sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Deus escuta seu grito em meio à multidão





No tempo das trilogias e séries, me arrisco a uma trilogia de postagens sobre o cuidado de Deus, que nos encontra quando o nosso coração está na posição correta, destacando-nos no meio de uma multidão de necessitados. Já sentiu como se alguém quisesse calar a sua voz? Como se clamasse e fosse em vão? Tenha fé e esperança pois Deus escuta seu grito em meio à multidão. Deus não busca que pessoas se aglomerem fisicamente em multidões. Ele não é produtor de eventos, nem especialista em marketing. Ele está interessado em “[...] verdadeiros adoradores [que] adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23). Multidões que o buscarem em espírito e em verdade já são algo mais raro de encontrar-se. Mas, encontramos momentos muito especiais, onde um coração fala mais alto que os gritos de uma multidão. Esse é o segundo texto, que traz o relato de alguém numa condição muito especial. Jesus acabara de ensinar aos discípulos sobre não desejar posições de destaque e serem servidos e, imediatamente dá uma lição prática sobre quem atrai os olhos de Deus:

(43) Mas entre vós não deve ser assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, deve ser vosso servo;  (44)  e quem quiser ser o mais importante e ter o primeiro lugar entre vós deve ser escravo de todos.  (45)  Pois o próprio Filho do Homem não veio para ter serviço prestado a Ele, mas para servir e dar a sua vida em resgate por (em troca de) muitos.  (46)  E foram para Jericó. E quando Ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, um cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho (47)  e, quando ele ouviu que era Jesus, de Nazaré, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem piedade e misericórdia de mim [agora]!  (48)  E muitos o censuravam severamente e o reprovavam, dizendo-lhe para ficar calado; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem piedade e misericórdia de mim [agora]!  (49)  Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem coragem! Levanta-te! Ele te chama.  (50)  Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus.  (51)  Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu receba minha visão.  (52)  Então, Jesus lhe disse: Segue teu caminho, a tua fé te salvou. E imediatamente ele recebeu sua visão e seguia a Jesus estrada fora. (Marcos 10:43-52 – Bíblia amplificada).

Observe que a mulher do fluxo de sangue teve como desafio, sair de casa para buscar Jesus. Esse cego encontrou-se com Jesus no seu ambiente comum. A mulher do fluxo de sangue conhecera a riqueza e a perdeu por causa da doença, este homem mendigava, mas não se fala que já havia experimentado algo melhor antes. A pobreza e a doença eram companheiras e o ambiente de vida de muitas pessoas na Judéia. Os impostos e a corrupção cobriam o povo de dívidas. Não havia sistema governamental de assistência à saúde (o nosso SUS). O povo era escorchado por dívidas e doenças sob a rigidez e a crueldade da força da guarda romana. Uma coisa é conhecer um mundo onde há recursos, outra coisa é ter nascido e vivido sob a escravidão da pobreza e da doença como parte do que é “natural” e ainda ter coragem de lutar para libertar-se dela. A multidão sabia que era preciso coragem para procurar mudar essa situação. Mas, não podemos nos conformar com a “naturalidade” do mal. Precisamos clamar pelo Rei que tudo pode e correr para Ele quando Ele nos der a solução. O mal não é natural, a destruição entrou nesse mundo pelo pecado e sai pelo Redentor: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12). Portanto, não se renda ao mal, não o “naturalize”, não pare de buscar a sua libertação, pois o Rei Jesus se moverá em direção a Você!

A compreensão que nos leva à vitória



A mulher do fluxo de sangue tinha um impedimento maior no físico do que na mente em relação ao seu desejo. A sua mente tinha mais elementos para viver outra vida de saúde, porque ela a conhecia, mas este homem tinha que vencer todo o seu ambiente para sequer desejar outra vida. Se a mulher do fluxo de sangue buscou a Jesus por sua santidade, esse homem cego e mendigo o buscou por sua capacidade de fazê-lo uma nova criatura, de mudar a sua vida miserável.

