É completamente diferente receber um direito de receber um
favorecimento. A justiça exige que nós cumpramos nossos deveres, se nãos os cumprirmos que cumpramos as punições
devidas e que recebamos os nossos direitos. Uma pessoa é considerada justa
perante a lei de Deus se ela não deve nada à lei. A pessoa considerada justa diante
de será prontamente atendida em seus pedidos, pois “muito pode, por sua eficácia, a
súplica do justo.” (Tiago 5:16).
O grande problema é que diante da lei de Deus ninguém é
perfeito. Porque o preço para pagar o pecado é a morte (Romanos 6:23a). E Adão
perdeu a vida espiritual quando desobedeceu a Deus, fazendo nascer dele uma
geração de pessoas afastadas de Deus e nascidas no pecado. A semente de Adão é
a genética do pecado. Logo, todo descendente de Adão nasce em dívida com Deus.
Mas, Deus usou a semente da Palavra e gerou seu filho no útero de Maria, que
creu: “Bem-aventurada
a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do
Senhor.” (Lucas 1:45). Jesus nasceu sem pecado, sem descendência de
Adão, para tirar o pecado do mundo. Deus tomou Jesus, um homem sem pecado, para
pagar a dívida de todos os homens pecadores do mundo: “Aquele que não conheceu pecado, ele
o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2
Coríntios 5:21). Observe que mudamos o status de pecadores, filhos de
Adão, para filhos de Deus em Cristo, justiça de Deus.
O plano de Deus resolve em Cristo esse problema,
igualando a humanidade também para a solução: “Mas a
Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo,
fosse a promessa concedida aos que crêem.” (Gálatas 3:22). Essa justiça nos foi dada pela substituição
de Cristo na cruz, pagando o preço do pecado. Não fomos inocentados sendo
culpados. A sentença condenatória foi dada e nós recebemos a pena máxima, mas
Jesus a cumpriu em nosso lugar.
Havia duas penas
terríveis no império romano. Uma era o flagelamento e outra a crucificação. O
flagelamento consistia em açoitar o condenado com um chicote com pontas de
ferro e osso que cortavam as costas, os ombros, as pernas, os braços do
condenado até aparecerem as veias. Jesus foi moído, literalmente: “Todavia, ao
SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como
oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a
vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.” (Isaías 53:10).
Mas, não foi “apenas” moído. Ele levou o peso dos pesos,
a morte em crucificação. A morte em cruz
era uma sequência de tormento sem fim. Os pregos eram afixados de forma a
ficarem antes dos nervos nos pés e nos pulsos. Para respirar, o preso precisava
forçar a ferida do pé e, com isso, tocava no nervo, o que lhe dava um choque nevrálgico em todo o sistema
neurológico. Pela posição dos braços, o oxigênio diminuía e as câimbras tomavam
conta do corpo do condenado que mal poderia falar. Por isso as frases de Jesus
na cruz eram tão curtas. Essa tortura era tão terrível, que o historiador
Josefo registrou que três pessoas foram retiradas da cruz após uma hora e só
duas sobreviveram. Mas a cruz tinha o peso espiritual mais terrível: “Se alguém
houver pecado, passível da pena de morte, e tiver sido morto, e o pendurares
num madeiro, [...] o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus;” (Deuteronômio
21:22-23).
Na cruz, Jesus se fez doença, pecado, maldição, foi lançado
da presença de Deus, para que nós pudéssemos CONQUISTAR O DIREITO EM CRISTO de
estarmos na presença dEle, sem débito ou culpa, tornado justos, em Jesus
Cristo:
pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como
propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua
tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista
a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus. (Romanos 3:23-26)
Essa é a bondade
de Deus para todos:
para mostrar,
nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco,
em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem
de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. (Efésios
2:7-9).
Há muito o que se compreender sobre a plenitude, a
perfeição dessa justiça de Deus e a nova posição que ocupamos em Cristo.
Recebendo a posição de justos, somos agraciados com uma nova natureza para
fazer o que compete a justos, uma nova relação de aceitação com Deus, uma nova
autoridade espiritual contra o acusador e muito mais, que vamos tentar esboçar
nesse texto a seguir.
Jesus foi ferido para nós termos acesso à cura
Observe que foi por causa do nosso pecado que Jesus sofreu o
flagelamento e a cruz. Mas havia um propósito nisso. Fazia parte da missão de
Jesus, levar as nossas enfermidades:
Chegada a tarde, trouxeram-lhe
muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e
curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse o que fora dito por
intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou
com as nossas doenças. (Mateus 8:16-17)
Para Jesus nunca houve diferença entre perdoar pecados e
curar enfermidades. Quando ele curou o paralítico ficou bem claro que as duas
coisas são sinônimos: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a
terra autoridade para perdoar pecados —disse, então, ao paralítico: Levanta-te,
toma o teu leito e vai para tua casa. E, levantando-se, partiu para sua casa.” (Mateus
9:6-7).
