sexta-feira, 26 de abril de 2013

Deuses de hoje e o Deus da Eternidade




Desde o final da 2ª. Guerra mundial até o triunfo do capitalismo industrial, no início dos anos 90, ou a partir da queda do muro de Berlim, houve uma explosão científico-tecnológica e informacional que nunca havia sido vista antes. O mundo se conectou de uma forma jamais conhecida. Culturas começaram a se aproximar e a se alterar mutuamente, levadas por uma onda de ocidentalização crescente, mas com apenas um fim, a expansão de mercado.  Por exemplo, a consciência de classe dos operários americanos não foi compartilhada com os operários chineses, apenas as calças jeans e a moda.

Enquanto a Revolução francesa foi a revolução pelo conhecimento para a libertação dos homens, enfatizando a apropriação do conhecimento pelo povo; essa revolução tecnológica apartou o homem de valores fundamentais para tornar, através da tecnologia, o homem e sua criatividade um instrumento da prosperidade de poucos privilegiados, lhe dando em troca apenas o propósito de produzir e consumir. Agora,  a maior fonte de valor para os produtos, a ciência. ganhou um novo status. Transformou-se no Deus dessa civilização.

Como herança da revolução francesa e da ciência moderna de Decartes, ficou a necessidade de encontrar-se uma explicação lógica para cada coisa sobre a terra. E aquilo que é inexplicável perdeu seu valor imitando a raposa da fábula da raposa e as uvas. Nietsche e alguns filósofos proclamaram a morte de Deus. Aquilo que não pudesse ser dominado pelos intelectuais e a ciência, basicamente medido e quantificado, estava fora de cogitação, era um absurdo.

O vazio tem preenchido as necessidades espirituais dessa nova geração sem consolo. Então, começou a importação para o ocidente das crenças orientais. A ciência se acomoda bem à idéia do homem ser seu próprio deus. Afinal, se ela mesma pode proclamar a si mesma onisciente e como a única apta a explicar os segredos do universo... Entretanto, como resultado, só consegue que o homem que “é deus” se esvazie de Deus e se isole em fragmentos de identidades que não consegue coordenar: pai, mãe, profissional, cidadão, aprendiz, professor, homem, mulher, etc. Hoje, com a chamada consciência pós-moderna a ciência tenta digerir e compreender que sempre haverá algo fora do seu alcance, mas sua maioria ainda acredita que para ser ciência precisa ser cética sobre as coisas que não se vêem.

A instância humana que se relaciona com o sobrenatural é o espírito. Na dimensão da alma, a mente, a vontade e as emoções podem até ser supridas por respostas racionais, mas a necessidade espiritual não se sacia disso. Afinal, veja que junto a todo esse avanço, ainda encontramos pessoas que são guiadas por astros e se identificam por signos. Isso não é novo, só recebeu uma nova capa de ciência astrológica.

Na realidade, nós convivemos com estranhamentos interessantes: a ciência se incomoda com simplicidade da entrega do cristianismo e chama de alienação, mas não entra em choque, com a mesma força, por exemplo, com a base da astrologia, que é a de ser guiado pelos astros. Vejamos que, cientificamente, os astros, como os vemos, não estão mais na posição em que são vistos nos mapas astrológicos. Eles estão a anos luz de distância de onde os vemos agora. O que faria qualquer predição, no mínimo, questionável. Mas, não se vê a ciência questionando a astrologia como ao cristianismo. A bíblia é clara quanto a evitar esse tipo de guia: “Guarda-te não levantes os olhos para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido a inclinar-te perante eles e dês culto àqueles, coisas que o SENHOR, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus.” (Deuteronômio 4:19). Dar culto é assumir como guia, como deus. O que quero dizer, é que a ciência só acha pernicioso adorar e cultuar ao Deus da Bíblia, que deve “morrer”, mas parece que todos os outros deuses têm permissão de continuar “vivos”. Porque esses deuses que permanecem no nível da filosofia, são dominados pelas pessoas e não ameaçam o status de deus que a ciência pretende assumir.

A luta pelo poder, suas polaridades e igualdades






Seriam os valores cristãos danosos à humanidade? Ou é a supremacia de Cristo que os incomoda? A ciência ou alguns cientistas buscam a verdade ou buscam conter a verdade para que ela lhes sirva de instrumento de dominação? Desse modo,  todas as conquistas em relação à liberdade já realizadas pela humanidade seriam revertidas.

É certo que quem busca a verdade a encontrará. Jesus nunca temeu questionamentos. Mas, se queremos a verdade que nos convém e nos mantém no poder, é certo que esta simulação de verdade é o que teremos. E vamos pagar o preço dos enganos que nos forem cômodos aceitarmos. Mas, assim, estaremos apenas passando da tirania do controle do misticismo religioso para a tirania do controle do ceticismo científico.

A humanidade sempre sofreu com mudanças para o extremo oposto. Ou tudo ou nada... Ou somos bons ou maus... Ou somos perfeitos e merecedores ou não somos dignos e somos desprezíveis... Será que tudo é tão simples assim? Quantos assassinos profissionais amam seus filhos e os protegem? Quantas vezes não nos surpreendemos com o que fazemos de bom ou de mau? Se nós podemos agregar tantos papéis e identidades, não podemos aceitar que nos imponham uma mudança unilateral de vida, compreensão e valores. A questão humana é complexa e precisa de uma resposta que resolva vários problemas ao mesmo tempo.

Retomando a motivação e assumindo a responsabilidade de ser cristão

A reforma protestante teve vários motivadores. Por um lado, havia os políticos que queriam se libertar do controle da igreja. Também havia os insatisfeitos com suas oportunidades de negócios dentro de um mundo dominado pelo poder do clero. Mas, houve também, e isso é o que me interessa, um mover de Deus fazendo o povo retomar a base da fé, que é a Palavra de Deus. Esse direito havia sido expropriado do povo. A fé baseada na Palavra nos leva a uma intimidade com o Deus, que a deixou como caminho para nós. Se alguns usam a fé para extorquir, só poderemos evitar se conhecermos a Palavra. Se usam a fé para ganhar poder, da mesma forma. Não foi o cristianismo de Cristo que decepcionou tantas pessoas, mas o uso dos jargões do cristianismo para benefício pessoal. Uma falsa religião cristã, que deixou os princípios fundamentais do amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

O povo que não tinha acesso ao conhecimento perdeu-se, como está escrito: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, [...]” (Oséias 4:6). É preciso que cada pessoa compreenda que Deus deseja uma relação com Ele intermediada por Cristo e, mesmo que o Senhor use pessoas para organizarem e apoiarem a igreja, a Palavra ainda estará acima delas, como a Constituição está acima do Presidente da República (quer ele reconheça ou não). Nós todos somos responsáveis por uma fé consciente e participativa. Não há lugar para irresponsabilidade na fé em Cristo.  E a nossa responsabilidade é conhecer a Palavra de Deus, e através dela, o amor de Deus, afirmá-lo e vivê-lo como verdade.

Não é o cristianismo o problema, é o tipo de vida que se chama de cristianismo, que precisamos revisitar pela Palavra de Deus em busca do seu amor para cumpri-lo em nossas vidas. Não é uma resposta simples, e podemos passar o resto das nossas vidas para descobri-la. Mas, é um processo que vale à pena começar já.



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Um comentário:

  1. OLÁ ANA, GOSTEI DO TEXTO! BEM FUNDAMENTADO E OBJETIVO:DORA!

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