Mas, veja que ele mostra uma compreensão surpreendente e reveladora, assim como a mulher do fluxo de sangue. Veja como Ele chama Jesus: “[...] Jesus, Filho de Davi, tem piedade e misericórdia de mim [agora]! [...]“ (Marcos 10:47). O Filho de Davi era o Rei Ungido, enviado por Deus para redimir o povo de Deus. Esse homem mostrou uma revelação notável. A revelação do Messias confundia a muitos. Os fariseus,  saduceus e muitos galileus tinham a noção política do Cristo, o Messias, o Salvador e esperavam um líder de exércitos, que vencesse Roma com luta armada. Apegados ao concreto, não aceitavam os valores espirituais que libertam a alma trazidos por Jesus.

Por outro lado, quando Jesus se movia espiritualmente sobre a vida concreta para corrigir a adoração, como na derrubada das mesas de comércio do templo, eles o criticavam e se enfureciam com Ele. Ignoravam os sinais de poder sobrenatural que vinham de Jesus e se voltavam contra Ele. Mas, aquele mendigo cego, na beira de da estrada conseguiu um discernimento maior do que os profissionais da religião, que queriam prender Jesus em uma imagem conforme as suas conveniências.

O mendigo cego sabia que Jesus, o Cristo, poderia mudar a sua vida. Ele sabia que misericórdia de Jesus o restauraria, ainda que a miséria fosse a única coisa que lhe cercasse e se oferecesse a ele como opção. A visão do Redentor de Israel, do Cristo de Deus, era a sua vitória. A prova disso é ele ter largado a capa quando foi ter com Jesus. A capa simbolizava a vida para o judeu e, além disso, poderia atrapalhá-lo a ir rapidamente em sua direção. Assim como a mulher do fluxo de sangue acreditava que tocar na orla do manto a faria receber essência do Deus Santo, esse homem acreditava que se o Messias o escutasse ele mudaria de reino, estaria debaixo do poder e da autoridade dEle e o mal não poderia tocá-lo.

Muito mais do que um rei da terra


Quando o cego mendigo gritou por Jesus, queria uma audiência com o Rei: “[...] Jesus, Filho de Davi, tem piedade e misericórdia de mim [agora]! [...]“ (Marcos 10:47). Mas, quando Jesus perguntou-lhe o que desejava, ele respondeu-lhe: “Mestre, que eu receba minha visão.“  (Marcos 10:47). A palavra utilizada para mestre no original não é Rabi, mas Rabôni, meu mestre. O mendigo estava declarando que Jesus era o Rei Ungido, isso tenho escutado muito, mas o especial é que ele estava declarando que queria ser ensinado por Ele. Ele queria segui-lo, como de fato o fez depois que foi curado. Não é suficiente reconhecer a divindade de Cristo, é preciso dobrar-se a servi-lo como SEU REI. Mas um rei especial, celestial.

Você já esteve diante de uma autoridade que você sabe que pode mudar toda a sua vida? Você já imaginou se a presidente do Brasil perguntasse a você o que você deseja? Depois de tantos anos sem vista, mendigando, vendo todo o tipo de pessoas passando pela estrada, sofrendo todas as humilhações e preconceitos de sua pobreza e limitação física,  aí estava o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, que pára de novo para acudir a quem ninguém acudia.

O triunfo do Rei


Esse Rei ia a caminho da cruz e não para um desfile de pompa, iria entrar em Jerusalém, não em cima do melhor e mais ornamentado cavalo de batalha, mas sobre um jumentinho, animal de serviço, assim como Ele mesmo viera para servir. Parou sim, por aquele súdito pelo qual nenhum rei se inclinara e curou seu mal, resolveu sua miséria. A mesma fé que fez o cego receber a cura fez com que ele seguisse Jesus. O Rei Jesus não buscava platéia e nem expectadores, mas aqueles que o recebessem como o prometido de Deus para resgatar os homens de seus males. Por esses, Ele veio: “Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos.”(João 9:39)

Jesus veio por corações elevados e não por mãos levantadas. Ele veio para provocar festa no céu e não apenas megaeventos na terra. Ele veio para mudar vidas e não apenas para provocar crises de choro ou riso passageiras, como um ator dramático ou um humorista. Jesus não é um ídolo pop, é o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores. Ou Ele faz diferença na sua vida ou você ainda não se encontrou com Ele. É impossível chocar-se com um poderoso caminhão carregado com toneladas de carga a 100 quilômetros por hora e não mudar. O poder de Deus é maior, só que é de vida e não de morte.

