Tenho escutado constantemente
que isto e aquilo é preconceito. Mas, basta fazer uma pergunta e não consigo uma
resposta tão rápida: Afinal, como você distingue que uma resposta é um conceito
ou um preconceito? Se você realmente buscar a verdade e a justiça, verá que discernir
isso não é tarefa tão fácil e nem pode ser feito de modo tão descuidado como
tem sido feito, pois suas implicações são muito sérias para a nossa vida e a
vida da sociedade.
A palavra
conceito só aparece uma vez no novo testamento, na versão atualizada, quando
Jesus fala sobre os princípios que regem o casamento. O texto diz: “Jesus, porém,
lhes respondeu: nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas
aqueles a quem é dado.” (Mateus 19:11).
O dicionário Houaiss (2009, p. 1) traz as seguintes definições de
conceito que fazem paralelo com o sentido que Jesus usa na frase citada:
1 faculdade intelectiva e cognoscitiva do ser humano; mente, espírito,
pensamento. [...]; 2 compreensão que alguém tem de uma palavra; noção,
concepção, idéia. Ex.: seu c. de moral é antiquado. 3 Derivação: por extensão
de sentido. opinião, ponto de vista, convicção. Ex.: em seu c., qual é o melhor
dos dois?
No original, é
utilizada a palavra Logos, tendo o sentido de algo que personifica um
pensamento e uma atitude expressos numa palavra. Jesus é o Logos de Deus, é a
expressão de Deus, é o conceito de Deus. Um conceito, portanto, é a idéia que se
move por trás da palavra dita.
Preconceito, por
sua vez, é uma palavra derivada da anterior. Mas, com a preposição “pre”, ela ganhou
um significado negativo. Assim, preconceito significa:
1 qualquer opinião ou
sentimento concebido sem exame crítico.
1.1 ideia, opinião ou sentimento desfavorável
formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão.
2 sentimento hostil, assumido em consequência da
generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio;
intolerância. Ex.: p. contra um grupo religioso, nacional ou racial.
3 conjunto de tais atitudes. Ex.: combater o p. (HOUAIS,
2009, p.2)
Você pode
perceber que, mesmo baseado em conceitos, o pré-conceito abre mão da nobreza de
examinar-se e de examinar a ideia que abraça para ver se de fato é assim. A bíblia
conta desse tipo de nobreza: “ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de
Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as
Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (Atos
17:11).
Parece haver uma
ilusão generalizada de que alguém possa examinar qualquer situação ou idéia proposta
sem levar em conta um referencial pessoal, mas isso é simplesmente impossível. O
nosso cérebro não funciona assim. Todos nós vemos a vida através de uma lente
de conceitos entrelaçados, mas nem sempre coerentes entre si e com nossas ações.
Tanto a expressão do que pensamos é falha como a nossa compreensão é limitada
ao que conhecemos.
Isso é
comprovado pelas pesquisas em Psicologia Cognitiva: “embora tanto as palavras
como as figuras possam ser usadas para representar coisas e idéias, nenhuma
forma de representação mantém realmente todas as características daquilo que
está sendo representado.” (STERNBERG, 2000, p. 151). Por extensão, se não
expressamos perfeitamente o que está dentro de nós, tudo o que é dito pode ser
mal entendido. E este ainda não é o problema total. Então, entre conceito e
preconceito, qual é a diferença? Concorda comigo que não é uma resposta fácil? Que
tal pensar sobre isso hoje? Porque certamente isso influencia fortemente sua
vida e seus relacionamentos.
Uma lente para cada pessoa
Lemos o mundo a
partir de uma rede individual de significados e seleções de significados. Sternberg
(2000) apresenta quatro teorias para explicar como nós compreendemos o que
vemos:
1 A Teoria do Modelo diz que armazenamos modelos nas nossas
mentes, que estabelecem padrões de comparação pelos quais lemos o mundo.
2 A Teoria do Protótipo já propõe que comparamos o mundo com
classes de padrões e objetos internalizados. Nós também somos capazes de
perceber o padrão por trás de uma série de semelhanças.
