terça-feira, 1 de maio de 2018

Para onde vamos quando vamos a Deus?




Muitas respostas vem à minha mente quando suponho esta resposta de pessoas que me rodeiam. O fato de ser pastora vai lhe fazer ser bem mais observadora. Mas, a questão é que precisamos de um contexto para esta pergunta desafiadora. Mateus 18 tem respostas especialmente maravilhosas a este respeito.
Nos versos de um a seis de Mateus 18, Jesus enfrenta a criancice dos seus discípulos e a serena maturidade espiritual de uma criança.

Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe. Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. (Mateus 18:1-6 grifo nosso)

Se, por um lado, os discípulos só queriam atenção, cargos e poder para si, a criança só queria estar nos braços de Jesus. Esse é o tom do capítulo: “[...] aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” Os adultos querem bens, poder e prestígio; as crianças querem amor. Deus vem ao encontro dos que buscam seu amor.

Mas, como desfrutar do amor de Deus?





O restante do capítulo diz como encontrar-se com o amor de Deus. Jesus fala de como as crianças são importantes e guardadas pelos anjos do Pai (versos sete a 11);  mostra a importância dos que estão perdidos fora da proteção de Deus e o esforço que Ele faz para resgatá-las na parábola das cem ovelhas; e entra no tema principal do amor: a reconciliação para a unidade.

(15) ¶ Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. (16) Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. (17) E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. (18) Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. (19) Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. (20) Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. (Mateus 18: 15-20).

Esta lição é difícil... Primeiro, exige que exponhamos as nossas dores a quem nos machucou e somente a ele ou ela. Imagine que você precisa ir à pessoa que lhe magoou e não deve contar a mais ninguém, pelo menos até que busque a reconciliação. Outra coisa, o objetivo da fala não é punir ou humilhar aquele que nos ofendeu, mas ganhá-lo como quem ganha uma bênção. Pelo menos é o que remete o termo ganhar no original grego. Somente depois de falar individualmente, diante de duas testemunhas e diante da igreja é que pode haver um desligamento daquela pessoa. Afinal, ela decidiu viver à distância, sem reconciliação.

Pequenos o bastante para nos reconciliar


Mas, como disse antes, a lição da reconciliação é difícil. Fica distante do nosso ego de pessoas tão injustiçadas e ofendidas. Isto me lembrou uma parte da história do césar romano Marcos Aurélio. Aliás, o último césar que manteve a glória e a autoridade de Roma. Ele, sendo Imperador Romano, rico e poderoso sobre quase todas as nações da época em que viveu, sofria com bajulações e adoradores a toda hora. Até porque, em Roma, o César era também adorado como Deus. Ademais, o seu currículo era impecável: vitorioso e líder do maior império da terra, pai de 13 filhos, casado por toda uma vida com sua esposa, filósofo e escritor. Entretanto, como medida de segurança, ele designou um servo para acompanhá-lo em todas as viagens pelo reino e lhe deu somente uma função fosse qual fosse a viagem. Quando alguém elogiasse o césar com todos os elogios possíveis ou impossíveis, poucos ou muitos, ele se aproximaria do ouvido do seu senhor e lhe diria: “Você é apenas um homem.”
Então, é assim que convido você a embarcar na lição de Mateus 18, que nos guia aos braços de Jesus. Apenas uma pessoa, um homem ou uma mulher que sabe das suas limitações, que não pode oferecer mais do que sua humanidade limitada e falha a um Deus perfeito em amor.

O desafio de aprender a ser amado


Esse era o desafio de Pedro em Mateus 18. Desde a lição sobre perdão e reconciliação, Pedro mastigava o indigesto ranço de mágoa. E, sendo assim, resolveu fazer uma pergunta a Jesus para livrar-se daquela travosa lição: “Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” (Mateus 18: 21). Fácil de fazer as contas: Durante uma vida, sete vezes por pessoa pode até parecer razoável. Como sete era tido como número da perfeição, perdoar sete vezes estava perfeito na concepção humana.

Não sei se você percebeu, mas a pergunta de Pedro mostra que ele ainda sentia dificuldade de entender o perdão. A mágoa era claramente sua motivação para a pergunta. Afinal, Pedro era zelote. Uma facção política que queria implantar a independência de Israel e o reino do Messias à força e não foi sem motivo que ele cortou a orelha do servo do sacerdote, quando vieram prender Jesus. Ali, no mínimo, sabemos que ele andava armado ao lado de Jesus, predisposto à violência, mesmo andando ao lado do Príncipe da Paz.
Além disso, reter o perdão implica em obter uma autorização para a vingança pessoal. Você poderia ouvir Pedro marcando: uma ofensa, duas, três,... sete! E agora: atacar!!!! Entretanto, o relato de Lucas ainda é mais detalhado e mais comprometedor:

