Cai na terra a primeira lágrima
extrai-se a primeira gota traída.
Na escuridão da noite sem rima,
elas escorrem de mãos fechadas,
injustas, bárbaras e apressadas,
semeando a semente que dá vida.
cobrem-lhe o sangue, o manto e a zombaria,
mas o coração e as costas oferecia.
Eram as lágrimas de um rei no seu posto,
tratado como um condenado criminoso,
mas derramando-se pela nossa agonia.
Das lágrimas das costas aradas,
a chuva encheu um largo rio,
que antes daquela noite de frio
jamais se pôde atravessar.
E sobre as dores ali rasgadas
carregou a ponte que nos faz passar.
Os pregos foram batidos e a morte ali foi apregoada
na cruz escorriam as lágrimas de um Pai apaixonado.
O Rei foi levantado numa tarde desamparada
na dor, ferido, abandonado, sofrido e rejeitado,
mas nada pôde apagar a sua mais bela canção
e do íntimo do seu ser ele entregou o seu perdão.
E choro não durou para sempre e ele nunca o fará
pois aquele que foi até a morte, dessa morte voltará!
No terceiro dia, o sepulcro abriu-se sem mãos
e o anjo anunciou a maravilha da vida ressurgida:
“Cristo, o Rei, ressuscitou! Vai dizer aos teus irmãos
que cada lágrima derramada, sairá da terra como vida!”
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