quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sobre o propósito de Deus para a sua vida



O propósito de Deus na sua pode lhe levar além de seu tempo e espaço, além de suas habilidades físicas, financeiras ou psicológicas, ele extrapola a barreira do natural. Ele lhe levará à ilimitação do sobrenatural. Somente compreendendo e respeitando o seu propósito você poderá experimentar a plenitude do que Deus pode fazer através da sua vida. Sua vida foi programada para resplandecer a glória de Deus, alcançá-la é alcançar o seu propósito, o seu desígnio. Isso pode ser visto na vida de Jeremias, o profeta.

Hoje, a história da vida e uma profecia em particular de um homem de Deus tocou meu coração. A missão de Jeremias foi forjada desde o ventre de sua mãe e foi o foco de toda a sua vida. Esteve em altos escalões e nunca foi subornado ou seduzido pelo poder, foi perseguido, agredido e nunca desistiu da missão de sua vida. Ele  

Seu chamado havia sido projetado no seu DNA. Seu destino em direção às nações da terra para proclamar a Palavra de Deus era o propósito de Deus para a sua vida. Talvez seu coração queime em uma chama que ninguém na sua família possui. Ou você tenha uma indignação e um compromisso para resolver questões que ninguém se preocupa tanto quanto você. Esse era o caso de Jeremias. Esse é o caso de quem Deus chama com um propósito específico.

Jeremias era de linhagem sacerdotal, foi totalmente dedicado ao ministério, sequer constituiu família, o que lhe era permitido. Num tempo em que ninguém se preocupava em dizer o que agrava somente a Deus, ele se indignou contra o pecado. Ele se auto-impôs um exílio: não havia pessoas para compartilhar da sua abominação ao pecado, então, ficou só. Os seus parentes o consideravam o “santinho demais”, e o criticavam, enquanto vendiam suas profecias falsas, que usavam para engrandecer e agradar o povo em seus pecados e receber suas vantagens.

Os pecadores amam ser agradados e engrandecidos e receberem boas previsões ditas com toda a suavidade e, desde que os agradem, podem ser mentiras escabrosas. Era assim o lugar onde Jeremias vivia. Mas, Jeremias tinha um propósito escrito por Deus em seu coração, que o queimava de dentro para fora, maior do que a vida e o conforto. Ele fora chamado às nações para edificar e para derrubar.


Quando Deus o chamou, disse:
Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino. Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o SENHOR. E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares. (Jeremias 1:4-10)

Jeremias profetizou de 627 a 574 a. C. Foram 53 anos de ministério. Ele foi contemporâneo de profetas como Naum, Daniel e Ezequiel, esteve lá e viu os reis de Judá caindo, desde Josias, até Zedequias (seis reis), previu e viu a destruição de Jerusalém, mas viu também além dela e profetizou sobre a promessa de restauração do povo à terra. Tinha acesso aos altos escalões reais, tanto de Jerusalém como da Babilônia, que tomou cativo o povo judeu em 586 a. C., ou seja, profetizou durante os primeiros doze anos de cativeiro babilônicos e sabia que não veria o povo sair, mas fortaleceu-os a esperarem e buscarem a saída. Viu seu povo cativo durante toda a sua vida. Tanto pelo pecado em que viviam, quanto pela consequência dele, quando chegou. A ordem social como estava imposta não limitava Jeremias. Ele era um homem adiante de seu tempo. Quando o povo pecava, ele lamentava a destruição, quando o povo lamentava a destruição como definitiva, ele via o dia da libertação. Ele se conservou íntegro diante de todas as situações porque ele buscava em Deus a sua capacitação. Nunca abriu mão da fonte por um copo de água e nem aderiu aos modismos. Jeremias escutava o coração de Deus e anunciava às nações. Quando Deus queima um propósito no seu coração, desprender-se desse propósito é matar sua vida interior. Do propósito vêm a capacidade de cumprir os propósitos a despeito de qualquer condição interna ou externa, os instrumentos para cumprir o desígnio, a resistência dentro das circunstâncias e a capacidade de perseverar nas lutas e seguir em frente. Deus tem um propósito e várias missões para você, coisas inimagináveis estão á sua disposição se você buscá-lo e exercê-lo. Você foi feito para um propósito e, de uma forma específica e especial, você nasceu para que a glória de Deus se manifeste em sua vida:

assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, (Efésios 1:4-6).