(3) Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. (4) Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. (Lucas 17:3-4 grifo nosso)

Huummm... Está ficando mais apertado para o nosso irrequieto Pedro. Quase posso vê-lo folgando a gola da túnica com uma das mãos para respirar melhor. Não eram sete vezes na vida, eram sete vezes por dia. E, agora, complicou-se a compreensão do desafio. Mas, a resposta de Jesus ao invés de esclarecer, só aprofunda o problema. Penso que a resposta de Jesus deve ter tirado o sono de Pedro por noites sem fio: “Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” (Mateus 18:22).
Não sei se você fez as contas, mas eu fiz e elas me assustaram. Com 16 horas de consciência diárias e 490 perdões a fazer, temos uma distribuição de um perdão a fazer por minuto, isto se você não fizer outra coisa na vida. O que Jesus dizia era que o perdão, não é um momento ou uma concessão esporádica. É um estilo de vida. É uma disposição permanente para um cristão. É disto que Paulo fala aos Coríntios:

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (18) Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, (19) a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. (2 Coríntios 5:17-19)

Deus nos reconciliou consigo e nos tornou reconciliadores. Como Deus nos reconciliou com Ele? Não responsabilizando ou imputando aos homens os seus pecados. Ou seja, deixando ir livres, sem pagar a dívida. Perdoando-nos.

O credor e a dívida


E, por causa da necessidade de perdoarmos incansavelmente o arrependido, e de Pedro compreender essa necessidade, Jesus propõe a seguinte parábola, que envolve um credor, um devedor e uma dívida, todos nos seus máximos poderes:

(23) Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. (24) E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. (25) Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.

Observemos as condições:
O credor era a autoridade máxima do reino. Não havia para onde fugir ou a quem recorrer do seu poder. Muito menos como fugir, uma vez que estava diante do rei, certamente cercado de seus guardas. O devedor devia dez mil talentos. Este era o número mais alto conhecido no grego da época. Não havia número maior que pudesse ser escrito. Essa era a maior dívida que alguém jamais poderia adquirir.
Uma forma de valorarmos esta dívida é pensando que um talento correspondia a seis mil denários. O denário é o pagamento de um dia de trabalho de um assalariado com o salário mínimo da época. Então, em tempo de trabalho, teríamos:

6.000 denários
X 10.000 talentos
60.000.000 denários = 2.000.000 de meses trabalhados = 166.666 anos

Bem, não dá pra trabalhar e pagar... Mas, vamos tentar considerar uma soma cheia com os 954 reais do salário mínimo nacional, neste ano de 2018, quem sabe quebrando o porquinho...

2.000.000 meses trabalhados
X        954 reais
1.908.000.000,00 reais.

Iríamos chegando à casa dos dois trilhões... É, também não dá pra pagar. Isto equivalia a todo o tributo que a Palestina pagava a césar no ano. 

Pare! Você é só um homem. Você não vai conseguir pagar o amor de Deus. A parábola grita isto aos nossos ouvidos.

O devedor


Um rei absoluto, uma dívida insolúvel, um devedor condenado e impotente este cenário parece ensejar um terrível desfecho. Mas, lembre-se, o objetivo é mostrar o caminho dos braços do Pai. Então, nossa parábola dá uma virada para longe de tudo o que imaginamos como esperado. A súplica seguinte pode ter sido esperada, mas a resposta, não:

(26) Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. (27) E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.

Mas vale a reflexão... Você já se imaginou diante de alguém garantindo que pagaria em tempo hábil o equivalente ao montante em tributos de um país? Você já imaginou o que sentiria se alguém lhe propusesse algo assim? É uma situação certamente sem precedentes. Certamente, uma pessoa que pede prazo para pagar uma dívida impossível de pagar não tem ideia do montante de sua dívida ou planeja não pagar nada ou ganhar tempo para conseguir algum subterfúgio. É quando o nosso credor vira a estória.
Como efeito totalmente inesperado, o credor deixa o devedor ir livre quando podia tê-lo como escravo para o fim de sua vida. Perdoar é deixar ir livre da masmorra da escravidão e da mágoa. O credor abriu mão de seu direito justo de condenar o servo por toda a sua vida à escravidão. A dívida impossível de ser paga foi anulada pela simples aceitação da bondade do credor. Mas, a maior virada na estória ainda estava por vir.

Ai dos que não aprendem com o que recebem


Deus não é teoria, não é filosofia, Ele é amor. E amor, é em essência, prática. E a prática do nosso recém liberado personagem ao receber o amor oi a seguinte:
  
(28) Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. (29) Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. (30) Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.

