É muito fácil romancear uma ideia de liberdade com a figura
de um cão ou gato “livre” nas ruas. Ele não tem ninguém para lhe dizer o que fazer ou
não fazer, não tem horário, não tem destino, está sempre descobrindo... Parece
realmente romântico. Só que, na realidade, a média de vida de um cão (ou gato) na
rua cai para menos do que a metade de um cão ou gato cuidado em casa. O cão de rua
parece livre porque não tem ninguém para lhe dar ordens, mas segue o primeiro
que passa e lhe faz um afago, porque o amor e cuidado do dono vem no pacote do limite. Ele
não tem horário porque passa o dia procurando uma migalha de comida suja,
estragada e pouca, que ele tem mais dificuldade de encontrar enquanto a cidade
se verticaliza, ele envelhece e fica fraco, sofre frio e calor, foge do Centro de Zoonoses, fica doente e, finalmente, morre. É
essa ideia de liberdade que estão vendendo a essa geração.
Dizer não a qualquer limite e regra, abrir mão de
determinadas coisas que dão prazer imediato por uma vida com paz e alegria é coisa
do passado. Muitas igrejas se tornaram centros de atração: precisam ter eventos
com luzes bastantes, reunir muitos jovens muitas pessoas com barulho de festa, muitas canções animadas e as pessoas ouvirem na pregação o que lhes agradam e irem para
casa viver a vida como querem. Hoje, igreja que cresce é sinônimo de aumento do
número de ouvintes, mas não era assim no início. A igreja não apenas aumentava
em número, muito menos pelo propósito de assistir shows encomendados...
Muitos sinais e prodígios eram
feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de
comum acordo, no Pórtico de Salomão. Mas, dos restantes, ninguém ousava
ajuntar-se a eles; porém o povo lhes tributava grande admiração. E crescia mais
e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor,
a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e
macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns
deles. Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando
doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados. (Atos
5:12-16)
Observe o crescimento
da igreja em Jerusalém, segundo esse texto acima:
- · A unção do Senhor agia poderosamente em sinais e prodígios;
- · Havia reuniões públicas, em situações tão arriscadas, que eram temidas pelos de fora;
- · Eles eram tão diferentes e mostravam a presença de Jesus na vida deles que os de fora os ADMIRAVAM! Essa palavra no original significa: tornavam grandes! Chamavam atenção pela sua diferença do mundo e semelhança com Cristo.
- · Mesmo diante de todos os riscos as pessoas não eram atraídas pelos shows e sim pela unção, pela presença manifesta do Senhor.
Observe o que se dava como crescimento em Atos dos Apóstolos:
Muitos dos que
creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras.
Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os
queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a
cinqüenta mil denários. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia
poderosamente. (Atos 19:18-20)
O crescimento da igreja era visto em quanto as pessoas
abandonavam o pecado, ainda que lhes custasse caro. Ou a igreja causa uma
mudança na vida daqueles que lá compartilham ou não é mais do que um clube, que
não paga impostos. Não representa Jesus na terra. Não sara, não liberta, não
traz paz, não supre e nem traz perfeição. Está morta em seus pecados e pensa
que é sã e poderosa. Mas, ninguém apresentará música, dança, refletor, teatro e
retórica a Deus. Jesus morreu e ressuscitou “para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem
defeito.” (Efésios 5:27).
Algumas outras mentiras sobre o cão na rua...
Há várias mentiras sobre cães e gatos na rua. A primeira é
que não existem “cães DE rua”. O cão é um animal doméstico, assim como o gato
doméstico. Mesmo eles sendo ferais (que não possuem tutor), eles estão sempre
sob riscos aos quais os humanos, que os domesticaram, os submetem a cada dia. Eles não
estão na selva e não possuem mais as habilidades que tinham nela porque, ao
domesticá-los, os humanos mudaram essas capacidades e deveriam assumir sua
responsabilidade sobre eles. Alguns podem precisar de condições específicas de
adaptação, mas não há cães e gatos domésticos que não possam viver sob o amparo
doméstico. Assim, qualquer animal de rua pode e deveria ser adotado e cuidado
sob um teto. A primeira pena que se lhes dá é a ilusão de que eles não têm que
ter cuidado e “precisam” viverem “soltos”. Como se "solto" fosse sinônimo de
liberdade e na realidade é sinônimo de fome, sede, frio, calor, falta de um
lugar seguro para descansar, doença sem cuidado, maus tratos, tortura, etc.
Não é porque uma pessoa viveu a vida toda de uma determinada maneira que
ela não pode mudar. Não é porque ela já viveu abandonada, ferida, suja, doente,
que ela não possa ser cuidada e ser feliz. Mas, cuidado implica limites. Nenhum
pai ou mãe deixa seu filho colocar o dedo na tomada. Entretanto, há uma série
de propostas malignas querendo impedir qualquer tipo de limites, inclusive de
os pais educarem seus filhos moralmente. Uma delas se chama Estatuto da
Diversidade Sexual e outra chama-se Plano Nacional de Diversidade Sexual, onde,
entre outras coisas, os pais não poderão fazer nenhum tipo de orientação
relacionada à sexualidade de seus filhos. Foi a liberação de qualquer freio sexual
que destruiu a civilização grega e a romana depois dela e vai destruir aqueles
que se entregarem ao prazer como fonte de vida e não como parte da vida. Jesus
é a verdade e a vida (João 14:6).
