Hoje, eu vou contar um caso que houve com um compadre meu.
Ele tinha dois filhos,... Vejam o que lhe sucedeu...
O mais moço, um desmantelo!... Só pensava em farrear.
Um dia, cismou dos bofes e decidiu se apartar.
Queria ganhar o mundo e adiantou a sua herança.
Rasgou o coração do pai pra começar a sua andança.
E, então, triste e macambúzio meu compadre aqui ficou.
Se a estrada espiava, o coração lhe doía,
vigiava todo dia, pra ver se o filho voltava.
Com o pior tipo de gente, esse rapaz se ajuntava.Era um boqueirão no açude, em tempo de cheia, vazando.
Do boteco à mulher da vida, a tudo financiando.
Era tanta cachaça e batida, que nem sabia em que gastava. Mas, depois dessa gastança, quando no bolso só tinha furo
os amigos de encher a pança, fugiram do seu apuro.
E o bucho cheio de riquefife, com as costas fez uma grade.
Armou-se ali o coreto:
A barriga tocava o pife e a mão zabumbava só saudade.
Com fome, o moço pediu arrego, mas o emprego que conseguiu
foi trabalhar num chiqueiro.E era tão pouco o dinheiro, que terminou mais esganado...
E pra enganar as lombrigas, comer com os porcos até tentou
mas a comida era dura, mesmo que pedra pura,
e a queixada não aguentou. Passou foi fome o coitado.
no tempo que nada faltava, e ele se lembrou do lar:
- Ai, que leseira, que eu fiz! – soltou de lá um lamento.
- Precisei ficar tão longe e passar tanto moído
pra entender que em minha casa, é que estava bem acolhido.
E um dia, então, o compadre viu na estrada,
vindo um vulto pelo caminho de uma figura mal trajada.
Era um cansaço tão grande e uma catinga de dar dó.
A roupa já era trapo, as mãos eram calo só, os pés uma ferida,
a barba suja e comprida na cara emagrecida, castigada pelo sol.
Mas, a figura desnutrida foi a alegria da vida daquele pai dos cafundó.
Mas, o pai logo lhe atracou o pescoço no abraço mais arrochado.
E matando a sua saudade, com os olhos cheio d'água, falou com felicidade:
- Ô, Zé, se avexe, corra, homem, e vá chamar o sanfoneiro!
Traga roupa, um sapato e meu anel de fazendeiro.
Quero festa e paramento, porque é grande esse momento:
meu filho que estava ao relento, volta agora pro meu lado!
Baseado em Lucas 15: 11-24, a parábola do filho pródigo, onde Deus se coloca de braços abertos para nos receber com todas as marcas da estrada e nos restaurar a seu lado, como filhos amados.
Ore a Jesus para dizer que quer voltar para casa e Ele o receberá de braços abertos.
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