3 As Teorias da Característica explicam o reconhecimento do mundo
a partir da comparação com aqueles padrões armazenados na memória, o que passa
pela retina, é comparado a várias funções diferentes, em relação ao que está na
memória e, finalmente, mas não necessariamente conscientemente, decidem o significado
do que foi visto a partir do que é mais comumente encontrado naquelas situações.
4 A Teoria de reconhecimento por componentes (RPC) de Biederman,
explica o reconhecimento dos objetos pelas arestas e partes geométricas
simples, que remontamos mentalmente inúmeras vezes, associando-as em
conjuntos reconhecíveis.
Há uma ocorrência
que se repete nessas explicações de como compreendemos o mundo à nossa volta,
tudo o que vemos, tentamos entender a partir do que nós já conhecemos e isso
acontece automaticamente e mecanicamente, num primeiro momento. Isso implica
que somos tendenciosos por natureza ao pré-julgamento, sem exceção. Sabendo que
o nosso conhecimento é limitado e que por natureza somos tendenciosos,
precisamos tomar muito cuidado e sermos criteriosos para assumirmos uma posição
qualquer. É necessário discernir cuidadosamente se nossa posição será um
conceito que valha à pena assumir ou um preconceito danoso, não só a nós, mas para
os que nos cercam. Por isso, o livro de Provérbios nos avisa: “7 não sejas
sábio aos teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal; 8 será isto saúde para o teu corpo e
refrigério, para os teus ossos.” (Provérbios 3:7-8).
Observe que mantenho
o padrão que eu assumi como verdade para comparar toda essa discussão, a
Palavra de Deus. No final, esse padrão será uma questão de escolha. A questão é
que esse padrão nunca falhou, então, opto em permanecer com esse “logos”, como
base conceitual.
A dinâmica dos conceitos
Conceitos são
antes de tudo padrões e modelos pelos quais não só compreendemos, mas também
atribuímos valor a cada coisa. Quando atribuímos valor a um determinado padrão,
ele retornará para nós. Por exemplo, se alguém tem o conceito de que o erro é
algo que demonstra falta de valor, derrota e que é irrecuperável, essa pessoa
se torna altamente crítica de si e dos outros. Se ela acertar, se sentirá
superior aos demais; se ela errar, vai se punir e diminuir, ao invés de se
recuperar ou não vai admitir erros; se outra pessoa errar, será desprezada por
ela.
O problema está
no conceito. Nós vivemos sobre nossos
conceitos, quer tenhamos ou não a consciência disso. Isso vai influenciar nos
nossos relacionamentos uns com os outros e para com Deus: “pois, com o
critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes
medido, vos medirão também.” (Mateus 7:2). Vamos colocar em fatos concretos isso. Por
exemplo, se o nosso conceito de “possibilidades de ser amado” só permite a
perfeição segundo o mundo, vamos entrar em apuros. Por exemplo, se você não seguir
um determinado padrão estético, intelectual, financeiro, você não tem valor
para ser amado. Esse é um conjunto de preconceitos, ou seja, conceitos mal
fundamentados e destrutivos.
Se você analisar
bem, o que tem a ver o conceito de amor de Deus, que tudo crê, tudo suporta,
tudo espera, com a estética (como você parece), a intelectualidade (o que você
sabe) e as finanças (o que você possui)? Ainda que Deus tenha uma crítica moral
a respeito de alguém, que algo na sua vida esteja em confronto com a natureza
de Deus, Ele está contra isso porque Ele se opõe porque nos faz mal, então, no
fim, Ele rejeita o mal e não a nós. É exatamente por aceitar e desejar o melhor
em nós que Ele rejeita o mal. Nós é que confundimos o mal com o bem quando
trocamos os nossos conceitos.
Deus oferece um
sistema de conceitos e de moral na sua Palavra e não de preconceitos. Não são
motivos impensados, dados por tradição ou por modernismo, mas são princípios
pelos quais Ele estabeleceu que a Vida vai fluir em plenitude. Deus não se
preocupa com moda, porque a moda é temporal, Deus está acima disso. O que era mau
aos olhos de Deus ainda o é hoje, mesmo que aos olhos de alguns na igreja tenha
mudado. Nós precisamos de coragem para assumir esses conceitos, ainda que alguns
os apelidem de preconceitos. Pois, se como já vimos, todos vivemos de conceitos
preconcebidos, seja lá quais forem as idéias que apoiemos, é preferível viver
pelos conceitos preconcebidos por Deus, que é perfeito em amor e é de
eternidade em eternidade.
