Hoje, vivemos ilhados em nossas vidas pessoais, atarefados,
sem tempo, correndo de um lado para outro e o que é pior, enganados com a
mentira de que temos que viver e resolver tudo sozinhos. Será esse tipo de vida
individualista e desesperada aquilo que Deus reservou para nós? Jesus tinha um
propósito de unidade e não um propósito unitário. Veja o que Ele diz para
Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram
enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os
seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mateus 23:37).
Jesus veio para nos reunir sob seus cuidados.
Mas, Deus é Espírito. A unidade que lhe importa é a do
Espírito. Não é somente estar sob o mesmo teto, ou na mesma denominação... Uma figura
que demonstra isso é a estória da criança que perguntou ao pai qual era a
diferença entre comprometido e participante. O pai estava fazendo bacon com
ovos para o café da manhã e apontou com o dedo para a frigideira, dizendo:
- Observe, filho, aqui estão contribuições de dois animais:
a galinha e o porco. A galinha participa, o porco está comprometido. A galinha
deu alguma coisa, mas o porco deu sua vida. A galinha deu do que tinha e o
porco deu a si mesmo para que isso pudesse acontecer.
Da mesma forma, assim também somos chamados a viver e
conviver. Não apenas superficialmente em momentos de congregação e reuniões, participando, mas em um só corpo, onde um é parte do outro, comprometidos, onde nos damos para o benefício de
todos e de cada um. Ninguém bate o dedinho menor do pé sem que o corpo todo
pule com a dor. Ninguém recebe um abraço, que todo o corpo não se sinta
reconfortado.
Uma igreja vivida traz pelo menos sete bênçãos. A primeira
delas é uma poderosa manifestação da presença de Deus, que a Bíblia chama de
unção. Um tipo de unção sacerdotal que só ocorre na igreja, como diz o Salmo
que Davi cantava enquanto ia para o templo nas comemorações:
Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como
o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e
desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre
os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre. (Salmos
133:1-3)
Para você entender porque óleo descendo pela barba é
interessante é preciso saber que o Sumo sacerdote Arão e seus filhos sacerdotes
recebiam sobre sua cabeça, um óleo especial, riquíssimo, exclusivo deles (sob
pena de morte), que os separavam para o ministério na tenda e no templo. A gola
das vestes do sumo sacerdote tinha um adereço em cada ombro que representava as
doze tribos. Deus estava ali, através daquela liderança espiritual, consagrada
para isso, trazendo o perdão e a aproximação da sua presença para todo o povo
de Deus. Isso significa que Deus estabeleceu uma liderança espiritual para
abençoar o povo e cuja ministração traz a sua presença manifesta de uma forma
especial quando nós estamos UNIDOS como igreja.
Observe que o Salmo não diz estarem unidos, diz VIVEREM
unidos. A palavra traduzida para viverem no hebraico significa morarem,
permanecerem, casarem-se, habitarem, continuarem, resistirem e guardarem a casa.
Significa que o lugar e as pessoas se cuidam, comemoram e defendem-se umas às outras continuamente. Muitas
pessoas fazem parte do rol de membros de igrejas, mas poucas estão vivendo
unidas. A palavra unidos nesse texto significa no original ser um só, uma
unidade. A linguagem é de aliança. O núcleo do pensamento é entender que o outro
é parte de mim e há líderes para coordenar esse mover.
1ª. maravilha: A liderança
A mesma ideia do óleo de Arão do Velho Testamento aparece no
novo testamento, traduzida em lideranças, nos seguintes versículos:
(1) Aquele que desceu é também o
mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. E ele
mesmo [Jesus] concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, (2) com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação
do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um
lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha
dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo,
bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa
cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si
mesmo em amor. (Efésios 4:10-16)
Observe que:
·
Jesus faz uma separação de algumas pessoas com
chamado para seres líderes em determinadas áreas: apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres. A separação para o ministério implica uma
capacitação sobrenatural para confirmar esse chamado: “Mas aquele que
nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus,” (2 Coríntios 1:21);
·
Há um
propósito de afirmação nesse chamado: o aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço e a edificação do corpo de Cristo. A palavra
aperfeiçoamento usada aqui tem o sentido de equipagem completa e edificação
significa confirmação, estruturação. Ter todas as condições para desempenhar a
tarefa de implantar o reino de Deus, pois foi para isso que fomos chamados (1
Pedro 2:9);
·
Há um prazo de validade nesse chamado: “Até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,”
·
Há um propósito de negação nesse chamado. Gerar
cristãos firmes na doutrina, cheios de discernimento: “para que não mais sejamos como
meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de
doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.”
