sábado, 19 de janeiro de 2013

Expectativas que não se frustram




Uma vez vi no facebook que alguém escreveu: "crie aftas, espinhas, um cavalo alado, qualquer coisa, menos expectativas". Mas, apesar de todas as possibilidades, encantos e beleza de um cavalo alado, nós continuamos e continuaremos a criar expectativas. Expectativas são parte da nossa capacidade de pensar e deduzir, são inevitáveis. Os modelos que baseiam as nossas expectativas é que podem ser mais bem trabalhados para evitar prejuízos e não há ninguém como Jesus para fazer isso.

Nada bloqueia mais a construção de um novo conhecimento de que um conhecimento anterior distorcido. Jesus, como um mestre maravilhoso, sempre estava arrancando pela raiz essas idéias bloqueadoras da aprendizagem e implantando explosivos para implosões de conceitos errados a cada encontro e assim abria espaço para a construção do reino dos céus dentro de nós.

Essa era a grande dificuldade dos fariseus. O reino que Jesus queria construir estava na vida interior de cada um, na riqueza que começa na comunhão com Deus, se estende em valores e sentimentos influenciados pelo Espírito Santo e se concretiza em obras. Por exemplo, o evangelho de Mateus foi escrito no sentido de provar que Jesus é o Messias. Apenas nesse evangelho encontramos a expressão “reino dos céus” e a encontramos trinta e uma vezes, sempre relacionada aos princípios, valores e relacionamentos, que Jesus veio ensinar.

Os fariseus tinham a mente tão cheia de verdades pré-concebidas, que sequer reconheceram o rei que o céu lhes havia enviado, apesar de viverem esperando por Ele e proclamando a sua vinda como a solução de tudo. Então, Jesus lhes explicou: “20  Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. 21  Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:20-21)

Jesus colocou uma divisória nos tempos desse planeta construindo-a por dentro, pela visão, valores, expectativas, modelos de visão de mundo. Se quisermos uma mudança revolucionária que funcione mesmo após dois mil anos, precisamos assumir esse padrão revolucionário, divisor de águas. Jesus foi e sempre será o mestre mais surpreendente de todos e o foi no sentido positivo. Hoje, quero enfatizar quatro momentos em que Ele, quebrando as expectativas, estabeleceu novas perspectivas para toda a humanidade. Mas, observe que todos os imperadores humanos, apesar de suas entradas triunfais estrondosas, estão sepultados e não são nada além de restos. Jesus entrou num jumentinho na sua cidade de coração, mas está à destra do trono eterno e reinará para sempre servido por miríades de milhares de seres perfeitos e adorados por milhões de pessoas em todo o mundo, dispostos a dar sua vida por Ele. Não se deixe enganar pelas expectativas que se encerram numa tumba. Deus quer lhe dar a esperança da eternidade e não a expectativa do fim. Jesus é a porta da eternidade para nós, nEle, podemos esperar,

Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi, por nosso intermédio, anunciado entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas sempre nele houve o sim. Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. (2 Coríntios 1:19-20)

A entrada triunfal em Jerusalém





O povo judeu no tempo de Cristo também vivia sob opressão, mas eles já possuíam quatro mil anos de promessas e experiências de libertadores militares. A imagem de um Messias conquistador era a sua esperança e expectativa. Mas, o que eles não sabiam, era que Cristo começa a sua conquista pelo que é espiritual, para trazer o reino é dos céus na terra e não ao contrário, do físico para o material.

Um momento importante em que Jesus quebrou as expectativas sobre sua atitude como Messias, foi a entrada em Jerusalém. A grande expectativa para um povo escravizado por um dos exércitos mais cruéis e duros da terra, há muitos anos... A expectativa do Rei Salvador para os judeus, o Messias, era de uma libertação militar, um líder revolucionário militar. Só que não foi assim que Jesus agiu.

Um forte impacto veio sobre o povo que o aclamou como rei. Os generais romanos ao entrarem numa cidade faziam todo o tipo de desfile e alarde possível, desfilavam armas e pompa, tocavam trombetas, distribuíam presentes e exigiam reverências ao entrarem. O imperador romano exigia ser adorado como Deus, mesmo sendo homem. Receber o Rei libertador dos Judeus já podia ser considerado um ato de guerra. Mas não era esse o reino que Jesus vinha conquistar.

Ao invés de um cavalo árabe branco em rédeas douradas e adornado de uma cela trabalhada, entra um homem num jumentinho sem cela, sobre vestes de pescadores, observe o contraste na ilustração...


Entrada triunfal do Imperador Romano na sua Capital
Entrada triunfal do Imperador do Céu na sua Capital
 

Humildade é chocante


Jesus veio como servo. Ele estava selando seu destino como oferta viva no altar de Deus ao entrar em Jerusalém. Ele não precisava da aprovação das pessoas e nem precisava parecer um rei da terra. Jesus sabia quem era. Ele sabia também que, o mesmo povo que o aclamava, iria trocá-lo por um criminoso comum em questão de dias. Ele sabia que nada do brilho desse mundo era uma oferta suficiente para ele vender o que havia sido reservado para Ele.