Coerência incoerente
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha
carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o
efetuá-lo. 19 Porque não faço o bem que
prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. 20
Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o
pecado que habita em mim. [...] 23 mas
vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente,
me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. 24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará
do corpo desta morte?
25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.
De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas,
segundo a carne, da lei do pecado.
O homem moderno
não quer sentir desconforto. Muito menos consigo mesmo. Não queremos admitir
conceitos pelos quais precisemos de retoques ou consertos. Mas, isso é
inevitável quando nos olhamos nos conceitos justos e amorosos de Deus. Até
quando nos indignamos contra a injustiça precisamos vigiar o ódio no coração.
Vamos e convenhamos, é complicado...
Mas, enfrentar as
incoerências é aceitar a graça restauradora de Deus, onde encontramos outra
coisa que o homem moderno está sendo treinado a odiar: a dependência de Deus.
Quando Paulo termina de colocar sua angústia entre o que quer e o que consegue
fazer de certo, ele exclama a porta de saída que encontra: “Graças a Deus
por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente,
sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.” (Romanos
7:25).
Incoerência inconsciente
Apesar de que muitos
declarem que há muita hipocrisia, eu não tenho certeza de que seja hipocrisia
deliberada. Uma mente enganada pode realmente acreditar que haja coerência em
algumas ações odiosas a Deus. Paulo foi enganado assim: “a mim, que, noutro tempo,
era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz
na ignorância, na incredulidade.” (1 Timóteo 1:13). Paulo estava convicto de que estava servindo a
Deus e cultuando.
Jesus já tinha
avisado sobre isso: “2 Eles vos
expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará
com isso tributar culto a Deus. 3 Isto
farão porque não conhecem o Pai, nem a mim.” (João 16:2-3). Por isso, Deus
atendeu a oração de Estevão, que ao morrer orava pelos que o apedrejavam e
perseguiam. Havia espaço na sinceridade desses corações para conhecerem os
conceitos que realmente eram de Deus.
O problema real
está no conceito que fazemos de nós mesmos, pois o único que tem visão clara o
suficiente para nos enxergar em amor é Deus. Veja como Jesus fala da
auto-imagem diante de Deus:
11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si
mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de
tudo quanto ganho. 13 O publicano,
estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia
no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se
humilha será exaltado. (Lucas 18:11-14)
Não leve suas
qualidades a Deus, porque Ele as conhece, afinal, foi Ele quem as deu. Toda boa
dádiva e todo dom perfeito vem do alto. Leve seus problemas e defeitos, assim
poderá sair da presença dele melhor do que entrou, levando mais da presença
dEle.
O conceito da prudência
Entretanto,
existem as pessoas que merecem uma atenção especial. Essas desejam se utilizar
da credulidade alheia, da falta de prudência e abusar da ignorância das pessoas
que querem buscar a Deus:
17 Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que
provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes;
afastai-vos deles, 18 porque esses tais
não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves
palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. (Romanos 16:17-18).
Acautelai-vos
dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por
dentro são lobos roubadores. (Mateus 7:15)
21 tu, pois, que ensinas a outrem, não te
ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? 22 Dizes que não se deve cometer adultério e o
cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos? 23 Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus
pela transgressão da lei? 24 Pois, como
está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa. (Romanos
2:21-24)
A prudência
exige atenção para condições de risco e que se observem características que são
indicadores de um caráter destrutivo, que nos possam causar danos.
