quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O Amor e o poder para a Vida





Muitas pessoas têm uma ideia errada da potência de determinadas coisas porque julgam pelas aparências. Um macaco de automóvel não dá ideia de que pode levantar uma tonelada e meia ou duas pela sua aparência. A energia elétrica, atômica, eólica, etc. são invisíveis, mas movem cidades e países. Temos forças que operam em nossas vidas que são invisíveis e não aproveitadas. Por exemplo, a Europa está em crise de energia elétrica. Só que há uma fonte de energia desprezada por todo o mundo, que se fosse aproveitada em três por cento de seu potencial já resolveria o seu problema. Sabe qual?  A energia solar captável no deserto do Saara.  

Há uma força disponível que nós pouco usamos. Ou se utilizamos, sequer arranhamos seu potencial. Nós a desprezamos como as areias do Saara e, no entanto, ela traz fertilidade onde toca. Vou lhe mostrar qual: “[...] o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.” (Cantares de Salomão 8:6). Você já pensou no amor assim? Como força suficiente e fonte de energia tal, para que nem a vida seja limite para ele e sua ação? Não pensamos nos amor como força, porque somos educados em uma sociedade em que o poder e a posse são a força. Um Cristo que sofre na cruz e termina com um brado de dor, chorando a separação do Pai, nos salvou e nos dá vida, pois foi assim que Ele conquistou a ressurreição.

Há dois poderes fundamentais que sustentam as pessoas plenas de Paz: a Vida e o amor. Há dois poderes essenciais que nutrem uma vida atormentada e que nunca alcança a Paz: posse e medo de perder. Somos educados a pensar que devemos e podemos tomar e possuir o que precisamos. Mas, o que realmente precisamos não pode ser tomado e nem possuído. Observe uma coisa: um halterofilista segura dezenas de pesos por uns instantes e o solta para não danificar seu corpo; uma mãe que ama segura o filho nos braços numa enchente, enquanto tiver vida, ainda que tenha que morrer por ele. Qual é a maior força? A intensidade da força depende do propósito. Quando o propósito é o amor, nenhuma força se compara. O ódio, a guerra e a intriga não podem apagá-lo se Ele é do céu. O amor que vem de Deus, que é sua própria essência, porque Deus é amor, traz em si a força que move a Vida e que foi poderoso o suficiente para ressuscitar Jesus “[...] Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).

Deus é amor. Se o amor for fraco, estamos perdidos. Falar de Deus é falar de amor. Compartilhar cuidado é falar e viver de Deus e isso não é fraqueza é poder de Deus para sarar, libertar, dar paz, prover e aproximar de Deus, pois o evangelho de Jesus “[...] é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” (Romanos 1:16). E salvação significa cura, libertação, segurança, preservação e perfeição (significados da palavra salvação ‘soso’ no grego). A salvação apaga o desamor, que é a destruição e preenche de vida, que é o Amor de Deus manifeto.

O Amor que ressuscita os mortos



Há um poder sobrenatural em mover-se em compaixão. Jesus aproximou-se do túmulo onde jazia o corpo de Lázaro e um momento de grande emoção aconteceu:

Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava. (João 11:32-36)

Jesus viu a angústia e a confusão de Maria sofrendo a seus pés, viu a dor de todos os amigos saudosos de Lázaro, e não ficou impassível, mas chorou com os que choravam. Ao chorar, Ele expressou seu afeto por Lázaro e por Maria. Jesus era emocionalmente perfeito. Ele não era um desequilibrado boneco de plástico como querem alguns, que não deixava transparecer ou reprimia aquilo que sentia. Jesus lidava com seus sentimentos de forma plena. Ele sabia do poder do amor. Quando você se rende ao Amor de Deus, nenhuma dor se assenhoreará da sua vida. Você não precisará negá-la e poderá expressá-la, porque você sabe que o Amor pode ressuscitar qualquer perda que você sentir.