·
Há um resultado esperado da ação desse
ministério: Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda
junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento
para a edificação de si mesmo em amor. Aqueles que aprenderam a Palavra
de Deus (que é a verdade – João 17:17), e faz sua parte no funcionamento do
corpo, cooperando, faz crescer o próprio corpo.
Observe que o crescimento vem da ação das partes que VIVEM juntas,
das que se entregam pelo corpo, das que se defendem, cuidam e torcem umas às
outras e umas pelas outras. Você pode estar listado no rol de membros de uma
igreja, mas se você não se dá a ela, ainda não VIVE junto. Não experimentará a
unção que corre na igreja. Se você está no rol de membros da igreja, mas só
sabe criticar a liderança, falar dos irmãos e não coopera para o seu
crescimento, não receberá nada dessa unção. Aconselho-o a consertar-se e ou ser
sincero o suficiente para mudar de igreja se não percebe a presença de Deus
nesse grupo ou consertar-se e arrepender-se diante de Deus, se Deus tem
confirmado a sua presença através da sua unção, sua presença manifesta nessa
congregação.
Uma igreja não é um clube social ou um local de passeio. É
um local de serviço, apoio mútuo, proclamação e comemoração da Vida de Jesus. Não
é um local de pessoas perfeitas (senão, certamente não lhe caberia), mas um
local de buscar melhorar, servir e alcançar vidas com e para o amor de Deus, a
cada dia até que Jesus volte. O mínimo que você pode fazer é manter-se em
oração pela sua liderança e participar daquilo que é proposto à congregação. Se
você não faz isso, ou pior, se você fala mal da liderança, se opondo a ela,
você estará se opondo à obra de Deus e sofrerá as consequências. Muitas pessoas
não sabem porque passam anos em uma congregação sem serem abençoados. Esse,
certamente, é um dos principais motivos.
2ª. maravilha: A comunhão
Assim que Jesus enviou o seu Espírito Santo, a igreja
viveu unida como deveria. A comunhão era plena:
Então, os que lhe aceitaram a
palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil
pessoas. ¶ E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do
pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram
feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e
tinham tudo em comum. (Atos 2:41-44)
As pessoas ouviram a boa nova de Cristo, arrependeram-se
dos seus pecados e foram imersas na nova vida com Cristo. UNIDAS, na palavra
(doutrina dos apóstolos) e na vida diária, no partir do pão, e na busca ao
Senhor, nas orações. Hoje, a ceia é um momento ritual para muitas pessoas, a
ceia, a comemoração da entrega de Cristo e a Cristo, fazia parte da vida diária
dessas pessoas. Não é o fato de orar e abençoar o pão todos os dias, mas o fato
de estar dia a dia lembrado de que Cristo foi dado por todos, todos somos
necessitados e dependentes dEle e que Ele é o dono do banquete da Vida Eterna.
A unidade na vida diária, olhar para o outro como parte da mesma bênção
fortalecia a unção congregacional e os apóstolos tinham o ambiente de fé e
temor necessário para fluir o poder de Deus. Não era um ambiente de competição,
onde cada departamento queria se sobrepor aos demais, mas de cooperação com
Cristo e adoração e serviço a Cristo. Um ambiente de se ver no outro e cooperar
com ele era a maravilha da comunhão da igreja de onde emanava a presença de
Deus.
Se você está triste, alegre, doente ou com saúde, seu
lugar é na igreja, porque está escrito:
Está alguém entre vós sofrendo? Faça
oração. Está alguém alegre? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame
os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo,
em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará;
e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:13-15)
Isso é comunhão. Não há nada a esconder e nem para se
exaltar. Tudo o que há de bom na igreja é para glorificar a Deus, tudo o que há
de ruim é para que o Senhor seja glorificado.
3ª. maravilha: A maravilha da oração coletiva
Há um poder extraordinário quando a igreja que VIVE unida
ora junta. Jesus disse que “[...] se dois dentre vós, sobre a
terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem,
ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 18:19). Quando Pedro estava na prisão, uma escolta da
tropa de elite estava fazendo a guarda, mas a igreja orava incessantemente por
ele. Havia quatro sentinelas, cadeias nas suas mãos, um portão de ferro e um
caminho até onde a igreja estava reunida. E tudo isso foi vencido pelo poder da
oração da igreja.
Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração
incessante a Deus por parte da igreja a favor dele. Quando Herodes estava para
apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados,
acorrentado com duas cadeias, e sentinelas à porta guardavam o cárcere. Eis,
porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando
ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! Então, as
cadeias caíram-lhe das mãos. Disse-lhe o anjo: Cinge-te e calça as sandálias. E
ele assim o fez. Disse-lhe mais: Põe a capa e segue-me. Então, saindo, o
seguia, não sabendo que era real o que se fazia por meio do anjo; parecia-lhe,
antes, uma visão. Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela,
chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade, o qual se lhes abriu
automaticamente; e, saindo, enveredaram por uma rua, e logo adiante o anjo se apartou
dele. (Atos 12:5-17)
Deus ouve a oração da igreja e faz de portões de ferro de
prisões se transformarem em portões automáticos de shopping. Aleluia!
4ª. maravilha: A revelação
A igreja tem um propósito claro: “proclamar as maravilhas
de Deus” (1 Pedro 2:9). Cada um de nós é parte nesse chamado revelacional e daí
vem o alerta de Pedro:
Servi uns aos outros, cada um
conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o
na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado,
por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos
dos séculos. Amém! (1 Pedro 4:10-11)
A igreja não foi chamada para exaltar seu próprio nome,
mas o nome de Jesus. Ela não foi chamada para ter membros cheios de brilho
próprio, mas servos que exaltam o brilho do Rei Jesus. Só quando assumimos o
nosso tamanho minúsculo é que podemos ser instrumentos da grandeza de Deus.
Assim viveu Paulo o seu papel na revelação de Cristo ao mundo:
A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis
riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os
séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e
potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu
em Cristo Jesus, nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança,
mediante a fé nele. (Efésios 3:8-12)
Observe que a palavra multiforme se repete nos dois
últimos versículos citados. Há uma graça que assume muitas formas de expressão,
mas é a mesma graça de Cristo. Há também uma multiforme sabedoria de Deus,
expressões diferentes da mesma mensagem e do amor de Deus para os homens. É
preciso ter cuidado para não deturpar a mensagem ao traduzi-la para várias
linguagens, pois muitos ao fazê-lo caem na armadilha da falta de reverência ou
deixam brecha para a deturpação da mensagem. Mas é maravilhoso saber que
qualquer forma de graça e de sabedoria que necessitarmos estão à nossa
disposição através do corpo de Cristo que é a igreja.
5ª. Maravilha: a maravilha da união da Unção e da Palavra liberando a fé
Observe o que Paulo
dizia, não individualmente, mas à igreja:
Por esta causa, me ponho de joelhos
diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a
terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais
fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim,
habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados
em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura,
e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que
excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. (Efésios
3:14-19)
A oração de Paulo era
que o Espírito Santo fortalecesse e a fé (que vem pelo ouvir da Palavra) criasse
raízes (se arraigasse) no amor de Deus para que pudessemos compreender e sermos
cheios da plena presença do Senhor. Muitas vezes temos a tendência a separar a
Palavra e a presença do Espírito, dando ênfase a um ou ao outro, mas o
equilíbrio e a bênção está na Palavra animada pelo Espírito. Jesus disse isso: “[...] Errais,
não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” (Mateus 22:29).
É preciso usufruir da bênção dos dois: da palavra e do poder
do Espírito de Deus. Em Icônio, Paulo e Barnabé pregavam o evangelho e o Senhor
confirmava a Palavra com poder: “[...] demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no
Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão
deles, se fizessem sinais e prodígios.” (Atos 14:3). Não podemos
prescindir de revelação e nem aceitar nenhuma revelação que esteja desalinhada
da Palavra. Ter acesso uma fé confirmada pelo poder de Deus é uma maravilha. A
maior maravilha que a igreja pode usufruir, assumindo a responsabilidade de
conhecer e crer na Palavra de Deus.