Entretanto, há uma noção errada de que a doença entra na
mesma proporção do pecado de cada um em todos os casos. Assim, que pecados
teria cometido uma criança recém-nascida, se o próprio Jesus disse que era
delas o reino dos céus? O problema do pecado é de raiz. Pela brecha do pecado
de Adão entrou a autorização do Acusador (Satanás) de matar, roubar e destruir.
A humanidade se iguala no pecado e na necessidade de um Salvador, que é o único
que nasceu sem pecado, Jesus Cristo. A diferença entre o sofrimento de alguém
que crê e alguém que não crê é que o que crê conhece a saída, que é Cristo:
“Estas coisas vos tenho dito para
que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu
venci o mundo.” (João 16:33).
“Muitas são as aflições do justo,
mas o SENHOR de todas o livra.” (Salmos 34:19).
Por isso, há uma promessa onde podemos buscar saúde daquele
que nos deu sua vida para ficarmos livres dos resultados do pecado da
humanidade: “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os
nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça;
por suas chagas, fostes sarados.” (1 Pedro 2:24). Assim como recebemos o
direito a sermos tratados como justos, sem pecado diante de Deus, recebemos
direito de reivindicarmos a cura que Jesus comprou com sua vida para nós. Mas
todas essas experiências só podem ser vividas através da fé, que vem de ouvir a
palavra.
A justiça e o merecimento
É muito comum escutarmos que, se alguém está em uma
situação ruim, está pagando os pecados. Essa crença não procede. Para pagar
pecados era necessário ter nascido com uma vida, o que nenhum homem, exceto
Jesus nasceu. Sofrer com o pecado não é pagá-lo. Essa é a mesma diferença entre
pagar a prestação da sua casa própria e pagar o aluguel. Aluguel você sofre,
não paga nunca, isto é, nunca estará quite porque ao acabar de pagar estará
adquirindo nova dívida. A prestação, essa sim, é um pagamento. Haverá um dia em
que todo o prédio lhe pertencerá, e
agora, parte dele é seu e o direito de posse é seu enquanto o pagamento estiver
em dia.
Não há como se
pagar os próprios pecados, só Jesus está habilitado para isso e já o fez. Você
pode usufruir disso e parar de sofrer com o pecado ou de ser subjugado por ele
ou por suas consequências. A bíblia é clara quando fala que nós não merecemos
nada de Deus: “como está escrito: Não há justo, nem um sequer,” (Romanos 3:10). Então,
se for a Deus pelo seu merecimento, estará em apuros. Entretanto, Deus nos
convida a ir a Ele através do merecimento de Jesus: “Naquele dia, nada me perguntareis.
Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la
concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e
recebereis, para que a vossa alegria seja completa.” (João 16:23-24). Quando
pedimos em nome de Jesus, não somos nós quem merecemos, mas Jesus, é como se
fosse Jesus pedindo e Ele é Justo! Ele cumpriu toda a Lei e nos deu essa
justiça de presente, nos fazendo justiça: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado
por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21)
Não adianta querer pagar os próprios pecados, é
impossível, não adianta tentar ser merecedor porque é impossível, mas você pode
e é somente o que Deus espera que você faça, aceitar o que Jesus fez por você,
lhe dando os direitos de filho, lavado dos seus pecados e aceito na presença do
Pai.
A justiça e a comunhão com o Pai
Deus não aceita pessoas entregues ao pecado diante dEle:
Eis que a mão do SENHOR não está
encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder
ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os
vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. (Isaías
59:1-2)
Pela sua bondade maravilhosa, Deus enviou Jesus para
tirar a separação, que estava no pecado, mas tirar de forma legal, cumprindo a
pena de morte:
Mas, agora, em Cristo Jesus, vós,
que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. ¶ Porque
ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da
separação que estava no meio, [...]. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que
estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos
acesso ao Pai em um Espírito. (Efésios 2:13-18)
E isso não dependeu de nós, mas da vontade de Deus de nos
ter próximos a si mesmo, tirou o pecado de nós e nos fez aceitáveis a Ele, que
não tolera pecado:
Quando, porém,
se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com
todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua
misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo,
nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus
herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. (Tito 3:4-7)
Quando Deus olha para você
Quando Deus olha para você que crê em Jesus, que firmou
uma aliança com Ele, declarando que entregava tudo o que era seu a Ele e recebia
tudo o que era dEle para a sua vida, Ele não vê mais você, pois “[...] se
alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas.” (2 Coríntios 5:17).
