sábado, 1 de setembro de 2012

Vencendo o perigoso sentimento de decepção





Tive uma experiência recentemente que me mandou de volta para a Universidade do Perdão. Eu entreguei as três coisas mais preciosas e raras que tenho e uma pessoa me pagou com a indiferença. Além de ficar com um desses tesouros sem lhe ter sido dado, mas emprestado.

A situação merece uma explicação. O primeiro tesouro que investi naquela pessoa foi meu tempo de férias. Atualmente, eu trabalho como técnica numa Universidade Federal, ministro um disciplina no Departamento de Ciência das Religiões como Professora Voluntária e faço graduação em Biblioteconomia à noite, além da missão de Pastora na Igreja Evangélica Missão Filadélfia e duas a três horas na elaboração do texto diário do blog. Meu tempo é extremamente precioso para mim. Onde você me encontrar, estarei fazendo o possível para usá-lo ao máximo.  Eu realmente nunca havia tirado férias na vida. E desde 2005, as férias foram utilizadas para licenças médicas ou para aplicar-me a algum objetivo de avanço, estudo, mais trabalho, etc.

O segundo tesouro que investi foi emprestar um livro. Você pode não dar importância a eles, mas para mim eles são resultado do investimento de 25 a 30% da minha renda. Eu preciso deles para que minha mente se sacie. Eu leio dois a três livros por semana e não ler é como passar fome para meu cérebro. E, geralmente, leio vários ao mesmo tempo, cinco ou seis. Além disso, preciso ler para trabalhar, ensinar, estudar e ministrar. Livro é um produto de primeira necessidade para mim. Eu emprestei um livro no meio dessa caminhada e adivinhem, não o recebi de volta, apesar de tê-lo solicitado de todas as formas possíveis. Esse livro, em particular não está disponível para a venda em João Pessoa e está dedicado para mim. Foi um presente, então, é único.

O terceiro tesouro que investi foi meu afeto. E esse foi o mais difícil de resgatar. Uma pessoa que conheço e aprecio há quase tantos anos quantos tenho de vida, chegou-se e percebi que estava com sintomas de depressão profunda, num nível que indicava apontamentos de tendência suicida. Ela procurou ajuda  e eu a atendi, oferecendo meu precioso e raro tempo de férias;  um dos meus preciosos livros; além de todo o meu afeto. Assim, ela melhorou, saiu da crise e, simplesmente, sumiu, levando meu livro e deixando apenas a desconsideração.  Foi difícil de superar, mas aprendi um princípio poderoso da Universidade do Perdão, que pode ajudar qualquer pessoa decepcionada a vencer esse danoso sentimento.





Decepção: o sentimento perigoso

Seja lá qual for o motivo da mágoa, ela impedirá que você seja ouvido diante de Deus:

24  Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. 25  E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. 26  Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas. (Marcos 11:24-26)

Portanto, é ponto pacífico: se quer estar bem com Deus, precisa perdoar. Eu sei disso, mas não conseguia. Eu não sabia o que fazer, não achava justo deixá-la ir com tudo que tinha entregado e ainda com meu livro, que outras pessoas vão precisar, que eu vou precisar, que ela não fez por onde merecer, que eu não recebi ordem para dar-lhe de presente, que eu não queria dar, que ela não tinha direito de reter.

Não me entenda mal, o problema não é o preço do livro é o fato de que ele também tinha sido um presente dado para o ministério com pessoas aflitas. Eu tinha lhe emprestado em confiança e ela desonrou todo o esforço, além da guarda do livro. Além disso, não o encontrei nas livrarias aqui na cidade. De qualquer forma, me sentia roubada. Independente das intenções da pessoa que o retivesse. 

Mas, minha relação com Deus é muito mais importante. Com a consciência da importância do perdão, eu pedi a minha companheira de oração mais freqüente, Djane Queiroz, que me ajudasse com a situação. Estava presa, mas não ia ficar assim indefinidamente. Ela me ajudou sobremaneira e de modo simples. Ela disse: Se você não entregar esse livro, o tempo gasto e o investimento afetivo a Deus, você nunca ficará livre. Vejam que solução mais justa e simples! Ninguém lhe rouba nada quando você o entrega a Deus. E Deus merece tudo de melhor que você tenha.

Entregando o serviço a quem o contratou
Nós não podemos impedir que as pessoas façam as coisas da forma como elas decidirem, mas podemos lidar com o que essas ações significarão para nós. Eu não posso negar nada a Deus. Devo ao meu Pai a minha vida. Se esse sentimento de posse me afasta dEle, então, posso entregar a Ele a posse e voltar para Ele. Veja como Paulo descreve a função do servo:

22 Servos, obedeçam em tudo aqueles que são seus mestres terrenos, não apenas quando eles estiverem vendo, como para agradar a homens, mas em simplicidade de propósito [de todo o coração] por causa de sua reverência para o Senhor e como uma sincera expressão de sua devoção a Ele. 23 Quaisquer que possam ser suas tarefas, trabalhe de coração (a partir da alma), como [algo feito] para o Senhor e não para os homens. 24 sabendo [com toda a certeza] que é do Senhor [e não dos homens] que vocês receberão a herança que é sua [real] recompensa. [Aquele que] vocês estão atualmente servindo [é] o Senhor e Cristo (o Messias). 25 Pois aquele que age erradamente  colherá o fruto de sua insensatez e] será punido por suas obras más. E [com Deus] não existe nenhuma parcialidade [nenhum assunto em que a posição de uma pessoa possa ser considerada, quer seja ele o escravo ou o senhor]. (Colossenses 3:22-25 – Bíblia Amplificada)

