Quando você escuta: Foi a vontade de Deus... A impressão que
lhe vem ao coração é de que o correu algo bom ou algo mau? Sinceramente, na
maioria das vezes em que escutei essa frase foi depois de um acontecimento
terrível como uma morte ou uma grande perda. Mas, será isso a vontade de Deus
todas as vezes? Se for, estaremos em maus lençóis... Ainda bem que temos a
vontade revelada de Deus na Palavra, que diz: “E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos
12:2).
A primeira coisa que podemos perceber é que a vontade de
Deus se opõe à conformação porque para experimentá-la não podemos estar
conformados. A segunda, é que a vontade de Deus precisa ser conhecida e aceita como
forma de ver o mundo, de forma que mude a nossa mente, a nossa maneira de
pensar, renovando-a. A terceira, é que a vontade de Deus tem três qualidades: é
boa, perfeita e agradável. Então, seja como for, aquilo que realmente for da
vontade de Deus vai terminar em algo bom, perfeito e agradável, se não terminou
assim, não terminou ainda ou não está conforme a vontade de Deus.
Outra coisa sobre a vontade de Deus, além de sua natureza, é
nossa cooperação com nela. Para muitas pessoas, é como se fazer a vontade de
Deus fosse sempre deixar de fazer algo. É certo que os dez mandamentos são
impedimentos: não terás outros deuses diante de mim, não matarás, não
cobiçarás, não roubarás, não darás falso testemunho, etc. Mas, a vontade de
Deus vai muito além dos mandamentos. Ela também está expressa nas promessas:
Observe o salmo 128:
Bem-aventurado
aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos
comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior de tua casa,
será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda
da tua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme ao SENHOR! O SENHOR te
abençoe desde Sião, para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias
de tua vida, vejas os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel! (Salmos 128:1-6).
Nesse salmo se expressa a vontade de Deus para alguém que
teme ao Senhor: Tem resultado abençoado no seu trabalho, na sua família,
prosperidade de Deus o acompanham até às gerações posteriores a ele. Essa é a
vontade de Deus para quem teme ao Senhor. Mas, a questão é que nós podemos até
não fazer muitas coisas, que realmente estão em desacordo com a vontade de
Deus, mas temos aceitado constantemente nos conformar e sofrer com menos do que
a vontade positiva dEle para as nossas vidas. É o mesmo erro de praticarmos o
que não O agrada, só que tem o sentido inverso. È pouca fé, do mesmo modo que
desobedecer os mandamentos. Não estou falando em megalomania, ou avareza estou
falando em crer e buscar o melhor de Deus na vida e nos relacionamentos.
O Pai nosso, a única oração ensinada por Jesus, começa
olhando para Deus como Pai e para os homens como irmãos e segue logo com o
desejo de que a vontade dEle seja feita na terra e nos céus. Mas, será que nós
estamos buscando a vontade de Deus de forma positiva? Ou estamos nos acomodando
com qualquer migalha que caia no nosso colo? Você busca em Deus o melhor dEle?
Ou prefere ficar sofrendo com soluções que não lhe suprem as necessidades? Vive
de remendos? Isso é falta de fé da mesma forma.
Jesus veio para garantir o cumprimento da vontade Deus, não
só na negação do pecado, mas no assumir da plenitude da bênção de Deus: “Porque quantas
são as promessas de Deus, tantas têm nele [Jesus] o sim; porquanto também por
ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio.” (2 Coríntios 1:20). Mas
como podemos viver a vontade plena de Deus? A palavra tem a resposta:
e, assim, habite Cristo no vosso
coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de
poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e
a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele
que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, (Efésios 3:17-20)
A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável e muito
maior e mais plena do que nós imaginamos. Por isso, precisamos conhecê-la e
buscá-la em todos os seus detalhes e riquezas ao máximo para que se cumpra em
nossas vidas, não só a vontade negativa de Deus, aquilo que nós não devemos
fazer, mas, principalmente, aquilo que Jesus comprou a tão alto preço o direito
de usufruirmos, a vontade expressa nas promessas de Deus. Observe que fazer a
vontade de Deus traz a manifestação das promessas:
Não abandoneis,
portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes
necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus,
alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá
e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não
se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a
perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma. (Hebreus
10:35-39)
Deus não promete o que não quer dar. Já pensou nisso? É tão
simples... Se Ele prometeu é porque quis. Quem o obrigaria? Ele mesmo prometeu
e se obrigou pela sua fidelidade a nos abençoar porque Ele ama dar bons
presentes aos seus filhos. Promessa do Pai é direito de filho.
