domingo, 23 de setembro de 2012

Rumo à vitória: O destino e bagagem





O que mudar, fala de ousadia; o que manter, fala de disciplina. O equilíbrio entre os dois é responsabilidade da camada permeável chamada sabedoria, que é alimentada pelo conhecimento. Algumas coisas são boas ou inadequadas por um tempo e depois necessitam de alteração; outras, nunca são positivas ou aceitáveis; e ainda há as que sempre serão positivas. Vivemos entre essas escolhas: o que mudar e o que manter. Por isso, o Senhor nos deixou a sua Palavra para nos dar o conhecimento, que através do temor do Senhor e da obediência, gera a sabedoria e a capacidade de decidir o que mudar e o que manter na nossa vida.

O plantio e o cultivo sempre são difíceis, mas a colheita é o alvo. Em cada objetivo há um caminho que deve ser trilhado. Em alguns, a jornada é menos difícil, mas quanto mais precioso e bom o resultado, mais é preciso investir para alcançá-lo. Você imagina quantos milhões de reais custa uma pesquisa por petróleo no subsolo ou no pré-sal? Pode chegar a bilhões... Toda busca tem um preço, toda vitória é fruto de um tempo de luta.

Há uma estória que, para mim, ilustra bem as dificuldades de manter uma tradição sem revisão:

Uma senhora estava ensinado à filha a assar perus. Então, ela cortou as duas pontas do peru e temperou-o. A filha achando aquele peru muito sem estética, perguntou:
- Mãe, porque a gente corta as duas pontas do peru? Fica tão feio...
A mãe percebeu que nunca tinha feito a mesma pergunta à sua mãe, dona da receita. Ligou para a sua mãe, avó da menina e perguntou:
- Mãe, uma coisa que nunca entendi, porque na nossa família sempre cortamos as pontas do peru para assar?
A mãe do outro lado da linha deu uma larga risada e respondeu:
- Minha filha, é porque o nosso forno era pequeno quando eu lhe ensinei a cozinhar!

Há costumes que são apenas locais e temporais. É preciso discerni-los dos que são eternos e imutáveis, para isso, temos a Palavra de Deus. Há outros, que são nocivos, mesmo que haja muita gente os praticando. Imagine se aquela filha da ilustração tivesse sido educada num ambiente em que o correto era entornar todas as garrafas de bebida alcoólica possíveis e entrar em todas as contendas... Ou se houvesse o costume da promiscuidade... Logo me vêm à mente: alcoolismo, violência e DST. Seria preciso repensar nesses conceitos.

É raro chegar-se ao novo podendo manter o antigo intacto, assim, toda mudança tem um preço. Abrir mão dos costumes e tradições, da aceitação dos outros, do apoio de alguns, e de tudo isso dentro de nós. Quando nós pertencemos a uma comunidade, os costumes dela são nossos. Quebrá-los, significa também nos quebrar. Mas, se a Palavra de Deus sugere esse caminho, não podemos temer a mudança. O lucro em todos os sentidos validará o investimento.  “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).

Davi foi contra as expectativas do rei Saul simplesmente por ser um vitorioso. Daniel foi contra a lei por ser fiel a Deus, além de ser contrário aos outros governantes da Pérsia por ser excelente (Daniel 6:3). Ana, mãe do profeta Samuel, foi tida como viciada porque estava orando com fervor. José foi rejeitado pelos irmãos e repreendido pelo pai por causa dos sonhos proféticos que Deus lhe deu. E quantos outros foram chamados de loucos e expulsos ou perseguidos:

19  Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. 20  E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos. 21  ¶ Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: (1 Coríntios 3:19).

Mas não comece a jogar tudo fora, tão rápido...





É preciso levar bagagem na viagem para a vitória. Há pessoas que querem fazer uma mudança tão drástica e imediata que terminam se tornando radicais demais. Os ingleses têm um ditado: Não jogue o bebê fora com a água do banho. Aquilo que é bom e útil precisa ser mantido. A disciplina fará esse trabalho. Equilibrar a ousadia para conquistar o novo e a disciplina para conservar o útil e bom só é possível através da sabedoria, que é alimentada pelo conhecimento. Veja essa ilustração:

Quando o encontrei pela primeira vez, queixava-se de que tinha muito o que fazer. Como era aposentado, perguntei-lhe como era possível que tivesse tanto trabalho...
- Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um asno e dominar um leão! - disse ele.
- Não vejo nenhum animal... Onde eles estão?
Ele explicou:
- Estes animais, todos os Homens têm!
Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que domá-los para que se fixem sobre uma boa presa. São os meus OLHOS!
As duas águias ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis sem ferir. São as minhas MÃOS!
Os dois coelhos querem ir aonde lhes agradem. Fugindo dos demais... Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos, mesmo que seja penoso, problemático e desagradável. São os meus PÉS!
O mais difícil é vigiar a serpente. Apesar de estar presa numa jaula de 32 barras, mal se abre a jaula, está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam. Se não a vigio de perto, causa danos. É a minha LÍNGUA!
O asno é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É o meu CORPO!
Finalmente, preciso dominar o leão... Ele sempre quer ser o Rei, o mais importante. É vaidoso e orgulhoso. É o meu CORAÇÃO!

