinha ao Pai o levaram à obediência e essa
humildade o capacitou ao cumprimento da terrível missão, ainda que enfrentando
os limites de um corpo humano, MAS O PRINCIPAL É QUE ESSE VALOR, A OBEDIÊNCIA A
QUALQUER CUSTO, O LEVOU À VITÓRIA MAIS TREMENDA JÁ ACONTECIDA E POR ACONTECER
NA ETERNIDADE.
A base da perseverança é a humildade
A humildade fez
com que Ele chegasse ao fim da missão quando podia ter tomado outro caminho. Jesus sempre foi livre para fazer o que
quisesse, mas Ele compreendia que a verdadeira liberdade é fazer o que devia
ser feito para o Pai. Não existe uma liberdade que nos faça existir
fora de limites. Toda liberdade é sujeição a algum princípio. Se fizermos
somente o que quisermos, seremos escravos de nossos desejos. Se fizermos
somente o que outro quiser, seremos seus escravos. A humildade me faz obediente
porque eu considero que os desejos de Deus a meu respeito são maiores e
melhores do que os meus próprios. E como Deus é perfeito e só quer meu bem,
nEle eu sou livre de meu próprio pecado, que me escraviza a desejos que me destroem.
Veja os frutos maravilhosos da obediência!
9 Então, porque Ele desceu tão baixo, Deus o exaltou altamente e o agraciou com o nome que está acima de todo o nome. 10 Para que ao nome de Jesus todo joelho deve se curvar, no céu, na terra e debaixo da terra. 11 e toda língua franca e abertamente confesse e reconheça que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória do Pai. (Filipenses 2:5-11)
Toda a autoridade
e glória no céu e na terra é dEle porque ele obedeceu. Hoje, vivemos tempos em
que a origem da autoridade é fazer servos. Mas, a autoridade de Jesus veio de
nos carregar sobre suas costas feridas, através da vergonha diante das
multidões e atravessar-nos pela sua morte para nos dar vida na
ressurreição. O Rei do céu soube abrir mão de SUA VIDA E DIREITOS
temporariamente e cumprir a sua missão porque confiava que a recompensa de Deus
era maior. O Pai o recompensou com tudo o que havia para recompensar, Aquele
que foi visto como o último, tornou-se o primeiro; o mais fraco, tornou-se o mais forte; o que enfermou na cruz todas as
nossas dores e enfermidades, tornou-se aquele que cura porque Ele considerou
que era mais importante a eternidade do que o momento. Jesus decidiu agir e
viver tendo Deus como mais importante, mais sábio e mais digno do que Ele. Deus
lhe pediu tudo, Jesus entregou tudo e obteve uma glória que nós sequer
imaginamos onde se estende.
Os três pontos fundamentais para a vitória
Foram três pontos
fundamentais que levaram Jesus à vitória:
1. Jesus manteve a disposição para abrir mão do
que fosse preciso. Isso é uma ATITUDE HUMILDE,
2. Manteve o alvo de submeter-se à vontade do pai, um PROPÓSITO HUMILDE; e
3. Agiu cumprindo a vontade do Pai, foi uma AÇÃO
HUMILDE.
Se Jesus não
tivesse se entregado na cruz teria perdido a sua essência. E nós não seríamos
nada mais do que escravos do pecado, sem esperança. O que define um filho não é a herança, mas a
natureza do Pai. E o filho que dá glória ao Pai é o que o que o honra com sua
vida. A honra provocou o princípio do retorno e Jesus foi honrado como Filho porque
fez o que o Pai mandou.
Lembremos que o começo do texto diz que nós o
tenhamos como exemplo a humildade de Jesus. A palavra de Deus diz que “todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Se
você se está no caminho do Senhor, não tema abrir mão de nada para cumprir a
sua missão, pois a glória do Rei está garantida para quem caminha o caminho da
mesma obediência: "E, se nós somos filhos, somos
logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo
que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados." (Romanos 8 : 17). Medite nisso e ore para ter ousadia de ser humilde o suficiente para
ser obediente e, então, colher os frutos da obediência, a glória de Deus
brilhando na sua vida. Persevere contra o mal, submeta-se ao bem.
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