Aquilo que Deus estabeleceu, Ele cumprirá
Deus é Fiel. Aquilo que Ele estabeleceu como bênção,
ninguém no céu ou na terra pode revogar. Observe o que disse Balaão, um profeta
vendido, que queria uma forma de amaldiçoar o povo para ganhar uns trocados de
um rei:
Deus não é homem, para que minta;
nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não
o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? Eis que para abençoar recebi ordem;
ele abençoou, não o posso revogar. Não viu iniqüidade em Jacó, nem contemplou
desventura em Israel; o SENHOR, seu Deus, está com ele, no meio dele se ouvem
aclamações ao seu Rei. Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi
selvagem. Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra
Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que coisas tem feito Deus! (Números
23:19-23)
Aquilo que Deus falou a seu respeito, Ele cumprirá. Ele
não necessita da aprovação de ninguém. O que Ele estabeleceu, ninguém pode
impedir, nem fazê-lo voltar atrás. Quando Ele manda a bênção, ninguém pode
roubá-la ou mudá-la de dono, quando nós tomamos posse e louvamos ao Senhor pela
provisão, Ele é a nossa força, nenhuma obra de feitiçaria tem poder contra nós,
o inferno está debaixo dos nossos pés, em nome de Jesus! Somente o pecado pode
nos atrair maldição, mas se você aceitou a redenção em Cristo, o pecado foi
retirado pelo arrependimento, que o prega na cruz. O pecado levado a Cristo é
vencido e você está livre para usufruir da boa, perfeita e agradável vontade de
Deus, COMO Deus QUER!
Viva a bênção da vontade de Deus
Para viver a vontade de Deus é preciso duas coisas
essenciais:
1. Compreendê-la. A vontade de Deus
precisa de dedicação para ser compreendida. Se não a compreendermos, andaremos
como tolos, perdendo tempo e expostos à maldade: “Portanto, vede prudentemente como
andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias
são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender
qual a vontade do Senhor.” (Efésios 5:15-17)
2. Obedecê-la. O Senhor opera a sua
vontade em nós. É andando em obediência (livres do pecado e em direção das
promessas), que desenvolvemos a nossa salvação.
Assim, pois, amados meus, como
sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha
ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem
efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. (Filipenses
2:12-13)
Então, fazer a vontade de Deus depende de conhecimento da
vontade de Deus e da nossa vontade de decidir fazer a vontade dEle. Precisamos
de um conhecimento transbordante da vontade de Deus, sabedoria e entendimento espiritual.
Isso mudará o nosso modo de vida para um em que dignifiquemos o Senhor, nos
fará dar frutos e crescermos fortes, alegres e cheios de ações de graças:
Por esta razão, também nós, desde o
dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis
de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento
espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro
agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de
Deus; sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em
toda a perseverança e longanimidade; com alegria, ¶ dando graças ao Pai, que
vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. (Colossenses
1:9-12)
Jesus é a vontade de Deus
É assim que Jesus nos vê: “porque qualquer que fizer a vontade
de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mateus 12:50). Ele veio
para a terra na intenção de fazer a vontade de Deus: “porque eu desci do céu, não para
fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.” (João
6:38). E tudo o que Jesus fez na terra era da vontade de Deus. Isto é,
Jesus mostrou a vontade de Deus em derramar cura, libertação, pacificação,
santificação, milagres de provisão, ensino, repreensão, consolo,
fortalecimento, profecia... e tudo o mais que Ele fez.