Os olhos podem ser cobiçosos, por isso, devem ser guardados no alvo:

8  E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho? 9  Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos. (Deuteronômio 4:8-9)

As mãos podem ser a grandes propósitos, observe que esse versículo tem dois gumes: “daí retribuir-me o SENHOR, segundo a minha justiça, conforme a pureza das minhas mãos, na sua presença.” (Salmo 18:24). E isso é treinável: “Ele adestrou as minhas mãos para o combate, de sorte que os meus braços vergaram um arco de bronze.” (Salmo 18:34).   

Os pés podem ser instrumentos maravilhosos: “[...] Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! “(Romanos 10:15).  Ou criar muitos problemas: “os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; nos seus caminhos há desolação e abatimento.” (Isaías 59:7). A língua, nem se fala:

6  Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. 7  Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; 8  a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. 9  Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. (Tiago 3:6-9).

O corpo dava trabalho a Paulo (a carne, as fraquezas de estar habitando no corpo): “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1 Coríntios 9:27). Vigilância constante contra esse inimigo com quem moramos e não se converte faz parte da nossa disciplina diária (Romanos 8:5-7). E a carne, nos faz querer ver o mundo de uma forma que tudo o que nos afasta de Deus e da liberdade nEle se torne bom: “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).    

O referencial do processo de mudança

Hoje em dia, é fácil confundir-se sobre o bom e o mau, o certo e o errado se nos basearmos na quantidade de informações, ou melhor, de propostas que recebemos a cada instante. É preciso nos deixarmos moldar pelo Senhor. Ele é o oleiro, nós apenas vasos de barro em suas mãos. Como o Senhor ensinou ao profeta Jeremias:

3  Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. 4  Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. 5  Então, veio a mim a palavra do SENHOR: 6  Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? —diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel. (Jeremias 18:3-6)

A mídia e os grupos de convivência nos fazem todo o tipo de proposta. Mas, duas verdades precisam ser resgatadas: “lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.” (Salmo 119:105) e “o meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.” (Oséias 4:6).   

São dois destinos diferentes, um leva à destruição pela ignorância e outro a um caminho iluminado pela luz do Senhor. O efeito de conhecer a Palavra, que é a verdade de Deus, é ser liberto: “31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; 32  e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32)

Permanecereis na palavra

Observe que o versículo de João 8:31 fala da base para ser livre: “[...] se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;” (João 8:31). O que seria permanecer na Palavra? Esse é o temor do Senhor, o princípio da sabedoria. Quando Josafá fez sua reforma do culto conforme a lei do Senhor, estabeleceu juízes e deu a eles os princípios sobre os quais deveriam operar julgando a causa dos israelitas:

6  Disse aos juízes: Vede o que fazeis, porque não julgais da parte do homem, e sim da parte do SENHOR, e, no julgardes, ele está convosco. 7  Agora, pois, seja o temor do SENHOR convosco; tomai cuidado e fazei-o, porque não há no SENHOR, nosso Deus, injustiça, nem parcialidade, nem aceita ele suborno. (2 Crônicas 19:6-7).

Traduzindo: Façam o que Deus diz, como Deus faria, porque Deus não faz nada ilegal (não faz nada fora de sua lei, ou seja, não é injusto); não dá vantagens ilegais a seus amigos (não é parcial); nem aceita nenhum tipo de pagamento para mudar de opinião ou dar apoio a alguma causa, que é suborno. A nossa mudança tem que ser em direção à Palavra para ser uma mudança que leve à liberdade. Deus só garante o que Ele prometeu, o que passar disso é religião, crença, mas, segundo a bíblia, não é fé, porque a fé que a bíblia descreve vem do ouvir e do ouvir a palavra de Cristo (Romanos 10:17). O temor do Senhor não é medo de Deus é a certeza de que nada vale à pena se perdermos a comunhão com Ele e seu guiar.

O conhecimento é a fonte do saber

Conhecendo a Palavra, receberemos força e  sabedoria para tudo o que precisarmos. “um homem sábio é forte e é melhor que um homem forte e um homem de conhecimento aumenta e fortalece o seu poder” (Provérbios 24:5 – Bíblia amplificada).  Quando você decide conhecer o Senhor, você decide conhecer a vontade dEle e cumpri-la. Essas coisas são indissociáveis: “a intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.” (Salmo 25:14)  e “se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo.” (João 7:17).

   A Palavra de Deus é a sua vontade expressa. Conhecê-la é conhecer ao Deus que se revelou por ela. Se levarmos o coração a Deus para esclarecimento, Ele não nos negará nada:  “se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tiago 1:5).

Então, queridos leitores e queridas leitoras, você não pode esperar acréscimo, aumento ou crescimento sem que sejam necessárias mudanças. Essas mudanças implicarão em batalhas e vitórias. A constância do processo de mudança pode ser bem intensa, mas se seguirmos a direção correta da mudança, que á descrita pela Palavra e pelo Espírito de Deus, toda a mudança que valer à pena será executada. Além disso,  aquilo que precisa ser preservado, até para subsidiar a mudança, também o será. Pois o Senhor sabe o que é vida para nós, tanto quanto o que é danoso, ainda que o tenhamos vivido desde o nascimento.  A base da disciplina para preservação e da ousadia da mudança é o temor do Senhor: “[...] no temor do SENHOR perseverarás todo dia.” (Provérbios 23:17). Ele nos trará sede de conhecimento e revelação de sabedoria. E nos dará a firmeza perante os momentos de luta que precedem à vitória e lhe preservará a Vida. Portanto, sejamos firmes e enfrentemos a construção diária das nossas promessas, seja investindo no novo, retirando o inadequado ou mantendo o que é precioso. Força! Avante, pois "se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena.” (Provérbios 24:10).   



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