Você já conseguiu algum avanço da sua vida sem abrir mão
de algo que desejava ou gostava? Veja todas as grandes conquistas da sua
vida... Alguma vez teve que abrir mão de uma comida para manter a saúde? Alguma
vez teve que abrir mão de um passeio por um avanço nos estudos e/ou na
profissão? Alguma vez teve que afastar-se de casa para investir em algo, mesmo
com saudades dos parentes? Quem avança sem abrir mão de algo? O que nos faz não
agredir fisicamente os que nos irritam ou não matar os que odiamos por um
segundo (ou mais do que isso)? A sociedade possui leis para limitar pessoas
porque, seja individualmente ou socialmente, precisamos de limites para manter
a vida. Pois “sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo
legítimo,” (1 Timóteo 1:8).
Eu quero uma casa
Se é um engano pensar que há beleza e arte no cão ou gato
de rua, também há engano pensar que o cão que mora em uma casa, cercado de
cuidado é “cativo”. O cão, por natureza, é um animal que vive em coletivos
(matilhas). O maior castigo que um cão pode receber é ser afastado da matilha.
Os machos e fêmeas alfas (líderes) fazem isso com os rebeldes e rapidamente
eles se corrigem. Se algum, por acaso, se perde do grupo se desespera ou
deprime, procura e chora até encontrá-los. Para um cão doméstico, o alfa é seu
dono, a família é sua matilha. Ele estará apavorado longe deles e seguro e
feliz ao seu lado. Levá-lo para passear é suficiente para a dose de novidade do
dia (ainda que seja pelo mesmo caminho). O que ele precisa é de seu lugar de
pertencimento.
Quantas pessoas foram enganadas achando que estar em casa
com o Senhor não tem sabor, mas é lá o seu lugar. É certo que há algum prazer e
alguma euforia no pecado, mas o final é a morte. Aquela pessoa que deseja a presença
e comunhão de Deus sabe que com Ele vale o princípio do pertencimento a
qualquer grupo: é preciso se identificar com os princípios de comunhão e respeitar
as normas de convivência para permanecer nele. Somente o Deus que eu crio
aceita tudo o que eu quero porque na realidade esse Deus sou eu mesmo. O Deus
vivo, Autoexistente e Senhor de todas as coisas estabelece os princípios que
lhe agradam na sua presença e nos capacita a segui-lo, perdoando nossos erros
eventuais e nos repreendendo a cada desvio, enquanto nos ensina o seu caminho.
Portanto, não é justificável, a não ser por ignorância
desejar ser “livre” como um cão de rua ou não querer ser “cativo” como um cão
em casa. Pois na casa de Deus não há maltrato, mas o mundo jaz no maligno. E
mais, Deus não nos chama simplesmente como animais domésticos ou escravos ou
colegas e nem mesmo apenas como amigos. Eles nos chama para si como filhos
amados. Quando Jesus encontrou com Maria Madalena, Ele nos chamou de irmãos: “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não
subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu
Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17).
O que realmente é crescimento
A realidade é que a igreja tem que parar de desejar
crescer por fora e passar a desejar o verdadeiro crescimento desejado por Deus é quando estamos:
Crescendo na fé:
Porque não ultrapassamos os nossos
limites como se não devêssemos chegar até vós, posto que já chegamos até vós
com o evangelho de Cristo; não nos gloriando fora de medida nos trabalhos
alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira
engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação, (2 Coríntios 10:14-15)
Crescendo no amor:
Damos sempre graças a Deus, Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé
em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da
esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra
da verdade do evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está
produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que
ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade; (Colossenses 1:3-6)
Crescendo no conhecimento de Deus e na sabedoria e
entendimento espiritual
Por esta razão, também nós, desde o
dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis
de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento
espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro
agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de
Deus; (Colossenses 1:9-10)
Crescendo em ações de graças
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o
Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé,
tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. (Colossenses 2:6-7)
E concluo transmitindo o alerta de Paulo:
Por essa razão,
pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele
em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de
nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a
sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato,
costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis
de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as
demais Escrituras, para a própria destruição deles. Vós, pois, amados,
prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados
pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; antes,
crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A
ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno. (2 Pedro 3:14-18)
Não permitamos que nenhuma mancha se apegue a nós, muito
menos a da distorção da Palavra para nos dar um cristianismo mais fácil de
viver nesse mundo, mais confortável, porque Deus não deixará de julgar isso.
Fiquemos firmes, vamos nos fortalecer na bondade manifesta em poder de Deus, a
sua graça, e glorificar o nome do Senhor enquanto estivermos aqui e Ele
manifestará sua glória poderosamente diante dessa geração destruída pelo prazer
do pecado e sem o prazer de Deus, que traz gozo, alegria e justiça.
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