segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tecendo a vida


A vida é tecida todos os dias. Às vezes, com mais habilidade, outras, com menos, mas a verdade é que estamos tecendo esse tecido precioso sempre. Muitos pensam que aquilo que faz o tecido da vida ficar belo e crescer é obter coisas, prestígio, prazeres; outras, têm os olhos voltados para  a trama central que faz a vida se tornar numa obra de arte.
A ilustração a seguir reflete dois tipos de atitudes que são úteis para refletir sobre tecer a vida com plenitude:

Desde pequena, a moça se acostumara a conviver com tecidos, tesouras, agulhas e linhas de diversos padrões e cores. Sua mãe, exímia costureira, sustentava toda a família com muito trabalho e honestidade.
A moça casara com um frio empresário que gastava as energias com os negócios e dava muita importância ao que ela nem sempre julgava essencial.
Já estava acostumada a ver o marido cortar os passeios com os filhos por um almoço de negócios, já não agüentava ouvir o marido falar em cortes, mudanças precipitadas... Isso sem falar nas inúmeras vezes que foi cortada ao tentar argumentar, discutir os problemas do cotidiano...
Numa rara noite em que todos estavam em casa, a caçula começou a implicar com o irmão. O pai, sempre ocupado, não suportava o barulho e sem querer ouvir ou entender a situação mandou as duas crianças para o quarto, sem conversa.
A mulher simplesmente pegou sua caixinha de costura com alguns retalhos e chamou o marido:
- Agora não, meu bem!
- Agora sim, querido!
O homem percebendo que não tinha escolha, sentou-se e ficou olhando os retalhos, a agulha, a tesoura, carretéis de linha sem nada compreender.
- Meu bem, para que serve a tesoura? - perguntou brandamente a mulher.
- Para cortar, aparar...
- E a agulha?
- Para costurar, ora!
- Você consegue fazer uma colcha de retalhos só cortando?
- Na verdade não faria de jeito nenhum - não sei costurar, lembra?
- Não estou brincando! Você já viu ou soube de alguma costureira que costura sem linha e agulha, só com tesoura?
- Claro que não, meu amor.
- Minha mãe me falou um dia, quando meu pai nos deixou, que nossa família era como uma colcha de retalhos. Cada um de nós era um retalho colorido. Para que nossa colcha fique sempre bonita precisamos usar a agulha e as linhas.
- E daí?
- Daí que você só sabe usar a tesoura. Corta nossos momentos de lazer, corta a minha palavra, corta o diálogo com as crianças. Você só separa, separa...
- Eu?
- Sim. Aprenda a unir nossa família. Aprenda a unir o seu trabalho à nossa família, unir os seus amigos aos meus... Qualquer dia você perceberá o quanto nos cortou de sua vida e talvez seja tarde.
O marido nada disse - sinal de que ia pensar, refletir. Mudanças demandam tempo.
- Não vou mais falar sobre isso. Só quero que você pense, tá? Estou no quarto das crianças. Vou costurá-las porque não quero dois retalhos tão importantes de minha vida separados. Boa noite!
- Boa noite.
Dali a meia hora o marido entrou no quarto em que brincavam as crianças, enquanto a mulher costurava uma bonita colcha de retalhos. A cena enterneceu o homem e o fez juntar-se aos três. Abraçou-os e os levou para jantar.

Esta agulha-mulher é o que a Bíblia chama de pacificadora. E os pacificadores, manifestam o mais alto nível o que é ser Filho de Deus, ou seja, o que é ter a natureza de Deus: "bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;"  (Mateus 5 : 9). Se você observar bem, a esposa na estória vai manifestar todas as características do Amor de Deus (1 Coríntios 13: 4-7). Ela esperou que o marido mudasse a conduta, ou seja, foi paciente e creu, até que viu que a atitude dele já estava ameaçando a própria família. O amor é paciente. Teve paciência também e com as prioridades do esposo, com rudeza dele e o descaso.

Mas o amor não se alegra com a injustiça e ela decidiu mudar a situação. Muitas vezes, as pessoas permanecem apenas na parte do amor, na paciência. Esperam que tudo mude... E esperam e esperam... Até que tudo se esvanece. Essa mulher mudou a situação com o mesmo amor com que esperou que o esposo mudasse. Se a situação não muda por si só precisamos de estratégia para mudá-la para a ordem que Deus quer. Certamente, Deus não quer famílias destruídas. Quem já passou por isso ou esteve próximo, sabe o tamanho da ferida que causa.






Quando as pessoas mudam?

Pessoas só mudam quando são convencidas de que precisam mudar. O Espírito de Deus dá estratégias de convencimento (João 16:8). O convencimento faz o outro silenciar e pensar a respeito do assunto. Pode ser que a outra pessoa não aceite de imediato ou verbalize a necessidade de mudar, mas é esse silêncio que faz a diferença. 

Essa agulha-mulher-pacificadora conseguiu o silêncio, os ouvidos e as condições para a mudança que tanto precisava, colocando uma base de cuidado e paciência, depois, usando de ousadia, baseada no próprio amor, que havia despertado no marido. O mesmo amor  que a fez preciosa o suficiente para ter poder colocar de um limite na sua relação.

Quanto mais nos sentimos amados por alguém, menos desejamos ou suportamos machucá-la. Nunca queremos machucar quem cuida de nós. As pessoas que amamos vão se agregando à nossa própria identidade. Entretanto, as que são fonte de amor se tornam nossa fonte de força. O marido não suportou a ideia de que estava destruindo tudo o que amava. Ele estava cortando a sua própria vida. Ela o fez perceber isso com amor e então, ele pôde ouvir.

Despertando o amor

Muitas pessoas querem despertar os outros com ameaças, gritos, exigências, chantagens. Isso pode funcionar como forma de controle por um tempo, mas não perdurará. Entretanto, O AMOR NUNCA FALHA (1 Coríntios 13:8). A estratégia do Amor de Deus é sincera e verdadeira. Apenas mostra a verdade em amor e a verdade liberta (João 8:32).

Hoje, não estou focando as prioridades de nossas vidas, que podem nos transformar em tesouras, estou focando os métodos, que usamos para lidar com os relacionamentos à nossa volta, a nossa capacidade de costurar. Vamos pedir ao Pai que nos envie ESTRATÉGIAS DE AMOR, para mudarmos a nós mesmos e ao mundo, trazendo paz e união, em nome de Jesus.

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