Esse texto fala sobre como iniciar o processo e quais as características desse processo de se tornar louvor da glória de Deus.

 A capacitação para o seu propósito



Jeremias não acreditava que tinha condições de mudar o que lhe afligia. Quando Deus o chamou, ele disse: “[...] Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino.” (Jeremias 1:6). Esse é o ponto exato de alguém através de quem Deus pode fazer grandes coisas. O fato de você não se sentir capaz, significa que a capacidade virá de Deus e você poderá reconhecer isso. O que Deus faz é para a glória dEle e não a nossa. O coração sedento de uma mudança na situação; mais uma noção da sua capacidade em relação ao tamanho do problema; e a coragem de obedecer eram os três ingredientes que Deus precisava.

Observe a resposta de Deus à insegurança de Jeremias:

[...] Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o SENHOR. E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares. (Jeremias 1:4-10)

Não é a sua maturidade física, preparação intelectual ou maturidade emocional que contam, é a sua obediência e a capacidade de tomar o Senhor como escudo para cumprir a missão que Ele lhe entregou, diante de qualquer poder. Quantas pessoas idosas, intelectuais e controladas emocionalmente você acha que havia naquele lugar? Deus foi ao encontro daquele que realmente estava compromissado, disposto, a fazer alguma coisa pelo reino de Deus, mesmo sem saber como. Alguém que não compactuava, que se incomodava com a morte espiritual daquela geração, da decadência espiritual daquela nação. Eu me pergunto: Nós temos realmente sido incomodados por isso? Ou reclamamos com o canto da boca, criticamos, mas não queremos mover uma palha para ter um ambiente menos corrompido, menos permissivo com o pecado, menos misturado?

O instrumento de Jeremias


Foi dado a Jeremias um instrumento para a obra, que Deus tinha colocado ardendo no seu coração:

E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares. (Jeremias 1:4-10)

Unção (poder sobrenatural) e a Palavra. É o que nos impede de pecar. Jesus disse: “[...] Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?” (Marcos 12:24). Essa palavra “errais” no grego, pode ser traduzida também por “sois seduzidos”. Deus deu a Jeremias as armas para arrancar as pessoas da sedução de seus próprios desejos, pois “ [...] cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.” (Tiago 1:14). E, novamente, vem a sedução. No primeiro versículo está no efeito da sedução, fazer errar o caminho e, no segundo, se frisa o desejo de um caminho de morte, o desejo do pecado.

As armas de Jeremias permitiriam destruir o mal e plantar o bem; tornar em ruínas as construções enganosas do pecado e suas justificativas lógicas e construir uma estrutura de pensamento e compreensão que estabelecessem o temor do Senhor acima de todo desejo pecaminoso; para fortalecer e semear uma nova forma de viver que agradasse a Deus. Jeremias era o instrumento do propósito de Deus para o seu povo, suas armas eram a força sobrenatural para estabelecer uma nova forma de ver o mundo e a palavra que a expressava e fazia esse mundo conhecido dos homens.

