domingo, 16 de setembro de 2012

Para colher vida...




A dor tem efeitos sobre nós. Ela tenderá a nos tornar egoístas e nos fazer desvalorizar a vida. Quando direcionamos o fluxo das nossas forças em direção da dor as lançamos num abismo sem fim, que nos arrastará junto. Mas há outra opção. Essa estória nos dará uma forma de olhar que poderá reverter tudo em bênção:

Um grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.
- Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela? Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.
- Nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana.
- Para as flores, lembrou o vigia.
- Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.
- Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.
O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:
- Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores.
- Como assim? Perguntou a senhora.
- É que... A senhora sabe... As flores duram tão pouco tempo, e afinal, aqui, ninguém as vê...
- O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora.
- Sei, sim minha senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta. Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.
A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.
Apenas alguns meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.
- Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e faz com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei: é que eu reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

Aquilo que você alimenta é o que prevalecerá na sua vida. O que você plantar, você colherá. Se cultivarmos a morte, morreremos; se cultivarmos a dor, sofreremos; se cultivarmos a Vida, Viveremos; se cultivarmos a alegria, seremos e faremos pessoas alegres. Na mesma direção e intensidade, aquilo a que direcionarmos a nossa vida voltará para nós, não importa em que solo semearmos:

[se é para o mal] Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. 8  Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; [se é para o bem] mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. 9  E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. (Gálatas 6:7-9)


O momento presente e o tempo da colheita

O ser humano tem dificuldade com o controle e a espera. Nós sempre esperamos aquilo que não está no nosso controle. Se pudéssemos controlar, as coisas sairiam imediatamente. Então, entra em jogo o fator confiança. É preciso confiar naquele por quem se espera. Porque nós não esperamos nada de quem não confiamos. E entre o momento da necessidade e a chegada do suprimento precisamos lidar com a ansiedade.

É por isso que nesse tempo em que tudo parece desafiar a fé, ou seja, a confiança, a ansiedade é considerada o mal do século. Mas, esse também é, principalmente, o tempo da falta de amor. Nossa dificuldade de esperar vem da falta de amor, pois o amor “[...] é paciente,[...] tudo crê [...]” (1 Coríntios 13:4,7). Somos ensinados a mentira de que o amor é ciúme e posse, mas o amor é dar, semear amor e confiança. Quando retemos o amor em qualquer gesto, retemos a vida e vida retida é morte e sofrimento. É o mesmo que tentar amarrar uma borracha apertada no punho para economizar sangue. Você só consegue impedir a vida de fluir e trazer a morte.

A paciência do lavrador

A bíblia associa ao bom lavrador ou ao lavrador de sucesso a virtude da paciência.

7  Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. 8  Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. (Tiago 5:7-8)

Mas essa paciência não se limita às coisas, se plantamos na plantação de Deus, o alvo da colheita são pessoas. Jesus não morreu por coisas. E para colher na vida de pessoas é preciso a paciência que vem do amor.

9  Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas. 10  Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. 11  Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo. (Tiago 5:9-11).


Assim, você pode ter perdido alguém, alguma coisa muito importante, mas se plantou uma semente de Deus, tenha certeza que pode esperar por aquele que é fiel, digno de confiança para trazer à luz a sua colheita. Não invista sua vida em lamentação pelo que não foi ou pelo que não volta mais. Prossiga “[...] para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:14).  E firmados um dos meus versículos favoritos que diz: “e não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” (Gálatas 6: 9).

Você pode orar assim:

Querido Deus, perdoa-me por ter dado poder tão grande a tudo o que não aconteceu, ao que eu perdi, ao que não foi e ao que eu não tenho. Espero de Ti, da tua provisão, que não depende de nada e nem de ninguém, que está além da vida e da morte. Ajuda-me a ver onde devo continuar investindo na vida. Não vou desistir, pois espero em Ti, que não falhas, ajuda-me e fortalece a manter esse propósito, em nome de Jesus.



O texto da ilustração é de autor desconhecido. Do link:

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