Depende do que você deseja


Eu conheço um cego que mendigava e cantava nos ônibus de João Pessoa, que foi proibido de mendigar porque com o dinheiro da arrecadação de esmolas ele comprou uma vila e mais duas casas próprias. Tinha o dinheiro do aluguel e morava em uma casa confortável com esse dinheiro. Quando o proibiram em João Pessoa, ele passou a tomar o ônibus na rodoviária e ir mendigar em Recife. À parte qualquer crítica política, sobre infra-estrutura e oportunidades de formação e trabalho, o que eu quero colocar aqui é que certas pessoas “profissionalizam” suas dificuldades. Passam a obter lucro de seus problemas, sejam físicos, mentais, emocionais e até espirituais.

Aquele cego era um profissional da esmola. Tinha seu ponto certo na estrada. Podia acomodar-se com essa “profissão”. Quantos de nós não estamos acomodados com o lucro que obtemos das nossas limitações? Não é isso que fazemos quando dizemos: “Ah, mas eu sou muito medrosa... Não posso aprender a dirigir.” Ou “Eu sou assim mesmo, esquentado, quem gostar de mim vai ter que me aceitar!”. E ainda  “Mas está muito frio... Eu fico doente muito fácil”.  São desculpas baseadas nas suas limitações físicas, psicológicas, mas onde está uma fé que não muda a sua vida? No nível zero. Sinto dizer. Você se encontra com Jesus e Ele pergunta: O que queres que eu te faça? E você responde... Então, Ele diz: É mesmo? Porque Ele só atendeu ao pedido daquele homem cego e mendigo porque ele realmente estava disposto a enfrentar o preço da mudança, porque não há mudança sem custo.

Tudo em que quisermos enriquecer na vida, seja na mente, na vontade, nas emoções, no corpo, no nosso ambiente, qualquer conquista a fazer, vai ser conquistada a custa de deixar algumas coisas. Apesar de muitas vezes nossos pensamentos e pensamentos serem contraditórios, a vitória em Cristo só aceita aquilo que é da natureza de Cristo. Se sua identidade ou fonte de financiamento de qualquer tipo (mental, emocional ou física) depende de algo, aquilo nunca será mudado na sua vida, porque você não permitirá. Seu desejo estará ligado àquilo, ainda que não o declare abertamente e você não terá desejo suficiente para buscar sinceramente a mudança. E então, se Jesus lhe perguntar: “[...]Que queres que eu te faça?” (Marcos 10:47). O que você responderá?

Jesus escuta a sua voz em meio à multidão


Há muito tempo Deus diz isso: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte; [...]” (Jeremias 29:13-14). Mesmo quando nos sentimos de tão excluídos ou de voz tão fraca que não sejamos ouvidos ou pensemos que somos tão indignos, o suficiente para não sermos notados, nada disso será empecilho para o Cristo de Deus. Não há limites para o que Deus pode fazer por um coração que está no lugar certo. Um coração que dobra em serviço a Deus e deseja servi-lo será transformado. Clame pelo Filho de Davi, o Rei Libertador, ainda que tudo a sua volta queira lhe calar. Não se deixe sufocar pela normalidade e naturalidade do mal que se nos oferece todos os dias. Aceite o novo:

UMA NOVA VIDA PARA VIVER – “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5:17)

UM NOVO REI PARA SERVIR – “Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.” (João 19:19).

UM NOVO REINO PARA IMPLANTAR E VIVER

“De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:20-21)

“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17)

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.”(Colossenses 1:13-14)

Você pode orar assim:

Querido Deus, quero que Jesus seja o meu Rei. Quero que Ele me transporte para o seu reino de paz, alegria e justiça para que eu viva aqui consciente de que estou sob a autoridade do céu e não da terra. Quero servi-lo e amá-lo, ensina-me e transforma-me com o poder do Teu Espírito em nome de Jesus.


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