quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Você não está só no caminho




Os mesmos valores que defendemos e direcionamos nossa vida têm efeito de retorno para nós. Essa fábula ilustra bem a meditação de hoje:

Um rato, olhando pelo buraco na parede, viu o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!

A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. 

Assim, aprende-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. Independência absoluta é uma mentira que somos ensinados a perseguir desde a infância. Mas, as crianças também correm atrás das pipas, sem nunca as alcançarem ou se machucam nessa correria. Também nos falam de bichos papões e outras ideias assustadoras das quais deveríamos fugir. Então, quando crescemos, ao invés de vencermos os mitos, somos ensinados que, além de totalmente independentes, outro mito mais perigoso, precisamos ser melhores do que os outros. 

Então, a independência ganha uma dose de paranoia,  porque além de fazermos tudo sozinhos, ainda precisamos ocultar nossas falhas e superar a nós mesmos (o que já é difícil) e também TODOS os outros, o que é impossível, mesmo que consigamos algum tempo e em algum aspecto. Isso gera a doença mais dolorosa que já existiu, a solidão e o isolamento e todos os demais, ao invés de solidários e companheiros de jornada, se tornam oponentes. O homem competitivo está sempre acuado e sozinho, imaginando o próximo plano para derrotar os adversários reais e irreais. A sociedade individualista é a mãe dos egoístas.

O pior é que aquilo que impomos a nós mesmos e ao que mal sobrevivemos, também impomos aos outros. Abolimos a solidariedade em uma sociedade competitiva. Mas, o problema de um, continua sendo problema de todos. Nós vivemos em uma sociedade que prega o individualismo, a competição e o egoísmo. O sucesso deve ser conquistado das mãos dos outros. Mas a verdadeira força está na unidade e no amor que dão e sustentam a vida. Como ensinou Jesus:

36  Mestre, qual é o grande mandamento na lei? 37  E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38  Este é o primeiro e grande mandamento. 39  E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 40  Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." (Mateus 22:36 - 40) 

Se você não quiser se encarcerar num mundo de solidão 





Precisa olhar em volta e saber que a sua mão não foi feita para tomar a vida da mão de outros, mas para segurá-las e trocar forças: “melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante.” (Eclesiastes 4:9-10). Trabalhe junto, Ajunte, não espalhe. A unidade é uma força que nós precisamos conhecer a cada dia mais. Lembre-se: o resultado do grupo é o seu resultado. O seu resultado sozinho pode ser mais rápido, mas não será tão duradouro e nem se multiplicará por tantos sorrisos, que voltarão para você. Há uma diferença entre independência e autonomia, importantíssima. 



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