Se há uma coisa certa ao acordar de manhã é que o dia lhe
trará desafios. Às vezes, levantar da cama numa segunda é o maior deles. Mas
seu senso de dever ou as contas a pagar o levantarão de qualquer forma e o
levarão até suas obrigações. A questão é que levantar-se da cama a cada dia apenas
porque tem uma obrigação a cumprir é suficiente para chamar essa experiência
diária de vida.
Jesus veio para que tivéssemos Vida com V maiúsculo, em
oposição a alguém que quer que você não tenha vida: “O ladrão vem somente para roubar,
matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João
10:10).
O grego, língua em que foi escrito o Novo Testamento, tem
duas palavras para vida. Uma designa o fato de um ser estar vivo e respirando, “ânima”,
que é traduzida também para alma, e a outra palavra é traduzida para “Vida
eterna”, em grego “zoe”. A palavra “zoe” indica uma vida como a vida de Deus,
não apenas uma vida de respiração, alimentação e finita na morte, mas vida
eterna, na semelhança de Deus, a vida do espírito.
No trecho citado antes, Jesus diz: “[...] Eu vim
para que tenham vida [do tipo da Vida de Deus] e a tenham em abundância.”
(João 10:10). Então, meus queridos leitores e leitoras, Deus tem muito mais
para você do que simplesmente acordar e sobreviver a cada dia. Ele tem vida da
qualidade da Vida de Deus para você e Ele derrama dessa vida para você em
abundância. Como usufruir disso é o motivo de estar escrevendo hoje.
Vencendo a insatisfação
Como o nosso sistema social foca principalmente a
conquista de bens materiais ou prazeres de vida cada vez mais curta, a
insatisfação e o tédio, o vazio existencial aumenta vertiginosamente nesse
processo de levantar de manhã, cumprir alguma obrigação, pagar as contas ou
comprar algo novo e ir deitar de novo
para acordar no dia seguinte e repetir o mesmo ciclo. Jesus já via isso em sua
geração:
31
A que, pois, compararei os homens da presente geração, e a que são eles
semelhantes? 32 São semelhantes a
meninos que, sentados na praça, gritam uns para os outros: Nós vos tocamos
flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não chorastes. 33 Pois veio João Batista, não comendo pão, nem
bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio! 34
Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e
bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! 35 Mas a sabedoria é justificada por todos os
seus filhos. (Lucas 7:31-35).
Os homens são semelhantes a meninos... Pessoas que deveriam
ter uma visão focada em algo mais do que serem meros expectadores na vida, continuam
assistindo a vida como se fosse um espetáculo e eles o público e não os atores.
Esperando que todos reajam conforme o
que lhes for apresentado. O padrão é reagir e agir de acordo com o que os
outros esperam: se há música, dance; se a notícia é dada como triste, temos que
nos comover. Nada mais atual do que este texto para hoje. A mídia toca músicas
e propõe o luto e todos devem pensar de fora igual, ou seja, não pensar.
João Batista tinha uma vida austera e não agradava e
Jesus uma vida mais livre e não agradava. Na realidade, ambos estavam livres,
fora dos padrões de consumo da Jerusalém religiosa guiada pelos fariseus
avarentos e ritualistas e dos saduceus intelectualizados. Eles buscavam uma
vida com essência de liberdade e por não se dobrarem aos poderes da época, eram
criticados.
Esse é um dos tipos de prisão dos quais Jesus veio nos libertar.
Jesus veio nos salvar da morte por afogamento das distrações passageiras, sem
essência, inúteis e incompletas que nos levam a nada a não a passar tempo
respirando, mas não nos dão a qualidade da vida de Deus em nós. Ele disse: “ O Espírito do
Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me
para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para
pôr em liberdade os oprimidos,” (Lucas 4:18).
