domingo, 6 de janeiro de 2013

A Vida que vem do trono





A música faz parte de todas as culturas humanas, assim como a adoração. Não há grupo social conhecido sem forma musical.  O gosto musical é uma expressão do grupo social de origem, pois obviamente ninguém poderá escolher entre Brahms, Bach, Bethoven e Michel Teló ou Calypso se não conhecê-los. Mas a música tem sido mais do que isso. Ela é um poderoso instrumento social e individual para predispor e instruir  pensamentos, vontade e emoções. Ela é um poderoso indutor de disposições, que pode ser bem ou mal usado.

Um dos principais estudiosos da inteligência, Howard Gardner (1994) postula sete tipos de inteligência ou competências simbólicas, entre eles está a inteligência musical. A música é composta de som, ritmo e timbre. O ritmo, por exemplo, apóia o desenvolvimento da grafia das letras. O som também é importante para o desenvolvimento da fala e consequentemente, dos pensamentos, mostrando a influência dessa inteligência sobre a construção de outras inteligências, como a inteligência linguística. Você pode ver os cânticos de vitória registrados na bíblia desde Mirian comemorando a saída da escravidão do Egito (Êxodo 15:20-21); passando pela exaltação de Davi na volta das suas vitórias (1 Samuel 18:6-7) e a história bíblica segue plena de relatos. Há também lamentos e súplicas.

Além disso, a música tem sido instrumento pedagógico desde há muito. Por exemplo, os judeus aprendem os cinco primeiros livros da bíblia até os sete anos, através da música. Os professores de cursinhos descobriram essas técnicas e fazem música até para fórmulas de Física e Matemática.

Na música, os aspectos de harmonia e sincronia se entrelaçam com a afetividade e o funcionamento do corpo, de modo que a música pode fazer as vacas darem mais leite, as plantas crescerem melhor e pessoas melhorarem de saúde e humor, assim como piorarem. Quem não esteve triste e colocou uma música e sentiu seus efeitos para pior ou melhor? Ou quem nunca lembrou de alguém por causa de uma música?

Você tem ideia porque a música é tão importante na nossa vida e cultura? Porque ela nasceu na nossa origem espiritual. A música nasceu para Deus e em Deus, no céu. E, quando, na terra, a música se transforma em louvor e adoração, o céu vem e toca com suas maravilhas a terra. Há muito a provar dessa presença maravilhosa e é sobre isso que falamos hoje. Não apenas de música, mas de música para louvor e adoração do Pai celestial.

No céu, a música a serviço de Deus dá o clima adequado à sala do trono, desde a eternidade (Apocalipse 5:9; 15:3). Cânticos de louvor e adoração na terra atingem a eternidade. Para você ter uma ideia, o cântico que Moisés cantou na saída do Mar Vermelho é cantado novamente no cumprimento das profecias do Apocalipse: “e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!” (Apocalipse 15:3).

Quando exaltamos o Senhor através de canções, as pessoas se enchem da vida de Deus, batalhas são vencidas sobrenaturalmente, a restauração da alma é conquistada e a fé é (re)estabelecida. Louvor é exaltar a Deus pelo que Ele fez, faz e fará e adoração é levar o amor de filho ao Pai. Tudo isso acontece no lugar mais alto que uma pessoa pode alcançar e onde nada pode nos tocar: “[...], tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel.” (Salmo 22:3). O trono de Deus é o lugar onde o louvor nos leva e lá encontraremos misericórdia, graça e socorro: “acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” (Hebreus 4:16).

O louvor e a vitória sobrenatural





Josafá tinha um problema enorme. Vinha contra ele um exército muito poderoso. Sua preocupação era tanta, que ele apregoou um jejum para todo o Israel, apesar de isso não ser comum na época. Ele se pôs de pé no pátio do templo, invocou a aliança com Deus e apresentou a sua incapacidade de resolver o problema: “Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti.” (2 Crônicas 20:12). Você pode estar na mesma situação hoje... Mas Deus enviou a resposta:

14  Então, veio o Espírito do SENHOR no meio da congregação, sobre Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaia, filho de Jeiel, filho de Matanias, levita, dos filhos de Asafe, 15  e disse: Dai ouvidos, todo o Judá e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Josafá, ao que vos diz o SENHOR. Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus. 16  Amanhã, descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz; encontrá-los-eis no fim do vale, defronte do deserto de Jeruel. 17  Neste encontro, não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o SENHOR vos dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao encontro, porque o SENHOR é convosco. (2 Crônicas 20:14-17)

Levantou-se uma voz profética no meio dos cantores e a palavra de vitória foi dada. O Senhor deu posicionamento ao seu povo, eles só tinham que estar presentes, mas a peleja é do Senhor! E A PELEJA DO Senhor só tem um resultado: VITÓRIA.

E o que eles fizeram para tomar posse da promessa?


Adoraram com oração: “então, Josafá se prostrou com o rosto em terra; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém também se prostraram perante o SENHOR e o adoraram.” (2 Crônicas 20:18). Derrame suas necessidades e dificuldades na presença do Pai.

Cantaram louvores em voz alta: “dispuseram-se os levitas, dos filhos dos coatitas e dos coreítas, para louvarem o SENHOR, Deus de Israel, em voz alta, sobremaneira.” (2 Crônicas 20:19). Levante sua voz até calar seus pensamentos de tristeza e derrota.

Proclamaram a sua fé e a direcionaram sobre a palavra recebida: “pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém! Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis.” (2 Crônicas 20:20). Declare e sustente sua fé nas promessas que recebeu.