Jesus disse que a vontade do Pai é não abrir mão de
nenhum dos que forem até Ele. Deus NÃO QUER PERDER VOCÊ nem por um minuto. Ele
lhe deu a Jesus e Jesus não vai lhe perder:
Todo aquele que o Pai me dá, esse
virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci
do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me
enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os
que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a
vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:37-40).
Então, o que está esperando? Já foi até Jesus? Já lhe
pediu ajuda? Jesus veio para fazer a vontade de Deus e estabelecer um novo
relacionamento entre nós e Ele, em Hebreus 10:
Por isso, ao entrar no mundo, diz:
Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; não te
deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. ¶ Então, eu disse: Eis aqui
estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua
vontade. [...] Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é
que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma
vez por todas. (Hebreus 10:5-10)
Um novo testamento, uma nova aliança, uma nova condição
de relacionamento. No velho testamento, os homens eram servos de Deus, no novo
testamento os filhos servem ao Pai (Hebreus 3:5-6).
Conhecendo a natureza da vontade de Deus
A vontade de Deus é sustento, é vida e, por isso, é a
base da obra de Jesus: “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a
vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (João 4:34). Ele
veio para nos trazer vida e vida em abundância. Jesus é a Palavra encarnada
(João 1:1, 14). A Palavra é a vontade revelada de Deus para nós: “Temos, assim,
tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, [...]
porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2
Pedro 1:19-21). Deus desenhou sua vontade em carne, em Jesus, “Ele, que é o
resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as
coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos
pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,” (Hebreus 1:3).
Foi vontade de Deus criar o mundo e tudo o que nele há: “Tu és digno,
Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as
coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram
criadas.” (Apocalipse 4:11). Mas Ele não fez tudo por acaso. Quando
terminou, o qualificou como muito bom e o entregou à raça humana para cuidar e
fazer florescer e frutificar.
Deus colocou de si próprio no homem e lhe deu tudo de bom
que fizera, mas mais do que isso, Ele deu sua própria vida àquela pequena parte
da criação. Poderia ser insignificante para quem criou um elefante, ou grande
demais para quem criou uma vida microscópica, mas ele escolheu o homem para
partilhar com Ele. Ao cair do dia, Deus e o homem conversavam, como Pai e
filho. O pecado nos afastou dessa comunhão, mas Jesus veio para retirar o pecado
e nos religar a Deus. A vontade de Deus é que nós sejamos tratados e vivamos
como seus filhos, livres do pecado:
assim como nos escolheu nele antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em
amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus
Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua
graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção,
pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, (Efésios
1:4-7)
É quando entregamos a descendência de Adão, ligada ao
pecado e através de Jesus, recebemos a comunhão com o Pai através do perdão dos
pecados, que recebemos a manifestação da vontade de Deus de que fôssemos
filhos, nascidos de sua natureza espiritual, sem pecado: “mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:12-13).
Não é só nascer como filho do homem, é preciso nascer da vontade de
Deus, e para isso é necessário aceitar o perdão dos pecados em Cristo. É o que
a Bíblia diz.
Os maravilhosos efeitos da vontade de Deus
A primeira coisa que posso lhe dizer é que se você faz a
vontade de Deus, você não afunda. Você fica firme porque o Senhor está contigo,
em sua defesa: “[...] aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (1
João 2: 17). Mesmo em meio às tribulações, o Senhor nos conforta e podemos
estar certos de que Ele nos ouvirá. Quando fazemos a vontade de Deus, somos
atendidos nas nossas orações: “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo
contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende.” (João
9:31). Pois se pedirmos conforme sua vontade Ele concede: “e esta é a
confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve.” (1 João 5:14).