O Espírito de Deus traz o poder de libertação
A Palavra mostra que: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde
está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (2 Coríntios 3:17). O Espírito de Deus nos dá condições de pensar
considerando o que Deus vê. Essa é a diferença. Uma pessoa de mente escravizada
só consegue ver o que a situação diz, o que os outros mostram ou o que sua
mente vê. Deus vê a situação do alto de seu trono. Nada é maior, nada é mais
importante, nada é tão puro, não há outra verdade que não esteja no trono. A
vida eterna começa na verdade eterna e não na mídia ou nas convenções sociais.
Quando você pensar que está só para ser tudo o que os
outros esperam e exigem que você seja, pare um pouco. Você tem uma escolha.
Você pode escolher cumprir com as expectativas dAquele que quer que você tenha
vida e não daqueles que querem sugá-la de você. Jesus veio para que tivéssemos
vida, Ele veio doá-la para nós e não exigi-la de nós. É preciso receber dele
primeiro para tê-la. Se há algo que o ser humano não consegue criar é a vida.
Ainda que existam clones, eles são criados a partir
daquilo que já está vivo. Mesmo que exista inseminação artificial e barriga de
aluguel todas as bases desta “criação de vida” estão vivas e são apenas
realocadas. A vida é um milagre que não dominamos. Ela tem começo, meio e fim
independente de nós. E isso angustia o ser humano, cujo principal problema é
procurar a todo custo ser independente de Deus. Mas, a tolice é desejar
construir por si mesmo algo que já está pronto, gratuito e à sua disposição.
Então, se você deseja vida, não reinvente a roda, aceite a vida que está em
Jesus pelo Espírito Santo.
A Vida está no Amor
Nada tem sentido sem o vínculo do Amor e com ele, tudo é
perfeito: “E acima de tudo isso [coloquem] o amor e envolvam a si mesmos com o laço
da perfeição [que ata tudo unido completamente em uma harmonia ideal].”
(Colossenses 3: 14 – Bíblia Amplificada). Mas não estou falando de um
amor que se acaba quando o homem decide ou quando sua respiração pára. Estou
falando do Amor que tem a mesma fonte da Vida Eterna, o Amor que é Eterno,
Onipotente, Onisciente e Onipotente. Deus é amor e Deus tem a Vida Eterna para
dar, que é a sua própria vida.
Um amor de um tipo que não pode ser encontrado no homem a
não ser como presente de Deus, compartilhando sua própria natureza com o homem.
O amor que traz a eternidade para a terra e dá sentido aos nossos dias. O amor
que se revela quando conhecemos a Deus, pois “aquele que não ama não conhece a
Deus, pois Deus é amor.” (1 João 4:8).
A grande revolução e missão da vinda de Jesus é mostrar o
amor de Deus e, fazendo isso, entregar a Vida de Deus para nós, a vida que vai
além da mera respiração e suprimento de necessidades passageiras: “Porque Deus
amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).
Conhecer esse amor é revolucionário. Mudou a história da
humanidade há dois mil anos e continua mudando todos os dias. Jesus nos
apresentou a natureza amorosa e cuidadosa de Deus e criou laços firmes de vida
à nossa volta: “e nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus,
nele.” (1 João 4:16).
A marca da eternidade
O homem tem sede de Vida Eterna. Todas as culturas da
face da terra possuem essa sede marcadas nelas mesmas. Porque “tudo fez Deus
formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem
que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.” (Eclesiastes
3:11). Essa sede desconhecida é mostrada na insatisfação crescente de um
povo que consome sem parar, mas não se sente preenchido. Pessoas que trabalham
até adoecer, mas não se sentem realizadas. De um lado se estabelece o
materialismo, de outro o fundamentalismo religioso de práticas meditativas,
caritativas, ritualismos, guerras santas, dietas, etc. e tudo continua
desenfreado e sem sentido como dantes no quartel de Abrantes.
