sábado, 12 de janeiro de 2013

Saciando a sede de Vida




Observe que vivemos em um tempo em que queremos que um produto solucione vários problemas ao mesmo tempo:  Os MP12987... são uma prova disso: celular, câmera, MP3, filmadora, acesso à internet, Bluetooth, e-reader, agenda, despertador, relógio,... etc. Mais um pouco e serve o jantar. Rsrs. Sempre precisamos ganhar tempo e essas soluções são bem interessantes. Mas, será que existe uma solução similar para nossas necessidades espirituais? Posso dizer que sim, mas só é possível encontrá-la se tivermos os pré-requisitos corretos.

Quais são os pré-requisitos? Bem, os encontramos aonde se origina a necessidade espiritual. O seu coração precisa de algo, então, ele tem que ser capaz de encontrá-lo. Se não for encontrado com o coração e buscado por ele, não vai suprir a sua necessidade. A Bíblia conta a história de uma mulher que tinha todos os pré-requisitos necessários a essa solução de convergência para o seu espírito.

Está em João 4. A  narrativa é ambientada. Jesus estava de passagem. Seu objetivo era a Galiléia, mas teria que passar por Samaria. Cansou e parou perto de um poço importante para os samaritanos, pois representava a sua tradição e a relação com o patriarca Jacó, a sua única ligação com as promessas de Deus. Era meio dia e isso significava, geralmente, 50 graus à sombra. Então, a história conta assim: “Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos.” (João 4:7-8).

Os judeus odiavam os samaritanos. Havia uma rixa tão forte que os samaritanos profanaram o templo de Jerusalém, atirando ossos de porcos no átrio. Os judeus se achavam superiores aos samaritanos porque eram de linhagem conhecida e os samaritanos tinham perdido sua linhagem, desde a queda de Samaria (726 a. C.). Mas, Jesus era diferente e a chocou falando com ela e lhe pedindo água: “Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana" (João 4:9).

Mas, Jesus só tinha pedido água para iniciar a conversa. Ele provocou a reação da mulher:

Replicou-lhe Jesus:
- Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
Respondeu-lhe ela:
- Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? (João 4:10-12).

Ela interessou-se pela proposta de Jesus, mas não a entendeu pois Jesus tinha uma   solução de convergência espiritual. Com a atenção da mulher garantida, Jesus chegou aonde queria: “Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4:13-14).

Jesus tinha algo que a interessava. E ela queria saber como consegui-lo. Agora o Senhor podia lhe dar em primeira mão uma das maiores revelações para a humanidade e Ele começou a estabelecer as condições do coração para tê-la: “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la.  Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá;” (João 14:15-16).  

Aquela mulher poderia ter respondido qualquer coisa mais confortável do que admitir não ter marido, mas seu coração era sincero. Isso porque naquele tempo e lugar (Samaria, 1 d.C.) a roupa dizia tanto a nacionalidade, quanto o estado civil. Jesus mandou chamar o marido, certamente porque ela dava algum sinal de ser casada. Entretanto, aquela mulher não usou nenhum disfarce: “ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido;” (João 4:17).

Ela escolheu lidar com a situação sem máscara. Ela podia ter dito: “Está certo. Já vou”. E ir embora sem assumir essa grande vergonha para a época, mas ela era sincera. O que quer que ela fosse receber seria de forma honesta com os outros e com ela mesma. Ela decidiu não parecer o que não era.

O seu coração era igual ao do salmista que esperava encontrar-se com Deus: “Atentarei sabiamente ao caminho da perfeição. Oh! Quando virás ter comigo? Portas a dentro, em minha casa, terei coração sincero.” (Salmo 101:2). Se você quer realmente a solução de Deus, não precisa parecer ser outra pessoa. Deus já o conhece e Ele o procura como está.


A segunda condição: o coração humilde




Jesus continuou a trabalhar com aquele coração sincero, pois a sinceridade abria a porta, mas não era a solução e passou para uma conversa mais profunda. Ele é de uma ousadia tremenda quando revela a intimidade conturbada de uma mulher que nunca o tinha visto: “porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.” (João 4:18). 