O que trouxe o cativeiro


Quantas vezes só nos damos conta de como determinadas pessoas e coisas eram importantes depois que as perdemos. Mesmo alertados várias vezes, somente somos parados pela perda. Assim foi com o povo de Deus. Jeremias anunciava que Deus não tardaria sua promessa, que a ira de Deus estava se acendendo pelo pecado, que apenas os servos seriam protegidos, que Deus estava vendo a deslealdade de Jerusalém como a de uma esposa infiel, que as águas que o povo tomava não saciariam sua sede, foram comparados a burros teimosos, vinha infrutíferas, animais em busca apenas de suprimento e prazer, ladrões, crianças incorrigíveis,  chamados e chamados repetidamente ao arrependimento... Não deram ouvidos. Falsos profetas alimentavam seus corações com toda a espécie de rebeldia. Eles ouviam o que queriam ouvir. Banqueteavam-se com o engano. Achavam que por terem uma aliança com Deus podiam fazer o que quisessem, como quisessem, e não haveria juízo.

Mas romperam a aliança com Deus, conspiraram contra as suas autoridades, contra o rei Josias, que queria limpar a cidade da idolatria e o próprio profeta Jeremias, que o apoiava. O povo ia contra quem queria fazer o que era reto diante de Deus. Parecia que tudo estava perdido e o profeta clamava, pedindo juízo:

Justo és, ó SENHOR, quando entro contigo num pleito; contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho dos perversos, e vivem em paz todos os que procedem perfidamente? Plantaste-os, e eles deitaram raízes; crescem, dão fruto; têm-te nos lábios, mas longe do coração. Mas tu, ó SENHOR, me conheces, tu me vês e provas o que sente o meu coração para contigo. Arranca-os como as ovelhas para o matadouro e destina-os para o dia da matança. Até quando estará de luto a terra, e se secará a erva de todo o campo? Por causa da maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves; porquanto dizem: Ele não verá o nosso fim. [...] (Jeremias 12:1-4)

Imagine que você tem a necessidade interior de ver tudo bem feito, com honestidade, com excelência. Deus arde o desejo do bem dentro de seu coração. Você tenta sempre dar o seu melhor a Deus e, no entanto, vê todos os desmandos de um grupo de pessoas corruptas, incompetentes, desonestas e mentirosas, vivendo de bajulação mútua... E você sendo perseguido e recebendo até prejuízo por causa delas... Mas Jeremias não desistiu do seu propósito por causa do mal, que o cercava.

Aqueles que têm um chamado de Deus para um lugar e uma obra não dependem de aprovação, dos costumes do meio, da honestidade dos outros e de nada. Elas são transformadoras, elas não se dobram sob qualquer circunstância e Deus está com elas por todo o percurso e exerce seu juízo. Você pode fazer o mesmo clamor ao Senhor, sabendo que a nossa luta não é contra carne e sangue (Efésios 6:12). O mal tem fim, sim, porque o Senhor é justo. E Ele julgou Israel. Você tem uma promessa: “O cetro dos ímpios não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda a mão à iniqüidade.” (Salmos 125:3).

O cativeiro babilônico


Jeremias ajudou o rei Josias com as reformas  religiosas, condenando todo o tipo de prática idólatra e alertando contra a falsa segurança a respeito de continuar no pecado. Seguiu por outros reinados condenando os pecados dos reis e do povo e prevendo as suas consequências, o que lhe trouxe muitos inimigos. Entretanto, o fato de desprezarem seus conselhos vindos de Deus, provocaram o cativeiro babilônico e a destruição de Jerusalém por fogo, em 586 a. C. Depois disso, Jeremias ficou em Jerusalém, até que foi levado como refém e, como o restante do povo de Deus daquela geração e não voltou mais para sua terra.

