Essa frase pode chocar, mas dá um equilíbrio muito
importante a quem quer conhecer a Deus. Na minha vivência no gabinete, tenho um
problema: Deus só pode mudar quem quer, mas chegam no gabinete a grande maioria
de pessoas que querem que os outros mudem e acham que estão certas. Ou, o lado oposto, aqueles que vão ao gabinete
pedir ajuda de Deus, mas não acreditam que vão conseguir ser aceitas por Ele. A
frase acima resolve as duas faltas de esperança.
Se você não quiser mudar, sua vida não mudará, pois toda
mudança começa em quem a deseja. Se você pensa que não tem que melhorar, acha
que é muito bom, mas ninguém é tão bom que não precise melhorar. E nada como a
vida para mostrar isso a gente. Por outro lado, já que todos precisam melhorar,
e Deus sabe disso, se Ele exigir de você a perfeição, vai lhe impedir de se
aproximar dEle. Então, que solução nós temos para esse impasse? Graças Deus temos a seguinte: “mas a
Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo,
fosse a promessa concedida aos que crêem.” (Gálatas 3:22).
Quando Deus diz tudo, quer dizer TODOS. Diante dos
padrões de Deus ninguém é tão bom quanto parece. Davi sabia disso: “atende,
SENHOR, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me, segundo a
tua fidelidade, segundo a tua justiça. Não entres em juízo com o teu servo,
porque à tua vista não há justo nenhum vivente.” (Salmos 143:1-2). E
Davi era um homem segundo o coração de Deus. Paulo reafirma essa posição para os
romanos, no novo testamento: “como está escrito: Não há justo, nem um sequer,” (Romanos
3:10). NINGUÉM (refere-se a todas as pessoas) é tão bom quanto pensa.
Desde a queda de Adão, nascemos desligados de Deus... “Portanto, assim como por um só
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12). Então,
todos precisam resolver sua vida com Deus.
O pecado é mais do que algo a consertar, ele nos separa
de Deus: “eis
que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o
seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação
entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que vos não ouça.” (Isaías 59:1-2). Quando Deus nos compara com seu
conceito de justiça, nós não passamos em seu crivo. Porque apesar de nós
estipularmos hierarquias de pecados, Deus não o faz: “pois qualquer que guarda toda a
lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele
que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras,
porém matas, vens a ser transgressor da lei.” (Tiago 2:10-11).
A coisa não está fácil, pois segundo os critérios de
Deus, ninguém deixa de ter pecados, ninguém se aproxima dEle com pecados,
ninguém tem pecados maiores ou menores... Ninguém é tão bom quanto parece. E a pena
do pecado já está estipulada: “porque o salário do pecado é a morte, [...].” (Romanos
6:23) e “eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do
filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” (Ezequiel 18:4). Mas,
não se preocupe, tem saída.
Você pode até pensar que pode compensar o que fez de
errado, mas diante de Deus só o ódio, o desejo de matar, já lhe faz ser julgado
como assassino: “todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo
assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1 João 3:15). Como o
assassino do seu filho, filha, pai ou mãe poderia compensá-lo pelo que fez?
Você aceitaria a compensação? A única esperança de quem tira a vida é o perdão.
Jesus é nossa justiça e nosso perdão porque Ele foi condenado pela justiça no
nosso lugar e pagou o preço do pecado, justiça cumprida e ao nos entregar esse
pagamento, nos deixar ir livres, sem pagar a dívida. Isso é perdão. Ele recebeu
a nossa culpa. Só Ele nasceu sem a herança de pecado de Adão e pôde pagar os
pecados dos homens. No dia anterior ao que Ele finalizou sua missão, Ele
levantou o cálice e disse: “porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança,
derramado em favor de muitos, para remissão [pagamento] de pecados.” (Mateus
26:28).
O único bom como Deus morreu como o pior de todos nós
para que nós fôssemos lavados de tudo o que nos impede o acesso a Deus. Ninguém
é bom, não por si mesmo, pois “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de
mudança.” (Tiago 1:17). A bondade que se manifesta em qualquer pessoa é
uma manifestação de Deus em nós, não é nossa capacidade natural humana. Nós
nascemos para isso, para sermos à imagem de Deus, que é bom, mas nós podemos
escolher com quem vamos parecer: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas
contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe,
pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,”(Deuteronômio 30:19). E
não há ninguém na terra que faça a escolha certa 100% das vezes. Ninguém é tão
bom quanto parece...
