segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Recebendo o Amor do Pai




O primeiro sinal de um relacionamento baseado na admiração é a imitação. É também o primeiro passo da aprendizagem humana. O momento mais rudimentar de aprender a ser humano. Um bebê aprende a falar, imitando o som de quem brinca com ele. Mais tarde, ele imitará sequências de sons de conversas, como aqueles vídeos de crianças discursando ou conversando na internet.

Tudo começa no jogo, na brincadeira de imitar quem é amado. Pois a imitação é garantia de que se está no padrão de proximidade e aceitação. E inconscientemente, nós alimentamos essa identificação, elogiando a imitação. Para uma criança, o amor não necessita de motivos claros e racionais além de si mesmo, ela simplesmente segue aquele que ama por todos os cantos da casa. O amor atrai. Atrai os olhos, os ouvidos e a observação daquele que age e reage. Um pai amado embebe-se no filho enquanto está com ele.

O nome Pai quando é aprendido com o referencial correto torna-se uma Palavra mágica que faz surgir cuidado, proteção, orientação e confiança, num mundo em que tudo é muito maior do que você. Como um menininho de uns quatro anos, que mora no meu prédio. Entre o momento que desce as escadas até chegar no carro com o pai, que deve tomar uns três minutos, repete a palavra “pai” pelo menos uma cinco vezes. A palavra “pai” é sua vírgula e seu ponto final.

Pai é uma palavra especial pela qual podemos chamar apenas duas pessoas na vida: nosso pai terreno e nosso Pai celeste. Por isso, O Senhor nos diz: “1  Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados; 2  e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (Efésios 5:1-2). Quem ama, imita. Se amamos a Deus, vamos imitá-lo e agradá-lo em tudo o que fazemos, porque Ele sempre está conosco.

Como um filho se vê




O fato principal na imitação do filho é assumir como referencial o Pai. O evangelho de João apresenta Jesus como o Filho de Deus. Nele, encontramos seis vezes a expressão “assim como o Pai”. A primeira delas fala de ressurreição e Vida: “pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer.” (João 5:21). Na realidade, o texto é bem mais profundo e diz antes:

19  Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Paiporque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. 20  Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.” (João 5:19-20)

Jesus só pode imitar Deus. Ele está limitado pelas mesmas limitações que Deus. Você pode pensar que Deus não tem limites, mas está enganado. Deus é Santo, isso limita as suas ações à santidade; Deus é justo, isso o limita à justiça; Deus é Amor, isso o limita ao Amor. Deus é limitado pela sua própria natureza perfeita. Mas não é limitado quando está dentro da esfera dela. Não há limites para o que Deus pode fazer com relação à bondade, à justiça e à santidade e todos os aspectos da sua natureza.

O filho é a imagem do Pai


Jesus é a perfeita imagem de Deus: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,” (Hebreus 1:3). Isso significa que, para ajudar o homem, Ele precisa basear suas estratégias na Santidade, Justiça e na Bondade, assim como na onipresença, onipotência e onisciência.

Aí está a estratégia da aliança e da cruz. A aliança significa tudo o que é meu é seu, tudo o que é seu é meu. Pela aliança, Jesus assumiu o direito e o dever de pagar o pecado, que era dívida do homem. Na cruz, cumpriu o termo da aliança, pagando a dívida da morte e do pecado como se fossem suas. A Justiça estava cumprida. Do pagamento na cruz veio o perdão, nascido da bondade de Deus, sem nosso merecimento, mas pela nossa necessidade. E a condenação do pecado, na pena da cruz, sofrida por Cristo, veio da Santidade de Deus, que abomina o pecado.

Para o fim triunfal, a ressurreição nos separou para Ele através do Amor e da nova vida, que nos foi dada também como parte da aliança. Como Jesus recebeu a ressurreição e tudo o que é nosso é dele, então a ressurreição é nossa, tanto quanto a cruz.

Imitando Deus como filhos amados


Jesus disse certa vez que o reino dos céus era dos pequeninos e que eles teriam livre acesso a ele (Marcos 10:14; Lucas 18:16). Os pequeninos simplesmente se comportam como aquele menininho que dei exemplo a princípio: “Sim, Pai...”, “Vamos, né, Pai,...”, “Tá bom, Pai...”, “Papai... você deixa?”, “É assim, né, Pai...”. Quando nos tornamos adultos e autossuficientes, perdemos o que há de mais precioso nessa relação. A imitação e a necessidade dela nos mantém no status de filhos pequenos. E filhos pequenos precisam de orientação, cuidado, proteção e fortalecimento todo o tempo. Desde que acordam, até irem dormir. Não queira ser um adulto independente nesse sentido. O adulto espiritual se torna cada vez mais como uma criança e recebe sua recompensa:

2 E Ele chamou uma criança pequena para perto dele e colocou-a no meio deles, 3 e disse: Verdadeiramente, eu lhes digo, a menos que você se arrependam (mudem, dêem meia volta) e se tornem como crianças pequenas [confiantes, humildes, amáveis, perdoadores], vocês nunca entrarão no reino dos céus [de maneira nenhuma]. (Mateus 18:2-3)

O reino de Deus “[...] não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17). Com certeza você deseja participar dele. Este é o reino de Jesus. Certamente, Jesus quer que você participe dele em sua totalidade, mas o reino tem suas fronteiras nos limites de Deus. Se você quiser ultrapassar os limites da Bondade, da Justiça de Deus e da Santidade (os princípios estabelecidos do Amor de Deus e aquilo que é exclusivo de Deus em Seu Amor), você estará fora dos limites do reino. Pior, exposto à ausência do Pai para protegê-lo. Assim, se você quer ser tratado como filho, aceite os princípios da filiação, obedeça e imite o Pai.

Você pode orar assim:

Querido Deus, ajuda-me a te conhecer e reconhecer como Pai. Ajuda-me a te imitar sempre, andar nos teus caminhos e seguir os Teus passos em bondade, santidade e justiça em Jesus, eu aceito a vida eterna que vem de Ti, dá-me uma nova vida como Teu filho, nome de Jesus.




Um comentário:

  1. Muito legal o texto. Intenso e Reflexivo. Nos faz analisar nossos conceitos e atitudes.

    Saudações a todos!

    Abraços;

    Soraya.

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