sábado, 24 de agosto de 2013

Observe bem o exemplo de Maria!



A bíblia fala muito de Marias no Novo Testamento. A Maria, mãe de Jesus, bastante conhecida; a Maria Madalena, que foi liberta de demônios e o seguiu até mesmo depois de morto; a Maria, mãe de João Marcos, que abrigava os que intercediam por Pedro, a despeito do risco que isso representava; Maria que trabalhava na igreja em Roma; e Maria, irmã de Lázaro, que ressuscitou e que teve episódios profundos e marcantes no seu aproximar-se de Deus.

É como se o próprio Jesus tivesse dito: Observem bem o exemplo de Maria! Jesus era conhecido na casa de Maria. Era amigo dos três irmãos: Lázaro, Marta e Maria. Maria teve o encontro com Jesus mais transformador moralmente dentre os três. Foram três grandes momentos de Maria: antes de conhecer Jesus como Deus encarnado; o grande momento da entrega da sua vida a Jesus e como ela passou a viver depois desse encontro.

No primeiro momento, em meio à dor, ela viu Aquele que cura o incurável, consola o inconsolável e faz a morte se transformar em vida. Lázaro, irmão de Maria havia morrido. Mesmo que tivessem chamado Jesus, o amigo da família que tinha um bom relacionamento com Deus, aquele que eles viram fazendo milagres, Lázaro havia morrido e sido sepultado. Perder o irmão para Maria era entrar num turbilhão de sentimentos e pensamentos. Maria não era o tipo bem comportado de irmã. Não era uma irmã de que Lázaro pudesse se orgulhar. Isso já lhe traria um sentimento de culpa terrível após sua morte. Ela também não era um exemplo de judia. O que não lhe daria muita segurança na aproximação espiritual de Jesus. Ela não tinha com que barganhar atenção da justiça de Deus. Ela estava mais só do que nunca diante daquela morte. Não havia onde se amparar mentalmente. Como as mulheres não eram preparadas para assumir negócios, não costumavam estudar e sequer tinham direito de herança, a base de sustento também estava abalada, além da liderança da família que, contando-se que não tinha marido, pertencia ao irmão, agora morto.

Maria estava sem chão, sem esperança e sem uma linha de compreensão da sua própria vida. Além disso, estava diante da inexorável morte. Nada nos deixa mais perplexos do que ela. Ela não admite discussão e nem argumento. Está lá e nós impotentes a assistimos. Ou era isso que Maria conhecia. E foi assim que Maria estava desolada, em meio a muitas pessoas que tentavam consolá-la, mas em vão e recebeu uma notícia maravilhosa, que a levou a derramar toda a sua dor aos pés do Senhor:

(28) Tendo dito isto, [Marta] retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama.  (29)  Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele,  (30)  pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele.  (31)  Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar.  (32)  Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.  (João 11:28-33)

Maria estava completamente desnorteada, mas sabia que havia um lugar para se atirar. Havia ainda um lugar de segurança para o incompreensível e de conforto para o inaceitável, os pés do Senhor. Ela desprezou a multidão que a seguia, abriu mão de seu próprio desânimo, e jogou-se na presença do Senhor. A única frase que parecia ter sentido era uma mistura de dor e fé que Jesus recebeu com carinho e respeito. Assim Jesus a recebeu:

(33) Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se.  (34)  E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê!  (35)  Jesus chorou.  (João 11:33-35)

No original, onde se traduz para “comoveu-se” a palavra designa moveu-se em suas entranhas, tremendo convulsivamente. Jesus sentiu a morte de Lázaro, mas sentiu mais ainda a dor de Maria. Maria, perdida em sua vida sem sentido... Maria, que nunca mais teria chance de dizer que amava Lázaro,... Maria, que não sabia o que fazer da vida,... Maria, que não tinha respostas, mas que reuniu forças para buscá-las porque sabia onde fazê-lo. Alguém que chorasse com ela, mas que a levantasse do pranto para a Paz.

Jesus já conhecia a solução e encaminhou-se para providenciá-la...  


(38)  Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra.  (39)  Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.  (40)  Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?  (41)  Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste.  (42)  Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste.  (43)  E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!  (44)  Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.  (45)  ¶ Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele. (João 11:38-45).

Sabe, nós estamos na esfera do possível. Muitas vezes as soluções existem e outras não. Mas Jesus atua na esfera da solução eternamente. “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.” (Lucas 1:37) e “Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.” (Lucas 18:27). Maria recebeu o consolo de amigos, cuidados da irmã, mas aos pés do Senhor ela recebeu o impossível. Maria andava com Jesus, era conhecida como amiga dEle, mas sua vida não fora transformada por Ele até agora. Ela não o havia conhecido como Aquele que pode consolar com o poder do impossível. Jesus estava lá no seu momento de maior perda para preencher esse vazio incalculável. Jesus não foi para ela o retrato da distância, mas da proximidade. Ele não estendeu apenas a mão, mas estendeu o céu para tocá-la com a Sua Eternidade Gloriosa. Maria viu, assim como Marta, o poder restaurador e redentor da glória do amor de Deus que sente a nossa dor e nos abraça para nos consolar fazendo o impossível por nós.

Ainda há mais sobre a experiência de Maria, que nós veremos amanhã. O amanhã de Maria com Jesus...


O Deus de toda a consolação e graça sejam sobra a sua vida, em nome de Jesus, amém.


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