Ninguém é tão ruim quanto parece
Observe a perfeição da lógica de Deus. Não há ninguém mais
errado, nem mais pecador, nem mais irrecuperável. Todos são iguais perante Deus
e todos podem ser resgatados em Cristo. A oportunidade que Jesus nos deu foi
anunciada pelos anjos: “Glória a Deus nas alturas [céus] e na terra, paz entre os
homens de quem Ele se agrada [homens de boa vontade, de seu favor].” (Lucas
2:14 – Bíblia Amplificada). A única coisa que Deus precisa de sua
vontade de acertar, de agradá-Lo... Essa é a matéria-prima de Deus para recriar
a sua história. Não importa quantas vezes você vai erra, importa que você não
desista de tentar. O que importa é a direção e não as pedras da jornada. Observe
que Paulo ensina isso aos efésios:
Quando, porém, se manifestou a
benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras
de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou
mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou
sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que,
justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da
vida eterna. (Tito 3:4-7)
O amor de Deus mandou Jesus pagar a pena de afastamento e
morte que era devida a nós pelo pecado e isso é a salvação. Não fomos nós que
fizemos isso, foi Jesus, mas ESTÁ FEITO! Isso é de graça! Nós não podemos pagar
e não precisamos pagar. Nós não podemos merecer, mas recebemos porque Jesus
merece por nós. É por Ele, através dEle que temos acesso a Deus. A aliança
significa tudo o que é meu é seu, o que é seu é meu. Jesus se tornou o que nós
éramos para que nós fôssemos o que Ele é: “aquele que não conheceu pecado, ele
o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.”(2
Coríntios 5:21). E isso não teve a nossa participação foi de presente, é
um dom, é de graça: “porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não
vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios
2:8-9).
O novo equilíbrio
De um lado, ninguém é perfeito o suficiente por si mesmo
para aproximar-se e receber nada de Deus além da condenação. Por outro, Jesus é
perfeito, e sendo perfeito, trouxe sobre si a responsabilidade da nossa imperfeição
para que ela saindo de nós, pudéssemos nos aproximar de Deus sem imperfeições.
Não pelos nossos méritos e sim pelos de Jesus. Ele é o Salvador! Ele é aquele
que pagou, redimiu os nossos pecados. Eu não posso desmerecê-lo e ao seu
sacrifício dizendo que ainda preciso ser salvo. Ele me salvou. Se salvou sou
salvo. Mas como não fui eu quem conquistou isso, vivo no compromisso de me unir
e assemelhar a Ele a cada dia, de modo a fazer valer o motivo pelo qual Ele
morreu: livrar-me do pecado, que me mata e me afasta de Deus.
A motivação de Deus não muda para comigo. Ele enviou seu
filho para me aproximar dEle, tirando o que nos impedia de ficarmos juntos, o
pecado: “porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). Jesus
nos dá vida porque Ele tira o pecado, que é a morte. Jesus é o caminho, porque
só nEle temos acesso ao Pai. Jesus é a verdade porque Ele é a Palavra
encarnada. E a verdade é que Deus não se corrompe por nos amar fazendo de conta
que não pecamos só porque Ele tem afeição por nós.
Estamos acostumados a abusos de poder, os poderosos
facilitando com os deveres e a impunidade, mas Deus é tão Santo e tão Justo
quanto é Bom. A bondade dEle não nega a justiça. Ele condenou em Cristo o
pecado com a pior condenação para que pudesse nos dar na condenação de seu
filho a liberdade da condenação, a paz com Ele: “carregando ele mesmo em seu corpo,
sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados,
vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.” (1 Pedro 2:24).
Ninguém é tão ruim quanto parece
Então, ninguém é também tão ruim quanto pensa, pois tem
sua chance em Jesus de mudar e ficar livre da escravidão do pecado, porque o
pecado é uma escravidão: “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo
o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o
filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis
livres.” (João 8:34-36). O escravo não tem autoridade para se liberar
sozinho, ele não tem autoridade para isso. Mas, o Filho é dono da casa, dono do
escravo. Se o Filho libera o escravo tem autoridade para isso, sua libertação é
legitima, total e duradoura.
Uma pessoa pode conseguir controlar um mal hábito, até um
vício, mas Jesus muda a nossa natureza. Adão nos deixou uma natureza, uma
semente de pecado que nos prende e nos deixa vencidos pelo pecado, mas Jesus
não apenas muda hábitos, nos dá novos desejos e impulsos abençoados, direcionados
às coisas de Deus: “pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de
incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” (1
Pedro 1:23). Não quer dizer que você não tenha nenhum desejo que não
agrade a Deus, mas ele passa a ser um incômodo, uma anormalidade para você,
mesmo tendo sido normal durante toda a sua vida. Mesmo que você conserte uma
torneira, isso não lhe torna encanador; se você comete um pecado, não quer
dizer que sua natureza seja de pecado, porque dentro de você você não quer mais
aquilo como estilo de vida, sua natureza mudou porque “todo aquele que é nascido de Deus
não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente;
ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1 João 3:9).
Deus sempre perdoará o arrependimento verdadeiro:
Filhinhos meus, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto
ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não
somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. (1 João 2:1-2)
E não pode ser enganado por um falso arrependimento do
tipo: “Ah, eu faço e depois peço perdão...” porque a Palavra é muito clara a
esse respeito:
Não vos enganeis: de Deus não se
zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia
para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o
Espírito do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem,
porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto
tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família
da fé. (Gálatas 6:7-10).
