domingo, 9 de dezembro de 2012

A base sólida da Vitória





Às vezes, estamos diante da tempestade e precisamos nos enrijecer. Quando o vento é contrário, o carvalho fica firme e engrossa a casca, registrando o rigor do inverno. Mas, há momentos em que o carvalho cai e o junco, que é uma planta de hastes flexíveis, sobrevive porque se dobra ao vento. Em que situação devemos nos dobrar e em que situação devemos enrijecer? Essa é uma pergunta que vai nos fazer diferenciar a teimosia da perseverança e a covardia da humildade.

Posso responder que, é preciso saber com que tipo de vento você está lidando. Se o vento é contra aquilo que é vontade de Deus na sua vida, enrijeça ao máximo, pois “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue.” (Hebreus 12:3-4). Se é contra o diabo, a ordem é resistir, mas, se é a vontade de Deus, precisamos ceder: “sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7).

Se você está sendo roubado, com a vida ameaçada, a destruição está assolando, resista, lute, bata o pé, repreenda o diabo e coloque-o para fora, pois “o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu [Jesus] vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10). E Jesus disse que: “estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas;” (Marcos 16:17) e “eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.” (Lucas 10:19). Não espere que Jesus venha para repreender ou resistir a nada, porque Ele já delegou a nós essa missão.

Mas, e quando está na hora de entregar algo a Deus? Sujeitar-se... A vitória de Jesus foi conseguida sobre um princípio infalível. Ele se opunha às obras das trevas porque vivia sobre um princípio ao qual somos convocados a viver. A leitura da Bíblia Amplificada (não traduzida para português ainda, infelizmente), traz uma tradução do texto original, que não reduz os significados apenas a um dos mais prováveis das palavras no texto, mas os amplia à dimensão, que teriam na língua original, recuperando a ideia do conceito por trás das palavras. Assim, quero lhe convidar a fazer algumas reflexões sobre o texto de Filipenses 2: 5-9 na Bíblia Amplificada, que fala exatamente desse princípio pelo qual Jesus constituiu-se autoridade sobre todo o mal e como tornou-se nosso modelo de vitória: 

5 Que a mesma atitude, propósito e humildade que estavam em Cristo estejam em vocês, que Ele seja o seu exemplo de humildade: 6 Quem, embora sendo essencialmente um com Deus e tendo a forma de Deus, possuindo a plenitude dos atributos que fazem de Deus, Deus, não considerou essa igualdade com Deus como algo para se agarrar ou reter avidamente,  7 mas despiu-se a Si mesmo de todos os privilégios e da honra que Lhe era devida por direito, para assumir a posição de servo (escravo), se tornou homem e nasceu como ser humano. 8 E depois que Ele apareceu em forma humana, Ele se rebaixou e humilhou a si mesmo ainda mais e levou a cabo a sua obediência ao extremo da morte, até ao ponto da morte na cruz. 9 Então, porque Ele desceu tão baixo, Deus o exaltou altamente e o agraciou com o nome, que está acima de todo o nome. 10 Para que ao nome de Jesus todo joelho deve se curvar, no céu, na terra e debaixo da terra. 11 e toda língua franca e abertamente confesse e reconheça que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória do Pai. (Filipenses 2:5-11).

Não haveria trono, reino ou vitória se Jesus não houvesse obedecido humildemente ao Pai. A obediência o exaltou onde nada poderia fazê-lo, ainda que o levou ao lugar mais baixo da terra, levou Jesus ao lugar mais alto e honrado de toda a criação. Humildade, para Deus, é obediência. Não tem relação com riqueza ou pobreza, classe social, donativos, vestes, ou qualquer outra coisa aparente. Humildade é ser capaz de compreender que a vontade de Deus deve ter a primazia sobre todo e qualquer desejo, pensamento ou situação porque Ele é digno de toda honra e toda a glória e toda a obediência. O amor e o cuidado de Deus nos leva a amá-Lo e o amor nos leva à obediência:

Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. (João 15:13-15).

Por outro lado, Jesus não reconhece a amizade de quem não o obedece: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração. Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:45-46).

