Pelo fato de
estarmos preocupados em subir degraus cada vez mais altos, e derrotar todos os
que tenham a possibilidade de concorrer conosco ou porque estamos
"focados" demais na nossa luta diária para conquistar objetivos, podemos
tornar os que estão à nossa volta invisíveis. O que não percebemos é que isso também
nos tornará invisíveis. A estória a seguir nos mostra como manter a visão dos
outros é importante. Vitalmente importante.
Conta-se
uma história de um empregado em um frigorifico da Noruega, que, certo dia, ao
término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a
porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força,
gritou por socorro, mas ninguém o ouviu. Todos já haviam saído para suas casas
e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.
Já
estava há quase cinco horas preso, debilitado com a temperatura insuportável
dentro da câmara frigorífica. De repente, a porta se abriu e o vigia entrou na
câmara e o resgatou com vida.
Depois
de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia:
-
Porque foi abrir a porta da câmara, se isto não fazia parte da sua rotina de
trabalho?
Ele
explicou:
-
Trabalho nesta empresa há 35 anos. Centenas de empregados entram e saem aqui
todos os dias e ele é o único que me cumprimenta, ao chegar pela manhã, e se
despede de mim, ao sair. Hoje, pela manhã, ele disse "Bom dia!",
quando chegou. Entretanto, não se despediu de mim na hora da saída.
Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o
encontrei...
A palavra de Deus
recomenda que sejamos "[...] cordatos, dando provas de toda cortesia, para
com todos os homens." (Tito 3:2b). A versão amplificada diz: "Não
caluniem, abusem ou falem mal de ninguém, evitem controvérsia, sejam tolerantes
(submissos, gentis e conciliadores) e mostrem cortesia sem distinção a toda a
gente." (Tito 3:2 - Bíblia Amplificada). Fica claro que aqui se
trata a cortesia ou gentileza para com todos como um estilo de vida de um servo
de Cristo.
Isto inclui o
trânsito, a família, os colegas de escola e trabalho e todos os que entrarmos
em contato... Não é essa a mensagem que se costuma pregar para a época do
Natal? Mas, ela começou no primeiro Natal e deve ser vivida por nós todos os
dias... em Cristo.
Requer
perguntarmos para nós mesmos: “Será que eu seria salvo(a) se estivesse no
frigorífico?” Não que sejamos perfeitos, mas vamos trabalhar nisso.
A raiz do problema...
Assim como todo
fruto ruim e bom a gentileza e a rudeza possuem raízes. Numa cultura
individualista e competitiva, somos tentados a olhar o outro como possível
ameaça, competidor, recurso utilizável ou inútil. Não como igual e ser humano,
tão humano quanto nós necessitamos da humanidade dele para nos classificar como
humanos.
Quando olhamos
para o outro como possível concorrente, ele não se torna invisível, mas nós
temos um olhar para suas conquistas e capacidades que pode ser carregado de
inveja, despeito e temor. Quando o olhamos como um recurso utilizável, olhamos
para ele com cobiça ou interesse falso. Quando o olhamos como recurso inútil,
ele desaparece e na tela só aparecemos nós como protagonistas de uma vida
solitária e vazia, porque sem o outro não somos pessoas.
Nessas três
visões, as pessoas perdem a qualidade de pessoas e se tornam instrumentos de
nossas necessidades. O grande problema é que se essa é a imagem de ser humano
que você tem, você também se verá classificado como concorrente, ou instrumento
(útil ou obsoleto). Quando você troca coisas por pessoas, você se converte
também numa mercadoria e sua vida se esvazia do que lhe faz humano.
Jesus alertou os
fariseus sobre isso:
Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e
desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Os fariseus, que
eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridiculizavam. (Lucas 16:13-14)
A
raiz é o centro de seu serviço. Se é Deus, virá a generosidade e a
solidariedade, se é à riqueza, você reterá o que puder, até o que não deve.
O caminho é parte do destino
Se aquilo que
você tem é mais importante do quem você tem com você, seu mundo está de ponta
cabeça. Pare e coloque no prumo certo. Se aquilo que você procura produzir lhe
faz perder as pessoas, o que você está produzindo? Aquilo que vem da sabedoria
de Deus tem as seguintes características e frutos, assim como a da terra:
¶ Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão
de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário,
tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos
glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce
lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e
sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. A
sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica,
indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que
promovem a paz. (Tiago 3:13-18)
Se você estiver
no caminho certo, o fruto no caminho é pureza, paz, tolerância, misericórdia e
frutos de bondade. Entretanto, se pelo contrário, você vive submerso na inveja,
amargura, partidarismo... Essa não é a sabedoria de Deus e vai dar o único
salário que o empregador do pecado oferece: a morte, em todos os sentidos.
Você pode orar assim:
Senhor,
eu quero buscar o meu sucesso em ti, sem me comparar com ninguém, melhorando e
vencendo a cada dia sem desprezar ninguém, mas em amor, porque eu sou tão
humano quanto todos os humanos no caminho. Não me deixe perder a minha
humanidade, Senhor, muito menos ainda o meu cristianismo, perdoa-me pelos meus
desvios disso e me fortalece, em nome de Jesus.
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