Como o endividado nunca se viu como um devedor, principalmente como devedor totalmente falido e incapaz de arcar com seu pagamento, não se reconheceu na dívida do companheiro. Cem denários, a bagatela de 3.148 reais... E a vida do outro não valia isto.Como ele nunca entendeu o tamanho de sua infelicidade, nunca se viu prostrado e infeliz na imagem daquele homem que rogava por sua liberdade. O devedor nunca se viu devedor, por isso, nunca se tornou perdoado. Faltava alguém que lhe soprasse aos ouvidos a frase: Você é apenas um homem, como ele...

O juízo onde a misericórdia foi rejeitada


O devedor se tornou credor, sem nunca ter se tornado um perdoado. Mas, apesar de sua miopia, havia muitos olhos à volta. Sempre há. E coisas que muitos pensam que não são vistas pelo rei chegam aos seus ouvidos, mesmo quando escondidas dentro de suas casas, trabalhos, escolas, corações e mentes. Isto muda os rumos da estória novamente:

(31) Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. (32) Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; (33) não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?

Aqui, aprendemos que um devedor liberado da dívida se torna um credor implacável. Se ele houvesse se tornado um perdoado, teria aprendido a misericórdia. Deus dá o seu perdão para aprendermos o seu Amor. Ele nos perdoa para sermos transformados em sua imagem. É isso que Ele quer restaurar em nós. Já dizia e repetia João: “Deus é Amor.” (1 João 4:16a). Como o devedor permaneceu devedor, nunca recebeu o efeito de ser perdoado, então, não perdoa.

Entre perdoados e devedores


Observe a diferença entre perdoados e devedores neste momento de Jesus na casa do fariseu Simão (não o Pedro, um fariseu chamado Simão):

Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. (42) Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? (43) Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. [...]Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. (48) Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. (Lucas 7:41-43, 47-48)

Essa declaração de Jesus encerra toda a lição que Ele quer entregar a Pedro: Pedro, meu trabalho é levar pessoas aos braços do Pai que os ama. Quanto mais as pessoas percebem o quanto não podem pagar para ter isto com suas capacidades, mais eles poderão receber. Você também, Pedro, chegará ao seu momento de falha, onde você não cumprirá suas expectativas a respeito de você mesmo. Se você não for um perdoado, desfalecerá.

Somos apenas humanos


Somos apenas seres humanos limitados a uma origem devedora, uma dívida de vida santa nos padrões de Deus. Ou recebemos dEle o perdão para nos aproximarmos de sua presença ou vamos passar a vida distantes procurando coisas, cargos e destaques que não nos levarão a lugar nenhum.
Podemos considerar, por exemplo, que nunca matamos. Certo. Vai ver que você nunca atirou em alguém além daquele olhar fulminante. Mas, a bíblia diz que “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1 João 3:15). Agora, você conseguiu um problema nessa linha de raciocínio autojustificador. Você pode manter-se no mesmo problema com a autojustificação se disser: mas eu nunca adulterei. A coisa não é tão fácil, pois Jesus disse: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.” (Mateus 5:28). E por aí vai. Os nossos padrões são morais. Se atém aos atos e palavras. Aquilo que pode ser percebido pelas pessoas. Deus é Espírito. Ele percebe desde a intenção. Ninguém dá conta de pagar esta conta. É por isto que Jesus teve que ser o pagamento. Por isto, ele precisou pagar a conta impagável do pecado “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:23).
Você quer ser somente um perdoado, aquela criança que não sabe de nada, não tem nada a entregar a não ser o seu amor e vir correndo para os braços do Pai para que Ele te restaure? Ou prefere continuar tentando pagar o que não pode ser pago, disfarçar o quanto está longe dos padrões de Deus e continuar olhando para o outro como se ele não fosse igual a você: um devedor, que precisa ser perdoado? Você decide.
O resultado do devedor que não quis perdoar foi o seguinte: “E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. (35) Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.” (Mateus 18:34-35).

Se você decidir por estar nos braços de Jesus e descer deste pedestal de todos os seus acertos, você pode ir para um lugar reservado e orar assim:

Senhor Deus, eu sei que eu errei muito. Por muito tempo não vi o tamanho dos meus próprios erros e do teu amor e me coloquei como carcereiro de [diga os nomes de seus ofensores um a um, citando porque eles lhe ofenderam], peço perdão pela raiva, mágoa e ódio que senti e recebo o teu perdão por tudo isso. Peço perdão por [enumere as coisas que você faz que desagradam o Amor de Deus] e recebo de ti o teu perdão. Seja meu único e suficiente resgatador. O Senhor é o pagamento por minha dívida e o Senhor me deixa livre para ir até os braços do Pai, como uma criança e me aconchegar nEle, É isso que te peço em nome de Jesus e, agora, te chamo de Pai.


Jesus te abençoe e guarde na sua graça.
Leia o evangelho de João e conheça o amor de Deus no seu Filho. Depois, siga com o Novo Testamento e o antigo. Há muito o que aprender sobre o amor de Deus.






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