quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O que carregamos e o que derramamos





A minha cidade está inchando o número de carros. Realmente, acho difícil de todos caberem nessa nossa estrutura. Há momentos em que uma viagem de 15 minutos pode se transformar em uma jornada de uma hora e meia. Mas, o ruim, afinal, não é não sair do lugar, mas aqueles que tentam abrir espaço quebrando as leis da física ou do trânsito. E é de onde vêm os problemas, às vezes bastante graves.

Na nossa vida espiritual também temos desses encontrões e quase-acidentes, fechadas e engarrafamentos cheios de pessoas estressadas, que não querem abrir mão de um segundo ou deixarem os outros passarem. A estória (história?) a seguir nos ajudará a pensar nas vezes em que os engarrafamentos deixam as ruas e rodovias e nos encontram dentro de nós.

Um dia peguei um taxi e fomos direto para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa quando, de repente, um carro preto saiu do estacionamento na nossa frente. O motorista do taxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz! O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós. O motorista do táxi apenas sorriu e acenou para o cara. E eu quero dizer que ele o fez bastante amigavelmente.
Assim eu perguntei:
- Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!. 
Foi quando o motorista do táxi me ensinou o que eu agora chamo "A Lei do Caminhão de Lixo". Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai, carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, e de desapontamento. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome isso como algo pessoal.
Apenas sorria, acene, deseje-lhes o bem e vá em frente. Não pegue o lixo delas e espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas. O princípio disso é que pessoas bem sucedidas não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta para levantar cedo de manhã com remorso, assim... Ame as pessoas que te tratam bem. Ore pelas que não o fazem. A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!

A boca fala do que o coração está cheio (Lucas 6:45). Se nós enchermos o coração de paz, alegria e justiça estaremos derramando esse conteúdo precioso para os que estão à nossa volta.  Se nos enchermos de amargura, raiva, ódio, etc. assim será o nosso dia. A raiva é destrutiva, tanto para quem a possui, quanto para quem é objeto dela. Portanto, saber lidar com o que nos frustra e agride é fundamental, exatamente porque nós não podemos controlar ou impedir a grosseria dos outros ou suas falhas de caráter, apenas podemos evitar que isso no provoque dano permanente e contínuo.

Um cristão precisa ter auto-controle e visão do todo, para saber que a violência ou a raiva como reação desencadeia uma série de repercussões, que não vão levar a nada construtivo: "Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus."  (Tiago 1:19-20).

Não há como decidir corretamente em um momento de raiva; ou como manter a atenção e a prudência  num nível aceitável quando nos irritamos; ou proteger quem amamos; e nem fazer nada de bom baseado em raiva ou ódio. Nós podemos decidir o que carregar e o que despejar. Já vi carros de luxo carregados de lixo porque o dono não era asseado. Já vi carros muito simples levarem o mesmo lixo. Já vi ambos os tipos de carros limpos. Não é o tipo de carro, é o tipo de dono, que define o que ele conterá. Não é o tipo de sentimento que surge que determina o que você é. É o que você se permite carregar que lhe define. 

O que você decide carregar define que tipo de “carro” você é: de luxo ou de lixo. Espero que decida ter um bom dia livre de lixo. Para isso, ore e peça para que o Senhor Jesus, que perdoou a quem o crucificou, lhe faça compartilhar de seu poder sobrenatural de perdoar, para que você fique livre desse mal que distorce a visão e estraga o dia, a noite e a vida.

O que decidimos derramar








Uma coisa é o que recebemos, outra é o que damos. O ensino de Cristo é que devolvemos o que somos: “ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;” (Mateus 5:38-39). É uma questão de identidade e natureza. Se você não é violento, não tem violência para devolver. Se sua raiz não é da árvore da amargura, não dará os seus frutos. Pelo contrário, ao se ver um fruto como violência, raiva, agressividade, amargura, você não o guardará, mas o rejeitará. Se você ainda cultiva a raiva e a amargura é porque precisa conhecer-se em Jesus.

Nós nascemos de novo para o amor. E o amor:

[...] é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios 13:4-7)

Mas, se você prestar atenção, o amor é mais atitude e prática, mais decisão do que sentimento. Paciência, benignidade (compromisso em fazer o bem), humildade (não se vangloriar), generosidade, tranquilidade, compromisso com a justiça e a verdade, abnegação, confiança, esperança são ATITUDES QUE SE MOSTRAM EM AÇÕES. Os sentimentos são movidos pelas atitudes, pela nossa disposição em relação às pessoas e às coisas. Os sentimentos seguem a atitude.  Então, se temos o foco no amor, o lixo não se acumulará na nossa vida e não se acumulará nas nossas portas, impedindo a alegria de entrar. Mas, se o amor for nosso alvo principal, ainda que alguém nos despeje lixo, o amor o limpará e ainda transbordará de si, porque a fonte  é de amor. Quem despeja lixo precisa conhecer a fonte do amor e transbordar dela:

Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado. (João 7:38-39)

Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. (João 13:35)

Não há como ter nada de novo com uma atitude antiga ou com o mesmo pensamento, que gera essa atitude. Se você quer carregar luz, precisará livrar-se da escuridão; se quer transmitir calor, é necessário derreter o gelo do ressentimento, porque ele esfria o seu coração e bloqueia o amor. Muitas vezes, perguntamos porque as pessoas não se aproximam de nós, mas na realidade somos nós, que através da amargura nos tornamos críticos, superiores, ferinos e desconfiados. Quando guardamos mágoa, nos sentimos melhores do que os outros e os punimos dentro de nosso coração. Ali, pensando que somos os carcereiros, somos os encarcerados. Sujeitos até à pena de morte: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1 João 3:15). Se você quer ser instrumento de algo novo e bom para a sua vida e a vida de quem lhe cerca, precisa abrir mão de carregar o ressentimento e a raiva.

Você pode orar assim:

Querido Deus, por favor me ajude a não levar nenhum sentimento de ressentimento no meu coração que suje a minha vida por dentro ou por fora. Ajuda-me a controlar minhas emoções e direcioná-las para o que saudável e construtivo em qualquer situação, em nome de Jesus.



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