O padrão de humildade/obediência é Cristo









Vamos ler mais um pouco do trecho de Filipenses:

“5 Que a mesma atitude, propósito e humildade que estavam em Cristo estejam em vocês, que Ele seja o seu exemplo de humildade:” (Filipenses 2:5)

O trecho começa na indicação de que precisamos aprender o que é ser humildes e o padrão é Jesus. No restante do texto, podemos perceber que há três bases nessa humildade: a atitude, o propósito e a ação  de humildade de Jesus. Podemos perceber que a humildade se mostra em pelo menos três aspectos da vida de Jesus:

Jesus abriu mão dos seus direitos de Filho de Deus, desde o nascimento. Ele abandonou seu próprio corpo celestial, isento de necessidades, glorioso e se tornou humano. Jesus passou a ter necessidades como as nossas: fome, sede, frio, etc. Mesmo quando isso foi retirado dEle, Ele não deixou fazer a vontade do Pai. Conheço poucas pessoas que podem “sobreviver” à perda de conforto ou de regalias, um cargo na igreja, ainda que fosse somente pretendido, um elogio não recebido, uma repreensão. Muito menos que o trono da glória do qual o Senhor Jesus abriu mão, ainda que fosse dono e merecedor do mesmo. Se não formos capazes de abrir mão para dar, nunca a teremos aberta para receber. O primeiro princípio da humildade de Cristo é abrir mão para Deus do que lhe for solicitado. Jesus abriu mão da posição, mas não da natureza de Deus. O que tornou sua tarefa mais difícil ainda.

Encurvando-se ao máximo


E o texto de Filipenses continua...

6 Quem, embora sendo essencialmente um com Deus e tendo a forma de Deus, possuindo a plenitude dos atributos que fazem de Deus, Deus, não considerou essa igualdade com Deus como algo para se agarrar ou reter avidamente,  7 mas despiu-se a Si mesmo de todos os privilégios e da honra que Lhe era devida por direito, para assumir a posição de servo (escravo), pelo que se tornou homem e nasceu como ser humano. (Filipenses 2:6-7)

O rebaixamento de Jesus o levou à condição de servo. Ele, que morava na glória com os anjos, passou a morar na Jerusalém de dois mil anos atrás, com uma família de imperfeitos, numa comunidade de pecadores, governada por injustos e como cidadão de segunda classe. Mas, o propósito valia à pena e Jesus o cumpriu.

A forma humana é algo normal para nós, mas não para uma mente que não tinha necessidade de aprender e passou a ter, um corpo que não estava preso ao tempo e ao espaço, não sentia nenhuma necessidade e passou senti-las todas e ir ao mais extremo da dor que um ser humano pode suportar, a Jesus só restou a natureza de Deus, mas esse foi o motor da sua vitória. Isso nos ensina que a natureza de Deus é mais preciosa e poderosa do que qualquer manifestação de poder que ela possa mover de outra forma. É a natureza de Deus quem direciona e move o seu poder. Ela estava em Cristo quando Ele foi até o fim da entrega em sua missão, que ia além da morte.

A virada


Veja como a bíblia faz o relato da descrição de humildade de Cristo: “8 E depois que Ele apareceu em forma humana, Ele se rebaixou e humilhou a si mesmo ainda mais e levou a cabo a sua obediência ao extremo da morte, até ao ponto da morte na cruz.” (Filipenses 2:8). 

A morte na cruz foi a entrega total, sem reservas. Essa era a pior morte, que existia na época. O sofrimento físico era tão intenso que pessoas, que chegaram a ser retiradas da cruz depois de uma hora de afixadas não resistiram e morreram, segundo o historiador Josefo. Era humilhante do ponto de vista social e vergonha para a família, o condenado era tratado como a escória da humanidade. Além da dor física e psicológica, aquele que era pregado no madeiro, era maldito, cortado da presença de Deus (Gálatas 3:14-16). Por isso, Jesus disse: Pai, porque me abandonasse? Ele se tornou pecado naquele momento para cumprir a sua missão em obediência.