O amor em gestos


Jesus nunca teve problema também para expressar afeto, quer por gesto ou palavra. João reclinou a cabeça no seu peito na hora da ceia (João 21:20). Tocava nos doentes para curá-los quando podia fazê-lo apenas por palavra (Mateus 8:13). Observe que a compaixão levou Jesus ao toque no leproso:

E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo. E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo. (Marcos 1:40-42)

Se uma pessoa desconhecida estivesse coberta de feridas e ficando podre a ponto de caírem-lhe os pedaços, com uma doença infecto-contagiosa, você a tocaria? Mas a palavra grega para compaixão no texto significa “tendo as entranhas revolvidas”. Jesus sentiu a dor daquele homem com se fosse sua e foi impelido pelo amor a ajudá-lo. A compaixão sobrenatural, o amor de Deus manifesto, estendeu as mãos, tocou, e com isso, matou a doença e ressuscitou as células mortas daquele corpo apodrecido em vida e deixou-o limpo. Um gesto de amor mudou a vida daquele homem para sempre. Jesus não tinha medo de proximidade. Ele reclamou com aqueles que impediam as crianças se aproximassem dele e Ele mesmo as colocou no colo:

Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava. (Marcos 10:13-16)

O poderoso mover do amor que supre


Jesus moveu-se da mesma compaixão que saciou de vida o leproso para pregar para a multidão que o seguia. É a mesma palavra utilizada quando Mateus diz que: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” (Mateus 9:36). E também para curar enfermos: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” (Mateus 9:36).

Jesus não curava como um recurso para atrair as pessoas ao evangelho. Ele curava porque o evangelho é fruto de um mover de uma profunda compaixão de Deus, atraído a curar as dores das pessoas e saciar a fome de eternidade do ser humano. E não é apenas emocionalismo se mover pelas necessidades das pessoas. A mesma compaixão que o levou a curar enfermos, pregar para os necessitados, o levou a lhes dar pão da terra para comer: “E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho.” (Mateus 15:32). Jesus tem uma personalidade comprometida e abundante. Ele sentia a necessidade física das pessoas nele mesmo e se negava a não prestar assistência às suas necessidades. Ele disse: “tenho compaixão” e também disse “não quero despedi-la em jejum”. Quero ajudar e me nego a cruzar os braços, pois a sua necessidade também é minha e a sua dor dói em mim. O amor de Deus foi poder para alimentar aquela multidão e ainda transbordou sete cestos cheios.

A compaixão de Deus é tão poderosa que traz o que nenhuma ação de força pode provocar, o perdão. É a mesma palavra utilizada na parábola do senhor que perdoou o servo que devia uma dívida impossível de pagar: “E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.” (Mateus 18:27). A mesma compaixão, que se move e toca nos nossos olhos quando pedimos para ver claramente o caminho, assim como ele fez com o cego Bartimeu: “Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo.” (Mateus 20:34).

A fé que opera pelo amor


A compaixão, o mover do amor, completou o que faltava a fé do pai que pediu a cura do filho:

E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou [com lágrimas]: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. (Marcos 9:20-25)

A compaixão se move pelo outro que necessita de ajuda sem ver diferença, hierarquia, sem necessidade de lucrar ou dominar. A compaixão é o que demonstrou o socorro do samaritano ao que estava estendido à beira do caminho para Jericó (João 10:33-37) e o que demonstrou o abraço do pai ao filho que havia saído de casa, perdido sua herança na dissolução (Lucas 15: 11-24).

Quando o amor se distorce em poder


Deus cuida, Deus abraça, Deus acolhe, Deus sente com você. Jesus é Deus Conosco. Ele viveu tudo isso para nos mostrar que a verdadeira força para transformar o mundo é o amor e não o domínio, a posse e a força humanos. Vejo muitas pessoas confundirem uma relação de amor com uma relação de poder. É triste, mas verdadeiro. Observe que a distorção aconteceu há muito tempo. Quando Deus fez a mulher para o homem, ela foi criada para ser apoiadora, parceira. Adão a reconheceu dizendo: [...] Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.” (Gênesis 2:23). Parte de mim... Comunhão... União... Isso é amor.