Mas, quando alguém encontra o amor de Deus em Cristo, uma
chama de vida e alegria acende. Uma mulher cansada vinha pegar água à beira de
um poço que estava ali por gerações. Ela estava cheia de respostas antigas para
questões antigas, mas que não lhe davam soluções. Jesus mostrou-lhe o Amor de
Deus a compreendendo e perdoando, mostrando-lhe o caminho, então, seu cansaço
desapareceu e ela tornou-se o pivô de uma revolução social e religiosa entre o
seu povo.
A mulher que apenas fazia e refazia seu caminho de
cansaço todos os dias, encontrou o amor e a Vida de Deus e a Vida começou a
brotar dela (João 4). Jesus disse-lhe: “Se conheceras o dom de
Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria
água viva. [...] [quem] beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede;
pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida
eterna.” (João 4:10, 14). Se você (re)conhecer o Amor de
Deus, a vida dEle vai brotar dentro de você da maneira que você jamais
conheceu, mas da forma como sempre desejou. Atenda o chamado de eternidade que
há dentro do seu coração. Peça ao Senhor Jesus para preencher esse vazio e Ele
o fará.
O espaço da eternidade no nosso coração
O próprio Deus deseja trazer a eternidade ao homem e Ele
diz que tipo de pessoa pode recebê-la: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade,
o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com
o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e
vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57:15).
Há um espaço no coração do homem onde só cabe o Amor
eterno e a Vida de Deus. Jesus veio à terra e morreu na cruz, para tirar os
impedimentos para que nós tivéssemos acesso à Vida do Pai novamente: “23 pois todos pecaram e carecem da glória de
Deus, 24 sendo justificados
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,” (Romanos 2:23-24). O perdão dado por Jesus
custou-lhe a Vida para que você tivesse vida e Vida em abundância. Não foi
qualquer vida que foi dada na cruz, foi a vida do Filho de Deus. Foi vida do
tipo da vida de Deus, para que você tivesse a mesma plenitude. Não se conforme
com pouco ou com menos do que isso, deseje, busque, reivindique a manifestação
da Vida de Deus na sua Vida. Seja tudo o que você pode ser, seja pleno em Jesus
Cristo.
Você não tem que dançar quando o mundo toca para você,
ainda que todos dancem à sua volta. O verdadeiro som e harmonia que vale à pena
acompanhar é Aquele que une uma multidão de milhares ainda que não a possamos
ver, cujo maestro é Aquele que enviou a Vida para nós:
5
Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os
seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes. 6 Então, ouvi uma como voz de numerosa
multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois
reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. 7
Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as
bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, 8 pois lhe foi dado vestir-se de linho
finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de
justiça dos santos. (Apocalipse 19:5-8)
Ainda que o mundo lhe apresente luto constante, guerras,
mortes, pestes, nós não precisaremos nos encurvar a isso porque “[...] maior é
o que está em nós do que o que está no mundo” (1 João 4:4) e “[...] em todas
essas coisas somos mais que vencedores por meio dAquele que nos amou” (Romanos
8:37).
A vida é mais do que aquilo que cobre e ornamenta o corpo
ou enche as nossas mãos. A eternidade está e estará sempre dentro de você lhe
chamando repetidamente. Atenda o seu chamado recebendo Jesus para perdoar os
seus pecados e tomar conta da sua vida, ser seu Senhor e Salvador para que a
eternidade finalmente dê cor e brilho à sua existência de forma permanente, sem
ter relação com cartões de crédito, contas bancárias, currículos ou prêmios
materiais.
Você pode orar assim:
Querido Deus, por favor, escreve a
Tua vida no meu coração, grava com Teu Espírito Santo e me transforma. Preciso
da Vida que é além da respiração e do suprimento diário, mais do que o trabalho
e mais do simplesmente ter ou poder. Preciso do Teu amor e da Tua presença que
torna tudo perfeito e gracioso. Dá-me a Vida Eterna Senhor e tira do meu
coração tudo que não pertence a ela, em nome de Jesus.
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