quinta-feira, 26 de abril de 2012

Equilibrando excelência e qualidade de vida





A excelência é o caminho apontado por Deus, pois Ele diz: “O que quer que suas mãos encontrarem para fazer, faça isso com toda a sua força, pois não há nenhuma obra ou plano ou conhecimento ou sabedoria no Sheol (lugar dos mortos), para onde você está indo.” (Eclesiastes 9:10 – Bíblia Amplificada).

A palavra usada nesse versículo anterior para força vem de uma antiga raiz hebraica “kôach”que significa: vigor, literalmente força em um bom ou mal sentido ou figurativamente capacidade, meios, resultado; habilidade ou habilidades múltiplas, força, substância; o resultado da força como frutos, riqueza, ou o status que dá a força: poder, poderoso (STRONGS, 1890). Observe que empenho de força implica empenho de habilidades para o resultado mais efetivo possível. Fazer o melhor possível, para obter o melhor resultado possível. Isso é a definição de diligência, sem dúvida.

Entretanto, é  comum vermos pessoas correndo de um lado para o outro em busca de sucesso profissional e algumas vão deixando pelo caminho partes de si que nunca mais recuperarão. Uma noção estranha de que devem fazer tudo o tempo todo as invade e arrasta nessa luta inglória. Muitas vezes, o que deveria ser excelência se torna em algo destrutivo e fora dos propósitos de Deus. É preciso encontrar um caminho de Amor, Paz e excelência porque a Deus interessam as três e nessa sequência.



Centralizar sobre si mesmo todo o trabalho é perigoso

Isso não acontece muito facilmente com pessoas em cargos de liderança. Elas começam a atrair para si os milhares de deveres de todos e não delegam atividades. Moisés sofreu com isso. Resolvendo sozinho do amanhecer ao por do sol os problemas de três milhões de pessoas imaturas e carnais no deserto ele estava à beira da exaustão. Jetro, seu sogro ao ver aquilo ficou horrorizado e aconselhou-o a mudar o procedimento imediatamente.

Moisés achava que tinha que se responsabilizar pelo conhecimento individual de três milhões de pessoas, sua conduta e suas decisões: “15  Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo me vem a mim para consultar a Deus; 16  quando tem alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis.” (Êxodo 18:15-16). O risco de adoecer era iminente, o trabalho totalmente infrutífero. Não havia crescimento nem para o povo, nem para Moisés.

Jetro, com sabedoria deu solução para o problema que Moisés havia criado para si mesmo. Ele disse: “Êxo 18:17  [...] Não é bom o que fazes. Êxo 18:18  Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer.” (Êxodo 18: 17) E seguiu-se a sua lista de conselhos para administrar aquele povo e suas questões. A sabedoria destes conselheiros deram início à grande obra da liderança de Moisés, a disseminação do conhecimento como forma de liderança. Grandes princípios temos aqui:

1.       Continue a interceder por todos: “Ouve, pois, as minhas palavras; eu te aconselharei, e Deus seja contigo; representa o povo perante Deus, leva as suas causas a Deus,” (Êxodo 18:19);
2.       Treine e capacite a treinar. Não pense por eles, faça-os compreender a vontade de Deus individualmente e em grupo para que tenham sua própria relação e vida com Deus: “ensina-lhes os estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer.” (Êxodo 18:20);
3.       Delegue autoridade a pessoas fiéis a Deus e a você. Estabeleça hierarquias das pessoas responsáveis por cuidarem cuidem dos grupos grandes (mil, cem) até os pequenos (50,10) para que as pessoas que tomam decisões e ensinam estejam mais próximas do dia-a-dia do povo e sejam apoiadas também: “21  Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez; 22  para que julguem este povo em todo tempo.”(Êxodo 18:21-22);
4.        Assuma que você não foi chamado nem capacitado para resolver tudo. Estabeleça o tipo de problema em que você vai aplicar as suas habilidades: “Toda causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos [os líderes delegados] julgarão; será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga contigo.” (Êxodo 18:23)

Moisés estava fazendo tudo com o seu maior empenho, mas não era o que Deus queria que Ele fizesse. Quando ele aplicou esses princípios, pôde ter vida e saúde e ainda fazer uma grande obra para Deus. Apesar do seu empenho e dedicação, aquilo que ele estava fazendo só o sobrecarregava, mas não ajudava realmente o povo. Os tornava dependentes e ignorantes e não servos de Deus.