Sendo assim, NINGUÉM É TÃO RUIM QUANTO PENSA, porque não
há maldade ou malfeito que não possa ser perdoado, desde que haja
arrependimento sincero, ou seja, desejo de abandonar o pecado, de coração: “O que encobre
as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa
alcançará misericórdia.” (Provérbios 28:13). Jesus é a misericórdia de
Deus manifesta em carne. Ele é a nossa Paz com Deus. Justiça cumprida,
Misericórdia concedida a todos os que crêem.
Ninguém é tão bom quanto parece
Nós tendemos a julgar o exterior. Quando uma pessoa
apresenta características negativas, condenamos como irreversível. Mas também
sobrelevamos quem mostra características positivas. É outro erro da “dona carne”.
A carne é idólatra por natureza (Gálatas 5:19-21). A carne tende a dar glória
aos homens ou às coisas daquilo que é de Deus. Nenhuma bondade é humana, toda
ela é presente de Deus e qualquer pessoa que tem frutificado bondade pode
deixar de frutificar se desligar-se da fonte dela. Uma das maneiras mais comuns
de desligar-se da fonte da bondade, que é Deus é atribuindo a si mesmo seus
feitos.
Não existe pastor bom, existe pastor dependente de Deus e
coberto por Ele. Não existem pessoas perfeitas, existem pessoas que estão
ligadas e esforçando-se por permanecerem ligadas à bondade de Deus. Elas
precisam ser guardadas e fortalecidas para não caírem dessa graça. A todos
serve o alerta: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” (1 Coríntios
10:12). Seu líder espiritual, seu pai e mãe, seus melhores exemplos
precisam da sua oração e apoio para continuarem na sua jornada constantemente: “Tomai também o
capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda
oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com
toda perseverança e súplica por todos os santos”. (Efésios 6:17-18).
Paulo pedia que
orassem por ele, pelo alcance do seu ministério: “Finalmente, irmãos, orai
por nós, para que a palavra do Senhor se propague e seja glorificada, como
também está acontecendo entre vós; e para que sejamos livres dos homens
perversos e maus; porque a fé não é de todos.” (2 Tessalonicenses 3:1-2)
e pela manutenção do seu testemunho “orai por nós, pois estamos persuadidos de termos
boa consciência, desejando em todas as coisas viver condignamente.” (Hebreus
13:18).
Amados, a superestimação das habilidades de um ministro
só o coloca em apuros ou na solidão. Deus chamou os fracos para confundir os
fortes. Ministros só têm uma missão diferente de quem não tiver cargos. Nós
estamos mais expostos, portanto, mais vulneráveis. Nós precisamos nos unir a
nossas lideranças e fortalecê-las porque Deus as quer usar como guias da sua
estratégia para a implantação do reino. Todos somos frágeis porque temos carne
e sangue. Carecemos da mesma graça, com cargo ou sem cargo e de muuuuuuuita
ajuda. Não existem ministérios sem apoios, obreiros e liderados fiéis. Jesus
tinha 12 apóstolos, 70 discípulos e multidões que ouviam a Palavra. Sem todos
eles seu ministério não teria sido o que Deus queria e nem o que nós
precisávamos.
Porque assim como num só corpo temos
muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós,
conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo,
porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja
segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que
ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que
contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce
misericórdia, com alegria. (Romanos 12:4-8)
Estas frases que o Senhor me deu ainda estão ecoando
desde o Retiro de Carnaval no meu coração:
Ninguém é tão bom quanto parece e nem tão ruim quanto
pensa.
Ninguém é tão ruim quanto parece e nem tão bom quanto
pensa.
Seja na forma de nos ver a nós mesmos ou na forma de ver
aos outros, essa convicção nos ajudará muito a sintetizar a ideia de Deus que
amou a todos de maneira justa e igual e pela qual nós devemos nos amar também.
Não somos bons, recebemos a bondade de Deus, mas somos purificados e recebemos
da bondade de graça e podemos derramá-la. Ele nos convida a isso, a sermos recipientes
cheios de graça e bondade para essa terra árida, que tudo quer comprar e nunca
possui o que realmente lhe sacia.
Você pode orar assim:
Querido
Deus, tu que és a fonte da bondade, lava o meu coração de tudo o que não é teu
e enche-me do que é bom e traz vida. Perdoa meus pecados, perdoa por querer
pagar pelo que só posso receber de graça. Eu aceito que Jesus é o meu
pagamento, é minha quitação com a dívida com a tua justiça perfeita, que eu
nunca serei capaz de alcançar por mim mesmo(a). Mas, unindo-me a Ti, Jesus, eu
posso estar diante do Pai, porque Tu tiraste a separação e em Ti provo e
derramo a bondade que recebi do Pai, Eu te peço que essa Palavra se cumpra em
mim, em nome de Jesus.
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