domingo, 13 de maio de 2018

Recebendo o refrigério de Deus



Estamos vivendo um tempo em que nos sentimos muitas vezes sufocados, sem ar. Além do surto de pneumonia que está assolando minha cidade, há problemas da corrupção corrosiva que assola o Brasil, as crises financeiras, éticas e morais que precedem a próxima eleição e todas as tramas que a envolvem. Tempo incerto, de muitas versões e pouca verdade. Queremos ar para respirar, mas felizmente, fôlego e refrigério estarão sempre na presença da Verdade e da Vida.
Na Palavra de Deus, só aparecem duas vezes na versão de Almeida a Palavra refrigério. Uma aparece no Novo Testamento e outra, no Velho Testamento. No Velho Testamento, está em Isaías, 28, no contexto dos versos 11 e 12:

Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o SENHOR a este povo, ao qual ele disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.

Este texto é riquíssimo quanto acrescentado à riqueza de imagens do hebraico. O hebraico tem uma característica singular como língua, que é remeter os conceitos a imagens e cenas da vida comum. Isaías é especialmente hábil em lidar com este imaginário e transportar seus ouvintes ou leitores dispostos. Quando estes autores hebraicos falam, levam seus ouvintes ou leitores a um lugar na imaginação ou na memória, que traz toda a riqueza das vivências relacionadas a ele. Dessa forma, a pergunta que deveríamos fazer ao ler seria: onde o Senhor quer me levar com essa mensagem? Com este texto, asseguro que é ao lugar de descanso e ao refrigério, que Ele mesmo tem para nós.

Este é o descanso...


Descanso aqui, neste trecho de Isaías 28:11-12, é traduzido da palavra menûchâh. Um lugar de aconchego e amor frequentemente utilizado para indicar os braços do esposo ou da esposa. O Senhor diz, venha para os meus braços. Descanse na minha aliança. Saiba que eu sou o seu Deus e que sou teu descanso. Eu sou por ti. Não te deixarei, serei por ti e contra teus inimigos. Não te abandonarei. Sou teu companheiro fiel e leal. O Senhor é a nossa paz. Jeová Shalom. Este é o descanso, venha para o Senhor!

Dai descanso ao cansado...


Esta palavra descanso já não é mais o descanso do abraço da esposa ou esposo, não refere mais à aliança com Deus em si e a todos os privilégios de Israel. Este descanso agora, é nuâch, refere a um lugar onde se mora em paz. Um lar equilibrado, um lugar tranquilo para repousar e se renovar ou um lugar onde se para em longas viagens para restaurar as forças e depois continuar seguindo. Os mesmos que recebem os braços do Pai, são chamados a colher nos braços os cansados da jornada árdua. A ser aquele lugar onde alguém pode receber alento e esperança na fé. Os que recebem descanso para si devem compartilhá-lo depois. É preciso formar um núcleo de paz à nossa volta. Somos parte do reino de paz, alegria e justiça no Espírito Santo e esse deve ser nosso estilo e ambiente de vida. Isso é dar descanso.
Mas, a quem damos descanso? Ao cansado. Talvez você pense: é óbvio. Entretanto, no original, a palavra é ‘ayêph, que refere-se a alguém que viaja no deserto e está morrendo de cansaço pela fome, desidratação e insolação. Está indicando um povo que deve resgatar vidas que não estão aguentando a viagem. Pessoas que não estão tão centradas nos seus próprios problemas, que podem ver, ouvir e tratar com os que estão sofrendo na jornada e aqui, principalmente os que estão em perigo de não terminá-la. Não é só cuidar do cansaço de uma viagem, é o risco de morte antes do seu fim.
Observe as imagens se formando na mensagem: Venham para os braços do seu Amado, regozijem-se no seu cuidado e estenda este cuidado aos que estão desfalecendo com a dureza da jornada. Recebam ajuda e salvem também suas vidas, dando-lhes alento, matando sua fome e sua sede e lhes dando abrigo em um lugar de paz e segurança. Acolha ao ser acolhido. Ame ao ser amado.

Este é o lugar de refrigério...



terça-feira, 1 de maio de 2018

Para onde vamos quando vamos a Deus?




Muitas respostas vem à minha mente quando suponho esta resposta de pessoas que me rodeiam. O fato de ser pastora vai lhe fazer ser bem mais observadora. Mas, a questão é que precisamos de um contexto para esta pergunta desafiadora. Mateus 18 tem respostas especialmente maravilhosas a este respeito.
Nos versos de um a seis de Mateus 18, Jesus enfrenta a criancice dos seus discípulos e a serena maturidade espiritual de uma criança.

Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe. Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. (Mateus 18:1-6 grifo nosso)

Se, por um lado, os discípulos só queriam atenção, cargos e poder para si, a criança só queria estar nos braços de Jesus. Esse é o tom do capítulo: “[...] aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” Os adultos querem bens, poder e prestígio; as crianças querem amor. Deus vem ao encontro dos que buscam seu amor.

Mas, como desfrutar do amor de Deus?


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