O Senhor me deu a seguinte estória hoje, para ilustrar um conhecimento poderoso e precioso.
Numa aldeia em uma terra muito
seca moravam três homens. Um dia, acabou toda a água. Eles tiveram notícia de
que havia uma fonte no deserto e decidiram seguir até ela para conseguirem o
líquido precioso que lhe garantiria a vida.
A certa altura, estavam no
deserto os três homens sedentos e famintos. Quando chegaram a uma aldeia de
nômades, quase deserta, e encontraram um poço. Correram para ele e o encontraram
seco. Ao seu lado, um velhinho sentado à
sombra de uma coberta improvisada.
- Ah, esse poço secou faz
tempo. Meus filhos caminham todo dia para buscar água cinco quilômetros à
frente.
Os três homens ficaram irritados
e quase desesperados. Um dizia:
- Será possível? Esse poço
serve pra quê se não dá água? - E começou a chutá-lo até machucar o pé.
Machucou tanto que não pôde seguir viagem em busca da água.
Os outros dois, se controlaram
e disseram:
- Vamos lá, aguentamos até
aqui. Vamos aguentar mais cinco quilômetros.
Seguiram a viagem e, ao
chegarem no lugar indicado, encontraram outro poço. Desta vez, havia um homem
de meia idade cansado, sentado ao pé do poço, a ponto de ter uma insolação. Perguntaram-lhe
ou dois viajantes:
- O que houve?
- Acabou a água nesse poço também.
Agora, só mais dois quilômetros à frente... E eu já faço esse caminho todo dia.
Não aguento mais.
Ao ouvir esse relato um dos
viajantes desesperou-se:
- Isso é o fim. Agora, vamos
todos morrer. Já andamos todo o deserto, mais cinco quilômetros e agora mais
dois? Eu não vou a lugar nenhum. Se é para morrer, morro aqui mesmo. Não dou
mais nenhum passo. Aquele velho infeliz deu a informação errada. Esse outro
aqui não tem coragem de buscar água, agora eu não vou mais pra lugar nenhum
atrás da conversa de ninguém. Vou morrer aqui mesmo.
O terceiro homem disse: o
caminho que fizemos não foi para encontrar o velho no poço, não foi por causa
da conversa do velho e nem pela desistência desse homem aí sentado. Nós não
caminhamos nem sequer pela água, mas pela nossa vida. Se nós pararmos agora,
tudo aquilo pelo que lutamos terá sido em vão. A única coisa que dá sentido a
tudo o que houve até agora é continuarmos em frente. Este homem seguiu em
frente, cansado, sedento, mais dois quilômetros e conseguiu sobreviver ao
deserto.
Que
deserto esse texto representa? O deserto das dores da vida, dos obstáculos que
enfrentamos em busca de Paz e Alegria, que dão sentido e sustentam a vida.
Afinal, fomos colocados aqui para viver e viver com abundância, foi essa a missão
de Jesus: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para
que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10).
Partimos em busca de paz e
alegria e não podemos nos deter pelo caminho. Vamos encontrar pessoas de quem
deveríamos receber amor, mas que não vão estar cheias desse amor para matar a
nossa sede. Se nos conflitarmos com elas, como quem chuta um poço seco, só
vamos conseguir feridas que nos impedirão de prosseguir. Assim como o primeiro
homem ficou para trás, sem água e cheio de dor e machucados.
A mulher
de Ló (Gênesis 19:26) é um bom exemplo de alguém que ficou com os olhos naquilo
que já não era, já não tinha. Só permita que o passado se reapresente se for
para lhe dar forças e ânimo. Se for para lhe sugar a alegria ou a Paz, vire-se
e parta, deixando-o para trás. É preciso deixarmos livres a nós mesmos,
perdoando quem nos magoou, ou melhor, não amou. Veja o que disse Jesus: “E, havendo dito isto,
soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns
perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.” (João
20:22-23). Você pode pensar que os grandes dramas da humanidade são os
romances, os amores não correspondidos entre homens e mulheres, mas o grande
drama da vida de qualquer pessoa é o amor não correspondido em qualquer relacionamento:
entre quem respeitou e não foi respeitado; quem se deu e não recebeu; quem
ajudou e não foi ajudado; etc. Se você quer chegar ao fim da jornada e
encontrar Paz, deixe o poço vazio para trás e siga em frente.