domingo, 7 de outubro de 2012

Educar herdeiros, fortalecer conquistadores




O Senhor colocou no meu coração uma atenção especial sobre educação. Educar começa com a instrução da família. A família constrói o caráter, que a criança utilizará na escola e no trabalho e na sua própria família. Desde o Velho Testamento, o povo de Deus recebeu as bases e tornar-se um conhecedor da sua Palavra. Tanto os anciãos, quanto as crianças deveriam compreender os princípios que desenhavam os limites da sua liberdade e vitória:

8  O SENHOR é quem vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te atemorizes. 9 Esta lei, escreveu-a Moisés e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca da Aliança do SENHOR, e a todos os anciãos de Israel. 10  Ordenou-lhes Moisés, dizendo: Ao fim de cada sete anos, precisamente no ano da remissão, na Festa dos Tabernáculos, 11  quando todo o Israel vier a comparecer perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que este escolher, lerás esta lei diante de todo o Israel. 12  Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, para que ouçam, e aprendam, e temam o SENHOR, vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras desta lei; 13  para que seus filhos que não a souberem ouçam e aprendam a temer o SENHOR, vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra à qual ides, passando o Jordão, para a possuir. (Deuteronômio 31:8-13)

Tudo começa na promessa e termina na bênção da promessa. Entre a promessa e a bênção, temos o ministério dos que ensinavam a Palavra (tribo de Levi), os momentos de reunião e festa no lugar específico e a leitura da lei. A audiência era todo o Israel. Todos deveriam ler e conhecer a lei do Senhor. A ordem para todo o Israel era ouvir, aprender e temer ao Senhor (convencer-se da verdade e suas consequências) e praticar a palavra. Ninguém deveria deixar de conhecer a Palavra, ou seja, ninguém substituiria a consciência e a convicção individual de ninguém, apesar de haver uma tribo especializada em realizar os sacrifícios trazidos pela população, cada um era responsável diante de Deus, como o é até hoje: "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus." (Romanos 14:12).

As crianças não eram dirigidas  para cumprirem rituais, mas para compreenderem seu sentido e, através dessa compreensão, convencerem-se das suas necessidades e suprimentos em Deus. Também é assim até hoje: "7 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. 8  Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:" (João 16:7-8). E tudo dentro de um ambiente e de relações alegres e festivas. 

A responsabilidade vinha imediatamente após a consciência de si mesmo. Uma criança desenvolve a capacidade no seu desenvolvimento moral de distinguir o bem e o mal exatamente na faixa dos sete anos de idade. Ainda que ela não estivesse com sete anos na primeira festa, ela estaria com catorze , no máximo, na seguinte. Mesmo criança ou no começo da adolescência, seria ensinada sobre os princípios de Deus, através de sua palavra. Era esse conhecimento que os levariam a usufruir das promessas de Deus. A bíblia fala de Deus como educador e como Deus de um povo ensinado e ensinável. Onde o ensino fazia parte das festas, da alegria, da adoração e não de uma tortura ou obrigação porque era para a vida e tinha utilidade imediata e relação com sua vida diária e seu futuro imediato.

O momento de leitura da Palavra era o momento da Festa dos Tabernáculos, a maior festa do ano. Um festejo público da abundância da colheita, de todas as bênçãos de sustento de Deus. Comemorava-se as bênçãos habitando em tendas construídas de ramos, representando o tempo de saída do Egito e a caminhada de libertação pelo deserto para a terra da promessa. (Levítico 23:39-43). Por isso, as pessoas colocaram os ramos no caminho de Jesus ao entrar em Jerusalém, elas o estavam reconhecendo como o Messias, o Cristo libertador.

No meio do conhecimento da vontade de Deus, comemorava-se conhecendo-se mais o Salvador. E a promessa continua de pé: “31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; 32  e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32). A verdade inclui o fato de que você não conseguirá liberdade por si mesmo, mas “se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36).  Estar livre para gozar das promessas de Deus só se obtém através dAquele que nos liberta, Jesus. Esse é o presente dEle para nós: “8  porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9  não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9).  Quando você experimentar essa torrente de graça, independente daquilo que você fez, faz ou fará de bom ou de mau, você se sentirá como Davi, em meio a uma grande festa:

1 Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.  :2  Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles. 3  Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres.  (Salmo 126:1-3)


Dependendo da graça



No meio das bênçãos o povo comemorava lendo a Palavra e iniciava um ano em que não dependeriam do seu trabalho para obter sustento. Ao comemorar a graça libertadora havia também a ordem para que  não semeassem o campo no sétimo ano, nem fizessem atividades econômicas relacionadas à agricultura. Nesse ano, o que nascesse por si só seria para alimento dos donos das terras e dos pobres (Levítico 25:2-7), ou seja, todos teriam alimento sem terem que possuir na terra ou depender do seu trabalho. Isso também anuncia a provisão da salvação através de Cristo, pela graça doadora de vida, liberada gratuitamente por Deus. A sociedade, a terra e a natureza eram reequilibradas, observe o trecho:

10 Seis anos semearás a tua terra e recolherás os seus frutos; 11  porém, no sétimo ano, a deixarás descansar e não a cultivarás, para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival. (Êxodo 23:10-11).