Jesus poderia ter simplesmente levantado e saído como fizera outras vezes do meio da multidão, mas não o fez. Ele tinha uma missão e um propósito maiores que sua vida.  A confiança e o amor que Ele tinha ao Pai o levaram à obediência e essa humildade o capacitou ao cumprimento da terrível missão, ainda que enfrentando os limites de um corpo humano, MAS O PRINCIPAL É QUE ESSE VALOR, A OBEDIÊNCIA A QUALQUER CUSTO, O LEVOU À VITÓRIA MAIS TREMENDA JÁ ACONTECIDA E POR ACONTECER NA ETERNIDADE.

A base da perseverança é a humildade


A humildade fez com que Ele chegasse ao fim da missão quando podia ter tomado outro caminho. Jesus sempre foi livre para fazer o que quisesse, mas Ele compreendia que a verdadeira liberdade é fazer o que devia ser feito para o Pai. Não existe uma liberdade que nos faça existir fora de limites. Toda liberdade é sujeição a algum princípio. Se fizermos somente o que quisermos, seremos escravos de nossos desejos. Se fizermos somente o que outro quiser, seremos seus escravos. A humildade me faz obediente porque eu considero que os desejos de Deus a meu respeito são maiores e melhores do que os meus próprios. E como Deus é perfeito e só quer meu bem, nEle eu sou livre de meu próprio pecado, que me escraviza a desejos que me destroem.

Veja os frutos maravilhosos da obediência!


9 Então, porque Ele desceu tão baixo, Deus o exaltou altamente e o agraciou com o nome que está acima de todo o nome. 10
 Para que ao nome de Jesus todo joelho deve se curvar, no céu, na terra e debaixo da terra. 11 e toda língua franca e abertamente confesse e reconheça que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória do Pai. (Filipenses 2:5-11)

Toda a autoridade e glória no céu e na terra é dEle porque ele obedeceu. Hoje, vivemos tempos em que a origem da autoridade é fazer servos. Mas, a autoridade de Jesus veio de nos carregar sobre suas costas feridas, através da vergonha diante das multidões e atravessar-nos pela sua morte para nos dar vida na ressurreição. O Rei do céu soube abrir mão de SUA VIDA E DIREITOS temporariamente e cumprir a sua missão porque confiava que a recompensa de Deus era maior. O Pai o recompensou com tudo o que havia para recompensar, Aquele que foi visto como o último, tornou-se o primeiro; o mais fraco, tornou-se  o mais forte; o que enfermou na cruz todas as nossas dores e enfermidades, tornou-se aquele que cura porque Ele considerou que era mais importante a eternidade do que o momento. Jesus decidiu agir e viver tendo Deus como mais importante, mais sábio e mais digno do que Ele. Deus lhe pediu tudo, Jesus entregou tudo e obteve uma glória que nós sequer imaginamos onde se estende.

Os três pontos fundamentais para a vitória


Foram três pontos fundamentais que levaram Jesus à vitória:

1.    Jesus manteve a disposição para abrir mão do que fosse preciso. Isso é uma ATITUDE HUMILDE,
2.    Manteve o alvo de submeter-se à vontade do pai, um PROPÓSITO HUMILDE; e
3.    Agiu cumprindo a vontade do Pai, foi  uma AÇÃO HUMILDE.

Se Jesus não tivesse se entregado na cruz teria perdido a sua essência. E nós não seríamos nada mais do que escravos do pecado, sem esperança. O que define um filho não é a herança, mas a natureza do Pai. E o filho que dá glória ao Pai é o que o que o honra com sua vida. A honra provocou o princípio do retorno e Jesus foi honrado como Filho porque fez o que o Pai mandou. 

Lembremos que o começo do texto diz que nós o tenhamos como exemplo a humildade de Jesus. A palavra de Deus diz que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Se você se está no caminho do Senhor, não tema abrir mão de nada para cumprir a sua missão, pois a glória do Rei está garantida para quem caminha o caminho da mesma obediência: "E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados."  (Romanos 8 : 17). Medite nisso e ore para ter ousadia de ser humilde o suficiente para ser obediente e, então, colher os frutos da obediência, a glória de Deus brilhando na sua vida. Persevere contra o mal, submeta-se ao bem.



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