Depois, quando optamos por fazer a vontade de Deus, Ele
nos mostra claramente qual é a sua vontade: “Se alguém quiser fazer a vontade
dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim
mesmo.” (João 7:17). Seja para resolvermos assuntos para nós,
compreendermos a Palavra, ou qualquer necessidade de discernimento, o Pai nos mostra
sua vontade, como sempre guiou Jesus nela: “Eu nada posso fazer de mim mesmo;
na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha
própria vontade, e sim a daquele que me enviou.” (João 5:30).
Não existe mar de rosas. Não se engane, não existe um
cristianismo de mar de rosas. Fazer a vontade de Deus não nos exime de
problemas sempre, nos dá vitórias porque há lutas. Por isso, precisamos estar
preparados mentalmente e espiritualmente para resistir às oposições:
antes, santificai a Cristo, como
Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo
aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com
mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra
vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em
Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes
o que é bom do que praticando o mal. (1 Pedro 3:15-17)
“Por isso, também os que sofrem
segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do
bem.” (1 Pedro 4:19)
Praticando a vontade de Deus
A vontade de Jesus é que tenhamos o mesmo relacionamento
que Ele com Deus: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me
deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes
da fundação do mundo.” (João 17:24). Da mesma forma que Deus recebe e
ama Jesus, Ele lhe receberá e amará se você for ao Pai em nome do Filho que
morreu para tirar a separação do pecado que há entre você e Deus.
Jesus era claro sobre discursos vazios e seu efeito:
E que vos parece? Um homem tinha
dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na
vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo,
disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido,
foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes
Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de
Deus. (Mateus 21:28-31).
Não importa de onde você venha, quem você seja, mas se
deseja uma mudança na sua vida você só a terá quando decidir que quem tem razão
e deve ser cumprida é a vontade de Deus. Digo isso porque há outra vontade que
se liga ao que os olhos veem e as mãos tocam, o nariz sente, os ouvidos ouvem e as mãos apalpam. É a vontade da carne. Essa
é destrutiva e inimiga mortal da vontade de Deus:
Ele vos deu vida, estando vós mortos
nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos
filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. (Efésios
2:1-3).
Porque o pendor da carne dá para a
morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade
contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. (Romanos
8:6-7)
Mas temos Jesus como exemplo: Não era a vontade de Jesus
ir para a cruz, mas Ele escolheu fazer a vontade do Pai. Tanto é que Ele orou: “[...] Meu Pai,
se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua
vontade.” (Mateus 26:42). E somos desafiados a sermos arrastado por esse
exemplo:
Ora, tendo Cristo sofrido na carne,
armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne
deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de
acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. (1 Pedro
4:1-2).
O processo de aproximar-se de Deus
Fazer a vontade de Deus é ser aperfeiçoado por Ele, é um
processo de aproximar-se dEle e, ao mesmo tempo, afastar-se do que não o
agrada. Esse processo é chamado santificação e só vai estar pronto quando Jesus
voltar:
Ora, o Deus da paz, que tornou a
trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas,
pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para
cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele,
por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém! (Hebreus
13:20-21)
A santificação, a separação de tudo o que não é de Deus
age em três áreas a santificar: “O mesmo Deus
da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1
Tessalonicenses 5:23). Isso inclui aproximar-se de Deus, afastando-se do
que não é dEle nessas três áreas: práticas espirituais que não agradam a Deus,
práticas relacionais que não agradam a Deus e práticas corporais que não
agradam a Deus. O espírito é nossa ligação com o sobrenatural, a alma o nosso
espaço relacional e o corpo a nossa ligação com o mundo físico. Tudo começa no
espírito, porque é nele que nós temos nossa comunhão com Deus. Nessa área, há
um mover que é especificamente abençoado: a ação de graças.
Deus quer que nós possamos vê-Lo acima de qualquer
situação, e que possamos assumir a sua vontade final nas qualidades de ser boa,
perfeita e agradável. E nós fazemos isso quando nos mantemos dando graças pela
manifestação dessa boa, perfeita e agradável vontade em QUALQUER situação, por
isso Paulo diz: “em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco.” (1 Tessalonicenses 5:18).
