Até os adesivos de carro sabem que “Deus é Fiel”.
Mas, só se é fiel a alguma coisa ou a alguém. O que provoca a fidelidade de
Deus é uma questão das mais importantes e não a vejo ser muito esclarecida. A
fidelidade de Deus está ligada de modo fundamental às suas
promessas. A confirmação da promessa vem com juramento de Deus: “porque, quando Deus fez a
promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si
mesmo, dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te
multiplicarei. E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.” (Hebreus
6:13-15). Abraão teve o juramento de Deus por si mesmo
de que cumpriria a promessa e isso foi suficiente para que ele esperasse 25
anos.
Em outro lugar, Paulo escreve a Tito que “fiel é a Palavra” (Tito 3:8). Isso significa que Deus é fiel ao que prometeu. Como
diz “Deus não
é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura,
diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?” (Números
23:19). Faz parte da natureza de Deus ser
verdadeiro e a fidelidade dele se estabelece através da sua Palavra, que não
pode ser quebrada.
É de extrema importância sabermos que a fidelidade de Deus está atada à
sua Palavra. Extremamente importante. Tem implicações poderosas no nosso
relacionamento com Deus. Se algo está prometido na Palavra, temos Deus em
pessoa comprometido com a garantia de cumprimento dessa promessa. Se não está
prometido, não está garantido.
Uma promessa é um princípio que Deus estabeleceu.
Uma implicação direta de causa e efeito. Por exemplo: “porque o SENHOR Deus é um sol e
escudo; o SENHOR dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na
retidão.” (Salmo 84:11). O Senhor é sol, ilumina e dá calor e
vida; é escudo, protege. Mas, observe: “não negará bem algum” é efeito do
princípio de “andar na retidão”. Muitas vezes, queremos tomar a promessa
desligada do princípio que determina a condição da qual ela é efeito. O
princípio citado e a promessa nele contida submetem a provisão à retidão, que a
reivindica. Observe que só o Senhor diferencia um pedido por vaidade e daquele por
necessidade. Para mim, o meu carro está ótimo, supre as minhas necessidades, mas
há pessoas que realmente precisam de caminhonetes grandes e bem mais caras, por
causa de seu trabalho e outras atividades, há ainda outras que desejam as
mesmas caminhonetes por sua vaidade. Quem sabe a diferença? Somente Deus. Essa
promessa que citei está claramente submissa a uma condição. Havendo vaidade a
condição da retidão não é cumprida e não adianta querer se apresentar a Deus
com a Palavra, mas sem o condicionante do coração reto. A promessa não é um
controle remoto de Deus, é apenas um indicador do caminho com ele. É um GPS da
bênção. Por isso, precisamos examinar o nosso coração e intenções antes de
pleitearmos qualquer coisa.
Garantindo a compreensão da promessa
E como eu sei que eu estou recebendo uma promessa
de Deus para mim corretamente? A Bíblia afirma que toda a Palavra será
confirmada pela boca de duas ou mais testemunhas (Deuteronômio 19:15). Então,
se um princípio realmente é de Deus, não virá de apenas um lugar na escritura,
mas estará em dois ou três lugares na mesma relação de condições. Como por exemplo,
o princípio anterior está também em “amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim
como é próspera a tua alma.” (3 João 1:2).
Aproximar-se do original também é outra forma de
ter certeza de que estamos entendo corretamente. A palavra utilizada para prosperar no texto de 3 João citado, por
exemplo, significa “tenha suprimento para a tua jornada ou tenha sucesso em
alcançar o sucesso nas suas empreitadas ou tenha uma jornada próspera”
(Gr. ‘euodoó’). Se temos uma necessidade para a nossa missão aqui na terra, há
uma promessa para suprimento para ela. Da mesma forma que há uma promessa para
cura de enfermidades no Salmo 103:2-4: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus
benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as
tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e
misericórdia;”.