Israel durante o cativeiro babilônico vivia intensamente Deuteronômio 4:25-31:

Quando, pois, gerardes filhos, e filhos de filhos, e vos envelhecerdes na terra, e vos corromperdes, e fizerdes alguma escultura, semelhança de alguma coisa, e fizerdes o que é mau aos olhos do SENHOR teu Deus, para o provocar à ira; Hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, que certamente logo perecereis da terra, a qual passais o Jordão para a possuir; não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos. E o SENHOR vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações às quais o SENHOR vos conduzirá. E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram. Então, dali buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. Quando estiverdes em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então, nos últimos dias voltarás para o SENHOR teu Deus, e ouvirás a sua voz. Porquanto o SENHOR teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança que jurou a teus pais. (Deuteronômio 4:25-31)

No capítulo 29, de 1 a 14, Jeremias consola o povo disperso em terra estranha por carta, anunciando a volta do cativeiro. Isaías havia profetizado a volta mais de 100 anos antes, tanto que o povo iria cativo para a Babilônia, quanto que Ciro seria o libertador. Voltariam para a sua terra, mas sob o poder do governo persa. Ainda seriam vassalos, mas estariam em casa e perto do templo.  O povo que não sabe usar a sua liberdade é privado dela.

Jeremias profetizou que o tempo de exílio iria começar e que seria de 70 anos. Mas, dizia que Deus anunciava ao povo que não os havia esquecido, embora estivesse desgostoso, mas os estava corrigindo. O propósito de Deus para a nação de Israel não muda, assim como o próprio Deus. O povo poderia ser seduzido e desviar-se, mas desistir dos seus desígnios de bondade está além da natureza de Deus, esta é uma das poucas coisas que Deus não pode fazer.

O propósito de Deus agrada a Deus


A carta de Jeremias fortalecendo o povo sobre a volta para Jerusalém também não era das mais fáceis de ler:

(4)  Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia: (5)  Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto. (6)  Tomai esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. (7)  Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz. (Jeremias 29:4-7).

Se você recebesse uma palavra de que iria ficar num lugar para onde você foi sem querer ir, e que deveria lançar raízes, onde a cultura é inóspita, após deixar seus a sua igreja; a sua cidade; sua profissão; amigos, parentes e bens para trás e ver, inclusive, alguns morrerem na viagem; e, estar levando somente sua vida, para um lugar que você não tem a ideia de como é, após ter a creditado a vida toda, que nunca sofreria nenhum tipo de problema, e que, vivendo como vivesse, Deus lhe abençoaria... Como você se sentiria? Totalmente perdido? Acho que é pouco. Está mais para, sem chão, literalmente e em todos os sentidos.  É uma expressão mais própria.

Essa é a sensação do exílio. As colunas principais, onde as pessoas se firmavam e organizavam suas vidas, ruíram de uma hora para outra; onde ninguém acreditava que elas pudessem fraquejar, espatifou-se. E começa uma jornada torturante de quase mil quilômetros em terreno montanhoso. Imagine que, se formos de avião de Jerusalém para a Babilônia (o aeroporto mais próximo é o do Iraque), levamos cerca de uma hora; de carro, levamos pouco mais de oito horas, nas estradas de hoje, asfaltadas. Mas, lembre-se, esses cativos foram na classe “escravo”, a pé, por estradas de areia e pedras, subindo montanhas. A viagem em si já era terrível.

A Babilônia era um lugar exuberante, avançado tecnologicamente e comercialmente. Mas também é o lugar raiz daqueles que preferiam saber tanto quanto Deus (Torre de babel). Estava no período do ápice do Império de Nabucodonosor, que durou pouco, mas só ele reinou sobre os cativos 57 anos. O costume era tomarem-se os cativos e separar-se em pequenos grupos e dividi-los em terras distantes, dificultando a comunicação, para que perdessem a força de resistência e se aculturassem, perdendo sua identidade. Se não fosse o Senhor enviar seus profetas e o seu Espírito, era o fim de Israel.

E o Senhor disse: Fiquem aí. Reorganizem a sua vida, pois somente os seus netos voltarão a Jerusalém. É um momento de virada. O povo que não tinha sabido valorizar a terra dada por Deus é lançado na terra dos gentios, até a mudança de governo, quando veio a Pérsia e derrubou o império Babilônico, e o reinado de Ciro.  O povo tinha uma escolha, nunca mais ser feliz, pensando naquilo que ficou para trás, ou confiar na presença de Deus, que os abençoava no novo lugar, não escolhido por eles. Dura lição perder e continuar em frente.

