quinta-feira, 28 de junho de 2012

Proteja o que é precioso!




Num momento de grande catástrofe uma inundação, um terremoto ou semelhante nós fugiríamos sem levar nada, porque a vida é o essencial, a base para construir todas as outras coisas. Mas, diante da avalanche da mídia e dos “valores” modernos estamos sendo inundamos e soterrados com valores destrutivos e não estamos salvando o essencial, aquilo que gera Vida para a sociedade.

Nós estamos vivendo momentos difíceis, onde valores importantes estão arriscados a serem vaporizados por valores novos e destrutivos, a mídia impulsiona uma nova cultura que passa despercebida por baixo das portas de todos os lares abalando a família e os alicerces da sociedade como o Senhor estabeleceu. Esta história ajuda-nos a retomar a guarda de um sentimento que se vive a dois e que ampara a muitos como um tronco que segura vários ramos. Um sentimento que se transforma em instituição e, por ter sido criada por Deus, é sagrada.

Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio. O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou a seguinte história:
Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete. Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:

- Meus filhos, foram 55 bons anos…Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.
Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:
- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises.
Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor e perdoamos nossos erros… Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim…
Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo:
- Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.
E, por fim, o professor concluiu: Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.
Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar. Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada. 

Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe e terá a indescritível alegria de compartilhar, alegria esta que a solidão nega a todos que a possuem…


Não estou aqui falando de sofrer contra a vontade uma relação destruída pelo adultério (Mateus 19:9), mas de estar apto a abrir mão de si mesmo para responsabilizar-se para cuidar de alguém sem a data de validade de um iogurte. Não é o fim a que os relacionamentos tem chegado que me preocupa, é o princípio sobre os quais eles iniciam, que os levam a cada dia a finais cada vez mais tristes. Nós clamamos por amor e o matamos sufocado pelo egoísmo e por padrões de doença a cada dia. Nenhum tipo de prática ou sentimento que faça o mal para o outro pode ser considerado amor porque amar é dar Vida: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).   Nenhuma forma de amor que traga como resultados tristeza, doença e morte pode ser considerada como amor.


O amor é feito de compromisso com o cuidado

Palavras como compromisso, responsabilidade, fidelidade e monogamia estão sendo retiradas do dicionário dos relacionamentos homem e mulher pelas feridas dessa sociedade que não soube se recuperar emocional e moralmente do pós-guerra. Querem transformar cuidar em coisa do passado, mas a necessidade de ser cuidado permanece intacta no presente. Se não houver uma cultura de cuidado e paciência, não haverá lares onde se construa o amor. E uma geração sem lar será uma geração perdida e machucada, pronta para dar o que tem, perdição e feridas.

O amor implica em sair do “modo de ataque” para o “modo cooperação”. Quando o homem caiu em pecado houve uma transformação negativa no relacionamento homem e mulher que inseriu o poder no lugar da cooperação amigável. Quando a mulher foi criada, o homem a reconheceu como osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.” (Gênesis 2:23), mas quando os dois ficaram longe da presença de Deus, Adão mudou seu nome: E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos.” (Gênesis 3:20). Sua função reprodutiva fisiológica e ligada aos filhos foi ressaltada, mostrando o desligamento da parceria anterior.

Deus fez a mulher para ser companheira capaz (Gênesis 2: 18), a palavra para idônea significa de mesma capacidade e confiabilidade, tanto é que o homem a assumiu como parte dele. Depois, o relacionamento tornou-se uma disputa pelo poder, e a parceria foi prejudicada. Quando um relacionamento entre um homem e uma mulher deixa a competição pelo poder de estar “certo” e de impor a sua vontade e pensamento vencer o companheirismo e o cuidado, este relacionamento está entrando em declínio e o cuidado colocou a primeira perna do lado de fora da janela. Daí em diante, é só uma questão de tempo para o seu fim.

Falta de modelos

Numa sociedade como a brasileira, onde no ano de 2010 se casaram 977.620 pessoas e se separaram ou divorciaram 310.847 pessoas (dados do Censo 2010), podemos dizem que temos praticamente um terço de lares onde os modelos de convivência homem e mulher se transformaram em feridas. Não há como sair ileso de uma perda nesse nível. Perde-se emocionalmente, mas também perde-se a noção de confiança na base dela, que ensina o amor incondicional. O amor que não deveria ir embora, que deveria ser o referencial para onde voltar, se evapora numa nuvem de poeira que engasga a alma.

Não estou falando isso para que as pessoas que sofreram a separação se sintam culpadas. Ninguém mais do que elas sofreu no processo. Ninguém de bom caráter casa com o intuito de se separar. Casa-se para ser feliz e ninguém deseja que a felicidade acabe.  Mas, o fato é que existe um impacto que precisa ser percebido e tratado. O homem e a mulher estão cada vez mais perdidos quanto a cuidar de sua família. Os motivos dessa desagregação familiar são vários e devastadores, mas é certo que se desaparecem o respeito, o valor, a parceria e a cooperação, tudo entra em colapso. E os filhos de hoje estão crescendo em meio a uma família enfraquecida, mas ela é o princípio de Deus para a vida do homem:

27  Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28  E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gênesis 1:27-28)

  Observe a bênção sobre a família no trecho acima. Uma família que se estende pelo futuro, multiplicando-se.

