Muitas vezes, estamos sendo chamados à ação e
permanecemos como observadores. A cultura da TV nos transforma em não
participantes da vida que se constrói ao nosso redor. Facilmente, passamos a assistir um documentário, onde as cenas são reais, da mesma
forma como assistimos um filme, que é ficção. Somos ensinados a estar na passividade
todos os dias.
O meio em que recebemos a mensagem influencia a mensagem. Enquanto você está sentado à frente da TV, você é passivo observador daquilo que alguém escolheu para você ver e da forma como essas pessoas escolheram lhe apresentar um conteúdo. “Pacotes audiovisuais que são condensados, simplificados e adocicados de modo a se adequarem às limitações do tempo de atenção do meio.” (ALBRECHT, 2008, p. 8). O nosso cérebro, nossa unidade pensante precisa ser exercitado por pensamento crítico, comparativo, curiosidade, imaginação, julgamento e lógica, senão corre o risco de atrofiar. Receber informações sem julgá-las, discuti-las, analisá-las e argumentá-las está gerando problemas problemas que precisaremos vencer e lidar em um futuro próximo. Isso vai influenciar diretamente a sua casa, sua relação com seu futuro, sua família e, principalmente, com Deus.
Você sabia que após três minutos de TV a nossa mente
entra em estado semelhante ao da hipnose? Diminui-se a freqüência das ondas cerebrais. Daí porque algumas pessoas cochilam na frente da TV. Além disso, as mensagens são muito breves, sem muitas explicações ou chance para rever o que foi apresentado, porque é
contínua. Se você quer exercitar seu cérebro deve procurar uma boa leitura,
ainda que assista TV um pouco.
Como essa mídia é altamente difundida, ela
influencia a forma como a sociedade acessa o conhecimento. O Dr Neil Postman,
da Universidade de Nova York, estudioso dos efeitos da mídia eletrônica na
cultura e no desenvolvimento da capacidade mental das crianças, escreveu um
livro onde dizia que quanto mais se popularizava a TV, mais caia o pensamento
racional e a capacidade de discussão na consciência da sociedade americana (POSTMAN,
1985 apud ALBRECHT, 2008).
O remédio para isso? Os bons e velhos livros. A leitura
nos oferece um trabalho reflexivo que nos permite verificar e reverificar os
princípios propostos, nos capacita para a escrita e nos enraíza os conceitos de
forma encadeada e lógica. Permite que um conhecimento se torne base de outro e
outro e mais outro. Além dos livros, a discussão sobre assuntos com pessoas
que possuam e busquem o conhecimento.
Eu amo o conhecimento. Amo a explicação, amo compreender.
Não admito respostas concisas e fáceis para questões complexas. Toda resposta
rápida demais nos não cabe. Quando perdemos a capacidade de
argumentar com a vida, as coisas e a forma como as coisas são apresentadas, perdemos a parte de nós que nos torna únicos.
Cada um de nós tem uma paixão gravada no nosso coração
por Deus. Foi para isso que fomos chamados. Essa área nos emociona ou nos indigna, aquilo com que nós
realmente nos importamos, foi para isso que nós fomos colocados aqui. É quando encontramos
essa área de investimento da nossa vida que podemos nos tornar felizes. Então, faça-se essa pergunta e não aceite a resposta rápida de ninguém para ela: Se
todos os salários do mundo fossem iguais, em que decidiria trabalhar? Responda
essa pergunta com cautela. Pois é isso que você foi chamado para fazer na sua vida para Deus . E você
precisa investir nisso, senão nunca será realizado.
Não estou dizendo que você deixe tudo para fazer isso,
mas que encontre um lugar especial para fazê-lo. Cinco minutos por dia pode ser
um começo. Mas, não perca o espaço disso, pois você se perderá de você mesmo. E
amanhecerá triste como um pássaro que perdeu o canto.
Eu amo estudar e ensinar. Se eu não estiver fazendo isso, estou infeliz. Se não houvesse escolas, acho que as criaria. Nada me dói mais
do que pessoas que não amam ou não querem aprender. Ainda mais as que sofrem
por causa da ignorância de todos os tipos, principalmente da Palavra de Deus.
Oséias relatou a mesma dor em Deus:
O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu
rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas
sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também
eu me esquecerei de teus filhos. (Oséias 4:6).
Não é só o fato de não ter o conhecimento, mas o fato de
não buscá-lo. Isso magoa o coração de Deus. Não é só não ter conhecimento é não
buscá-lo, é não desejá-lo que causa a destruição.
Ignorância é a mais destrutiva das experiências