Quando Jesus pregou a Nicodemos (João 3), disse-lhe que seu
espírito precisava nascer de novo para poder ver o reino dos céus. Lá no seu
íntimo, a herança de afastamento e maldição de Adão precisava ser desfeita.
Jesus propôs a aliança aos seus discípulos para poder trazer essa nova condição
a eles. Sentou-se, antes de se oferecer na cruz, e tomou a ceia dizendo que
iria derramar seu sangue pelo pagamento dos pecados daqueles que cressem. A
aliança liga duas vidas. O que é de um é de outro e a dívida do homem foi
assumida e paga por Cristo em TODA A SUA PLENITUDE na cruz.
O perdão de Cristo não é uma concessão, não é um
arrumadinho porque Deus gosta de você. O perdão de Cristo é um ato LEGAL, de
JUSTIÇA PERFEITA, PLENITUDE DE JUSTIÇA diante de toda a terra, nos céus e
debaixo da terra, onde todo o joelho se dobra diante de Jesus, que conquistou
esse DIREITO! Jesus pagou o preço e comprou a nossa liberdade quitando o débito PERFEITAMENTE! Deus, como o
juiz deu a pena máxima e como Pai amoroso, pagou-a com a vida de seu Filho. E
porque Ele é o Deus da Vida e da Justiça devolveu a vida a Jesus, pois Ele não
morreu a sua morte, Ele não tinha pecado, Jesus morreu a nossa morte para que
nós tivéssemos acesso à Vida de Deus!
Quando Deus olha para você Ele vê a vida de Jesus, Ele vê
um filho ou uma filha, Ele vê a sua fé lhe revestindo de caráter de filho,
posição de autoridade, pureza, amor, saúde, carinho de filho ou de filha. Ele não
vê o pecado, se você crê, porque quando você crê dá a Deus autorização para lhe
revestir de Jesus, você entra em comunhão com Cristo. E Jesus lhe dá acesso
confiante ao trono do Pai: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da
graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna.” (Hebreus 4:16).
Assim, a Justiça de Deus para nós não é uma concessão, um
arrumadinho qualquer em que Deus passa a mão na nossa cabeça quando estamos
errados, mas o pagamento de todas as distâncias que tenhamos em relação à
vontade de Deus. Pagamento mais caro que nenhum filho de Adão poderia fazer,
mas realizado pelo Filho de Deus.
As feridas em Cristo nos autorizam para a cura e não para
o engano de que podemos pagar pecado enquanto inutilmente sofremos sem poder
jamais quitar uma dívida de vida, sem a qual nascemos como filhos do pecado de
Adão e afastados de Deus. Muitos se perdem tentando a conquista impossível do
merecimento que só Cristo pôde conquistar e pelo qual pagou todo o preço
necessário. Não admita procurar esse caminho porque no final não dará em lugar
nenhum. Nenhum homem além de Cristo merece nada. Entretanto, Jesus nos concede a
condição de partilhar de seu merecimento, crendo nEle e recebendo o seu nome
como credencial diante do Pai. Aquele que quiser tirar o empecilho do pecado
tem em Jesus a sua garantia e sua oportunidade. Aquele que quiser gozar das bênçãos
da justiça tem em Jesus a sua porta de entrada ao trono de Deus. Quando Deus
olha para alguém em Jesus, não vê pecado, vê Cristo nEle e Ele em Cristo, por
isso mesmo, Jesus orou:
Não rogo somente por estes, mas
também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a
fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam
eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho
transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu
neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o
mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a
minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para
que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação
do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também
estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda
o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu
neles esteja. (João 17:20-26)
Não procure ser justo por si mesmo(a), receba a justiça
de Jesus, só Ele a pode dar. Mas o Filho de Deus é a Justiça de Deus para nós.
É toda a justiça de que precisamos, comprada, plena, legalizada e autorizada
por Deus.
Você pode orar assim
Querido Deus, perdoa os meus pecados, tira de mim a
culpa, a condenação, o desejo pelo mal, coloca em mim um coração que busque
fazer a tua vontade, um coração justo, que ame os teus princípios. Leva pela
cruz a minha injustiça e me dá uma nova vida, em nome de Jesus. Não irei mais a
ti em meu nome, mas no nome de teu filho Jesus Cristo. Não serei mas apenas eu,
mas seremos nós dois, ligados a ti para sempre, em nome de Jesus.
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