Filhos são herança do Senhor

Uma cultura impregnada de pessimismo e egoísmo tem se alastrado sobre as dores de tanta destruição e esterilizado a muitos. Ter filhos tem sido colocado como um peso e algo indesejável, mas o que a Bíblia diz é que:

3  Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. 4  Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. 5  Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta. (Salmo 127:3-5).

Novamente, não estou falando de culpa, ou de controle de natalidade, cada um sabe quanta fé possui para sustentar suas bênçãos, mas estou falando a respeito de uma cultura anti-reprodução que muitos sustentam. Eu escutei muitas pessoas que decidiram não ter filhos porque seu sistema de vida iria ser perturbado ou porque “este mundo está muito mal”. O mundo sempre esteve jazendo no maligno e se você não tem lugar no seu mundo para seus filhos porque eles serão um estorvo, deveria orar a respeito. Centrar-se em si mesmo é algo danoso, a vida em toda a parte procura com ânsia por si mesma, barrar esse movimento de vida e deixar-se só com o tempo que não ficará com você.

Quantos e quantos relatos escuto de como os filhos mudaram os pais. Há algo que só aqueles pequenos olhinhos e braços podem trazer para você. Por isso, Deus deixou as promessas suficientes para que sua família seja completa:

Na tua terra, não haverá mulher que aborte, nem estéril; completarei o número dos teus dias. (Êxodo 23:26).

O SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e no fruto do teu solo, na terra que o SENHOR, sob juramento a teus pais, prometeu dar-te. (Deuteronômio 28:11)

Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá entre ti nem homem, nem mulher estéril, nem entre os teus animais. (Deuteronômio 7:14) 

Faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos. Aleluia! (Salmo 113:9) 

A adoção de Deus

Seja de forma natural ou por adoção você pode completar sua alegria. Samuel foi adotado por Eli e se tornou um grande homem de Deus (1 Samuel 3). E todos nós fomos adotados por Deus, renascidos como filhos amados:

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. (Romanos 8:15)

para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. (Gálatas 4:5)

nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, (Efésios 1:5)

Descobri que a verdadeira esterilidade é não ter amor no coração para dar a uma criança como seu filho ou filha. Não se deixe ser roubado e nem roubada disso. Deus não nos fez filhos por causa de nenhuma contribuição de um homem ou mulher, mas pelo amor de Cristo. 

12  Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; 13  os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1:12-13)

Vencendo a carne


Paulo tinha um chamado para o celibato, mas ele era claro em dizer que quem não o tinha, casasse. “8  E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. 9  Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.” (1 Coríntios 7:8-9). Mas também fez um alerta: “Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos.” (1 Coríntios 7:28).

Que seria isso de angústia na carne? É o lidar diário com as imperfeições do outro se tocando nas suas. Enquanto você tem um certo afastamento, você pode dissimular mais características suas e do outro, mas o convívio diário trará para fora muitas outras coisas, nem tão agradáveis. Entretanto, a carne é vencida pelo Espírito Santo em nós. Nós não somos escravos da carne (Romanos 8:4-13). Precisamos do conhecimento da Palavra para renovar as mentes, a oração para encher-se e o compromisso de amor vencerão tudo na vida daqueles que são chamados à bênção do casamento (Romanos 12:1-2).  



Querido leitor e leitora disponha-se a cuidar e abrir espaço na sua vida para pessoas ficarem com você durante toda a caminhada. Escolha bem, escolha alguém que guarde a eternidade dentro de si, a eternidade de Jesus Cristo, com seus valores e princípios, pois é o compromisso quem fará o amor ressuscitar e se manter todos os dias. E é a cada dia que se constrói o amor nesse lugar chamado família, que Deus fez para a nossa plenitude. 



É preciso renovar tudo o que diz respeito ao modelo carnal e derrotado do que é ser homem e do que é ser mulher e trazer a luz da palavra e do amor de Deus para que possamos viver a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Esse é um trabalho de parceria e paciência para toda a vida. Colocando-se juntos no altar do Senhor onde Ele derrama sua alegria e plenitude e socorre com conserto e paciência as nossas fragilidades humanas e aprendizados falhos.

Creia, Deus quer que você seja feliz com alguém do seu lado se seu coração deseja isso. Será trabalhoso, mas recompensador e cheio de milagres, porque o plano de Deus é a família. Ele a colocou no seu coração e por mais que a sociedade ferida e mal amada queira negá-lo, ela está pulsando como um desejo dentro de você. Seja livre para buscá-la nos padrões do amor de Deus e ela não será um prejuízo, mas um ganho incalculável de vida.

Você pode orar assim:

Querido Deus, escreve no meu coração os teus princípios e valores sobre ter e viver numa família. Restaura-me, Senhor, para que eu possa provar a tua vontade, que é boa, perfeita e agradável, em nome de Jesus.






Um comentário:

  1. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). Entender tal amor é muito difícil só tendo quem entende explicando, um amor tão grande capaz de tão grande sacrifício. Só mesmo Deus, que amor!!! Lau

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