não cesso de dar graças por vós,
fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento dele, (Efésios 1:16-17)
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo
vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja
anátema. (Gálatas 1:8)
Toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação
na justiça, (2 Timóteo 3:16)
A vitória sobre o acusador se dá pela vida de Cristo e pela
palavra nos nossos corações:
Então, ouvi grande voz do céu,
proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a
autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo
que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram
por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram
e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. (Apocalipse 12:10-11)
6ª. maravilha: a maravilha da vitória sobre a tribulação pela igreja
O evangelho verdadeiro sempre será perseguido. É bíblico:
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo
Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12). Mas, isso não quer dizer que a perseguição vencerá ou que ela
lhe impedirá de crescer. Ela se transformará em bênção: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque
deles é o reino dos céus.” (Mateus 5:10). A perseguição fez a igreja crescer em número e em poder e sempre o
fará. Observe o relato a seguir:
E Saulo consentia na sua morte [a de
Estevão, o primeiro mártir da igreja]. Naquele dia, levantou-se grande
perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram
dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram
Estêvão e fizeram grande pranto sobre ele. Saulo, porém, assolava a igreja,
entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere.
Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra.
Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões
atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais
que ele operava. (Atos 8:1-6)
Havia morte, prisões e o poder de Deus salvando as vidas
em meio à perseguição e a igreja aumentava. A perseguição, muitas vezes, era
seguinte à palavra e aos milagres (Atos 13:48-50). Mas, foi a partir dela que
os cristãos retiraram sua vitória:
Quem nos separará do amor de Cristo?
Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou
espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo,
fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém,
somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. (Romanos 8:35-37)
7ª. maravilha: A unção de ousadia
Muitas vezes os desafios se tornam terríveis à nossa frente.
Nós aqui no Brasil temos uma perseguição crescente, mas não estabelecida ainda
como poder dominante único no país. Mas, há países e lugares em que pessoas
estão sendo perseguidos até à morte. Cada história de perseguição é mais
terrível do que a outra. No tempo em que Atos foi escrito, as pessoas eram torturadas
e obrigadas a blasfemar, lançadas aos leões, despedaçadas por touros selvagens,
despedaçadas amarradas a cavalos que iam em direções opostas, queimadas em
postes e etc. Houve casos em que ao verem a ousadia de pessoas condenadas a
torturas e a forma como elas criam e testemunhavam, carcereiros converteram-se
a Cristo e preferiram morrer junto com seus condenados a viver sem Cristo.O que
fazia alguém manter-se cristão num ambiente desses, sabendo que morte iria em
seu encalço imediatamente? Uma unção especial, a unção de ousadia derramada sobre
a igreja.
A igreja estava sendo perseguida. Pedro e João foram
açoitados por terem curado o coxo e dado glória a Jesus por isso. Perseguidos
pelos fariseus, os falsos religiosos, a igreja se levantou em um novo alvo de
oração unânime:
Ouvindo isto, unânimes, levantaram a
voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e
tudo o que neles há; que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de
Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos
imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades
ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque
verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao
qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para
fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; agora, Senhor,
olha para as suas ameaças e concede aos
teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes
a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo
Servo Jesus.
Tendo eles orado, tremeu o lugar
onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com
intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. ¶ Da multidão dos que creram era um o
coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que
possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos davam
testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante
graça. (Atos 4:24-33)
A maravilha da intrepidez, ousadia, coragem está disponível
para a igreja que se compromete a enfrentar as investidas do inferno contra ela
e o seu propósito de salvar almas do pecado e do mundo, ou seja, do diabo. É o
Senhor quem fortalece as nossas portas: “[...] edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus
16:18). Se você se compromete,
haverá uma unção de ousadia disponível para você e ser tudo o que você tem que
fazer e ser. Todas as vezes que você se sentir perseguido e tiver que enfrentar
opressão, ore com sua igreja pela unção de ousadia. Ela é a sua força para a vitória.
Sob a liderança de pessoas
que Deus escolheu para se darem à igreja, podemos dividir os fardos, resistir, lutar,
crescer, comemorar as conquistas e receber toda força e poder que o corpo de
Cristo pode receber. O Espírito de Deus se derramará nos nossos corações,
revelando o que está no coração de Deus através da sua Palavra e manifestação
do seu poder. Ainda que a igreja seja atacada, não será destruída, será
revestida de força, poder e ousadia e vencerá todos os desafios que se
colocarem no caminho dos que vivem juntos o corpo de Cristo. Mas tudo isso só estará disponível aos compromissados, os participantes não terão acesso a essas bênçãos.
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