E mais, a responsabilidade de fazer prosperar o lugar era deles. Eles não deviam reter, mas dar, mesmo depois de terem sido espoliados de tudo por aquele mesmo povo. Pois se eles retivessem, quebrariam o princípio da semeadura e Deus não poderia fazê-los colher, sem que eles plantassem. Começar de novo é a lição do exílio. Construir tudo de novo, se for preciso, a partir do nada e dentro da escravidão, mas o povo de Deus nunca foi chamado à esterilidade. Nós fomos feitos para fazer brotar vida na terra.

Podemos construir o futuro

Mas, não adianta tentar mudar o passado. Quando Deus diz para ir em frente, devemos prosseguir. Não há nada lá atrás, a não ser o caminho da mulher de Ló, eu virou estátua de sal. Deus alerta para que não caíssem na sedução de acreditarem no que queriam novamente:

(8)  Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhadores, que sempre sonham segundo o vosso desejo; (9)  porque falsamente vos profetizam eles em meu nome; eu não os enviei, diz o SENHOR. (Jeremias 29:8-9).

Muitos iriam tentar convencê-los a não seguir em frente. Muitos iriam negar que as chances naquele ponto acabaram e que o real era aquilo que estava adiante deles e, principalmente, que a bênção estava ali, naquele lugar e momento e não onde eles desejavam que estivessem. A realidade era dura, mas devia ser enfrentada. Decisões e investimentos deveriam ser feitos. Era preciso começar de novo e abrir o coração para seguir em frente. Principalmente porque havia uma promessa. Havia o desejo de Deus de abençoar. Deus mostraria que não havia poder mágico que emanasse do chão de  Jerusalém, mas o poder pertencia à presença do  Deus de Jerusalém, que poderia manifestar-se em qualquer lugar, onde fosse adorado com sinceridade e fidelidade.

Deus não depende de nada para trazer o que você sonha, o que lhe faz feliz, o que lhe faz bem. Ele pode fazer isso dentro das condições mais adversas, porque Ele é Deus e é Santo e Fiel. Ele cumpre as suas promessas.

A promessa do retorno


Após duas gerações de intimidade e aprendizado sobre a dependência de Deus em qualquer situação, em meio à insegurança de ser estrangeiro e escravo, o povo retornaria para Jerusalém:

(10)  Assim diz o SENHOR: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar. (11)  Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. (12)  Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei.

Você sabe o que Deus tem para você? Vamos ver se sabe:...  “[...] Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2:9). Não, nem em seu maiores planos, não sabe, só Deus sabe o que Ele tem para a sua vida. É o sonho, o propósito, o pensamento dEle e o propósito dEle, aquilo que Ele pensa sobre a sua vida, ainda que você não esteja onde quer, é RESTAURAÇÃO TOTAL E O TRANSBORDAR. Veja o que a Palavra diz sobre o propósito, os desígnios de Deus para a sua vida, a intenção dEle para com você:

 “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.” (Isaías 46:9-11).

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei. Saireis com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. (Isaías 55:8-12)

Davi se encantava com os desígnios de Deus: “São muitas, SENHOR, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar.” (Salmos 40:5). E os desígnios de Deus, além de maravilhosamente serem impossíveis de medir ou prever, não mudam: “O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações.” (Salmos 33:11). Ele estabeleceu Israel para a glória, ela será gloriosa, ainda que tenha que aprender muito. Ele nos chamou para louvor da sua glória, também seremos. Não desfaleça, nem desanime, ainda que no lugar de exílio, onde você não quer estar, o Senhor está contigo e te fará prosperar e cumprirá as promessas que Ele lhe fez.

