segunda-feira, 3 de junho de 2013

Unção para vencer o mal



Alguns devem ter notado o meu sumiço das postagens esses dias. Estive bem ocupada. Deus estava me ensinando e testando alguns itens obrigatórios na minha formação cristã. A lição mais forte esteve em Provérbios: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:17). Sabe, há momentos em que diminuímos a nossa capacidade de fazer o bem à nossa mera comodidade, mas a cruz não foi cômoda ou estava no caminho de Jesus. A cruz foi o bem que Ele quis ensinar a todos nós e nem todos queremos realmente aprender.

Tudo começou há três semanas atrás... Nesse tempo, acabava de comprar sete quilos de ração para o meu único gatinho (ficava mais em conta). Um gato adulto come em média 60 a 70 gramas de ração por dia. E apareceu esse gatinho de rua, preto, miando por comida à minha porta. Deu um pouco de ração e ele e ele começou a aparecer. Um dia, estava com ele, quando veio ao meu coração: “Faça ele ficar na sua casa, hoje.” Eu pensei: É da minha mente. Isso porque meu gato é portador de uma doença que nele é inativa, mas se passar a outro gato será fatal. Teria que isolá-lo no terraço, fazer um festival de adaptações... E pensei: Certamente é da minha mente...

Na mesma noite, ouvi gritos de dor terríveis de um gato nas redondezas. Ainda sai para tentar socorrer, mas não achei nada. De alguma forma, sabia que era ele. Orei... Dois dias depois, encontrei com uma vizinha que disse ter visto de seu apartamento um gato preto preso no portão do condomínio vizinho. Ela tinha gritado e alguém havia aberto o portão. O gato havia corrido e escapado. Fiquei um pouco aliviada com a notícia.

Então, uma semana depois, estava tomando café, quando ouço o miado do meu amiguinho felino. Muito feliz, fui cumprimentá-lo. Ele se jogou no chão miando e fui buscar ração, quando cheguei e me deparei com o ferimento que tinha arrancado todo o pelo da orelha até a espádua do animal e aberto uma fissura de mais ou menos três centímetros abaixo da orelha. Eu nem pensei. Só lembrei de que “[...] aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:17). Coloquei-o na caixa de transporte e levei-o ao veterinário. Sinceramente, não sei como um ferimento desses estancou sem socorro ou pontos... Deus é maravilhoso! Chegando ao veterinário, ele precisava de, pelo menos, uma semana de tratamento. Para fazer isso, precisei de inventar uma parafernália no terraço para separar os dois gatos e cuidei dele de Segunda a Sexta (lembra que não dava? Quando eu tentei, eu vi que dava sim, mas também dava trabalho).

Não foi fácil. Ele chorava de madrugada sem entender porque estava preso. Queria entrar em casa. Eu ia lá acudir... Todos os dias tinha que fazer faxina na enfermaria improvisada. Ele não sabia usar caixa de areia no primeiro dia... Limpei o chão... Fazia curativos duas vezes por dia... Cada dia me apegava mais e sabia que não poderia ficar com ele. E, finalmente, na sexta ele passou mal. Levei ao veterinário e, imaginem, ele teve uma torção no estômago de tanto comer. Ficou internado da sexta para o Sábado. Levei-o para casa no Sábado de tarde, coloquei um pouco de comida como o médico disse. E deixei tudo aparentemente ok. Precisava ir à reunião dos jovens. Saí.

Ao voltar à minha casa absolutamente telada e que pensava inexpugnável para felinos, meu hóspede de quatro patas havia passado da varanda para dentro de casa e de dentro de casa para a rua. Só Deus sabe como. O tratamento ficou pela metade, a ferida ainda está aberta, e ele comeu da comida de meu gato, o que é um risco enorme para ele... E agora, Jesus? – pensei. Então, outro versículo veio ao meu coração: “e não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” (Gálatas 6:9).

Jesus disse que eu cuidasse dele e não que tudo ia ser como eu queria. Mas, se fizermos para Jesus não terá sido em vão. O Senhor disse em sua palavra que há pessoas que reagem exatamente como animais, limitados aos sentidos, como esse gatinho. A lógica dele foi a baseada na percepção: Estou com fome, não quero ficar aqui sem acesso à rua, levei furadas (do soro e da medicação). Esse povo coloca esse líquido dentro da minha ferida duas vezes por dia (irrigação de soro), depois tem esse creme (pomada cicatrizante). Não, aqui estou sofrendo, quero a minha liberdade. A liberdade que ele busca na sua falta de entendimento pode significar bicheiras, fome, sede, frio... envenenamento, maus tratos, mais acidentes... Mas quantas pessoas não reagem assim quando nós e o Senhor queremos cuidar delas?

Talvez você já tenha se dedicado grandemente a alguém que não recebeu o que você deu. Não foi em vão. O Senhor recebeu sua oferta. Também não fique magoado ou magoada. Entregue no altar de Deus e Ele receberá e se alegrará. Não deixe que a dureza de alguém mude a compaixão no seu coração, senão o mal terá lhe vencido e  transformado. A graça dá o que não merecemos e a compaixão é o mover-se para aplicar a graça, que ajuda. Somos chamados a sermos instrumentos da graça. Vença o mal com o bem, porque Deus vê e espera o bem de nós, assim como ele enviou Jesus para fazer o bem. Ande como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;” (Atos 10:38). Já lembra Pedro que fomos chamados a viver um evangelho nos braços e nas pernas e não só na língua ou na teoria do coração: “[...] se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:20-21). Fazer o bem cansa, demora, ocupa tempo, espaço, recursos mentais, emocionais, financeiros, mas, no Senhor Jesus, vale a pena. Um cristianismo que não estende a mão ao necessitado, à vida que clama por ajuda, não é um cristianismo digno de Cristo. É hipocrisia e religiosidade. O padrão de Deus não tem coisa pequena ou sem importância onde esse princípio deva ser aplicado: Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito." (Lucas 16:10).


Você pode orar assim:

Senhor, ajuda-me a vencer o mal com o bem. Ajuda-me a não desistir de ser uma bênção, mesmo quando as pessoas não quiserem ser abençoadas. Fortalece-me diante da crueldade do mundo para que não fique insensível às necessidades alheias e egoísta, focando-me apenas nas minhas comodidades e necessidades. Que eu seja para o outro o que eu sei que tu és para mim, em nome de Jesus.










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