Davi instituiu cantores que adorassem e louvassem ao
Senhor, assim como instrumentistas, para estarem no templo louvando ao Senhor
com cânticos e instrumentos em turnos de vinte e quatro horas seguidas. Ele
mesmo compôs muitos salmos e criou muitos instrumentos. O poder do louvor
permanece no novo testamento, que ensina que devemos carregar um salmo na alma
e trazê-lo em nossa voz, e mais, que salmodiar nos enche da presença de Deus:
18
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos
do Espírito, 19 falando entre vós com
salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos [salmos] e cânticos
espirituais, (Efésios 5:18-19, veja também Colossenses 3:16)
Hoje, nesse tempo
de lutas, quando nos sentimos angustiados, tantas vezes, o Salmo 121 fala
especialmente a meu coração. Esse salmo era cantado de forma responsiva pelos
peregrinos que seguiam para Jerusalém para as festas anuais. As estradas eram
árduas e perigosas, o viajante poderia ferir-se nas pedras do caminho, sofrer o
sol inclemente ou adoecer nas noites geladas do deserto, sem falar no perigo
dos assaltantes, mas o Senhor os fortalecia e guardava. Nós estamos numa
jornada com Cristo. Podemos sofrer tropeços, com o calor do fogo da perseguição,
o frio do isolamento e ainda sermos atacados por inimigos. Esse salmo de três
mil anos é bastante atual e vale à pena mergulhar nele para beber dessa fonte.
1 Elevo os olhos para os montes: de
onde me virá o socorro? 2 O meu socorro
vem do SENHOR, que fez o céu e a terra.
3
Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te
guarda. 4 É certo que não dormita, nem
dorme o guarda de Israel.
5
O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. 6 De dia não te molestará o sol, nem de noite,
a lua.
7
O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. 8 O SENHOR guardará a tua saída e a tua
entrada, desde agora e para sempre.
(Salmo 121)
Elevo os meus olhos para os montes: de onde virá o meu socorro?
A imagem é de alguém olhando para os altos montes que
cercam Jerusalém. Se viesse ajuda de um exército, surgiria de detrás dos
montes, mas eles permaneciam vazios e silenciosos. Não havia ajuda vinda da
terra. Algo interessante nessa visão de uma pessoa olhando para os montes e
procurando ajuda é que não era o costume se olhar para os montes para orar.
Jesus sempre orou olhando para o céu. Foi assim quando abençoou o pão da ceia (Lucas
9:16); quando ressuscitou Lázaro (João 11:41); quando se despediu dos apóstolos
e intercedeu por eles (João 17:1).
Tire os olhos da terra e lance o seu olhar no infinito do
céu, onde você encontrará o poder daquele que cria soluções onde não existem
saídas, o Deus que “[...] vivifica os mortos e chama à existência as coisas
que não existem.” (Romanos 4:17). Enquanto a nossa expectativa estiver nos
recursos da terra, estamos presos ao possível. Os montes podem representar forças
invencíveis para nós, mas a fé supera a impossibilidade humana, trazendo sobre os
montes imóveis, o poder daquele que os criou. Faça isso você também. É o
primeiro passo para perceber a fonte do socorro: “o meu socorro vem do SENHOR, que fez
o céu e a terra.” (Salmo 121:2).