Males do preconceito
O preconceito é
destrutivo para alguém por limitar as possibilidades do que a pessoa pode ser, ter e fazer com argumentos inválidos
e associações falsas; e sempre servem ao
propósito de alguém que lucra com eles. Eles podem até fazer-se de defensores
dos direitos e etc., mas na realidade, eles estão atrás dos próprios
interesses. Observe a discussão entre os que lucravam com a idolatria do povo
de Éfeso para derrubar o ministério de Paulo:
24 Pois um
ourives, chamado Demétrio, que fazia, de prata, nichos de Diana e que dava
muito lucro aos artífices, 25
convocando-os juntamente com outros da mesma profissão, disse-lhes:
Senhores, sabeis que deste ofício vem a nossa prosperidade 26 e estais vendo e ouvindo que não só em Éfeso,
mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e desencaminhado muita
gente, afirmando não serem deuses os que são feitos por mãos humanas. 27 Não somente há o perigo de a nossa profissão
cair em descrédito, como também o de o próprio templo da grande deusa, Diana,
ser estimado em nada, e ser mesmo destruída a majestade daquela que toda a Ásia
e o mundo adoram. 28 Ouvindo isto,
encheram-se de furor e clamavam: Grande é a Diana dos efésios! 29 Foi a cidade tomada de confusão, e todos, à
uma, arremeteram para o teatro, arrebatando os macedônios Gaio e Aristarco,
companheiros de Paulo. [...] 32 Uns,
pois, gritavam de uma forma; outros, de outra; porque a assembléia caíra em
confusão. E, na sua maior parte, nem sabiam por que motivo estavam reunidos. [...]
34 Quando, porém, reconheceram que ele
era judeu, todos, a uma voz, gritaram por espaço de quase duas horas: Grande é
a Diana dos efésios! (Atos 19: 24-29, 32,34).
Observe que
essas pessoas não sabiam nem do que realmente se tratava, mas gritaram durante
duas horas e quase mataram dois homens, cuja lista de crimes era a seguinte:
1. Levar o batismo com o Espírito Santo às
pessoas que já tinham crido: “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito
Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.” (Atos 19:6);
2. Curar os enfermos e livrar os oprimidos do
diabo: 11 E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres
extraordinários, 12 a ponto de levarem
aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as
enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam. (Atos
19:11 – 12).
Então, há uma
grande inverdade em tentar convencer qualquer pessoa de que ela pode ter
conceitos absolutamente livres de um referencial. Nenhum de nós consegue ler e
escrever o mundo a partir de uma lente sem grau ou de um lápis sem tinta especial
e individual. Mas, um conceito só se torna preconceito quando causa dano a
alguém. Por isso, precisamos que o Senhor nos dê discernimento e sabedoria para
não fazermos julgamentos errados, apressados que vão nos conduzir de forma
errada na vida. Devemos desconfiar de nossas idéias até que elas sejam
examinadas à luz do Senhor, para que não se tornem prejuízos a nós e aos
outros.
A forma como
medimos os outros retornará para nós, então, que seja aquilo que desejamos
receber. Viver como se nós pudéssemos aceitar que tudo é bom e o mau não existe
não vai resolver o problema da responsabilidade que temos da nossa vida e da
vida dos outros. E repito: “pois, se como já vimos, todos vivemos de conceitos
preconcebidos, seja lá quais forem as idéias que apoiemos, é preferível viver
pelos conceitos preconcebidos por Deus, que é perfeito em amor e é de
eternidade em eternidade.”
Ainda que nós
desejemos acertar sempre e saibamos o que é certo diante de Deus não temos
garantia de perfeição, por isso, a graça está disponível para nós. É melhor ir
a Deus desconfortável, do que sem examinar-se a si mesmo. Assim voltaremos
cheios dEle e não de nós mesmos. E além disso, por melhores que forem nossas
intenções devem ser analisadas à luz da Palavra e não da tradição, porque podemos
correr o risco de perseguir a obra de Cristo.
Todo o percurso
necessita de prudência. Atenção para o caráter das pessoas e não apenas para
seus sorrisos e palavras doces. O fruto os faz reconhecidos. Todo pensamento
que você tiver sobre você mesmo ou sobre alguém que a limite deve ser revisado
sob a luz da Palavra.
Você pode orar
assim:
Querido Deus, livra-me dos falsos conceitos e ensina-me os
teus sobre todas as áreas da minha vida, em nome de Jesus.
HOUAISS, Antônio (Ed). Dicionário
Houaiss Eletrônico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
STERNBERG,
Robert. Psicologia Cognitiva. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2000.
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