Depois, o pecado trouxe a maldição. E, na maldição, o amor deu lugar ao poder. Afastada a presença de Deus, o relacionamento desvirtuou-se e passou de uma parceira para a opressão como resultado do pecado. Deus esclareceu isso, dizendo: “[...] o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.” (Gênesis 3:16). O homem olhou para a mulher e deu-lhe nova identidade: “e chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.” (Gênesis 3:20). De parceira, a mãe de seus filhos. Ela que nasceu para ser COM ele, passou a ser PARA ele.

Não existia Eva até o pecado entrar. Não existia uma divisão ou luta para ver quem mandava mais, ou quem recebia mais. Existia cuidado consigo mesmo, no outro, compaixão e parceria, que é amor. Numa relação tocada pelo pecado e pela maldição, restaram só desejo e poder. Por isso, muitos rapazes acham que precisam ter muito dinheiro e bens para impressionar uma mulher e muitas mulheres procuram homens que possuem.

Um relacionamento suprido apenas por sexo e troca de bens por serviços é baseado na ausência de amor, é um negócio de posse e poder e nunca suprirá ou cumprirá aquilo que Deus tem reservado para nós. Um homem nunca será amado por quem se aproximar dele pelo que ele tem e não pelo que ele é. Uma mulher nunca será feliz sendo apenas objeto de desejo e recebedora de favores em troca de seu corpo ou algum tipo de atendimento. Nós precisamos de comunhão no espírito (relação com Deus), comunhão na alma (ideias, sentimentos e vontade) e comunhão no corpo (sexo) para que um casamento seja pleno. E isso não começa no bolso, na força ou beleza física, ou na manipulação psicológica e sim na capacidade de se doar e desejar fazer o outro feliz, de sentir o outro como se fosse parte de você. Portanto, como sua responsabilidade de fazer feliz e sua participação nessa felicidade. Quem substitui o amor pelo poder e pela posse, termina de mãos e coração vazios.



O que posso dizer é que toda demonstração de amor, toda expressão, em ação palavra ou gesto moverá e será movida pelo poder maravilhoso do amor de Deus. Posso dizer também que isso é inaceitável para o mundo e para os que não aceitam o Amor como fonte vital de força. Entretanto, se você desejar força para ressurreição, cura, provisão, liberdade e aproximação de Deus, é o amor quem vai prover tudo isso. Esse amor que Jesus veio nos apresentar. Vamos vivê-lo em  todas as suas dimensões. Jesus expressou o amor de todas as formas: com lágrimas, choro, abraço, colo, cura, provisão para os necessitados, perdão para os arrependidos, e nos faz o convite para virmos a Ele receber o poder do seu amor:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30).

Sabendo que Deus é amor, penso que o temos subestimado como um sentimento vulgar, comum, fraco, um monte de frases feitas, a presença de uma pessoa, mas é muito mais do que tudo isso. Ultrapassa até às barreiras da nossa compreensão, porque tudo o que vemos, vemos em parte. Mas, o amor será plenamente revelado na glória eterna, quando O encontrarmos pessoalmente. O Amor é Deus (1 João 4:16).

Se você quer receber e fluir nesse amor, fazendo uma diferença luminosa nesse mundo, você pode orar assim:

Querido Deus, ajuda-me a lidar com as minhas emoções como o Senhor Jesus lidou. Ajuda-me a viver, sentir e agir, sob a força e na motivação de amor poderoso que transforme a terra em minha volta, dando consolo, saúde, provisão a quem necessitar. Ajuda-me a perceber o amor como a maior força existente no universo porque Ele és Tu, te peço em nome de Jesus.



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