Aproximando alma e corpo de Deus
A nossa alma é a dimensão que se relaciona com as
pessoas. Nessa instância ocorrem as mágoas, os medos, as ansiedades, os
pensamentos dolorosos, de mal, etc. É composta da mente, vontade e emoções.
Nesse espaço, teremos a luta entre a vontade da carne e do espírito. O espírito
recriado possui uma necessidade de aproximar-se de Deus e a carne de fazer
aquilo que lhe der prazer. Os dois estão constantemente em conflito e aquele a
quem você mais alimentar, mais forte será na sua vida. Por isso o jejum é um
recurso muito bom, uma vez que a carne se alimenta das forças e desejos ligados
ao corpo, apesar de não estar somente agindo no corpo (Gálatas 5:19-21). É
preciso renovar a mente com a palavra, como já dissemos, compreendendo-a e
praticando-a. É preciso levar os sentimentos ao consolo, perdão e submissão de
Cristo e a submissão da vontade.
O corpo também é chamado a separar-se para Deus. Como diz
o versículo a seguir:
Pois esta é a vontade de Deus: a
vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós
saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de
lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria,
ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas
coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador,
porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. (1
Tessalonicenses 4:3-7).
A palavra utilizada no original para prostituição é “porneia”,
a mesma utilizada para a palavra portuguesa pornografia. Ela significa:
prostituição, incluindo adultério e incesto, e fornicação (ato sexual que não é
entre cônjuges). A impureza a que se refere o texto é exatamente aquela que é
resultado de ter utilizado algo como instrumento contrário à vontade de Deus. A
vontade de Deus é que nós tenhamos as raízes arrancadas do mundo do pecado: “o qual se
entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo
perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai,” (Gálatas 1:4). O corpo
deve servir ao que agrada a Deus, mas somos nós que o oferecemos para isso:
Não reine, portanto, o pecado em
vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais
cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas
oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a
Deus, como instrumentos de justiça. (Romanos 6:12-13)
Assim, temos que a vontade de Deus não é apenas um conjunto
de ordens, mas um caminho de bênçãos que Ele quer destinar a nós. Por isso, nós
precisamos buscar toda a vontade de Deus, tanto aquela que diz não faça, como a
que diz: “Eu lhe prometo”.
Deus não engana ninguém. Ele não mente. Não promete para não
cumprir. Aquilo que Deus falou a seu respeito, Ele cumprirá. Ele não necessita
da aprovação de ninguém, ninguém pode impedir, nem fazê-lo voltar atrás. Basta
que nós compreendamos a vontade de Deus e a cumpramos.
A vontade de Deus está manifesta em Jesus. E ao cumpri-la,
nós nos irmanamos a Ele. Deus enviou Jesus porque sua vontade era lhe ter de
volta para Ele e Deus NÃO QUER PERDER VOCÊ nem por um minuto. Ele lhe deu a
Jesus e Jesus não vai lhe perder.
A vontade de Deus é Vida e sustento, tudo o que Deus criou
foi para que o homem tivesse comunhão com Ele, por isso, o pecado tem que sair
de entre nós e Deus e foi por isso que Jesus veio. Não é só nascer como filho
do homem, é preciso nascer da vontade de Deus, e para isso é necessário aceitar
o perdão dos pecados em Cristo. Mas, se você está em Cristo, você fica firme
porque o Senhor fica com você e lhe sustenta e lhe mostra o caminho. Não existe um mar de rosas, mas as batalhas
são vencidas e a paz permanece em você no meio da guerra.
Portanto, precisamos de atitude positiva se cremos. Não é
suficiente dizermos que vamos fazer a vontade de Deus. É preciso fazê-la a
qualquer custo. Mas temos Jesus como exemplo: Não era a vontade de Jesus ir
para a cruz, mas Ele escolheu fazer a vontade do Pai. E a cada dia, nos
aproximarmos mais de Deus e nos afastarmos mais do que desagrada a Ele. É uma caminhada que vale a pena, de recompensa
louvável, durante e após a jornada.
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