Toda a vez que servimos alguém, seja na empresa, seja no ministério, seja nos relacionamentos pessoais, na família e com os amigos, com os nossos amores, estamos na função de servos. E esse texto ressalta as qualidades de um bom servo ou serva:

1.       Um servo é fiel e íntegro diante de Deus. Não serve apenas para ser visto pelos homens ou reconhecido por eles. Serve a Deus e considera a sua tarefa feita para o Senhor  (v. 22 e 24);
2.       O trabalho de um servo fiel e íntegro não é feito pela metade ou o mínimo possível, mas o seu empenho e diligência são entregues a Deus (v.23).
3.       O trabalho de um servo fiel e íntegro recebe recompensa. Nós usufruímos da herança de Deus em Jesus a todo o momento e até à eternidade (v. 24).
4.       Aquele que age incorretamente será corrigido e julgado por Deus, tanto o que serve no seu papel de servir, quanto o que é servido no seu papel de recebedor do serviço. Logo, o trabalho de julgar e recompensar não é nosso (v. 25)

Você vai receber a recompensa dAquele que o contratou
Isso é um princípio um tanto óbvio. Se você trabalha na empresa A, seu salário vem dela, e não da empresa B. O empregador paga o salário ao seu em pregado e não ao empregado dos outros. Não espere servir a Deus e ser recompensado pelos homens diretamente. A recompensa que Jesus recebeu não veio dos homens. A ressurreição e a glória vieram do Pai, a quem ele entregou o seu espírito. Dos homens vieram a traição, o abandono, os xingamentos, os pregos, as estacas da cruz e a lança. Você não poderá ser maior do que o Filho de Deus. Jesus já havia nos alertado:

20  Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. 21  Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. (João 15:20-21).

Jesus não nos disse para esperar reconhecimento das pessoas, e sim perseguição. Mas, também nos disse que se crêssemos, Ele seria o nosso recompensador: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11:6)

Por isso precisamos de Gálatas 6:7-9: 

7  Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. 8  Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. 9  E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 


Quando tomamos o que pertence aos outros

Não entendo muito bem porque pessoas não se importam em ficar com o que lhes emprestam ou porque acham que têm que esperar alguém pedir de volta o que foi emprestado para poder devolver. Mas, quero mostrar um versículo sobre isso: “Não deixes de fazer bem a quem o merece, estando em tuas mãos a capacidade de fazê-lo.” (Provérbios 3:27). Não há direito maior do que ter a posse do que é seu e que lhe emprestou de plena boa vontade.

Ficar com a propriedade alheia e depois dizer que é brincadeira é um princípio para o qual você vai receber uma recompensa punitiva. Parece que o fato de ser íntimo lhe dá essa permissão, mas não é assim: “o que rouba a seu próprio pai, ou a sua mãe, e diz: não é transgressão, companheiro é do homem destruidor.” (Provérbios 28:24). A lei já resguardava o direito daquele que empresta de ter seu objeto ou animal de volta: “E se alguém pedir emprestado a seu próximo algum animal, e for danificado ou morto, não estando presente o seu dono, certamente o pagará.” (Êxodo 22:14). Aqui, está estabelecido um princípio de responsabilidade para quem pede emprestado. Tem que devolver o bem ou o valor correspondente.

O que é emprestado deve voltar para quem emprestou o mais rápido possível. Manter algo emprestado na sua casa indefinidamente é roubo. Apesar de que há pessoas que gostam de dizer: “Olha, aquilo que você me emprestou está lá em casa!” Mas, se você adquiriu uma coisa, ela foi adquirida para estar na sua casa e não na de outra pessoa, que a pediu emprestado e a retém. Se você adquiriu foi para ela estar à sua disposição e não à disposição de outra pessoa. Ficar com o que é emprestado além de caracterizar roubo do objeto, também compõe traição da confiança de quem lhe confiou o objeto emprestado.



Aconselho rever esses conceitos sobre dar e receber gratidão e empréstimos. Além de  entregar ao Senhor as coisas e a honra, que não lhe devolveram de volta após havê-las investido na vida de pessoas. Verifique se está retendo algo de alguém e entregue urgentemente para ficar quites com Deus. 

E quando falo de entregar e receber, não estou me referindo apenas a coisas, mas a honra, gratidão, respeito, reconhecimento, pagamento, devolução de bens, devolução de afeto, devolução de tempo, de esforço em favor deles. O seu tesouro maior precisa ser o Senhor, que lhe deu todos os outros. Nada deve ficar entre você e Ele. Esse é o tesouro onde deve estar o nosso coração. Tudo que nós damos e recebemos no mundo material tem origem no mundo dos significados e intenções, vem da alma e do espírito. Portanto, age também no mundo sobrenatural e importa a Deus.

Você pode orar assim:

Senhor, eu te entrego [lista de tudo o que estão lhe devendo material ou não] agora é teu. Não vou mais sofrer porque não recebi isso de [faça a lista dos seus devedores]. Eu também peço perdão por ter retido [faça a lista daquilo que é dos outros que estão com você – coisas e gratidão, reconhecimento] de [faça a lista das pessoas a quem não agradeceu, cuidou ou devolveu objetos].

Decida-se e aja para devolver o que não lhe pertence. Você verá que isso mudará muitas coisas na sua vida, Deus te abençoe. Muitas bênçãos podem estar bloqueadas por causa disso.







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