A promessa cumprida


Através de Ciro, rei da Pérsia, Deus cumpriu a promessa feita por Isaías, no tempo predito por Jeremias. Ciro era conhecido como governante bondoso, considerado pelos que conquistava. Ele determinou a reconstrução do templo de Jerusalém e a volta dos judeus que quisessem retornar para Jerusalém, como cumprimento da palavra a Jeremias (Jeremias 15:11-14). Pode ter ouvido a mensagem por Daniel, das profecias específicas de Isaías, pelo menos 150 antes. Isto é, 75 anos antes de haver cativeiro. Apesar de ser estrangeiro, Deus o ungiu para retornar seu povo do exílio (Isaías 45:13). Ciro, inclusive financiou a reconstrução do templo e devolveu os utensílios de culto (Esdras 1:7-8). Não é que ele tenha se convertido, mas que respeitou as convicções do povo judeu a ponto de fazer a vontade de Deus nisso. Nosso Deus é Senhor da história, dobra o coração dos reis.

Os pensamentos de Deus a respeito do seu povo eram direcionados pelo seu amor. Ele prometeu e Ele cumpriu. Ele prometeu e cumprirá na sua vida tudo o que prometeu. A sua boa palavra é a promessa de retornar à plenitude, de encher as medidas e transbordar, assim como Ele quer. Para mover o cumprimento dessas promessas, o povo deveria entrar na dimensão espiritual em oração, com o coração sedento, orar, buscar e procurar a Deus. Então, o Senhor os ouviria e proveria e a maior de todas as bênçãos seria dada: ver verdadeiramente a Deus e Deus estaria com Eles de forma consciente e harmônica, como desejava desde o princípio.

(13)  Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. (14)  Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar donde vos mandei para o exílio. (Jeremias 29:13-14



Deus não nos fez para a conformação, mas para a transformação. Não nos fez para estagnação de olhar para trás e lamentar, mas para seguir em frente, plantando e colhendo sementes, transformando a aridez em fertilidade. Fomos feitos para darmos frutos. Fomos feitos para a presença de Deus e não apenas para a bênção de Deus. Quando encontramos o que queima no nosso DNA, podemos direcionar todas as nossas capacidades e nos aliarmos com o poder sobrenatural de Deus para escrever a história que Deus quer ver nos jornais. Nada na sua história é definitivo até que a glória de Deus se manifeste nela. Não importa se você foi para o exílio, importa é com quem você está.

Nada pode deter o poder transformador de Deus que tem propósitos de maravilhosa bondade para se manifestar na sua vida. Ele é o seu presente, Ele é a sua casa. A sua casa é onde você está em paz, onde as pessoas que lhe fazem bem estão, onde você sente a presença do Senhor. Deus é a nossa casa e nós somos a casa de Deus. Jesus veio com uma missão, trazer Deus até nós, Ele é “Deus conosco”, Emanuel. O primeiro propósito e propósito geral de Deus para a humanidade é que recebam Cristo, para que todos os outros propósitos particulares possam ser cumpridos. Você já recebeu o portador dos propósitos de Deus? Ele é o Senhor da sua vida? O exílio livrou o povo de um estilo de vida que não glorificava a Deus para um estilo de vida que dependia dEle. Entregue-se a Jesus e Ele será a sua casa. Você frutificará onde estiver porque Deus estará com você em Cristo. As promessas de Deus se cumprirão na sua vida através de Jesus “porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio.” (2 Coríntios 1:20).

Você pode orar assim:

Senhor Jesus, não quero mais viver como eu quero. Eu quero a realização dos teus propósitos para a minha vida. Perdoa-me pelas escolhas mal feitas, perdoa-me ter me afastado dos teus desígnios, mas quero te encontrar e seguir em frente. Seja meu mestre, guia e Senhor. Eu aceito que tua morte na cruz retirou os meus pecados para que tu possas morar em mim pelo Espírito Santo. Lava-me, enche-me e me dá direção, Senhor Jesus. Ensina-me o teu caminho para que as promessas de Deus se cumpram na minha vida. 


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