A ignorância da Palavra e o misticismo


Na próxima necessidade o povo podia não ter mais a paciência de esperar por uma audiência com Moisés. Um problema igual não teria a solução aplicável porque quando se tira das pessoas a capacidade de compreender, elas lidam somente com o fato de que a autoridade resolve cada caso contra ou a favor dela e não aprende o princípio utilizado como princípio válido independente de quem o usar. Assim, a ignorância dos princípios do Pai nos liga aos homens e não a Deus.

Os problemas aumentam com a ignorância e ela pede pelo misticismo. O misticismo é um problema quando os estatutos de Deus não são compartilhados com o povo. Ele começa a se ligar nos rituais e nas coisas como se fossem mágicos e isso aconteceu várias vezes no deserto. Adoraram o bezerro de ouro (Êxodo 32:4) porque tinham que ter algum objeto de culto, adoraram a serpente de ouro (2 Reis 18:4) e assim por diante. O que cumpre aquilo que o profeta Oséias disse: “Meu povo é destruído por falta de conhecimento; porque vocês [a nação sacerdotal] rejeitou o conhecimento, eu também rejeitarei vocês para que vocês não sejam sacerdotes perante mim; vendo que vocês esqueceram a lei de Deus, eu também esquecerei os seus filhos.” (Oséias 4:6 – Bíblia Amplificada).

Quando o faraó mora dentro de você

Assumir tudo para si, como vimos, não é excelência, é sobrecarga. Mas, o que leva uma pessoa a assumir tudo o que pode e o que não pode? Um motivador externo pode ser a pressão externa de agradar alguém. Há patrões que exigem como o faraó: dão o trabalho sem dar as condições e você se acha obrigado a fazer até o trabalho dos outros para terminar o seu. Mas, pense bem, os versículos acima não respondem o seu caso? É uma missão impossível e suicida. Você deve trabalhar para viver e não viver para trabalhar. A fadiga, o esgotamento são maldições das quais Jesus nos resgatou (Gênesis 3:17-19; Gálatas 3:13-14).  

Mas o pior faraó mora dentro de você. Ninguém pode forçar você a fazer algo que você não se submeter. Você aceita as condições do pacto de exploração porque tem algum ganho. Os hebreus se submeteram ao Egito por causa da fome a princípio. Era o plano de Deus para eles, mas não quer dizer que Deus tivesse esse único plano durante toda a vida a vida deles. Quando Deus mudou os planos e disse-lhes para deixarem a escravidão, eles tremeram e se negaram a serem livres. O que era um livramento temporário havia se tornado na única condição de vida aceitável para eles. Eles eram trabalhadores temporários que se tornaram escravos de um tirano, mas da pior forma, por dentro.

A excelência pode se transformar numa escravidão

O aspecto principal está não no que você faz, mas no porque você faz. Há pessoas que possuem uma necessidade muito acentuada de serem elogiadas, outras um medo terrível de serem criticadas, como se o erro fosse uma deformação inaceitável e não o estado mais comum do ser humano.  Esses dois tipos de pessoas sofrem com o problema do orgulho camuflado de busca da excelência.

Para essas pessoas, qualquer crítica será uma punhalada, qualquer elogio será uma descarga de 100 mil volts de alegria, mas que durará o tempo de um raio. Viver em busca de elogios e se privando das críticas não é saudável. Uma pessoa assim será facilmente controlada. O orgulho cega e traz a destruição: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.” (Provérbios 16:18). É preciso admitir não saber para aprender, não querer para se dobrar, não estar certo para se corrigir e assim sucessivamente.

Obstinação não combina com excelência

Não há crescimento sem erro. Erro é uma condição da aprendizagem. Não somos produtos acabados somos algo em construção constante. Você deve lembrar como fica durante o processo uma casa em construção. Há grandes momentos de construção na nossa vida e isso não desmerece nem impede o fim do processo, pelo contrário, o engrandece. No final, você verá que valeu à pena.

Sem reconhecimento do erro, ele acontecerá do mesmo modo, só que você não aproveitará a chance de se tornar melhor, pelo contrário, vai se portar como um negador de defeitos obstinado e defenderá o erro para não admitir que ele é seu. O erro é parte do crescimento, assim como sua correção. A correção é um ato de amor e não de rejeição. Corrigir é contribuir para melhorar, ser corrigido é aceitar essa contribuição.