Satanás já havia feito a oferta uma vez (Mateus 4:8-10) e havia sido recusada:

8  Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles 9  e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10  Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. 11  Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram. (Mateus 4:8-11).

E ao entrar em Jerusalém sobre um burrinho sem cela, Jesus recusava a oferta de novo, para nos ensinar a desprezar a aclamação e a honra passageira, proveniente dos homens e do mundo. Ele não negou que era o Rei de Israel, mas Ele foi Rei de Israel como realmente teria que ser, da forma que Deus tinha escolhido, para servir o povo. É uma preciosa lição para quando ficarmos em evidência ou formos elogiados na terra. Assumirmos que é apenas mais uma oportunidade de servir a Deus e que haverá um custo, por vezes bem alto. No caso de Jesus, custou-lhe a vida. Para reinar no reino dos céus é preciso morrer para si mesmo e servir.

O momento do sofrimento


Ninguém espera que um conquistador morra no final do filme. Esses são os filmes de final triste, que muitos evitam. Mas, Deus não faz cinema, Ele é o criador da Vida, com V maiúsculo. Depois de estar na cruz, esperamos desse rei, que já não parece tanto ser da realeza, que ele pelo menos lance alguma voz de mártir, incite vingança, chame seus seguidores às armas. Ou se Ele é tão poderoso, que curou tantos, que desça da cruz, evite o sofrimento. Então, Jesus impactou novamente o mundo. Ele permaneceu na cruz do começo ao fim da jornada que começou na injustiça da sua prisão à noite (proibido pela Lei Romana), e aí seguem os sofrimentos de todos os tipos, físicos e psicológicos, até à morte.

A angústia da expectativa do sofrimento já começou a magoá-lo antes de começar o terror físico: “ A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mateus 26:38). Ele pediu ajuda dos amigos, mas ninguém ficou com Ele, nem ali e nem dali para a frente. Fugiram e o deixaram. Jesus conheceu a dor do abandono das pessoas. Mas Ele superou aquilo com a oração perseverante (Mateus 26: 39-44).

A reação revolucionária


Seguiram-se o sofrimento da traição (Mateus 26:50), prisão (Mateus 26:57), falsa acusação (Mateus 26: 59), agressão física e degradação moral (Mateus 26:67; 27: 2;). E sua atitude deixou o governador romano chocado:

11  Jesus estava em pé ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes. 12  E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13  Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem? 14  Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador. (Mateus 27:11-14)
   
Por muito menos outras pessoas já estariam chorando desesperadas e dizendo qualquer coisa para se verem livres; outras, estariam blasfemando a quinta geração daqueles que se diziam religiosos e justos e tinham usado da ilegalidade para levá-lo à morte. Jesus não poderia nunca escapar da morte sujeito a uma acusação de querer ser o rei dos judeus. Pilatos tinha por obrigação puni-lo exemplarmente para manter a segurança do Império Romano. Veja o argumento dos fariseus e o triste desfecho:

12  A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César! 13  Ouvindo Pilatos estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá. 14  E era a parasceve pascal, cerca da hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. 15  Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César! 16  ¶ Então, Pilatos o entregou para ser crucificado. (João 19:12-16)

O momento da glória do Rei


Apesar das pessoas ouvirem os ensinamentos de Jesus sobre o reino dos céus, o sofrimento deles e sua vida dura, não os deixava ver que poderiam ficar livres, mesmo sendo escravos fisicamente. É a mesma perspectiva de quem deixa de ir aos cultos para trabalhar e ganhar dinheiro... Termina trabalhando tanto sem paz, se desgasta tanto, que gasta o que ganhou com remédio e hospital.

A escravidão gera um pensamento de escravo e o escravo não pensa, só trabalha, mas não para sua libertação, trabalha para sua escravidão. O povo no Egito estava assim. Quando Moisés foi lhes falar sobre liberdade, o faraó aumentou a aflição e eles perderam a capacidade de escutar a promessa que Deus lhes havia feito:

8  E vos levarei à terra a qual jurei dar a Abraão, a Isaque e a Jacó; e vo-la darei como possessão. Eu sou o SENHOR. 9  Desse modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não atenderam a Moisés, por causa da ânsia de espírito e da dura escravidão. (Êxodo  6:8-9)

Vida de escravo, expectativas de escravo; expectativas de escravo, visão e audição de escravo. O povo não enxergava os sinais que Deus tinha dado a Moisés para a sua libertação e nem lembrava das promessas da aliança, só pensava no chicote na mão do faraó, cantando sua canção de dor e morte todo dia, enquanto eles levantavam para repetir suas tarefas sem expectativa de libertação.