No deserto, o povo não tinha onde comprar roupa, sapato, provisões, mas Deus os sustentou numa dieta de provisão do básico para aprenderem a confiar nEle para esse aspecto da vida:

“5  Quarenta anos vos conduzi pelo deserto; não envelheceram sobre vós as vossas vestes, nem se gastou no vosso pé a sandália. 6  Pão [de trigo] não comestes e não bebestes vinho nem bebida forte, para que soubésseis que eu sou o SENHOR, vosso Deus.” (Deuteronômio 29:5-6)

“Disse Moisés: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou: Dele encherás um gômer e o guardarás para as vossas gerações, para que vejam o pão [de maná] com que vos sustentei no deserto, quando vos tirei do Egito.” (Êxodo 16:32)

O Deus que nos dá a vida eterna, nos dará provisão para a jornada terrena porque Ele sabe do que precisamos para fazer a sua obra aqui na terra. Lembre-se de que Ele sustentou três milhões de pessoas no meio do deserto. Ele o susterá também, ainda que você não saiba de onde vai vir o suprimento. Ainda que tenha que chover do céu, a provisão virá. Mas, lembre-se, só choveu comida porque o povo estava impedido de cultivá-la, porque Deus nunca fará o trabalho que é sua obrigação fazer. E nunca deixará faltar o impossível que você buscou nEle.

A capacidade de recomeçar e a prudência


O ano da redenção implica também que, a cada sete anos, findo o ano sabático, os hebreus teriam que reconquistar suas terras, reconstruir e desbastar suas plantações para começar as suas plantações de novo. Além disso, deveriam viver poupando durante os seis anos de trabalho. Observe o princípio de José de guardar 20% da colheita para os sete anos de fome no Egito. Aquele período de impedimento de trabalhar gerou a cultura de um povo prudente, que poupa para o futuro e que festeja educando seus filhos para andar no conhecimento, no temor e na prática da Palavra de Deus. Até as grandes comemorações tinham um cunho prático. Não eram como nos outros povos, cujos festivais de colheita eram sinônimos de orgias e bebedice.

A festa do ano sabático


Observe que Deus traz o povo a comemorar nessa festa, pelo menos através de quatro coisas:

A)   O descanso de suas obras - o que representa a graça e o favor acima do merecimento (Levítico 25:4-5);

4  Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, 5  não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, (Tito 3:4-5)


B)   O compartilhar da provisão, quando os frutos da terra se tornavam propriedade compartilhada (Êxodo 23:11; Levítico 25:6-7) - indicando o compromisso em compartilhar o evangelho e o acesso de todos os homens à vida de Deus, que é o suprimento de Deus para a vida dos homens;

15  E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. 16  Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. (Marcos 16:15-16)

C)   A libertação de todos os hebreus que estavam vendidos como servos por causa de dívida (Deuteronômio 15:1-3; Neemias 10:31; Êxodo 21:2; Deuteronômio 15:12) - falando do perdão concedido por Cristo aos que se aliançaram com Ele (os servos não hebreus não eram liberados – Deuteronômio 15:3);

13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; 14  tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; 15  e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. (Colossenses 2:13-15)


D)   Com o compartilhar da palavra, onde tudo isso e muito mais era ratificado e compreendido através da leitura da lei (Deuteronômio 31:10-13) – Assim como a fé que liberta vem pelo ouvir e o ouvir da Palavra de Deus. Como aconteceu com a mulher com fluxo de sangue:

25  Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia 26  e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, 27  tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. 28  Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. 29  E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo. [...] E ele [Jesus] lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.” (Marcos 5:34).

E também com a mulher que ouviu Jesus no poço de Jacó, em Samaria (João 4), E o paralítico em Listra, que escutou a pregação de Paulo:

8 Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. 9  Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, 10  disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. (Atos 14:8-10)



Tudo o que recebemos de Deus começa na promessa, transforma-se em fé pela compreensão e termina na alegria contínua de aprender que conhecer as promessas é conhecer a Vida, de quem as anima e faz concretizarem-se na vida de quem crê.


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