Veja as promessas da correção do Senhor:

11  Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão. 12  Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem. 13  Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; 14  porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. 15  Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela. 16  O alongar-se da vida está na sua mão direita, na sua esquerda, riquezas e honra. 17  Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz. 18  É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm. (Provérbios 3:11-18)

Correção é diferente de acusação

Talvez você tenha sido criticado e acusado ou rebaixado por toda a vida. Há famílias em isso é comum. Às vezes, o abuso verbal é terrível na família ou em relacionamentos amorosos. Mas, isso não quer dizer que todas as pessoas que discordam de você ou que lhe corrigem estão contra você. Há pessoas que são estabelecidas para corrigir, por exemplo, seu chefe no trabalho, seu líder espiritual, todos os líderes precisam corrigir. Se as pessoas quiserem cumprir suas tarefas de liderar corretamente terão que corrigir. Talvez algumas não sejam tão habilidosas para fazê-lo, mas cabe a nós a maturidade para julgarmos se o que a pessoa diz é justo e não apenas justificarmos a nossa birra pela forma como ela falou. Afinal, quem perde de crescermos ou o emprego, somos nós. A disciplina ou correção é parte fundamental do Amor de Deus e da vida cristã:

7  Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? 8  Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. 9  Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? 10  Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. 11  E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. (Hebreus 12:7-11)

Já imaginou se Deus nunca tivesse nos corrigido? Um dia estaríamos todos em muito maus lençóis e sem saber porque. Eu lhe digo que o pior tipo de líder é aquele que não corrige. Geralmente, este é o que tem vantagens com isso ou simplesmente lhe dá uma carta de demissão quando você menos espera. Quem não pode ser corrigido não pode ser liderado. Quando não se pode ser liderado não contribui como deveria para a empresa, para a igreja, e para a família  e ninguém paga um salário a uma pessoa ou tem intimidade e confiança com alguém que não coopera com os objetivos do grupo.

Avareza também não combina com excelência

Jesus disse: “ Nenhum servo é capaz de server a dois senhores; pois ele odiará a um e amará o outro, ou ele estará disposto e será devotado a um e desprezará o outro. Você não pode server Deus e mamon (riquezas ou qualquer coisa na qual você confia ou depende).” (Lucas 16:13 – Bíblia Amplificada). A excelência segue o seguinte princípio:

22  Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. 23  E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, 24  Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. (Colossenses 3:22-24).

Não se distraia do seu objetivo, não se engane pensando que é fazer para Deus em trabalhar até à fadiga e deixar de lado o essencial, pois as conseqüências serão desastrosas. Muitas pessoas pensam em conseguir mais dinheiro para suprir as necessidades de sua família enquanto se distanciam tanto dela que a perdem. A sua família é um lugar de Amor. O investimento primeiro que ela precisa é desse espaço de convivência do Amor. Sem tempo, sem doação das pessoas, esse espaço se pulveriza e restam apenas paredes, mobílias, TV de 42”, mas o lar se foi há muito tempo e ninguém sabe aonde vai buscá-lo de volta. Como Jesus disse: “20  [...] Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? 21  Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.” (Lucas 12:20-21). E também disse: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).  



Assim, a excelência é um caminho de Deus, mas possui muitos desvios: a centralização das atividades, responsabilidades e atenções sobre si mesmo; a auto-escravização às críticas ou elogios dos outros; a negação teimosa dos próprios erros;  e o amor ao resultado financeiro do excesso de trabalho são alguns dos que citamos como mais comuns. Por isso, vale à pena orarmos para que o Senhor nos guarde de todos esses desvios:


Querido Deus, ajuda-me a entender que preciso delegar responsabilidades e não assumir tudo sozinho como se só eu soubesse fazer as coisas; eu quero a consciência que toda situação de opressão é passageira e não a única forma de viver porque o Senhor é o Meu Pastor e nada me faltará, o Senhor Proverá para mim a liberdade; ajuda-me a glorificar a ti pelos meus acertos e pedir tua ajuda com meus erros e guarda-me do foco no resultado financeiro, e saber que "é melhor um bocado seco, e com ele a tranqüilidade, do que a casa cheia de iguarias e com desavença." (Provérbios 17:1). Faz-me fazer o melhor sem me distrair do objetivo que é te agradar, eu te peço em nome de Jesus.



Fontes consultadas.
STRONGS, James. Strong's Hebrew and Greek Dictionary. Madison: [S. e.], 1890.


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