A defesa de Jesus


Jesus não estava indefeso. O seu silêncio não aconteceu  porque Ele não tivesse defesa. Pelo contrário, Ele tinha tanta certeza da sua missão e do caminho pelo qual ela teria que passar, que abriu mão das defesas e poderes seja do céu ou da terra para aquela situação. Quando os soldados chegaram para prendê-Lo, Jesus apenas disse que era Ele e todos os soldados caíram no chão. Ele se ofereceu no lugar dos discípulos. Soldados no chão não podiam prendê-lo se Ele não quisesse:

Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra. Jesus, de novo, lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A Jesus, o Nazareno. Então, lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes; (João 18:5-8)


Jesus não foi vítima na cruz, Jesus foi oferta na cruz, por mim e por você, para que nós fôssemos livres. Você vive se justificando por tudo, fugindo de todos os conflitos, abrindo mão de princípios para não entrar em dificuldades? Tome o poder do filho de Deus e assuma quem você é. Jesus enfrentou a situação como Deus havia mandado somente porque Ele conhecia o propósito de Deus naquela situação. Ele não estava preso por dentro, apenas por fora. E somente ficou lá o tempo necessário para a sua missão de conquistar a eternidade para nós.  A fé não nos levará aonde não haja glória para Deus. E assim será em tudo o que fizermos para esse fim (1 Coríntios 10:31).

Esse trecho acima mostra tudo isso. Ele abriu mão de ir embora ileso para que seus discípulos, que somos nós, fôssemos libertos. O evangelho de João apresenta Jesus como o Filho de Deus. Quando Ele disse: Eu Sou, que é o nome de Deus, os homens não suportaram a sua glória e caíram. A coragem de Cristo permitiu a sua entrega. Se houvesse necessidade de agradar aos homens ou medo de enfrentar o que vinha pela frente a missão teria fracassado. O Senhor não nos deu um espírito de covardia, mas de poder (2 Timóteo 1:7).

O momento da entrega total: a cruz


Persevere durante o sofrimento mesmo quando as pessoas acharem que você deveria estar muito melhor “se seu Deus fosse Deus mesmo”. E Deus manifestará em você o poder da ressurreição. Não tema, Jesus foi agredido dessa forma durante o seu momento de Cruz. Observe os desafios que lhe foram impostos:

39  Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: 40  Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! 41  De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: 42  Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. 43  Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. (Mateus 27:39-43).

Quando você estiver em dificuldades e não houver quem lhe ajude, pelo contrário, houver quem o abata e zombe, diminuindo você e tentando diminuir as suas forças, lembre-se daquele que resistiu a tudo isso na cruz e venceu pela ressurreição. E a única palavra que liberou para essas pessoas que se aproveitavam do seu sofrimento foi a seguinte: “[...] Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.” (Lucas 23:34).   

As pessoas continuaram sorteando as suas vestes e zombando de Jesus enquanto Ele sofria na cruz, mas Jesus as impactou e quebrou todas as expectativas, dando-lhes perdão, quando ninguém esperava que desse nada a não ser desespero, dor ou revolta. Mesmo na cruz, Jesus só se permitiu ser Filho de Deus e Deus é amor.

O momento da vitória e glória de Cristo


E ali, na cruz, Jesus era Deus dando a sua vida pelos pecadores e trazendo a maior revolução da História da Humanidade, a revolução da ressurreição:

50  E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito [a oferta de sua vida a Deus foi feita]. 51  Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo [a separação entre Deus e o homem foi rompida pela retirada do pecado]; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; 52  abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; 53  e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. [a vida conquistada foi entregue aos que esperavam por ela]. (Mateus 27:50-53).

Todos esperam que os mortos continuem mortos e se decomponham, mas na morte de Jesus foi estabelecida a manifestação da ressurreição. Observe que coisa grandiosa essa última e definitiva quebra de modelos, três dias depois da morte de Cristo, o Rei da Vida:

2  E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. 3  O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. 4  E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. 5  Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. 6  Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. 7  Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo! 8  E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. (Mateus 28: 2-8)

O céu reinou na terra e ela tremeu para brotar vida. O anjo somente esperava a chegada daqueles que criam na ressurreição. Então, a luz do céu trouxe a revelação divina: onde os homens semearam morte, Deus gerara Vida! Ele não está mais no túmulo, a morte não pôde detê-lo. Não tema! O túmulo está vazio! Aleluia! Ele venceu! Conte a todos! Vai depressa! É verdade!

E, agora, corriam boas novas de vida pelas ruas onde escorreu o sangue do Rei e se viu a sua morte. Aleluia! A glória do Senhor brilha e revoluciona as expectativas erradas e perdidas. Refaça as suas. Foque nos valores, princípios e relações corretas e a vida brotará até mesmo da mais profunda morte, pelo poder da ressurreição do Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, o Messias, Jesus Cristo.

Você pode orar assim:

Senhor, firma em mim a expectativa em ti para que eu possa compreender a tua vitória e andar nela em minha vida, esperando o impossível em meu favor, eu te peço em nome de Jesus. Amém.



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