Promessas e suas aparentes contradições
Aqui temos um impasse: se Deus é fiel às suas
promessas, ele prometeu suprimento e saúde, porque ainda temos tantas pessoas
doentes e passando graves necessidades? Eu posso também tornar isso mais
pesado: se Deus nos prometeu livramento do pecado em Cristo, como temos ainda
tantos que sofrem porque acreditam em Cristo, mas não conseguem se livrar do
pecado? Certamente, a promessa central do evangelho é estar livre do pecado. Da
parte de Deus, Ele já a cumpriu, dando meios para o homem ficar livre, mas do
lado do homem, ainda estamos em um processo de apropriação. E essa não é a
única parte da salvação que precisa ser absorvida. Todas as promessas das
conquistas de Jesus para nós precisam ser absorvidas através da renovação da
mente para serem experimentadas: “e não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus. ” (Romanos 12:2).
Todas as promessas de Deus são sim em Jesus (2
Coríntios 1:20-21). A disponibilidade para o suprimento não está limitada por
Deus. Mas pode ser limitada por nós. Por exemplo, quanto pedimos com a
motivação errada: “pedis e
não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago
4:3). Isso nos leva de volta à limitação da
provisão ao princípio da retidão. Entretanto, a individualidade é que vai
desenhar os limites das necessidades de cada um: “amados, se o coração não nos
acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos,
porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é
agradável.” (1 João 3:22). Porque cada necessidade é
individual. Um minuto de TV em horário nobre pode custar milhares
reais. É diferente de escrever diariamente em um blog... Apesar do desafio da
persistência, são necessidades diferentes para ministérios diferentes, que
exigem estratégias e suprimentos diferentes.
Observe que a bênção de Deus, segundo a promessa,
se manifesta de forma específica. Enquanto o povo de estava no deserto, o sol
não lhes molestava porque durante o dia a presença de Deus os refrescava como
uma nuvem que os cobria; durante a noite, o frio não os tocava porque eles
tinham a coluna de fogo do Senhor para esquentar as temperaturas abaixo de zero
do deserto. Mas isso não aconteceu a todos os povos. Aconteceu ao que tinha e
seguia as promessas de Deus. A fidelidade de Deus só é provada pelos
que estão seguindo as promessas. Nesse mesmo ambiente inóspito, ou na
caatinga, ou no deserto da África, haverá uma diferença para os que seguirem as
promessas. Coisas tremendas acontecem quando seguimos as promessas. É o que
provo na minha vida diariamente.
Seguindo as promessas, encontrando a fidelidade de Deus
Você sabe o que significa seguir as promessas?
Significa crer com base segura. Observe como Paulo explica o
fenômeno da fé a partir do conhecimento das promessas de Deus:
Pois todo aquele que chama pelo
nome do Senhor [invocando-o como Senhor] será salvo. Mas como as pessoas
chamarão Aquele em quem elas não creram [em Quem elas não têm fé, em quem elas
não tem nenhuma confiança]? E como elas crerão nAquele [vão derir a , confiar
em, ou depender dAquele] de quem elas nunca ouviram a respeito? E como elas vão
ouvir sem um pregador? E como os homens poderão [ter a expectativa de] pregar a
menos que eles sejam enviados? Como está escrito: Quão belos são os pés
daqueles que trazem notícias alegres! [Quão bem-vindos aqueles que pregam as
boas novas das coisas boas dEle!] Mas eles não têm todos dado ouvidos ao
Evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem tem crido (tido em fé em) no que
escutou de nós? Então, a fé vem pelo ouvir e o ouvir [aquilo que é dito], e o
que é escutado vem pela pregação [da mensagem que vem dos lábios] de Cristo (o
próprio Messias). (Romanos 10:13-17 – Bíblia Amplificada)
Há os que dão ouvidos à Palavra de Deus como ela
sendo a promessa de Deus, outros a lêem como um livro histórico, outros como
fábulas e romances... Mas, é quando ouvimos a Palavra como Palavra de
Cristo que ela transforma a nossa vida e nos traz a salvação. E
salvação significa: cura, segurança, preservação, libertação e perfeição em
Cristo. À medida que compreendemos a Palavra, ela se manifesta mais
poderosamente em nós, em todas essas áreas. A riqueza do conhecimento
de Cristo nos traz todas as bênçãos em Cristo, que nos supre em todas as áreas.
