A
bíblia fala muito de Marias no Novo Testamento. A Maria, mãe de Jesus, bastante
conhecida; a Maria Madalena, que foi liberta de demônios e o seguiu até mesmo
depois de morto; a Maria, mãe de João Marcos, que abrigava os que intercediam
por Pedro, a despeito do risco que isso representava; Maria que trabalhava na
igreja em Roma; e Maria, irmã de Lázaro, que ressuscitou e que teve episódios
profundos e marcantes no seu aproximar-se de Deus.
É como se o próprio Jesus tivesse dito: Observem bem o exemplo
de Maria! Jesus era conhecido na casa de Maria. Era amigo dos três irmãos:
Lázaro, Marta e Maria. Maria teve o encontro com Jesus mais transformador
moralmente dentre os três. Foram
três grandes momentos de Maria: antes de conhecer Jesus como Deus encarnado; o
grande momento da entrega da sua vida a Jesus e como ela passou a viver depois
desse encontro.
No
primeiro momento, em meio à dor, ela viu Aquele que cura o incurável, consola o
inconsolável e faz a morte se transformar em vida. Lázaro, irmão de Maria havia
morrido. Mesmo que tivessem chamado Jesus, o amigo da família que tinha um bom
relacionamento com Deus, aquele que eles viram fazendo milagres, Lázaro havia
morrido e sido sepultado. Perder o irmão para Maria era entrar num turbilhão de
sentimentos e pensamentos. Maria não era o tipo bem comportado de irmã. Não era
uma irmã de que Lázaro pudesse se orgulhar. Isso já lhe traria um sentimento de
culpa terrível após sua morte. Ela também não era um exemplo de judia. O que
não lhe daria muita segurança na aproximação espiritual de Jesus. Ela não tinha
com que barganhar atenção da justiça de Deus. Ela estava mais só do que nunca
diante daquela morte. Não havia onde se amparar mentalmente. Como as mulheres
não eram preparadas para assumir negócios, não costumavam estudar e sequer
tinham direito de herança, a base de sustento também estava abalada, além da
liderança da família que, contando-se que não tinha marido, pertencia ao irmão,
agora morto.
Maria
estava sem chão, sem esperança e sem uma linha de compreensão da sua própria
vida. Além disso, estava diante da inexorável morte. Nada nos deixa mais
perplexos do que ela. Ela não admite discussão e nem argumento. Está lá e nós
impotentes a assistimos. Ou era isso que Maria conhecia. E foi assim que Maria
estava desolada, em meio a muitas pessoas que tentavam consolá-la, mas em vão e
recebeu uma notícia maravilhosa,
que a levou a derramar toda a sua dor aos pés do Senhor:
(28) Tendo dito isto, [Marta]
retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou
e te chama. (29) Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi
ter com ele, (30) pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia,
mas permanecia onde Marta se avistara com ele.
(31) Os judeus que estavam com Maria
em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na,
supondo que ela ia ao túmulo para chorar.
(32) Quando Maria chegou ao lugar
onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se
estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.
(João 11:28-33)
Maria estava completamente desnorteada, mas sabia que
havia um lugar para se atirar. Havia ainda um lugar de segurança para o incompreensível
e de conforto para o inaceitável, os pés do Senhor. Ela desprezou a multidão
que a seguia, abriu mão de seu próprio desânimo, e jogou-se na presença do
Senhor. A única frase que parecia ter sentido era uma mistura de dor e fé que
Jesus recebeu com carinho e respeito. Assim Jesus a recebeu:
(33) Jesus, vendo-a chorar,
e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e
comoveu-se. (34) E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe
responderam: Senhor, vem e vê! (35) Jesus chorou.
(João 11:33-35)
No original, onde se traduz para “comoveu-se” a palavra
designa moveu-se em suas entranhas, tremendo convulsivamente. Jesus sentiu a
morte de Lázaro, mas sentiu mais ainda a dor de Maria. Maria, perdida em sua
vida sem sentido... Maria, que nunca mais teria chance de dizer que amava
Lázaro,... Maria, que não sabia o que fazer da vida,... Maria, que não tinha
respostas, mas que reuniu forças para buscá-las porque sabia onde fazê-lo.
Alguém que chorasse com ela, mas que a levantasse do pranto para a Paz.
Jesus já conhecia a solução e encaminhou-se para
providenciá-la...
Sabe, nós estamos na esfera do possível. Muitas vezes as
soluções existem e outras não. Mas Jesus atua na esfera da solução eternamente.
“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas
promessas.” (Lucas 1:37) e “Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para
Deus.” (Lucas 18:27). Maria recebeu o consolo de amigos, cuidados da
irmã, mas aos pés do Senhor ela recebeu o impossível. Maria andava com Jesus,
era conhecida como amiga dEle, mas sua vida não fora transformada por Ele até
agora. Ela não o havia conhecido como Aquele que pode consolar com o poder do
impossível. Jesus estava lá no seu momento de maior perda para preencher esse
vazio incalculável. Jesus não foi para ela o retrato da distância, mas da
proximidade. Ele não estendeu apenas a mão, mas estendeu o céu para tocá-la com
a Sua Eternidade Gloriosa. Maria viu, assim como Marta, o poder restaurador e
redentor da glória do amor de Deus que sente a nossa dor e nos abraça para nos
consolar fazendo o impossível por nós.
Ainda há mais sobre a experiência de Maria, que nós
veremos amanhã. O amanhã de Maria com Jesus...
O Deus de toda a consolação e graça sejam sobra a sua
vida, em nome de Jesus, amém.
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