Estabeleceram o louvor como sua bandeira, colocando-o à frente do seu exército: “aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre.” (2 Crônicas 20:21). Organize-se, ajunte-se e use todo o equipamento e oportunidade que puder para focar-se no que Deus fez e em quem Deus é!

O louvor constrói a VITÓRIA!
22  Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados. 23  Porque os filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do monte Seir, para os destruir e exterminar; e, tendo eles dado cabo dos moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se. 24  Tendo Judá chegado ao alto que olha para o deserto, procurou ver a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, sem nenhum sobrevivente. (2 Crônicas 20: 22-24)

O louvor e a presença de Deus


Quando eu falo em louvor eu pressuponho um coração aceitável a Deus. Observe Josafá no texto anterior: tinha proclamado um jejum, havia se santificado para buscar a Deus, porque não é qualquer louvor que Deus aceita. Mas, ainda que um coração esteja limpo diante de Deus, se não abrir a boca para louvar, se não expressar de algum modo que exalta e crê em Deus, os efeitos do louvor não serão sentidos. Louvor aceitável flui de um coração limpo por uma boca rendida a Deus!

Observe como Deus responde a corações preparados, que o buscam. Um exemplo é o momento em que Salomão acabou de construir o templo e foi dedicá-lo:

A congregação se preparou:

3  Todos os homens de Israel se congregaram junto ao rei, na ocasião da festa, que foi no sétimo mês. 4  Vieram todos os anciãos de Israel, e os levitas tomaram a arca e a levaram para cima, com a tenda da congregação, e também os utensílios sagrados que nela havia; os levitas-sacerdotes é que os fizeram subir. (2 Crônicas 5:3-5)

As ofertas de sacrifício pelo pecado e de gratidão prenunciavam o reconhecimento e a entrega dos adoradores: “o rei Salomão e toda a congregação de Israel, que se reunira a ele, estavam diante da arca, sacrificando ovelhas e bois, que, de tão numerosos, não se podiam contar.( 2 Crônicas 5:6)

A preparação  cuidadosa do lugar e dos objetos, o cuidado e o zelo para o culto revelava a importância do que faziam: “puseram os sacerdotes a arca da Aliança do SENHOR no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins.” (2 Crônicas 5:7)

A preparação dos corações para servir é mais uma prova do quanto eles desejavam a presença de Deus. Os sacerdotes só precisavam se santificar nos seus dias de trabalho, mas dessa vez santificaram-se, não só para o trabalho ou o ritual, mas para estarem na presença do Senhor, em gratidão e reverência pela sua presença: Quando saíram os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que estavam presentes, se santificaram, sem respeitarem os seus turnos);” (2 Crônicas 5:11).

O louvor aceitável provoca a manifestação da presença de Deus:

12  e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas; 13  e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; 14  de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus. (2 Crônicas 5:12-14).

O louvor nos enche do Espírito, o novo testamento confirma isso (Efésios 5:18-21), renova a mente, pois como é uma rememoração do que está escrito, traz à mente o que pode dar esperança, por isso Davi escreveu vários salmos didáticos, contando a história de Israel e os feitos do Senhor dizendo:

Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma.( Salmo 66:16); 

Não morrerei; antes, viverei e contarei as obras do SENHOR. (Salmo 118:17); 
Falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e contarei a tua grandeza. (Salmo 145:6)

No louvor, a presença do Senhor se manifesta e nos consola e conforta, sarando as nossas feridas. Experimente ouvir louvores quando estiver em tristeza ou ansiedade. Elas fugirão do louvor, assim como foram derrotadas por Josafá, assim como nem os cantores no tempo de Salomão suportaram a presença manifesta de Deus durante o louvor intenso com dedicação verdadeira, sua carne, poderá resistir ao que é bom.

O desafio de louvar

O último salmo da Bíblia é um resumo de tudo o que dissemos aqui:
  
Louve ao Senhor em qualquer lugar: Aleluia! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento, obra do seu poder.” (Salmo 150:1).

Louve ao Senhor pelo que Ele fez, faz e fará e pelo que Ele é: “Louvai-o pelos seus poderosos feitos; louvai-o consoante a sua muita grandeza.” (Salmo 150:2).

Louve ao Senhor com instrumentos e com seu corpo: “3 Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa. 4 Louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas. 5  Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos retumbantes.” (Salmo 150:3-5).

Louve ao Senhor com sua vida e porque você a desfruta! Todo ser que respira louve ao SENHOR. Aleluia!” (Salmo 150:6).




Eu bem sei que há momentos em que só desejamos murmurar e lamentar, esbravejar, e fazer de nossa boca um canal de maldição, mas aí é que está o desafio do louvor. Se você deseja vitória e a presença de Deus, sua boca deverá liberar o louvor. O louvor nos leva ao trono, à vitória e à presença manifesta de Deus. Por isso, ainda que seja um desafio, Deus, em qualquer situação é digno do seu louvor. Assim, assuma o desafio do sacrifício de louvor:

14  Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir. 15  Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. 16  Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz. (Hebreus 13:14-16).

Você quer agradar a Deus? Quer sua vitória? Sua Presença? Encha a sua boca e seu coração de gratidão e música que exaltem o Senhor.

Você pode orar assim:

Querido Deus, agradeço porque por tua graça e misericórdia estou aqui vivendo e tendo cada momento mais uma chance de ser feliz e ver a tua vitória e presença na minha vida. Que teu louvor esteja sempre na minha boca e no meu coração. Que eu possa sempre estar tocando o teu trono com a minha fé e a minha confissão do teu caráter, amor e poder sobre a minha vida. Enche-me de convencimento e alerta-me sobre essas verdades continuamente, Senhor, eu te peço em nome de Jesus.




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