Receber as promessas requer equilíbrio
O Deus que sustentou seu povo no deserto pode
sustentá-lo em qualquer lugar da terra. Deus
não deu apenas suprimento material ao seu povo e dificuldades não deixaram de
existir, afinal, “no mundo tereis aflições”, mas não há porque não absorver o
restante do versículo: “eu venci o mundo”. É terrível o nível de desequilíbrio
que podemos atingir na igreja de Cristo: por um lado, pessoas ligadas à
conquista de bens de consumo; de outro, a apologia ao sofrimento, como se ele
fosse uma bênção por si mesmo.
Paulo tinha visão equilibrada e dizia: “Tanto sei estar humilhado como
também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho
experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de
escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:12-13). Não se engane. Você pode se afastar de Deus tanto pelo sofrimento
como pelo gozo. Você só não se afasta de Deus se estiver firme sobre a Palavra
dEle: “Disse,
pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha
palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;” (João 8:31).
Houve
momentos na história da igreja que o sofrimento chegou a ser idolatrado como
forma de purificação e as pessoas se autoflagelavam (muitos, infelizmente,
ainda o praticam). Mas, isso não fez diferença alguma no nível de fé e de
prática cristã. Apenas ocorreu um nível de infecções maior e aumentou o número
de pessoas infelizes. Por outro lado, a exaltação ao consumismo e à vaidade
pretende confundir-se com as promessas de provisão de Deus, mas “a bênção do SENHOR enriquece,
e, com ela, ele não traz desgosto.” (Provérbios 10:22). Sem falar no risco de colocar muitos bens nas mãos dos tolos, que traz o
perigo da destruição: “Os
néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os
leva à perdição.” (Provérbios 1:32) Mas, Deus precisa de pessoas que
possam ser despenseiros de seus bens para que a missão da igreja na terra
prospere (Provérbios 3:9-10). Já em Romanos 12: 8, Paulo fala da necessidade
de pessoas doadoras, liberais: “[...] o que contribui, [o faça com] liberalidade” (Romanos 12:8).
Como a promessa se porá em ação?
Quando permanecemos na Palavra, podemos levá-las de
volta a Deus com fé para que Ele faça o que a Sua vontade estabelece: “assim será a palavra que sair
da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e
prosperará naquilo para que a enviei.” (Isaías 55:11). Cada vez que alguém crê e fala que crê na palavra de Deus, mesmo
que as circunstâncias a contradigam, ele(a) a está enviando de volta para Deus.
De Deus, que vê a fé proclamada, ela não voltará vazia, vai cumprir a vontade
que Ele estabeleceu nela, conforme a Sua Fidelidade à Sua própria promessa. Se
você puder observar quantas orações na bíblia relatam o termo “segundo a tua
aliança”. São orações que estão fazendo exatamente isso, dizendo a Deus que Ele
prometeu aquilo que eles reivindicam.
Enfim, temos promessas para suprimentos de nossas
necessidades em todas as áreas de nossas vidas, as quais, enquanto não as
conhecermos e não as levarmos a Deus, não entrarão em operação. Isso tem
atrasado muitas áreas da vida da igreja como um todo. A questão não é
geográfica, não é teológica, é de conhecer e crer na Palavra de Deus e a
fidelidade do Deus que nos deu a Sua Palavra. Deus disse: “[...] Viste bem; porque eu velo
sobre a minha palavra para a cumprir. ” (Jeremias 1:12). O Deus que tirou seu povo do Egito, e trouxe
suprido, protegido e corrigido espiritualmente até o cumprimento da promessa,
que havia dado quatrocentos anos antes; O Deus QUE É FIEL À
SUA PALAVRA, E CUMPRE O QUE PROMETE. Só é necessário que conheça a
promessa e confie nEle para cumpri-la. Esse Deus “[...] suprirá todas as vossas
necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Filipenses 4:19).
Você pode orar assim:
Querido Deus, eu quero conhecer as Tuas promessas. Eu participar delas em integridade e nas bênção que elas oferecem. Quero fazer a minha parte na condição e sei que Tu vais fazer a Tua Parte de me abrir as portas do céu e derramar bênçãos sobre a minha vida.
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