Todos falam em diversidade, hoje em
dia. Diversidade parece ser um conceito antônimo de preconceito. Mas, quando é
que preservamos os nossos valores e conceitos e não estamos sendo
preconceituosos? Até que ponto ceder sem perder a essência? E qual é a essência
que não deve ser perdida? Como fazer diferença e respeitar as
diferenças?
O texto abaixo nos fala do princípio
da convivência na diversidade.
Seis homens ficaram presos numa caverna
gelada por causa de uma avalanche de neve. O socorro só viria ao amanhecer.
Cada um deles trazia em suas coisas um pouco de lenha, mas, quando a equipe de
resgate chegou à cena do acidente, a fogueira estava apagada e eles estavam
mortos, congelados pelo frio extremo. O mais interessante da cena é cada um
daqueles seis homens estava abraçado ao seu feixe de lenha.
Os soldados não entenderam o que se
passou naquela caverna, mas, se eles pudessem voltar no tempo e ler o
pensamento daquelas pessoas, talvez ficassem mais uma vez surpresos com a raça
humana:
O
preconceituoso pensava:
- Jamais darei minha lenha para aquecer
essa gente esquisita!
O rico
avarento pensava:
- Vou ser o último a queimar minha
lenha. Quem sabe, até posso vendê-la para esses otários. Vai valer uma boa
grana. É a lei da oferta e procura.
O forte
pensava:
- Não vou dar a minha lenha para aquecer
esses fracotes. Eles que façam ginástica até o amanhecer, se quiserem se manter
aquecidos.
O fraco
pensava:
- É bem provável que eu precise desta
lenha para me defender.
O “sabe-tudo”
pensava:
- Esta nevasca vai durar vários dias.
Vou guardar minha lenha por enquanto.
O
alienado não pensava nada, especificamente, apenas não
queria fazer nada. Deixou que os outros resolvessem.
Por fim, um dos soldados desabafou:
- Acho que não foi o frio de fora que os
matou; acho que foi o frio de dentro. O frio do coração. O frio da alma.
O princípio assassino acima é "não
darei, guardarei para mim". Há elementos que só entram em operação na
nossa vida quando entregamos: a alegria, a felicidade, o perdão, etc. Essas
coisas só têm sentido quando as compartilhamos. Só entram em operação se as
entregamos e se eles não entram em operação a vida se esfria até se apagar, ainda
que tudo o que precisamos para viver esteja conosco.
A dificuldade de se dar em um mundo
diverso está em como encaramos o outro. Todas essas pessoas na ilustração viam
o outro como provável vítima ou perseguidor. A posição era de explorar ou ser explorado.
Nenhum deles viu a possibilidade de uma troca e nem deu chance à cooperação.
Todos agiram como se os outros fossem menores ou menos dignos do que eles. Por
orgulho, avareza, medo, negligência ou preguiça as atitudes foram as mesmas:
fechar as mãos e o coração.
Sem troca até os mares secariam. A
natureza é cíclica em suas trocas e generosa com todo o planeta. A água circula
por todos os lugares e em todas as formas, alimentando a vida, livremente.
Quando esse ciclo se interrompe, a morte se instaura. Jesus sempre questionou a
hipocrisia dos fariseus, que engoliam o camelo e se engasgavam com um mosquito
(Mateus 23:24). Vivemos num mundo de tanta frouxidão moral que muitas vezes,
para não entrar na linha da negligência podemos endurecer até ao ponto de nos
tornarmos inflexíveis e ritualistas. Por outro lado, quando cedemos demais,
podemos perder o gosto e a luz, quando devíamos fazer a diferença sendo o sal
da terra e a luz do mundo (Mateus 5:13-14).
A resposta está sempre em fazer como
Jesus fazia. Ele nem acusava os pecadores e nem aceitava o pecado, oferecia o
arrependimento. Se alguém não queria escutá-lo e dizia que conhecia a Deus, Ele
o repreendia. Se alguém queria ouvi-lo, Ele falava. Se alguém não queria
escutá-lo, Ele não insistia. Se alguém queria corrompê-lo ele resistia na face.
Isso é ter respeito à diversidade sem perder a essência. Bom refletir sobre
isso em relação à escola, à família e ao trabalho.
link original da ilustração: http://www.esbocandoideias.com/2011/10/ilustracoes-sem-lenha-o-fogo-se-apaga.html
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