A reação dessa mulher é surpreendente. Eu não sei se teria reagido assim a um estranho que revela os meus maiores problemas sentando em um poço no meio da rua. Ela simplesmente disse: “ Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta.” (João 4:19). Uma coisa é admitir suas deficiências e erros para você, mas outra coisa é admitir para outra pessoa. Ao invés disso, ela podia ter dito: “Como se atreve? Eu? Jamais!... Quem você pensa que é? Você sabe com quem está falando?” Mas ela se rendeu. Foi humilde. Ela se viu, não diante de um homem, mas diante dos conceitos de Deus. Todos os relacionamentos dela estavam fora da vontade de Deus e de sua Palavra. Ela admitiu isso. 

Esse é um princípio raro de encontrar. Muitos pensam que humildade é pobreza. Mas lhe digo que já conheci muitos(as) pobres e orgulhosos(as). Humildade é uma condição do coração muito mais proveitosa. Jesus foi humilde porque fez algo que é muito mais difícil do que não ter dinheiro:  “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:7-8). Humildade não é pobreza. Humildade é obediência, submissão à vontade e à Palavra de Deus.

Terceira condição: O coração sedento de vida

Assim que ela percebeu que aquele homem estranho era um profeta, alguém que conhecia a vontade de Deus, ela podia ter pedido coisas materiais, até pedir um casamento decente, mas aquela mulher queria uma solução completa. Uma solução para todos os problemas ao mesmo tempo, uma SOLUÇÃO DE CONVERGÊNCIA ESPIRITUAL. Ela queria uma solução para a sua vida e ela sabia que a solução estava na presença de Deus. Então, a questão dela foi nessa área: “Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.” (João 4:20).   

A palavra adorar no original grego e hebraico tem dois sentidos lindos. Por um lado é prostrar-se diante do rei e por outro, beijar a mão do pai. Ela dizia: Quero me encontrar com a fonte de todo bem e todo o amor... Quero estar sob sua autoridade e proteção. Como eu faço? Então, uma promessa se abriu para ela: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” (Mateus 5:6).

Jesus ensina a adorar


Jesus começou a explicar que não é o lugar físico que importa ou determina a qualidade da adoração, porque Deus não pode ser tocado por mãos. As promessas vêem do descendente da linhagem de Davi e pela Palavra. A unção e a Palavra nos revelam o Amor do Pai e é nessa dimensão que os encontramos com clareza. Essa é a base da adoração. Assim nos chegamos à Fonte da Vida. Assim a sede de Vida tem fim. Veja a conversa que se seguiu:

Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.  Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (João 4:21-24)

Parece que a lição ficou um pouco difícil. Ela sentiu necessidade de mais explicações. Mas no coração daquela mulher havia mais um item importante:

Quarta condição: O coração em busca de sabedoria

“Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.  Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.” (João 4:25-26). Se você traduzir, ela disse: "Vou precisar de mais explicações sobre isso tudo. Estou esperando que o Rei Ungido de Deus venha nos explicar." Então, Jesus disse: "estou aqui para isso.”  O coração que quer compreender e buscar a presença do Senhor é precioso para Deus e traz recompensas:

Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento, e, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus. Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham (Provérbios 2:1-7)

Querer receber bênçãos de Deus é uma coisa, mas querer conhecer a Deus é outra. Você pode comparar a ter sede e decidir entre buscar um copo d'água (bênção) ou a Fonte (o reino do Senhor sobre a sua vida). Um coração que busca sabedoria quer a fonte e não apenas um copo d’água. Esse é o foco da solução convergente para qualquer espírito sedento de vida.  Ser conhecido por Deus e reconhecê-lo como Deus e Pai, e doador da Vida que necessitamos em todas as áreas.

Quinta condição: O coração de embaixadora do reino


Quando Deus se revela para nós e nos enche, nós nos tornamos parte da fonte e vamos ao encontro dos sedentos: “Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele.” (João 4:28-30).  

Veja que o cântaro perde a importância para aquela mulher. Ele, que marcava a sua sede, agora estava descartado por uma Fonte maior. Uma fonte de vida. Ela havia se tornado uma embaixadora, serva do Rei Jesus, o Messias. Agora não era mais uma mendiga por gotas d’água, era uma transbordante fonte de vida. Assim, como nós somos chamados a sermos embaixadores do Reino dos Céus: “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.” (2 Co 5:20).

Então, você pode orar assim: “

“Querido Deus, faz meu coração sincero, humilde, sedento de tua presença e de tua sabedoria, para que eu possa encontrar tua fonte de vida e me tornar teu(tua) fonte transbordante, embaixador(a) do Teu reino, em nome de Jesus.”  


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